Desembargadores comprados

Desembargadores comprados

sábado, 3 de novembro de 2007

Desvendando a caixa preta dos transplantes

Não tenho postado neste Blog, embora assunto não tenha faltado. É que estou finalizando um livro que comecei a escrever em 2002. Finalmente, depois de vários acontecimentos em torno do assunto - até uma CPI - consegui concluir o trabalho. Será publicado através de um esforço pessoal, sem contar com a participação de uma editora (pelo menos por enquanto), já que a última tentativa feita por um médico, teve todos os livros recolhidos e o fechamento da editora. Algumas unidades já estão reservados e terão destino certo. O Brasil é um dos países que mais realiza o comércio de órgãos e a corrupção envolvendo autoridades federais permite que tudo isso nunca venha à tona.

O livro certamente não será um best-seller e minha intenção nunca foi vender livros. O que importa é que a verdade seja divulgada sem medo, com transparência e com base principalmente em depoimentos em uma CPI, fatos ocorridos em tribunais, denúncias que nunca são apuradas e principalmente nomes que nunca são investigados.

O conteúdo foi praticamente todo extraído de reportagens, notas taquigrafica e depoimentos reais de pessoas que tentaram impedir a evolução das barbáries na área de transplantes. Todos os esforços naufragaram graças um enorme e violento lobby político, mas a verdade não se afunda sem perdas.

Leia como o Conselho Federal de Medicina ABSOLVEU todos os acusados de praticarem este tipo de crime, e com base em provas reais, tire a sua própria conclusão.

A capa do livro já possui um esboço, mas pode ser modificada. Está em estudo ainda. Por enquanto, a imagem é esta que está aqui.

Abraço à todos os que lêem este blog.

Em breve!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Campanha de alerta - doação de órgãos

Todos os anos, o Ministério da Saúde e a ABTO - Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos lançam a semana sobre incentivo à doação de órgãos. Infelizmente a campanha explora os sentimentos daqueles que acreditam que doando órgãos podem salvar vidas. Além disso, ela também demonstra para que serve uma fila extensa de pacientes crônicos que precisam de um órgão para continuar vivendo. Servem para comover os novos doadores.

Eu digo infelizmente, pois este quadro poderia estar bem diferente, se os profissionais e agentes públicos fossem pessoas sérias. Atualmente o Ministério da Saúde injeta milhões de reais, muito acima de qualquer investimento em outras áreas da saúde, e não consegue obter um resultado satisfatório para o paciente que aguarda na fila, quando sobrevive à ela.

Este site faz um apelo à população para que tomem cuidados antes de assinar a autorização para a doação de órgãos, que podem proteger a vida do seu ente querido. Muitas pessoas desconhecem o mecanismo utilizado por médicos para que um paciente torne-se doador de órgãos. Por isso leia com atenção esta mensagem:

PROTEJA-SE CONTRA RETIRADA ILEGAL DE ÓRGÃOS (HOMICÍDIO)
O brasileiro em geral tem um bom coração e se presta a doar os órgãos de entes queridos supostamente falecidos. Há ainda algumas pessoas que dizem:"- Estou morto mesmo, tudo vai ser comido pelos bichos, quero mais é doar tudo!"Ótimo! Porém, a questão é: O paciente está realmente morto?Se você não sabe, uma pessoa em coma pode perceber, ouvir, sentir cheiro, e entender o que acontecesse a sua volta, sem no entanto ter a capacidade de se expressar, ou mover um dedo. O estado de coma não é definitivo e pode levar um médico a acreditar que um paciente está morto. Não fosse isso, não teríamos tantas notícias de pessoas que se mexeram durante o velório ou ainda que acordaram em uma mesa de IML qualquer. São inúmeros os relatos que estão acontecendo nos dias de hoje.

Veja o exemplo: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI644199-EI306,00.htmlNão estamos falando de ficção científica, e sim de fatos reais.Não queira saber o quanto é doloroso ser furado e cortado por legistas, caso o considerem morto, enquanto você está vivo. Nenhum médico hoje é capaz de atestar com segurança a morte de um paciente. Com o aumento dos transplantes, este diagnóstico está sendo realizado sem qualquer cuidado, com a pressa de "salvar" vidas humanas, mesmo que isso custe outras vidas.Se você deseja ser doador de um ente querido que está supostamente morto, é necessário que tome alguns cuidados antes de assinar o documento de autorização para doação. Siga estes conselhos para evitar que um ente querido tenha os órgãos retirados quando ainda estiver vivo. Estes conselhos inclusive fazem parte da resolução do conselho de medicina, que os médicos transplantistas freqüentemente ignoram.
1) Peça para verificar o prontuário antes de assinar qualquer documento.
2) Verifique se o paciente recebeu anestesia ou algum medicamento depressor do sistema nervoso central. Se ele recebeu por exemplo doses de DORMONID NÃO ASSINE QUALQUER DOCUMENTO pois seu ente querido certamente está vivo, e em coma induzido. Os médicos de transplantes utilizam deste expediente para convencer os familiares a assinar: "Ele não se mexe e não responde a estímulos dolorosos. Está morto!". No Caso do meu filho Paulinho, ele estava sedado com doses cavalares de DORMONID e foi tratado como morto. No exame de arteriografia no entanto, ficou comprovado que ele não estava morto, pois havia fluxo sanguíneo em seu cérebro.Isso é uma farsa e tem a pretensão de convencê-los a doar os órgãos. O fato de não se mexer e não responder à dor, é devido ao uso de sedativos como o DORMONID.

3) Verifique se foram realizados dois exames clínicos, caso o paciente NÃO ESTEJA SEDADO. Os exames devem estar assinados por 2 neurologistas que não fazem parte da equipe de transplantes. Este exame - considerado importante pela medicina - não tem qualquer condição de afirmar que o paciente está morto. É como um exame médico para piscina. O médico analisa visualmente os sinais evidentes que podem estar mascarados pelo uso de medicamentos. Tal exame vem causando diversos casos de pessoas que se levantam no IML já na mesa de necrópsia. Sobretudo, exija as chapas radiológicas que comprovem a falta de fluxo sanguíneo no cérebro do paciente.
4) Se você estiver na cidade de Poços de Caldas, aconselho a não doar sob hipótese nenhuma, principalmente se você conhece a Máfia de transplantes a qual venho denunciando há 7 anos. Eles continuam atuando sem qualquer impedimento, embora alguns deles estejam respondendo processo por homicídio. Além disso, eles contam com uma rede de influência política muito grande e nada do que você fizer depois de doar resolverá seu problema. Contam inclusive com o apoio da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) onde membros aparecem no processo de homicídio a que os médicos respondem como testemunhas de defesa. Em outras palavras, eles estão testemunhando a favor de práticas homicidas nos transplantes de órgãos, que dizem zelar tão bem.
5) Informe-se antes sobre a CNCDO-OPO que está captando órgãos. Solicite um documento de inscrição e autorização do Ministério da Saúde para tal procedimento. Se eles se negarem a exibir o documento, é porque estão captando para fora da fila de espera. No Brasil a captação está sendo feita de forma bastante irregular, sem qualquer condição ética e sob forte domínio e pressão psicológica sobre os familiares que sofrem com o horror de um acidente.
6) A Fila de transplantes no Brasil, não existe. Se você deseja realmente que os órgãos beneficiem alguém que precisa com urgência, peça para que você tenha acesso à quem vai receber os órgãos. Não há nenhuma lei no Brasil que impeça os familiares do doador de saber para onde os órgãos estão sendo transferidos. Se houver recusa negue a doação, pois há uma grande chance de que este órgão seja vendido no mercado paralelo. Além disso, fará bem a vocês saberem que parte de seu ente querido salvou uma vida e que vocês podem conhecer sem lhe causar qualquer constrangimento. Afinal, doar órgãos não é sinônimo de amor ao próximo? Por que então o próximo não poderia corresponder a este amor?
7) FUNDAMENTAL: Nunca permita que qualquer médico de transplante aproxime-se do seu ente querido. Se um médico de transplantes tentar medicar seu ente querido ou aproximar-se do leito sem sua autorização, chame a polícia pois ele não tem permissão para isso. Ele pode estar preparando o paciente para transplante ainda com vida. Isso tem sido relatado em diversos casos onde os pacientes foram assassinados pouco tempo depois.

8) Finalmente, lembre-se de que você está no Brasil, país da corrupção, da roubalheira, da venda de sentenças, do mensalão e da trambicagem. Temos acompanhado a venda de sentenças em tribunais brasileiros. O Caso Paulinho é um exemplo vivo desta situação. Processaram o pai em diversas esferas criminais acusando-o de injúria, calúnia e difamação. Foi absolvido em todos. Além disso, conseguiu sem qualquer influência política instalar uma CPI FEDERAL para investigar os crimes que ficaram comprovados, sem que qualquer atitude fosse tomada pelo Ministério Público Federal. Ao contrário, graças ao corporativismo e ao bom comércio de órgãos, os médicos que respondem por homicídio foram autorizados à realizar transplantes sem qualquer impedimento. Isto significa dizer que a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos aceita que uma pessoa que responda por homicídio de uma criança de 10 anos, volte a transplantar e receber por isso.

Paulo Pavesi

domingo, 26 de agosto de 2007

James Bond no Ministério Público

Quem não conhece a sigla 007 e o personagem James Bond, terá a oportunidade - lendo este texto - de conhecê-lo. Trata-se de mais um assassino confesso protegido pelo Ministério Público. Nestes caso, não só está sendo protegido, como recebe salários em dia.
Quem conhece o Ministério Público como eu conheço, já sabe que é uma organização voltada aos holofotes, de uso político e composto na maioria por advogados frustrados e de mediocridade intelectual explícita e notória. Diante desta pessoal incapacidade profissional, acharam uma boquinha para fazer a vida prestando concurso público e ocupam cargos que jamais teriam caráter para ocupá-los.
Nos últimos anos, o Ministério Público tem premiado alguns promotores e procuradores com o título 007. Na história de James Bond, o código 007 é autorização para matar. Deve haver outros código como o 006 - permissão para serem omissos, ou 005 - permissão para serem covardes.
Podemos citar um exemplo bastante conhecido. O promotor Igor Ferreira da Silva matou sua esposa com dois tiros. Patrícia Aggio Longo estava grávida de 7 meses, portanto um duplo homicídio. Igor Ferreira cometeu o crime em 1998 e em 2001 foi julgado e condenado. No período entre 1998 e 2001, o procurador continuava recebendo normalmente o salário, como se nada tivesse acontecido. Márcio Thomaz Bastos era o advogado de Igor que fugiu após ter a sentença condenatória de 16 anos e 4 meses. Como prova de total de impunidade, Igor Ferreira da Silva só foi exonerado do Ministério Público no ano passado (2006). O mundo já encontrou Saddan Russein, mas Igor ainda não foi encontrado. Você acredita?
Este é o verdadeiro 007!
Nesta semana foi noticiado que o caso de outro promotor pode levar o Ministério Público - mais uma vez - aos bancos do réus. Agora na OEA (Organização dos Estados Americanos). Thales Ferri Schoedl matou com 7 tiros sem qualquer chance de defesa Diego Mendes Modanez, 20 anos, e feriu Felipe Siqueira Cunha de Souza, 21 anos alegando em ambos os casos "legítima defesa".
Defesa? Os jovens atingidos sequer portavam armas. E o motivo alegado pelo promotor é de causar contrangimento à qualquer pessoa que possua o mínimo de caráter. Segundo o Thales "Bond", os rapazes importuram sua namorada, e por isso levaram chumbo. Assim como o caso de Igor Ferreira "Bond", o promotor Thales "Bond" continua recebendo normalmente e mensalmente R$ 10 mil pelos serviços prestados à sociedade: Matar pessoas!
Thales ainda faz parte do quadro de promotores do MP e não pode ser importunado. O caso está sendo lentamente encaminhado enquanto o pai de Diego não tem a quem mais recorrer pois neste tipo de crime, é o Ministério Público quem tem o poder de denunciar. Se o Ministério Público não possui caráter, coragem e isenção para expulsar os "Bond's", quem terá?
Esta semana, voltei a falar com a OEA e estamos caminhando. O MP pode ser réu em pelo menos 2 processos em tribunais internacionais.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

No Brasil funciona?

Eu me pergunto há alguns anos: No Brasil, alguma coisa funciona sem que haja desvios?

Falo de todos os tipos de desvios. Um exemplo simples foi os jogos Pan americanos. Funcionou? Claro! Foi excelente! Porém, o orçamento inicial foi ignorado e muito mais do que havia sido previsto, foi gasto realmente. Em resumo, nada que o brasileio ponha a mão, funciona conforme planejado.
Alguns brasileiros preferem acreditar que tudo aqui funciona. Que somos educados, solidários, felizes e realizados. Arnalbo Jabor recentemente teve a coragem de desmentir tudo isso através de um texto que circulou pela internet, ou que talvez tenha sido publicado em algum blog. Coragem, porque hoje em dia, qualquer pessoa que faça críticas ao Brasil, é considerado "Elite", "pequeno burguês" ou "adversário político". Eu critico dia e noite esta porcaria de país, não sou burguês, não pertenço a nenhuma elite e nem sou adversário político pois não sou filiado a partido nenhum.
Numa conversa com amigos, perguntei à eles o que no Brasil funcionava. Um deles prontamente respondeu: O poupa tempo!
Eu nunca fui a um poupa tempo. Meus documentos foram emitidos todos nos anos 80 quando eu tinha 14 ou 15 anos de idade. Estão todos comigo até hoje. Mas hoje, para retirar o passaporte eu fui obrigado a emitir uma segunda via do registro de identidade. Uma piada! O governo federal não reconhece como legal um documento que ele mesmo emitiu há mais de 20 anos. O que o governo brasileiro escreve, nem ele mesmo acredita!
Cheguei bem cedo ao poupa tempo e de fato eu fui logo atendido. Pediram cópia de todos os documentos, o que já achei um absurdo pois, eu estava apenas solicitando a emissão de uma 2a via. Após enfrentar uma fila de uns 20 minutos consegui tirar cópias dos documentos solicitados. Voltei então para a fila de 2a via do documento de identidade. Recebi uma senha da polícia civil. Ao perguntar quanto tempo demorava, fui então informado que para esta senha a previsão de ser atendido era de 50 minutos.
Tudo bem! 50 minutos não me parece tanto tempo assim. Afinal, logo depois eu poderia retirar o documento e voltar para o trabalho!
Ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
Eu estava certo! Nada neste país funciona.
Depois dos 50 minutos, eu teria que retirar um protocolo e aguardar pelo menos 24 horas para a emissão de uma nova carteira.
Em 24 de março de 1983, eu me dirigi a um posto da polícia da cidade de São Bernardo do Campo onde levei uma cópia da certidão de nascimento e uma foto 3x4. Sai de lá com um protocolo em mãos e a promessa de retirar o documento no dia seguinte.
Para que então serve o poupa tempo??
Mas não parou por ai. Eu perguntei para a atendente se não havia a possibilidade de retirar o documento no mesmo dia. Foi então que ela me disse:
"O senhor pode falar com a supervisora que talvez ela possa resolver o seu problema".
Isto me soou "oferece uma propinazinha que sai"!
Há 24 anos atrás, quando eu tirei a primeira via do documento de identidade, eu não paguei nada. Hoje eu teria de pagar pouco mais R$ 21,00.
ESTE É O BRASIL
Há 24 anos atrás o governo brasileiro emitiu um documento de identidade gratuitamente, onde ficou com as minhas informações "cadastradas" de alguma forma. 24 anos depois, ao tentar retirar o passaporte, descobri que o mesmo Brasil não reconhece mais este documento como "válido". No entanto, se alguém me roubar este documento inválido, e em seguida matar uma pessoa deixando aquele documento no local , eu serei responsabilizado pelo assassinato e como já aconteceu neste país, serei preso!
O documento não é válido para que você exerça seus direitos como por exemplo tirar um passaporte. Mas se você precisa exercer os seus deveres, ele é plenamente válido.
Nos cartórios brasileiros, já não mais autenticam cópias de documentos antigos, alegando que ele não é autêntico. Em outras palavras, todo mundo é suspeito de ter adulterados seus documentos pessoais sem que ninguém prove a adulteração alegada.
Você brasileiro, é obrigado solicitar uma nova emissão de um documento seu, para inflar os cofres públicos, cujo dinheiro depois acabará em uma reforma da pista de um aeroporto qualquer que jamais será realizada como deveria, levando outros tantos brasileiros à morte.
A corrupção, a vagabundagem, a safadeza é o destino do dinheiro que você soa muito para ganhar.
Pensando bem, entendo porque me disseram que o poupa tempo funciona. Para um país como o Brasil, pode-se considerar o poupa tempo como um serviço público de primeiríssima qualidade.
O que importa mesmo é que este tempo todo perdido em burocracia e invalidações irracionais deste país, vale a pena! Tudo que estou fazendo é para me tornar um cidadão Italiano e no futuro definitivamente me naturalizar naquele país. Dar às minhas filhas a oportunidade de crescerem em um país cujos valores não estão somente imprensos em notas de reais que viajam em cuecas.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Você já recebeu ajuda espontânea de um Procurador?

Na última edição dos jogos Pan-americanos, alguns atletas cubanos desertaram e pretendiam em princípio, conseguir no Brasil asilo político. É estranho que de um país tão maravilhoso como é Cuba, as pessoas tentem fugir e acabam sendo "capturadas" como se fossem animais. Em um passado não tão distante, Fidel executou alguns cubanos que tentaram desertar em canoas improvisadas. Neste caso específico (Pan), o Brasil tratou de despachar os desertores o mais rápido possível para a vingança Fidelinea.

Até ai, o problema é de Cuba e dos cubanos que embora numerosos, não tenham coragem de criar uma resistência ao regime. De forma espontânea, delegados da polícia federal e um procurador da república apareceram para oferecer ajuda aos "desertores", provavelmente atraídos pelos holofotes da imprensa.

Precisamos aprender a lição. Se você sofre com o descaso de autoridades, a saída é comprar um holofote. Em geral, uma destas espécies - o procurador -, não costuma mostrar a cara. Está então comprovado que este tipo de autoridade é doida por uma iluminaçãozinha.

Assim foi também com o acidente da TAM. Bastou um avião passar direto pela pista curta e ensaboada para um procurador aparecer e dar entrevistas dizendo que pediria a interdição da pista por motivos óbvios. Ora! Por que não fez isso antes? A resposta é que até o acidente, não havia ali qualquer holofote ligado. E cá entre nós, as luzes laterais da pista de congonhas não iluminam muita coisa.

Este espécime de autoridade vive escondido em algum lugar onde não temos acesso e só se revelam quando há uma luz, um microfone ou um símbolo de uma emissora de tv qualquer. Geralmente o símbolo da Rede Globo é o preferido. Há em algumas situações onde os policiais federais só fazem uma prisão quando um holofote e uma câmera os acompanham.

Como nunca pensamos nisso antes?

Agora compreendo bem a função da imprensa. É atrair autoridades federais! Se a imprensa acende os holofotes, pode esperar que logo logo uma autoridade aparece. É verdade que nunca fazem o que é preciso, mas da uma certa promoçãozinha.

Existe no entanto uma modalidade de autoridade que teme o holofote. São aqueles que compõem as corregedorias. Quer espantar um corregedor, basta acender um holofote.

Lembre-se:

Se precisar de uma autoridade, acenda os holofotes!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Mentira tem perna curta

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da câmara federal aprovou, por unanimidade e em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 5993/05, do Senado, que obriga os hospitais não credenciados a realizarem transplantes, e também a ceder suas instalações e oferecer apoio operacional às equipes médicas autorizadas para a remoção dos órgãos ou tecidos.

O que significa isto?

Significa que mais uma mentira dos transplantistas está derrubada. Segundo médicos transplantistas, o roubo e o tráfico de órgãos é impossível pois necessita de instalações adequadas mínimas para que tais cirurgias sejam praticadas. Eu digo desde 2000 que isto é uma grande mentira - parafraseando o padre Quevedo.

A autorização para que qualquer hospital possa realizar transplantes, é a prova cabal de que uma cirurgia deste porte pode ser feita sim em qualquer lugar. Isso prova que clínicas especializadas em vender órgãos, já faziam transplantes desde a década de 70. Em 1997 com a elaboração da lei 9.434/97, somente hospitais credenciados pelo SUS tinham permissão. Mas a lei não significa nada neste país.

Na prática não muda nada, pois já fazem transplantes sem credenciamento há muito tempo ignorando a lei completamente. Aliás, a lei 9.434/97 é como o diagnóstico de morte encefálica: Foi inventado apenas para mostrar figurinha. Só para inglês ver. Para cumprir tabela.

Os assassinatos em leitos de UTI continuarão crescendo neste país que deseja uma política "eficaz" de transplantes não importando o que está por trás disso, e que ninguém quer saber. Médicos estão matando em larga escala pacientes em leitos de UTI que poderiam ter alguma chance de vida, para servir como fornecedores de órgãos. O Governo Federal e o Ministério Público não apenas sabem que isso acontece, como também dão cobertura e apoio a este tipo de crime.

Para justificar o injustificável - o assassinato de pacientes - vale tudo. Eles sempre se referem aos milhares de paciente das filas de espera que estão a beira da morte, mas omitem que estes mesmo pacientes quando chegam ao primeiro lugar na fila precisam entrar na justiça para terem seus direitos reconhecidos, já que a lista paralela é muito mais rentável.

A bandalheira é muito maior. Estimo que os médicos terão seus faturamentos duplicados, uma vez que os transplantes são pagos pelo SUS, o que não impede de que eles cobrem também as despesas do paciente receptor.

No caso do meu filho, tudo o que a lei disse que não poderia ser feito, fizeram.

O diagnóstico de morte encefálica foi realizado sob efeito de dormonid - proibido por lei. O prontuário que deveria ser guardado por 20 anos, se desfez em uma semana, se é que existia um prontuário. Os órgãos foram destinados à pacientes que não estavam na fila única, e as despesas foram cobrados dos receptores em forma de "doação financeira para a instituição". A Central de Transplantes era clandestina. Os médicos recebiam também do SUS e dos planos particulares de saúde pelos "serviços prestados". O hospital onde foi realizado a retirada de órgãos sequer possuia alvará da vigilância sanitária e apresentava altos índices de infecção hospitalar, levando inclusive uma das receptoras de um rim do meu filho à morte por infecção. As córneas foram encaminhadas e implantadas em um hospital que não possuia credenciamento, por uma equipe que também não era credenciada.

Depois de tudo isso, sabe quantas pessoas foram punidas?

NENHUMA.

Estão todos trabalhando, vendendo órgãos e distribuindo fora da fila, além de superfaturarem cobrando de diversas fontes.

A lei aprovada hoje assim como a lei 9.434/97 e a resolução 1.480/97 são legislações que não valem para nada, principalmente se isto atrapalhar o faturamento do médico. Dizem que é para acelerar os transplantes, mas na verdade tem algo muito maior atrás disso, e que será visível num futuro breve, quando as filas continuarem do mesmo tamanho.

Foi assim também com a lei 10.211/01. O Ministro da Saúde José Serra, amigo particular e colega de partido do chefe da máfia de transplantes Mosconi, resolveu liberar a doação entre vivos sem exigir grau de parentesco, alegando que isto seria um grande benefício para os pacientes da fila. Acontece que esta liberação só tinha um alvo: Permitir que o amigo pobre doasse com muito amor um rim para o amigo rico que em troca depositava uma graninha para o amigo pobre. A fila jamais teve qualquer alteração depois desta lei. Mas os médicos.... faturam muito mais hoje! E sem riscos de processos, pois agora pode!

domingo, 8 de julho de 2007

Mais sobre os "Direitos Humanos" no Brasil

A julgar pela quantidade de entidades de direitos humanos no Brasil, deveríamos ser o país mais politicamente correto do mundo. Mas na prática, não é o que acontece. Segundo relatórios de entidades internacionais, há violação de direitos humanos no Brasil acontecendo neste exato momento em que você lê este texto.

Por isso no Brasil ouvimos dizer que é preciso "coragem" para denunciar. Geralmente as violações de direitos se invertem, e aquele que desrespeitou uma lei passa a ser a vítima.

A Comissão de Direitos Humanos da câmara federal em Brasília, por exemplo, possui entre seus pares um deputado chamado GERALDO THADEU PEDREIRA DO SANTOS, pertencente ao PPS. Ao levar à comissão a denúncia do assassinato do meu filho, através de um requerimento de um ex-deputado federal, Geraldo sentiu-se indignado. Foi ao plenário e me acusou de diversos crimes praticados pela internet. Os crimes a que ele se refere, são e-mails cobrando de delegados e do Ministério Público, uma resposta sobre as violações praticadas contra mim e principalmente contra a vida do meu filho.

Geraldo Thadeu era prefeito em Poços de Caldas quando Paulinho foi assassinado e dava suporte político e financeiro à central clandestina de transplantes que utilizava órgãos em filas de espera particulares - vulgo tráfico de órgãos. Geraldo chegou a ser denunciado por improbidade administrativa, falsidade ideológico dentre outras acusações, mas ao adquirir o título de deputado federal, livrou-se de tudo.

Atualmente Geraldo Thadeu está trabalhando em conjunto com o Ministério Público Federal na área de direitos humanos. Ambos não desejam que o caso Paulinho venha à tona. Neste caso, o fato de o médico matar 9 pacientes e vender seus órgãos além de extorquir as famílias, o SUS e os planos particulares de saúdes pois cobrava de todas as pontas pelo "serviço", não se trata de violação de direitos humanos das vítimas, mas sim do médico.

Segundo Geraldo Thadeu e seus comparsas (e este último inclui o Ministério Público Federal), dizem que não se pode execrar publicamente um assassino e vendedor de órgãos humanos, pois estamos num estado democrático de direito. Matar pode! Ser importunado pela justiça é violação de direitos humanos!

No Brasil nenhum entidade de direitos humanos quer saber deste caso. Envolve políticos e médicos renomados, e sendo assim pode prejudicar a distribuição de dinheiro pela ONGs.

Aprendemos no Brasil que é expressamente proibído molestar crianças, explora-las sexualmente, e obriga-las a trabalhar ainda menores de idade sem que tenham um estudo adequado. E aprendemos também que estas violações são as maiores praticadas contra as crianças, e na prática ninguém faz nada. Entre a existência de um código de defesa e a efetiva prática contra a violação há um grande caminho que não interessa a nenhum defensor de direitos humanos.

Por que?

Alguns políticos se elegem graças a estas causas que nunca parecem ter fim. O turismo sexual no Nordeste nunca vai acabar. Políticos organizam uma fila de mães desesperadas para que suas filhas não sejam exploradas que terminam por votar nestes políticos em troca de uma promessa vazia de solução do problema, durante as campanhas eleitorais. Depois de eleitos, organizam seminários, comissões e ONGs todas regadas a muito fundo perdido, e passam a não mais atender os interesses daquelas mães desesperadas, pois o principal interesse já foi atendido: Eles se elegeram!

No Brasil, matar crianças para fins de tráfico de órgãos, explorá-las sexualmente ou simplesmente fazê-las desaparecer, não é violação de direitos humanos. Exceto para fazer relatórios para entidades internacionais.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Direitos Humanos: Indenizações à terroristas

Há 7 anos venho pedindo ajuda de ONGs direcionadas à defesa dos direitos humanos. E nestes 7 anos não recebi uma ajuda sequer. Nenhuma resposta, seja por e-mail, fax, papel higiênico, ou guardanapo. Nenhuma palavra foi direcionada para minhas necessidades. Antes eu não entendia, mas agora compreendo claramente.
O terceiro setor (ONGs) foi instalado no país com o objetivo de transferir alguns poderes à sociedade civil. Além da transferência de poder, obviamente tranfere-se também dinheiro! O combustível básico de tudo o que acontece envolvendo política neste país.
O maior site de direitos humanos no Brasil é DhNet, e foi lá que encontrei a essência dos defensores dos direitos humanos no Brasil. Na grande maioria sobreviventes do regime militar. Pessoas que um dia pegaram em armas ou se engajaram em movimentos políticos clandestinos criados para tornar o Brasil em um país socialistas.
Mas por que eles desejavam um país socialista?
A resposta é simples! Eles desejavam e ponto final! Num país de alguns milhões de brasileiros, um grupo achou que a sua vontade era mais importante do que a vontade do resto do país. Organizaram-se em grupos armados para matar, sequestrar, roubar bancos, destruir patrimônios públicos em nome de um "ideal" só deles.
Se eles desejavam tanto o socialismo, porque não foram para Cuba, Rússia e China?
A resposta é simples! O que estamos vivendo hoje explica tudo. O ideal revolucionário, visava apenas dar o poder e dinheiro a estas "mentes brilhantes". Nunca houve qualquer ideal por trás destes atentados. Sempre existiu o desejo de ter o poder e dinheiro. E hoje eles conseguiram.
Por que apesar da existência de tantas organizações de direitos humanos, continuamos a perceber tanta violação no Brasil?
A resposta é simples! Estes grupos foram criados basicamente para lutar por indenizações aos familiares dos presos "políticos". A verdadeira violação de direitos humanos que é praticada diariamente contra muitos brasileiros, é completamente desprezada. Lutar para que um brasileiro tenha atendimento à saúde adequado não dá IBOPE e muito menos dinheiro. Parece que o mal do mundo foi praticado somente contra os "perseguidos políticos". O resto é lixo e assim deve ser tratado. O site DhNet enaltece muito a importância da luta armada. O título de um texto de um dos defensores dos direitos humanos é bastande elucidativo.
A LUTA ARMADA: UM APRENDIZADO PARA A MULHER
No texto a autora revela que "Aquelas que se dedicaram à luta pela libertação do povo mostraram mais uma vez que a mulher brasileira não deixou por menos: foi rebelde à tirania e enfrentou o inimigo cara a cara."
Se dedicaram à luta pela libertação do povo?
O povo estava preso?
Enfrentou o inimigo cara a cara?
Quem era o inimigo?
Quem colocava bombas, assaltava e sequestrava ou os militares que cumpriam seu papel de defesa nacional?
Se sentem martires de uma luta que perderam. O próprio regime militar aos poucos foi devolvendo a liberdade que tiraram dos brasileiros. E só tiraram a nossa liberdade - que nada tinhamos a ver com o terrorismo - graças a existência de terroristas, caso contrário, não teríamos a ditadura militar! Simples!!
Portanto, se você possui algum parente que matou, sequestrou, assaltou bancos e "justiçou" alguns "companheiros", entre em contato com os defensores de direitos humanos. Eles te darão todo o suporte para que você fique rico com pensões milionárias, pois o caminho para isto já está completamente aberto dentro do governo.
Caso você tenha perdido um filho para um traficante de órgãos, esqueça. Caso seus direitos de cidadão foram violados, como por exemplo ver que seu dinheiro está sendo roubado, e em troca não lhe dão saúde, moradia ou educação previstos pela constituição, esqueça.
Siga o exemplo que o governo está nos dando: Arme-se e lute pelo seu ideal. Seja lá qual for. Eles também não tinham um ideal e inventaram um. Como sugestão, você pode desejar que todo brasileiro seja Corinthiano, pois você sonha com isso! Junte um grupo em nome do Corintianismo e comece sua revolução.
Assalte, sequestre e mate em nome de seu ideal. O Brasil deve ter um regime Corintiano pois é este o seu sonho! Afinal, no passado foi assim que eles fizeram e deu certo! Hoje possuem poder e consequentemente dinheiro. Segundo o site Contas Abertas, o governo transferiu de 2001 à 2006 mais de 13 BILHÕES de reais para ONGs. Não tenho dados sobre quanto foi destinado aquelas que se preocupam com os direitos humanos. Mas não deve ter sido pouco. Uma tentativa de se instalar uma CPI em Brasília para apurar estas transferências às ONGs, foi combatida por muita gente e principalmente pelos ex-guerrilheiros que hoje possuem influência política - pasmem. Por que será?
Mas lembre-se! O verdadeiro direito humano, está muito longe de dar proteção e indenização à terroristas. O direito humano está completamente distorcido por aqueles que no passado tinham "ideais" políticos duvidosos, e estão repetindo seus feitos em nome de poder e dinheiro.
Se eu estiver enganado, o mundo deve pensar que Bin Laden deveria ser indenizado por atentar contra o WTC, em nome de seu ideal. Será que o mundo pensa assim?

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O povo brasileiro

Por várias vezes me perguntei como os judeus permitiram que Hitler os massacrassem. Eu imagino que o terror tenha se instalado lentamente até que tomasse a dimensão de holocausto. Acredito que a chave para o sucesso de Hitler foi a forma pacífica e sem atitudes que os judeus aceitavam a cada investida nazista.

Hitler aos poucos, isolou judeus em guetos, e mais tarde não satisfeito, acabou com eles.

Não havia lei, direitos humanos ou qualquer explicação para estas atitudes, mas ela foram se impondo de tal forma que parecia bloquear a inteligência dos ofendidos. Muito tardiamente, apareceram as resistências, e infelizmente era muito tarde. Acabaram lutando para se manterem vivos, e não para evitar o genocídio.

É assim que vejo hoje os brasileiros. Estamos apáticos, incrédulos e coniventes com a corrupção que está lentamente tomando conta do país. Nunca antes na história deste país, se teve tanta certeza de que políticos estão roubando, fraudando, sonegando e nos matando aos poucos.

Temos um Presidente da República que não sabe de nada, não viu nada e que possui um irmão lobista, definido como ingênuo. Adotamos um lema que não nos pertence:

"Todos são inocentes mesmo que se prove o contrário".

Mas se você é honesto e está longe da política, não pense que este lema lhe serve. Ele é válido apenas para os desonestos e para aqueles que possuem relações com o presidente. Chegamos num ponto, onde um senador envolvido em propinagem, escolhe quem será o presidente do conselho de ética que vai julgá-lo, impondo inclusive o nome do relator. Tudo para garantir que é mesmo inocente.

As escutas telefônicas divulgadas pela polícia, deixaram de colocar bandidos na cadeia, para transformá-los em vítimas das investigações. Incluindo o irmão ignorante do presidente.

A falência moral do povo brasileiro é tão explícita que ficamos felizes em acreditar em uma possível cassação do senador propineiro, quando o certo seria que ele estivesse preso por sonegação fiscal, sem qualquer opinião do conselho de ética que nada significa.

Aceitamos sorridentes as manobras políticas para salvar das garras da lei, políticos envolvidos em escândalos que envergonham e destróem a nossa nação, enquanto enterramos nossos entes queridos assassinados em um farol de trânsito, ou em uma maca de hospital para fins de tráfico de órgãos.

Hoje assisti atônito um policial provocando um traficante pelo rádio, e o mesmo respondia a altura. O traficante tinha rádio!

Estes policiais, muitas vezes pai de família, deixam o lar sem saber se voltarão. Despedem-se de seus filhos a cada turno de trabalho como se fosse a última vez. Nos confrontos com os traficantes onde suas vidas ficam por um fio, conseguem prender meia dúzia de bandidos que inexplicavelmente, um ministro do supremo devolve as ruas através de uma canetada. Aqueles policiais que tombaram em defesa do estado, ficam esquecidos, e os traficantes de volta às ruas fazem festas regadas a muito pó.

No Brasil nazista de hoje, estamos promovendo terrorista à general e pagando indenizações retroativas por ter abandonado o exército em nome de uma revolução socialista. O herói que o governo está criando, é aquele que assaltou bancos, fez sequestros, deu as costas ao país e roubava armas do exército para entregar a terroristas. É este o povo brasileiro com quem o governo sonha!

Antes de sermos jogados em um gueto, devemos nos inspirar nos "heróis" do passado brasileiro - se necessário com os mesmo métodos já que foram aprovados pelo governo - e evitarmos assim uma nova tragédia na humanidade como foi o holocausto.

Antes que seja tarde demais.

terça-feira, 26 de junho de 2007

A lógica Nazista do Ministro da Saúde

O Ministro da Saúde José Gomes Temporão disse à reportagem do G1, que fetos com menos de 12 semanas de vida, não sentem dor. Por isso, ele apóia o aborto para estes casos.

O Ministro da Saúde afirmou que “Até ali, em torno da 12ª semana, não há (no feto) consciência, sofrimento, dor. Vários especialistas dizem isso, e é essa a posição que eu defendo”, afirmou. “Aborto é questão de saúde pública. A legislação precisa ser mudada”.

Ainda segundo o Ministro da Saúde, “Existem questões éticas, filosóficas e religiosas envolvidas. Mas o governo tem de se preocupar com o concreto e fazer alguma coisa em relação à dor e ao sofrimento dessas mulheres”.

Ele disse que devemos nos preocupar com o "concreto" e esquecer as "questões éticas", compreenderam?

Afinal, para que serve a ética para quem quer destruir um feto?

Em resumo para que todos entendam a opinião deste imbecil:

Assassinato sem dor não é crime!

Se a pessoa que ocupa uma vaga como esta de Ministro da Saúde pensa assim, significa que podemos ter respostas para outras discussões tão calorosas quanto o aborto.

Por exemplo a Eutanásia: Se o paciente não sente dor, qual o problema matá-lo? Afinal, assassinato sem dor não é crime. Um paciente em coma está inconsciente, não sente dor e nem sofrimento. Logo, podemos pela lógica do Ministro matá-lo!

Outro exemplo em relação a ocupação de UTI's. O governo de Humberto Costa tentou dar o poder aos médicos de desligarem pacientes supostamente sem chances de recuperação - EM HOSPITAIS PÚBLICOS - para liberação de vagas em UTI's. Matar para abrir espaço! Pela lógica do atual Ministro da Saúde, isto seria completamente sensato: paciente em coma, inconsciente, não sente dor e nem sofrimento... bingo!

Este Ministro da Saúde talvez não saiba, que uma política correta e sem corrupção, pode estender à todas as mulheres a opção de não engravidar! Talvez este Ministro da Saúde não tenha informações sobre o que em países de primeiro mundo é conhecido como controle de natalidade.

O Ministro da Saúde, este imbecil por natureza, defendo o controle da natalidade matando fetos que não sintam dores, em nome de mulheres que "sofrem" com a gravidez. Mas não sofreram na hora de praticar o sexo!

Estas mulheres que o imbecil Ministro da Saúde defende e que apóiam a idéia do assassinato de fetos como controle da natalidade, se fossem menos ignorantes (no sentido literal da palavra) teriam exigido meios anti-conceptivos gratuítos que só não chegam a elas devido a corrupção no Ministério deste mesmo imbecil. Mas preferiram relaxar e gozar - dentro do estilo petista de viver. Fizeram sem avaliar as consequências, e as responsabilidades, e agora querem extirpar o "mal" pela raiz.

Para resolver o problema da falta de política preventiva, trucidamos um feto, e jogamos muita terra para cobrir esta criatura suja, resultado de uma relação sexual sem gosto. Em outras palavras, uma bebê em plena formação e de saúde invejável.

Mas este imbecil que atende pelo nome de José Gomes Temporão tem atuado com muita coerência. Em junho de 2006, através da portaria de No. 542, o então Secretário de Assistência à Saúde - José Gomes Temporão - autorizou Álvaro Ianhez a voltar a fazer transplantes.

Álvaro Ianhez mantinha uma central clandestina em Poços de Caldas onde 9 pacientes tiveram seus órgãos arrancados sem a comprovação da morte encefálica, para fins de Tráfico de Órgãos. Este médico foi o que matou Paulo Veronesi Pavesi, meu filho, que recebeu anestesia geral antes de ter os rins retirados quando ainda estava vivo.

Agora sim faz sentido. Paulinho foi anestesiado. Inconsciente, sem dor, sem sofrimento dentro da lógica do Ministro da Saúde, pode matar. Nada mais justo - olhando pelo "concreto" - nomear alguém que responde por homicídio de doadores de órgãos para voltar a fazer transplantes - esquecendo as "questões éticas".

É compreensível que as mulheres sejam donas de seus próprios corpos. Mas é inaceitável que elas decidam o fim da vida dos seus fetos.

sábado, 16 de junho de 2007

As manobras do MPF para abafar o Tráfico de Órgãos

Finalmente recebi um e-mail do Ministério Público Federal. Mais especificamente, a procuradora federal dos "direitos dos cidadãos". Infelizmente, a resposta do e-mail confirma a morosidade na apuração dos fatos que constam em processos e em denúncias, envolvendo o crime de tráfico de órgãos.
Diz o e-mail:
Senhor Paulo Pavesi,

Informo-lhe o que
segue:

No dia 21/11/06, recebi do Gabinete do PGR cópia do dossiê encaminhado por V. S. a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Em pesquisa dos registros da PFDC localizei mensagem eletrônica encaminhada em 23/11/05 à PFDC e a uma série de outras pessoas. Tendo ele mencionado uma representação que fora arquivada no MPF, localizei o PA n. 08123.000269/98-80 na Procuradoria de São Paulo, cuja remessa solicitei, em 20/12/2006.
Os autos chegaram em minhas mãos em 9/02/07 quando proferi o seguinte despacho: "A Coordenadoria de Assessoramento Multidisciplinar para analisar em conjunto com o dossiê Paulinho Por Justiça e apresentar-me o relatório dos pontos controvertidos." Os autos foram distribuídos ao Analista Pericial Paulo Rogério no dia 11/02/07.

Foi muito bom V. S. ter enviado a mensagem que me fez perceber a demora na análise, muito embora não se deva a desídia. A PFDC recebe uma média de 300 procedimentos administrativos por mês, para revisão.

Espero em breve poder lhe dar uma resposta sobre a possibilidade de atuação desta Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.

Atenciosamente,

Ela Wiecko V. de Castilho
Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão
Podemos perceber que se eu não tivesse enviado e-mail à esta procuradora, o caso continuaria - como está - engavetado no Ministério Público Federal.
O Ministério Público Federal que acompanha o caso Paulinho - morto aos 10 anos pela Máfia do Tráfico de Órgãos - em 2002 chegou a me processar por estar cobrando uma atitude deles, já que a denúncia formulada contra os assassinos na justiça, foi completamente montada para beneficiar os criminosos. Médicos que participaram do assassinato foram excluídos da denúncia por serem sócios de um ex-deputado federal do PSDB.
Fui absolvido neste processo que abriram para me calar e a juíza reconheceu que minha denúncia era procedente, solicitando respostas ao Ministério Público Federal que até hoje não as forneceu.
Respondi o e-mail acima, e até agora não obtive respostas. Para quem acompanha este blog, deixe uma cópia do e-mail que enviei para este procuradora:

Cara Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão
ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO

Agradeço a raríssima oportunidade de receber uma resposta do MPF.

Certamente a senhora não leu a minha denúncia na íntegra, pois saberia que não foi apenas uma representação apresentada. Foram 7 representações que nunca foram respondidas pelo Ministério Público Federal, entregues pessoalmente na Procuradoria Regional da República em São Paulo. Os números de todas as representações, das quais possuo o protocolo, constam no corpo da denúncia.

Nos últimos anos, graças às pressões do Ministério Público Federal, fui processado, tive meus sigilos eletrônicos quebrados e a minha vida vasculhada. Não tiveram a mesma preocupação com os assassinos, mas para quem conhece o contexto, o motivo se torna óbvio. O Ministério Público Federal chegou a insinuar que eu seria até mesmo um assassino, responsável pelo "suicídio" de Carlos Marcondes - administrador da Santa Casa. Tal operação em acabar com a minha vida, tão empenhada pelos procuradores mineiros, pela polícia federal de Varginha, pelos médicos e pelo chefe da Máfia de transplantes, custou o meu emprego, minha separação, meu carro, minha casa e diversos problemas de saúde.

Independentemente de todos os males que me causaram, somado ainda a perda de um filho muito precioso, tive que conseguir alguma forma honesta de me sustentar e dar sustento a minha família. Sem vender gados inexistentes, sem comercializar ilegalmente rins e córneas e, muito menos construindo pontes que ligam nada a lugar nenhum, consegui isso trabalhando muito. Ninguém do Ministério Público Federal, me telefonou para perguntar se o peso de tudo o que eu estava vivendo, atrapalhava a minha defesa em outro estado brasileiro, nos processos que entraram contra mim.

Portanto, pouco me importa se a senhora recebe 300, 30000 ou apenas 1 caso. Se o volume de crimes a ser apurado é tão grande assim, acho que a procuradoria poderia se empenhar o mínimo possível e pedir o impeachment, pois acho que o presidente deve ser indiretamente o responsável, haja visto que nossa política de segurança pública é apenas brincadeira de criança. Isso sem contar o envolvimento de partidários do presidente em tantos casos de corrupção, que estão abarrotando a polícia federal.

Como pode ver, a apuração dos crimes continua sendo um problema do Ministério Público Federal, que existe para isso, e não de nós denunciantes, apesar de ajudarmos muito a desvendá-los.

Os prazos devem ser cumpridos como determina a lei. Pelo menos, é isso que os procuradores me disseram quando me processaram.

É dever da senhora, do estado e da união prover as respostas para as ações criminosas que estou denunciando. Inclusive o envolvimento de procuradores federais de Belo Horizonte no abafamento do caso e na proteção aos criminosos. No mínimo - PREVARICAÇÃO!

Vocês me processaram e perderam. E ainda assim não estão aceitando a necessidade de denunciar os verdadeiros assassinos do meu filho?

Então para que serve a justiça?

Para dar cobertura a assassinos de crianças de 10 anos?

Fui submetido à todo o tipo de confronto legal, e superei a todos, e não é o suficiente para que vocês aceitem a minha denúncia e processem os verdadeiros criminosos?

Agora, é hora de reconhecer o erro e dar uma resposta e não jogar a culpa no volume de serviços que os procuradores têm. Aliás, sem qualquer valor próximo ao teto dos salários destes procuradores, eu fiz muito mais do que eles, e de graça. E não fiz pelo meu filho. Estou fazendo pelo filhos dos outros, e quem sabe até os seus.

A perícia que a senhora solicitou não deve ser tão demorada, uma vez que já está em anexo todas as provas que constam no processo de homicídio, um relatório final de uma CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS, e até o pedido da própria Juíza Federal que reconheceu a minha denúncia como verdadeira me absolvendo em seguida, e não como uma denúncia de um desqualificado esquisofrênico, como o MPF tentou provar.

Se necessário for devido a precariedade da atuação pericial em relação ao prazo, posso levá-los pessoalmente as cópias das provas que foram extraídas do processo do homicídio do meu filho, que por justiça, foram anexadas lá pelo próprio Ministério Público Federal.

A perícia que a senhora está solicitando é para ver se o que o próprio Ministério Público Federal anexou ao processo e que ao mesmo tempo as ignorou, são válidas?

Onde está o relatório final da CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS que confirma as minhas denúncias e que foi encaminhado ao Procurador Geral da República?

Onde está a resposta para o processo que moveram contra mim, e perderam?

Onde está a resposta para a denúncia que enviei há 9 meses atrás, e que já venho denunciando a 7 anos?

Quanto tempo ainda terei de esperar para que eles sejam denunciados?

Ou será que estão tentando jogar no esquecimento mais uma vez (a exemplo do caso de Taubaté) onde o processo prescreveu depois de 20 anos engavetado?

Cara procuradora. O Ministério Público Federal não está me fazendo qualquer favor.

É atribuição deste órgão responder as minhas perguntas, e de preferência com provas como elas foram formuladas.

Espero há 7 anos por uma resposta e ainda a senhora me diz que precisam de mais tempo?

Estes marginais possuem tanta influência assim a ponto de conseguirem prorrogar a simples análise de um documento de 237 páginas por tanto tempo? De acordo com o tempo decorrido, daria tempo de ler uma página por dia e sobraria muitos anos.

Nestes 7 anos, já me processaram e fui absolvido e ainda sequer denunciaram os verdadeiros assassinos do meu filho?

Para ter os meus direitos reconhecidos e o direito fundamental do meu filho que é a vida, devo me filiar ao partido do presidente?

Os assassinos nem pertencem ao partido presidente, mas pertencem à oposição. Nem isto parece fazer diferença neste país onde a política suja vale mais que uma vida.

Para finalizar, estou entrando com um pedido para participar de uma audiência temática em julho deste ano, em Washington na sede da OEA. Se a ONG que está entrando com o pedido não conseguir esta audiência, não terá problemas. Ainda assim, estarei lá para entregar pessoalmente a denúncia que comprova a morosidade e falta de comprometimento do Ministério Público Federal em resolver este caso. Talvez para o MPF isso faça pouca diferença ou até nenhuma. De qualquer forma, continuo fazendo o que todo cidadão deveria fazer em um país "democrático" e "livre", como é o Brasil.

Exigir que os meus direitos sejam reconhecidos e tirar de circulação, por consequência, marginais que usam aventais branco para matar crianças com o intuito de comércio ilegal de órgãos humanos.

Lembre-se procuradora, após o meu filho, mais 8 pessoas foram assassinadas por este grupo, no mesmo local.

Quantas mais vítimas o Ministério Público Federal deseja que sejam assassinadas para tomar uma providência contra este tipo de crime?

Paulo Pavesi

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Como o MPF atua para acobertar o tráfico de órgãos

O Ministério Público Federal tem atuado com bastante afinco para acobertar denúncias de tráfico de órgãos. Eu vou mostrar como eles fazem. Na verdade sem seria necessário pois basta telefonar ao Procurador Geral da República e perguntar sobre o relatório final da CPI do Tráfico de Órgãos e terá a resposta.

Em novembro de 2006 enviei uma denúncia para o procurador geral. Eles nunca me enviaram qualquer comunicado, sequer dizendo: "Jogamos no lixo!". Eles não precisam disso, pois estamos vivendo numa ditadura e sendo assim, você tem à quem reclamar. Ajoelhe e chore.

Segundo soube, a denúncia foi encaminhada para o Gabinete da Procuradora ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO. Ao telefonar para lá, no mês de maio de 2007, e perguntar sobre o relatório, fui informado de que o mesmo estava no Gabinete do Procurador Geral. Na verdade eu telefonei no Gabinete do Procurador Geral e os assessores garantiram que a denúncia estava com ela ou Ela. Insiste mais um pouco e me disseram que não sabia do que se tratava e que precisariam de um tempo para procurar o documento.

Mais um tempo? A denúncia se refere à fatos ocorridos em 2000. Depois disso, inúmeros pedidos foram feitos ao MPF para que analisassem as denúncias e até hoje nunca enviaram nenhuma resposta. Querem mais tempo?

Disse então que não precisariam se incomodar, afinal, é tanta denúncia neste país de impunidade que não deve ter procurador suficiente para atender a demanda da população, ainda que o denunciante faça como eu fiz, e entregue tudo mastigado.

Para se ter uma idéia melhor de como atua o MPF, lembro à você leitor que fui processado pelos Procuradores Federais de Belo Horizonte, que trocaram nomes dos médicos que mataram meu , filho para fins de tráfico de órgãos, protegendo então os verdadeiros assassinos.

Na denúncia que fizeram contra mim, 9 procuradores assinaram como podemos ver no quadro abaixo. Os procuradores que acusei, eram testemunhas deles mesmos.


Contra os médicos, apenas três procuradores assinaram. Para o denunciante, todo o rigor da lei. Para os assassinos, todos o benefício do código penal.
O delegado da Polícia Federal de São Paulo Antônio Manuel Costa, foi responsável pelo inquérito aberto contra mim. Ao levar as denúncias à ele, o mesmo pediu a presença do Ministério Público Federal em meu depoimento, conforme o documento abaixo:

No dia do meu depoimento, nenhum procurador compareceu, e o pedido foi reiterado por mais vezes. Nunca o MPF quis ouvir as denúncias.
Talvez eles precisem de mais tempo, até que o crime esteja prescrito. Nesse contexto, é muito fácil afirmar que no Brasil, não há tráfico de órgãos.
Acredite. Eu torço para que nenhum de vocês precisem do Ministério Público Federal como eu precisei para punir os assassinos do meu filho. Aliás, espero que não precisem do Ministério Público Federal para nada.

Não há provas

No Brasil não existe justiça. Isto já está claro. A moda agora é dizer que não há provas. Neste caso, o brasileiro deveria exigir da justiça que a mesma nos informe o que ela entende como "prova".

Movimentações suspeitas e não declaradas à receita federal, não são provas.

O transporte mal acomodado de dinheiro dentro de cuecas, sem origem declarada, comprovada ou informada, também não é.

Superfaturamento de obras, nem pensar.

Pagamento de pensão alimentícia, através de lobistas da construção civil, é natural.

Escutas telefônicas passaram a ser apenas conversas vazias sem conteúdo criminoso, ainda que nas gravações seja falado em oferta de propinas e compras de sentenças judicias. Nada disso é prova.

Vídeos de funcionários públicos recebendo propinas só serve para o YouTube. E mesmo assim devem ser publicadas na categoria "funny".

Quais são as provas então que precisamos para colocar alguém dentro de uma cela por corrupção?

A resposta é simples: Nenhuma. Você pode apresentar uma declaração do papa assinada por Jesus, e mesmo assim, não valerá de nada, pois os testes do carbono 14 ainda não são confiáveis.

O que vale mesmo neste país, é roubar. O roubo está estatizado. Ninguém se atreve a interferir em licitações fraudulentas, ou em flagrantes da polícia. No dia seguinte, poderá ser o boneco de Judas em uma feira livre, onde aliás não faltará porretes e canivetes.

A prova que temos é que habeas corpus é moeda de troca, e quem rouba tem dinheiro pelo ladrão. Desculpem-me pelo trocadilho, mas é assim mesmo que funciona.

Não há limites e nem tão pouco patente. Todos estão autorizados à roubar o dinheiro público que hoje está abarrotando os cofres do Brasil.

Chegamos num ponto onde o judiciário está acusando a Polícia Federal de realizar prisões ilegais, sem existência de provas, sem qualquer indício necessário para que a mesma seja decretada. Mas ninguém ainda comentou que para a Polícia Federal prender alguém, é necessário um pedido de prisão autorizado pelo judiciário!

Se a prisão acontece, é porque o judiciário autorizou!

Como o judiciário depois alega que as prisões foram ilegais?

Não há provas.
Não há culpados.
Prender ladrão é ilegal.
Roubar os cofres públicos é que vale à pena.
Desde que não se esqueçam da propinagem.
O Brasil é o país do vale-tudo.

Se você leu este texto, poderá fazer um teste para descobrir o que é prova aceitável.

Entre em um supermercado e coloque uma lata de atum no bolso. Permita que as câmeras registrem sua empreitada e tente sair sem pagar.

Te vejo nas primeiras páginas dos jornais, algemado e trancafiado!

Abraços

sábado, 26 de maio de 2007

A proteção ao Tráfico de Órgãos

O crime de tráfico de órgãos é Lenda Urbana para as autoridades brasileiras. Poucos órgãos de imprensa têm a coragem de falar sobre o assunto. No Brasil o assunto tomou algum espaço na mídia quando meu filho foi assassinado por médicos na cidade de Poços de Caldas. Utilizando-se de uma Central de transplantes clandestina, 9 médicos juntarem-se para extrair rins e córneas do Paulinho. Forjaram provas, e ganharam a conivência do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, graças ao chefe desta Máfia, que na época ocupava uma vaga de Deputado Federal.
Ao denunciar o crime às autoridades, médicos, procuradores e delegado federal uniram-se em processos contra mim. Consegui uma CPI federal cujo resultado foi abafado. Um procurador federal na época da instalação da CPI chegou a enviar e-mail ao presidente pedindo para que a mesma não fosse adiante. Por qual motivo?
O motivo é óbvio. A rede de tráfico de órgãos movimento bilhões de dólares em todo o mundo. Centenas de pessoas possuem estrutura financeira suficiente para não terem de enfrentar a fila de transplantes do SUS.
No ano passado, o Tribunal de Contas da União anunciou através da uma auditoria que a fila de transplantes simplesmente não existia. As fraudes neste sistema são intermináveis e contam hoje com até com leis implantadas em 2001 que facilitam a venda de rins.
Outro problema é o envolvimento de médicos "renomados" e "poderosos". Estes médicos possuem influência no congresso e dentro das autoridades federais. Não existe hoje autoridade com coragem suficiente e nem seriedade para conter os assassinatos que estão acontecendo pelo país.
O tráfico de órgãos possui diversos modos de operação.
1. Um paciente entra no hospital com trauma encefálico leve ou insignificante e é colocado na UTI. Em seguida, aproveitando da ignorância da família que desconhece o nível de gravidade do acidente, e não tem informações sobre medicina, médicos levam o paciente ao coma induzido. Todos os tratamentos necessários para a recuperação do paciente são negligenciados e seu estado de saúde naturalmente piora. A família é consultada sobre a possibilidade de doação de órgãos. Se favoráveis, os médicos apressam a morte de diversas formas. Em últimos casos, como aconteceu com o meu filho, os órgãos são retirados ainda com o paciente vivo. Em 1985 na cidade de Taubaté, quatro médicos realizaram a retirada de órgãos de pessoas ainda com vida, incluindo crianças. O caso foi denunciado, mas a poderosa Máfia dos transplantes conseguiu fazer com que o crime prescrevesse, deixando o processo parado por mais de 20 anos em uma gaveta qualquer da justiça.
2. A outra forma, atualmente mais utilizada é a venda de rins entre vivos. Antes da morte do meu filho, somente era possível a doação de órgãos entre vivos por pessoas que fossem parentes consanguineas até o 4o grau. Em 2001 o Ministro José Serra que atuou intensamente para que o caso Paulinho fosse abafado, modificou apressadamente a lei 9.434, inserindo a lei 10.211 que passou a permitir a doação entre vivos de qualquer pessoa, com algum grau de parentesco ou simplesmente um desconhecido. Para tal, a justiça deveria autorizar a operação. O número de transplantes entre vivos cresceu assustadoramente. Quem precisa de um rim para viver, pode hoje visitar uma favela e oferecer algum dinheiro a um estranho, levá-lo ao tribunal e fazer a cirurgia, com a ajuda de laudos e exames produzidos por médicos que conhecem a ilegalidade.
3. Esta forma é completamente descartada pelas autoridades, mas existe em grande escala. É a história do rapto. Não é como os médicos divulgam na internet, incluindo uma banheira de gelo. Obviamente qualquer ladrão de órgãos não deixaria sua vítima viva para contar o que aconteceu, até porque esta vítima possuiu duas fontes de renda e não somente uma. Sem rins, ninguém sobrevive. Se olharmos as fichas de pessoas desaparecidas, principalmente aqueles que são moradores de rua, encontraremos mistérios inexplicáveis. Por serem moradores de rua, os casos simplesmente são ignorados, pois não há qualquer cobrança pela vida desta pessoa. Como vivem nas ruas, são considerados animais pelas autoridades brasileiras e como são excluídos da sociedade, seus desaparecimentos são completamente ignorados.
Nesta semana, durante uma audiência pública sobre denúncias de tráfico de órgãos na Amazônia, que fora denunciado por uma pesquisadora colombiana (pois nunca a denúncia partirá daqui de dentro), o coordenador de Operações Especiais de Fronteiras da Polícia Federal, Mauro Spósito utilizou argumentos padrões, distribuídos por médicos à imprensa para negar a existência deste tipo de crime.
Mauro disse que tráfico de órgãos na Amazônia é "crença indígena". Talvez este cidadão acredite ser crença indígena também o desmatamento e o uso da selva para laboratórios clandestinos para o refino de cocaína. Em seguida ele afirma:
"que a cirurgia para retirada e transplante de órgãos é sofisticada (envolve técnica cirúrgica, equipamento, e medicamentos) e tem que ser feita rapidamente, o que é difícil no meio da selva amazônica."
Em 2003 foi descoberto no Brasil uma rede de tráfico internacional de rins, onde as cirurgias eram realizadas em um flat na cidade de Durbain. Se a cirurgia ocorre em um flat na Africa do Sul, qual o problema de ser realizada no Amazonas?
Apesar do desespero de índios que relatam o desaparecimento de seus familiares, o superintendente da Polícia Federal não conseguiu encontrar qualquer evidência. A Polícia Federal até hoje não encontrou a origem do dinheiro do mensalão e dos dólares na cueca de alguns assessores parlamentares que voavam os céus do Brasil, e também nenhum caixa 2 foi devidamente esclarecido. Será que também temos que acreditar que nada disso aconteceu? Só porque a incompentência (?) da Polícia Federal não consegue solucionar um caso através de suas investigações?
O Ministério da Saúde também conta com uma rede estruturada para abafar os casos. Nesta mesma audiência, Camila Carlone Gaspar, da Coordenação do Sistema Nacional de Transplante do Ministério da Saúde disse que "não existe tráfico de órgãos na Amazônia e em nenhuma região do Brasil".
Ela não pode assumir a existência da Máfia de tráfico de órgãos uma vez que é dentro do Ministério da Saúde que as cirurgias clandestinas além de serem autorizadas, são pagas com dinheiro público. No caso Paulinho, descobriu-se que a máfia tinha tanto poder no Ministério da Saúde, que até partos em homens realizavam, e recebiam do Ministério mesmo assim.
No caso de Camila, não precisa ir muito longe. Basta pedir para que ela apresente a lista de órgãos que foram captados, de onde foram captados e para quem foram doados. Se ela responder esta pergunta, já será um grande avanço uma vez que o Ministério da Saúde não tem qualquer controle sobre as cirurgias.
Enquanto se discute em Brasília mais uma vez, uma forma de ignorar o assunto, a revista Veja de 23 de maio de 2007, fez uma pequena matéria sobre o assunto. E "veja" que interessante! Ela narra justamente a venda de rins dentro dos tribunais brasilieros, sem que qualquer autoridade interfira.
Vale a pena ler abaixo a matéria na íntegra:
O CORPO À VENDA
Existem 32 000 pessoas esperando por um,transplante de rim hoje no Brasil. E uma longa fila, que demora entre três e dez anos para ser vencida. Quem encara essa espera são doentes renais que não têm nenhum parente ou amigo com orgão compatível e disposto a doá-lo.
Essa dificuldade vem estimulando o comércio de órgãos, que encontrou, na internet, um caminho aberto para as negociações. Os rins são oferecidos, em média, por 80 000 reais. Mas há quem arrisque pedir até 500 000 reais. 0 comércio, embora proibido por lei, é uma solução tentadora para os doentes em situação de desespero, cujo tempo de vida está se esgotando.
Com um doador particular, ele não precisa esperar na fila e pode receber o órgão imediatamente, se os testes indicarem que existe compatibilidade. 0 passo seguinte é buscar a autorização judicial, obrigatória no caso de transplantes entre não parentes. Para concretizar a operação, basta que doador e receptor se declarem amigos perante o juiz. Como a fiscalização é falha, dificilmente se consegue desvendar a mentira. 0 indício do avanço desse comércio está nos dados da Associação Brasileira de Transplantes de órgãos. Nos últimos quatro anos, a doação entre parentes se manteve estável, na faixa de 1500 por ano.
A doação entre cônjuges caiu de 148, em 2002. para 121, em 2006. E, no mesmo período, a doação entre amigos aumentou de setenta para 114 ao ano. Os números podem parecer pequenos, mas o que está em jogo é a tendência que se verifica. 0 crescimento foi de 62%. Há três anos, a CPI do Tráfico de órgãos sugeriu, em seu relatório final, que o Ministério da Saúde acompanhasse de perto o número de transplantes entre não aparentados. Classificou essa modalidade como um propiciador do comércio de órgãos.
Até hoje o acompanhamento não é feito. Existem dezenas de anúncios disponíveis na rede. com e-mail para contato e alguns até com o telefone do vendedor. Esse tipo de oferta aparece também em classificados de jornal. 0 problema já é conhecido pelos médicos. 0 Hospital do Rim, de São Paulo, se recusa, por conta própria, a fazer transplantes entre não parentes.
"Há pessoas que doam apenas para fazer o bem. Mas isso não é a maioria. E dificil para um juiz saber se está havendo ou não algum tipo de troca", diz o médico Osmar Medina, diretor do programa de transplantes do hospital.

A decisão de vender um rim não é fácil. Quem segue esse caminho normalmente está tomado pelo desespero da falta de dinheiro. VEJA conversou com uma dessas pessoas. Tiago (a seu pedido, seu sobrenome não pode ser revelado) tem 27 anos e mora em Natal, no Rio Grande do Norte. Ele usou a internet para oferecer seu rim. No anúncio, divulga telefone, e-mail e pede 40000 reais. "Uma amiga de Sergipe vendeu seu rim a um receptor em Minas. Pouco antes do transplante, teve o dinheiro depositado na conta. Foram 80 000 reais", diz.
É possível encontrar razões humanitárias para a venda de órgãos. principalmente da parte de quem compra. Mas a lei é clara ao proibir. Para evitar que o desespero seja um combustível poderoso nas mãos dos traficantes de órgãos, o governo precisa agir rápido. Não dá para esperar mais.
É... como nossas autoridades esclarecem, no Brasil não existe tráfico de órgãos. E aquele que se meter a denunciar a Máfia como eu fiz, que se cuide, pois as autoridades estão preparadas para calar a tudo e a todos, utilizando todo e qualquer tipo de intimidação necessários.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ministério Público Federal: A covardia personalizada

Tudo começou em 2000, quando um grupo de médicos assassinos retiraram os órgãos do Paulinho enquanto ainda estava vivo, utilizando para isso uma central de transplantes clandestina, que distribuia órgãos em troca de "doações" em dinheiro que contava com uma rede de políticos influentes.
As investigações deixaram claro desde do início, a existência de crime contra a vida de uma criança, para fins obscuros. O Ministério da Saúde revelou através de auditoria, a existência de inúmeros crimes cometidos por médicos transplantistas. A Polícia Federal completou as investigações mas acovardou-se nos indiciamentos. Propôs a retirada ilegal de órgãos e se omitiu diante do homicídio. Ou será que é possível retirar órgãos ilegalmente sem que se mate uma pessoa?
Pressionados através de e-mails e sites publicados sobre o assunto, o Ministério Público Federal apresentou a denúncia de homicídio. Covardemente porém, trocaram nomes de médicos que estavam indiciados pela Polícia Federal atendendo ao clamor público do ex-deputado federal Carlos Mosconi, que chantageou José Serra no plenário da Câmara. Mosconi ameaçou votar a favor da CPI da Corrupção caso o assunto não fosse abafado.
Entra em cena o Sub-Procurador Geral da República José Roberto Santoro que alguns anos depois foi flagrado usando a instituição para orientar Carlinhos Caichoeira em um caso que arrastou o Governo Federal à lama.
Santoro fez ameaças à mim por telefone, dizendo que se eu insistisse na denúncia por homicídio dos médicos que foram protegidos, me processaria. Eu insiste, e o Ministério Público Federal me processou. Nesta época, cheguei a gravar uma conversa com a Procuradora Federal de Santo André Ryanna Pala Veras onde ela propunha: "Sozinho você não é nada. Não vai a lugar nenhum! Ou fica do nosso lado ou será condenado como eles querem."
O Processo contra mim foi assinado por oito Procuradores Federais de Belo Horizonte. Infelizmente, estes Procuradores não assinaram a denúncia contra os médicos. Apenas três fizeram isso.
Não satisfeitos, passaram a enviar ofícios para a empresa onde eu trabalhava provocando a minha demissão. Solicitaram na justiça que eu fizesse exame de sanidade mental. Eu não fiz. E para concluir, solicitaram a quebra do meu sigilo eletrônico às vesperas da instalação da CPI, desnecessariamente pois todos os e-mails sobre o assunto eram enviados com cópias para este Ministério.
Nenhum destes procedimentos foram adotados contra os médicos que mataram meu filho, pois toda o esforço para punir, foi direcionado à mim. Era uma questão de honra para eles, pois havia declarado que os Procuradores Federais de Belo Horizonte eram corruptos, uma vez que desprezaram provas para deixar assassinos impunes.
Em 2005, cinco anos depois das violações de todos os meus direitos, a juíza da 4a vara federal de Belo Horizonte, não só reconheceu que eu estava certo quanto à estranha denúncia apresentada pelos Procuradores, como determinou que fossem novamente investigados os médicos substituídos pelos Procuradores. A juíza determinou também que o Ministério Público Federal explicasse porque os médicos indiciados na CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS não foram denunciados. O fato é que até hoje, os covardes Procuradores da República de Belo Horizonte, não apresentaram à mim qualquer justificativa sobre o assunto, e acredito que não tenham explicado à justiça também.
O Brasil é um país onde tudo pode acontecer, principalmente quando temos autoridades covardes que se escondem atrás de um emprego público altamente remunerado. Em alguns casos, até propinado.
O Ministério Público Federal continua até hoje - sete anos depois - dando cobertura aos bandidos assassinos de Paulinho, e se nega a responder as denúncias que versam sobre tráfico de órgãos e que envolvem os médicos de Poços de Caldas.
A juíza federal reconheceu, o juíz estadual em São Paulo reconheceu, a CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS reconheceu e em breve, a OEA também reconhecerá. Mas o imensurável ato de covardia destes Procuradores, não lhes permite reconhecer o óbvio, até porque o óbvio reconhecido se constituiria em crime.
Será que um dia, estes Procuradores reconhecerão que ao deixar os médicos livres, permitiram que os mesmos cometessem outros oito assassinatos cujos processos estão sendo manipulados em Pouso Alegre?

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Minha absolvição

Por denunciar a máfia do tráfico de órgãos, fui perseguido e processado pelo Ministério Público Federal de Belo Horizonte. Os procuradores federais fizeram de tudo. Desde a quebra do meu sigilo eletrônico, interceptando e-mails, até enviar ofícios para a empresa onde eu trabalhava causando a minha demissão, que se deu no dia da instalação da CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS cujo caso motivador foi o de Paulo Veronesi Pavesi, meu filho.
Após uma entrevista que dei ao programa Olga Bongiovani, a juíza enviou-me a sentença por e-mail. Faço questão de compartilhar a sentença da absolvição:
PROCESSO N.º 2002.38.00.033566-4
AÇÃO PENAL
AUTOR - MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RÉUS – PAULO AIRTON PAVESI
4ª VARA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS
SENTENÇA
EMENTA: PENAL. CRIMES CONTRA A HONRA. ARTS. 138 e 139 DO CP. ERRO DE TIPO. ART. 140 DO CP. AUSÊNCIA DE ANIMUS INJURIANDI. ART. 344 DO CP. AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO. ABSOLVIÇÃO.
I –Erro de tipo que afasta o dolo quanto ao crime de calúnia e também quanto ao crime de difamação praticado contra funcionário público no exercício de suas funções.
II – Art. 140 do CP. Ausência de animus injuriandi.
III- Art. 344 do CP. Não configurado o crime pela ausência do elemento subjetivo do tipo, qual seja, o interesse particular ou de outrem.
IV – Denúncia julgada improcedente.
I - RELATÓRIO
O Ministério Público Federal, em 02 de agosto de 2002, ofereceu denúncia contra PAULO AIRTON PAVESI, imputando-lhe a prática dos delitos previstos nos artigos 138, 139 e 140 c/c art. 141, incisos II e III, na forma do art. 71, todos do Código Penal, em concurso material com o art. 344, também na forma do art. 71, ambos do Código Penal.
Descreveu a exordial acusatória, em síntese, que o réu, mediante o envio de mensagens eletrônicas, e-mails e a veiculação de falsas informações em página que criou na internet, caluniou, difamou e injuriou os Procuradores da República em Minas Gerais, Dr. Adailton Ramos do Nascimento e Dr. José Jairo Gomes, bem como o Delegado de Polícia Federal de Varginha/MG, Dr. Célio Jacinto dos Santos, imputando-lhes falsas condutas criminosas e condutas desonrosas, agredindo-lhes também a honra subjetiva.
A inicial imputou, ainda, ao denunciado a prática do crime tipificado no art. 344 do Código Penal, na medida em que usou de violência moral com o fito de favorecer interesse pessoal nos procedimentos conduzidos pelas referidas autoridades.
A denúncia foi recebida em 30 de agosto de 2002 (fl. 462).
O acusado foi interrogado por carta precatória na Seção Judiciária de São Paulo (fls. 494/495). Defesa prévia juntada à fl. 498. Testemunhas de acusação e defesa ouvidas às fls. 526/530 e 731.
Nada requerido na fase do art. 499 do CPP, ocasião em que foram juntadas FAC e certidão criminal do acusado.
Em alegações de fls. 743/773, requereu o MPF a condenação do réu, tendo sustentado, em síntese, que o mesmo foi o responsável pelas condutas apontadas na denúncia, as quais foram devidamente comprovadas na instrução do processo. A defesa do Acusado apresentou suas razões finais às fls. 743/765, pugnando pela absolvição do Réu, nos termos do art. 386, III e/ou V do CPP, em virtude da incidência da figura do erro de tipo, no tocante aos crimes contra a honra. Quanto ao crime previsto no art. 344 do CP pugnou pela absolvição diante da ausência do elemento subjetivo do tipo. Requereu, também, no caso de eventual condenação, que seja reconhecido o concurso formal e não o concurso material de crimes.
Este é o relatório. Passo a decidir.
II – FUNDAMENTAÇÃO
Cuidam os autos de ação penal proposta pelo Ministério Público Federal em que busca a condenação de PAULO AIRTON PAVESI pela prática dos delitos de calúnia, difamação e injúria, com o aumento de pena dos incisos II e III do art. 141, na forma continuada prevista no art. 71, em concurso material com o art. 344, também na forma continuada, todos do Código Penal.
Processo formalmente em ordem, sem preliminares a serem analisadas, razão pela qual passo diretamente ao mérito.
Para análise dos fatos descritos na denúncia faz-se necessário examinar os acontecimentos e circunstâncias que antecederam as condutas imputadas ao denunciado.
Paulo Pavesi acredita que um grupo de médicos é responsável pela morte de seu filho, falecido aos dez anos de idade, após uma queda do pilotis do prédio em que morava. Acredita que seu falecido filho, Paulinho, foi vítima da Máfia dos Transplantes, pois os médicos que se incumbiram de seu tratamento ao invés de tentarem evitar-lhe a morte, apenas agiram no sentido de abreviar-lhe a vida.
Para Paulo Pavesi a Máfia dos Transplantes conta com a conivência e omissão de autoridades brasileiras. O denunciado pode ter-se equivocado, tanto quanto se equivocou quando profetizou sua condenação por este Juízo . Prova-se, com a presente sentença absolutória, o seu equívoco. No tocante às suas outras cogitações, ao contrário, não há qualquer prova que demonstre seu erro.
Portanto, assim como se enganou no tocante ao dispositivo da sentença, muitas das cogitações do denunciado também podem estar equivocadas, no entanto, ele está absolutamente convencido da veracidade de suas afirmações.
Alguns dos médicos que conduziram o atendimento de Paulinho nos hospitais de Poços de Caldas estão sendo processados pela prática de homicídio doloso e caberá ao Tribunal do Júri a decisão soberana acerca do crime a eles imputado.
Confira-se as afirmações de Paulo Pavesi:
“Meu filho entrou com trauma encefálico moderado, consciente e falando no hospital e depois de receber 27mg do dormonid, quando a bula sugere um máximo de 10mg para a idade dele, ele foi considerado morto. Cessaram todas as terapias que poderiam utilizar e prosseguiram com o diagnóstico” (fl. 372).
“Estão assassinando pacientes com trauma encefálico para beneficiar os médicos de transplantes e toda a organização mafiosa de tráfico de órgãos que existe e contam com a participação de políticos e do próprio Ministério da Saúde” (fl. 373).
E prossegue:
“(...) trata-se do homicídio de uma criança de 10 anos, sedada e submetida ao protocolo de diagnóstico de morte encefálica (proibido pela resolução 1.480/97), e que teve seus órgãos enviados para instituições particulares de transplantes, mesmo tendo o governo pago todos os procedimentos” (fl. 383).
“É muito triste ver o recibo de R$ 500,00 pagos pelas córneas de meu filho” (fl. 373).
“(...) se desejarem, envio cópias dele e de recibos também de doação para transplantes realizados, hoje alvo de inquérito em Minas Gerais” (fl. 372).
No que toca ao uso de Dormonid, consta do prontuário da criança a exagerada utilização de 30 (trinta) ampolas no curto período em que esteve internado (fl. 680). Quanto à destinação das córneas do menino a uma entidade particular, no caso, o Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP), tem-se que é fato também comprovado (fl. 89), embora, de acordo com a lei federal 9.434/97, a central mineira de transplantes, em Belo Horizonte (que coordena as demais unidades de Minas), devesse ter sido contatada para encaminhar os órgãos a pacientes da lista de espera do Estado.
Há que se considerar que Paulo Pavesi pode estar enganado e que todas as provas que diz ter recolhido não passam de sinistras coincidências, todavia, diante de tantas irregularidades, constatadas inclusive pela CPI do Tráfico de Órgãos, é possível que não se esteja diante de mero caso de incompetência médica.
Portanto, duas possibilidades se abrem: o denunciado está equivocado ou está com a razão.
Razão aqui considerada em seus dois sentidos: está no gozo de seu juízo perfeito e está correto quando afirma que seu filho foi vítima da Máfia dos Transplantes. Paulo Pavesi diz:
“Mataram meu filho, me chamaram de maluco, abafaram os verdadeiros assassinos colocando apenas os coadjuvantes na denúncia e querem que os chamem de ‘heróis’ ”(fl. 688).
Da brilhante defesa da lavra do Defensor Público Sander Gomes Pereira Júnior extrai-se que “(...) o acusado agiu movido por sentimentos de revolta, injustiça e sensação de impunidade. Não é, de fato, outra a conclusão a que se pode chegar ao se notar que o acusado, provavelmente ainda nesse instante, se encontra absolutamente convicto de que seu filho foi, na realidade, vítima de um homicídio, assim como de que os responsáveis por este ato não foram punidos por seus atos” (fl. 777). Grifos no original.
Paulo Pavesi diz, ainda, que “pretende levar a todas as partes do País esse tipo de fato, para que não mais ocorra” (fl. 494). Todavia, por maior que seja a sua indignação, a mesma não é suficiente para impedir que tais fatos, acaso existentes, se repitam.
Nos autos deste processo não há elementos que comprovem o equívoco ou o acerto das afirmações do denunciado, sendo possível tanto que ele esteja correto quanto equivocado.
Seria melhor que estivesse enganado, e conseqüentemente, que a série de atos irregulares praticados no episódio conhecido como o “caso Pavesi” somente viesse acrescer a lista dos inúmeros casos explícitos de incompetência de profissionais da área médica no país. Caso contrário, ter-se-ia que admitir a intolerável hipótese de que o médico, travestido de anjo da guarda da criança, permanecia junto ao seu leito, qual abutre, farejador da morte, à espera de seu cadáver. Consta que um dos médicos teria permanecido a noite inteira cuidando do garoto (Depoimento da testemunha Lucas Neto Barbosa, à fl. 2042 dos autos do processo nº 2002.38.00.017774-9).
Se tal elucubração, aqui considerada como mera suposição, já causa desconforto em quem sequer é parente da vítima, calcule-se o desconforto do pai da criança que está absolutamente convencido de que não se trata de suposição, mas de fato comprovado.
Se uma voz do além dissesse: “O menino não foi assassinado, nem teve sua morte apressada”, talvez o denunciado sossegasse e parasse de desferir impropérios contra qualquer um que cruzasse seu caminho. Todavia, como tal voz não vem em seu auxílio, o denunciado continua convicto de que seu filho foi mesmo assassinado e como dita voz também não vem em socorro deste Juízo permanece a dúvida: ele está equivocado ou não?
Milita em favor da manutenção da dúvida o fato de que vários episódios intrigantes cercaram a morte do filho do acusado.
Consta que um dos médicos teria aplicado anestesia geral no menino já morto. Outro, embora tenha escrito no prontuário paciente sem morte encefálica, afirma que escreveu com morte encefálica. Esses médicos foram indiciados pela CPI do Tráfico de Órgãos, porém não foram denunciados pelo MPF.
Outro fato inexplicável diz respeito à morte de Carlos Henrique Marcondes, administrador da Santa Casa de Poços de Caldas, hospital em que Paulinho morreu e que é apontado como local de atuação da Máfia dos Transplantes. Consta que Marcondes teria clandestinamente gravado conversas dos médicos no centro cirúrgico daquele hospital e que no dia 24 de abril de 2002 foi encontrado dentro de seu carro com um tiro, supostamente localizado no céu da boca e que “fotografado dentro da Santa Casa já morto, o administrador é visto com as duas mãos envolvidas em faixas e esparadrapo” (fl. 807). Seu suicídio foi confirmado “mesmo sendo impossível de se realizar os exames residuográficos no diretor, já que suas mãos foram enroladas com fita-crepe pelos médicos” (fl. 686) e que o laudo sobre o exame residuográfico mostrava que “um líquido róseo foi encontrado na mão do administrador” impossibilitando a perícia (fl. 807). Consta, ainda, que a viúva, posteriormente, conseguiu alterar o atestado de óbito de “suicídio” para “morte a esclarecer” (fl. 808), não obstante, o Inquérito Policial, após três desarquivamentos, continua arquivado.
A partir de todo esse contexto, o denunciado supõe-se justificado nas acusações que faz aos Procuradores da República e Delegado de Polícia Federal responsáveis pela apuração desses fatos. A seqüência de irregularidades que cercaram a morte de seu filho e a gravidade dos fatos que se seguiram, sem, até hoje, qualquer resposta do Poder Judiciário, tem sido motivo suficiente para o denunciado acreditar que as autoridades responsáveis pelo caso estão no mínimo omissas, se não coniventes.
O denunciado acredita na veracidade de suas afirmações, as quais veicula através de e-mails e sites na internet. Com isso supõe estar contribuindo para denunciar fatos graves que reclamam urgente apuração para adoção das providências cabíveis. Se, por outro lado, acreditasse estar veiculando imputações falsas aos agentes públicos estaria configurada a prática do crime de calúnia, a qual se perfaz com a imputação falsa de um fato criminoso a alguém. Se o sujeito acha que a imputação é verdadeira, há erro de tipo (art. 20 do CP), que exclui o dolo.
A propósito, confira-se:
O dolo indispensável no crime de calúnia é a vontade de imputar a outrem, falsamente, a prática de crime. A certeza ou suspeita fundada, mesmo errôneas, do agente quanto à ocorrência de crime praticado pelo sujeito passivo, é erro de tipo, que exclui o dolo por estar o agente de boa-fé in MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código Penal Interpretado. São Paulo: Atlas S.A., 1999, pg. 775.
No mesmo sentido a jurisprudência:
Para a caracterização do crime de calúnia é necessária a presença da falsidade, onde o ofensor tem a consciência de atribuir ao ofendido a prática de um ato delituoso, sabendo não corresponder à verdade. STJ – RT 752/532.
O delito de calúnia somente se caracteriza quando se imputa falsamente a alguém a prática de um fato definido como crime, sendo indispensável a ciência de que essa imputação é falsa, inocorrendo a infração se o acusado possui a certeza ou fundada suspeita de que seu relato, porventura ofensivo à honra de outrem, corresponde à verdade. TACrSP - RJDTACRIM 36/128.
E é este exatamente o caso dos presentes autos em que o denunciado está absolutamente convencido da veracidade de suas afirmações, mas não consegue prová-las. É o que diz: “Caso esses fatos fossem investigados, os infratores poderiam ser responsabilizados. Nesse caso, eventual condenação do interrogando não teria sentido, pois as denúncias feitas nos e-mails são verdadeiras e não mentirosas” (fl. 494).
O denunciado, insistindo em que suas denúncias são verdadeiras e não mentirosas, “ reitera o seu desejo de que os fatos denunciados sejam apurados” e prossegue dizendo “que está apenas exigindo o seu direito, exercendo a cidadania, não havendo qualquer interesse próprio ou particular” (fl. 778).
Portanto, calúnia não houve porque o denunciado acredita que a imputação é verdadeira, o que constitui erro de tipo, afastando o dolo de sua conduta. A difamação, por sua vez, compreende a imputação a alguém de fato determinado, não criminoso, mas ofensivo à reputação. O fato imputado a alguém pode ser falso e até mesmo verdadeiro. Portanto, em princípio, não caberia, quanto à difamação, a incidência do erro de tipo, pois, ainda que fossem verdadeiras a imputações ofensivas à honra ter-se ia configurado o crime. Todavia, o suposto crime foi praticado contra funcionário público no exercício de suas funções, hipótese que admite a exceção da verdade (art. 139, parágrafo único do CP). Logo, se o denunciado supõe que são verdadeiras as suas afirmações está caracterizado, também quanto a este crime, o erro de tipo. No tocante à injúria, figura delituosa que não admite a exceção da verdade, não há que se falar em erro de tipo. No entanto, entendo que também quanto a esse crime o denunciado deve ser absolvido. É que examinando as provas dos autos verifica-se que o mesmo não agiu com animus de macular a honra dos agentes públicos, seu objetivo foi sempre o de denunciar as irregularidades que diz terem ocorrido no caso que envolveu a morte de seu filho.
Com efeito, o denunciado não agiu com animus injuriandi, pois seu objetivo não foi o de ofender a honra subjetiva daquelas autoridades. Suas expressões veementes decorreram de sua indignação e de sua exaltação emocional, conformando-se o seu comportamento com o que, nos crimes contra a honra, a jurisprudência tem entendido como "estado de justa indignação" que anula o dolo, excluindo, conseqüentemente, o crime. Confira-se:

NOS DELITOS DE CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA, NÃO SE PODE PRESCINDIR, PARA EFEITO DE SEU FORMAL RECONHECIMENTO, DA VONTADE DELIBERADA E POSITIVA DO AGENTE DE VULNERAR A HONRA ALHEIA. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA. - NÃO HÁ CRIME CONTRA A HONRA, SE O DISCURSO CONTUMELIOSO DO AGENTE, MOTIVADO POR UM ESTADO DE JUSTA INDIGNAÇÃO, TRADUZ-SE EM EXPRESSÕES, AINDA QUE VEEMENTES, PRONUNCIADAS EM MOMENTO DE EXALTAÇÃO EMOCIONAL OU PROFERIDAS NO CALOR DE UMA DISCUSSÃO. PRECEDENTES. STF - HC 71466/DF Relator: Min. CELSO DE MELLO Publicação: DJ 19-12-1994

A justa indignação decorreu da sensação de impunidade que experimentou ao constatar que os médicos que acredita serem os responsáveis pela morte de seu filho continuavam exercendo normalmente sua profissão.
Transcrevo um excerto da Defesa que em alegações finais afirmou: “A sensação de impunidade, aliada à total falta de informação sobre as medidas concretas que estariam sendo tomadas pelas autoridades que investigavam os fatos relacionados à morte de seu filho, levaram o acusado, sem sombra de dúvidas, a concluir que a causa mais provável para a impunidade dos médicos seria, com grande probabilidade, a de que as mencionadas autoridades estariam em algum tipo de conluio com os médicos para livrar-lhes da punição. O acusado, então, singelamente assumiu como correta esta explicação como a mais plausível, muito possível e provavelmente por real desconhecimento dos resultados das apurações, e das medidas concretas que estariam sendo adotadas para investigação e punição de eventuais culpados” (fl. 780).
Sustenta a defesa que o denunciado se encontrava em um estado putativo de consciência que legitimava os seus atos. Isto porque, no momento oportuno, não obteve as informações relacionadas às medidas que estavam sendo tomadas, influenciando decisivamente o seu juízo acerca dos fatos (fl. 781). Afirma, ainda, que as ações do acusado foram baseadas em uma falsa percepção da realidade, perfeitamente justificável pelas circunstancias do caso, percepção que, se fosse verdadeira, justificaria à plenitude suas ações, vez que seriam tomadas como graves denúncias de omissão do Poder Público com seus deveres na aplicação da lei penal (fl. 783).
Finalmente, quanto ao crime previsto no art. 344 do CP, ou seja, coação no curso do processo, vê-se que não está configurado o delito pela ausência do elemento subjetivo do tipo. Isso porque a finalidade de favorecer interesse próprio ou alheio é exigência da norma penal que a estabeleceu como elemento subjetivo do tipo específico, sem a qual não se completa a figura delituosa. In casu, o denunciado não está buscando favorecer interesse próprio nem alheio. Conquanto haja convergência entre o seu interesse de ver punidos os responsáveis pela morte de seu filho e o jus puniendi do Estado, único legitimado a aplicar a pena, não se pode dizer que ele esteja perseguindo um interesse próprio. A aplicação da pena aos culpados é um interesse público, pois o Estado é o único que tem o direito de punir.
Pelo exposto, restou demonstrado que as condutas imputadas ao denunciado não constituíram os crime de calúnia e de difamação, em virtude do reconhecimento da figura do erro de tipo, que exclui o dolo, bem como não constituíram o crime de injúria pela ausência do animus injuriandi. De igual forma, não restou configurado o crime de coação no curso do processo por ausência do elemento subjetivo do tipo.

III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo IMPROCEDENTE a pretensão punitiva deduzida na denúncia para absolver PAULO AIRTON PAVESI, com base no art. 386, III e V do CPP.
Nos termos do art. 40 do CPP, determino seja oficiado o Procurador Geral da República para apurar se houve alguma irregularidade no fato de que nem todos os médicos indiciados pela CPI do Tráfico de Órgãos foram denunciados pelo Ministério Público Federal, notadamente, Sérgio Poli Gaspar e Celso Roberto Frasson Scafi.
Determino, outrossim, seja expedido ofício à Superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais para apurar se houve alguma irregularidade no arquivamento do Inquérito Policial que apura a morte de Carlos Henrique Marcondes, ocorrido na cidade de Poços de Caldas/MG, em 24 de abril de 2002, retomando, se for o caso, as investigações para o esclarecimento do suposto envolvimento dos responsáveis com a chamada “Máfia dos Transplantes”.
Aos ofícios mencionados deverão ser anexadas cópias da presente sentença, bem como do e-mail enviado para a 4ª Vara da SJMG, datado de 23/04/2006 (fls. 798/822).
Transitada em julgado, dê-se baixa na distribuição, promovendo-se as anotações, comunicações e registros de praxe.

Custas pelo Estado.

P.R.I.
Belo Horizonte, 30 de junho de 2006.
ADRIANE LUÍSA VIEIRA TRINDADE
Juíza Federal da 4ª Vara