O que acontece com um Procurador Geral da República, se denunciado por prevaricação?
Segundo o código penal brasileiro, se um procurador geral da república omitir-se diante de um crime, pode ficar de 3 meses a 1 ano em detenção e pagar mais uma multa. Com um passado ilibado, a pena pode ser transformada em distribuição de cestas básicas. Mas se eu publicar isso em um blog, como estou fazendo, posso amargurar 7 anos de cadeia. Isto é o ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO onde todos podem tudo, exceto falar a verdade.
Esta é a resposta que encontrei para o fato de que o Procurador Geral da República (Foto), Antonio Fernando Barros e Silva de Souza esteja mantendo em suas gavetas o relatório final da CPI do Tráfico de Órgãos desde 2004, sem tomar qualquer providência. No peso político, enfrentar a máfia de transplantes é pior que enfrentar a distribuição de cestas básicas, até porque, hoje não há no Brasil um advogado que tenha coragem de representar contra o prevaricador. Não por menos de R$ 50.000,00 importância obviamente que eu não disponho para levar esta acusação adiante. Se eu tivesse, eu faria.
A justiça brasileira está disponível a quem pode pagar. Você tem direito como cidadão às leis deste país desde que pague uma fortuna a um advogado. Caso contrário, faça como eu: Crie um blog, se manifeste, faça barulho. O resultado pode ser pífio, mas nos dá a sensação de que nossa cidadania foi exercida.
O Ministério Público Federal já foi convocado a dar explicações sobre o motivo de não denunciar os assassinos de uma criança de 10 anos, cujas provas foram entregues há mais de 7 anos aos procuradores. A verdade é que o dinheiro que movimentam os traficantes de órgãos é muito maior do que qualquer vítima tenha disponível para entrar no jogo.
Neste ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO, é muito mais vantajoso prevaricar do que denunciar. É muito mais vantajoso praticar o mensalão sabendo que os crimes prescreverão, do que agir honestamente. É muito mais vantajoso encher a cueca de dólares e voar pelo país do que ser pego pela antiga CPMF (que aliás, nunca pegou ninguém). Neste ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO é muito mais vantajoso ser bandido do que ser mocinho.
Por isso coloquei este texto. Conclui que não temos um Procurador Geral da República e sim um Prevaricador Geral da República. E para deixar claro, seu nome é Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Se eu tivesse R$ 50.000,00, eu teria o direito de cidadania e processaria este prevaricador. Mas como eu, assim como a maioria dos brasileiros, não tenho dinheiro e portanto não tenho acesso aos meus direitos, me contento com um blog e os processos que me imputam por dizer a verdade.