Desembargadores comprados

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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ministério Público Federal: A covardia personalizada

Tudo começou em 2000, quando um grupo de médicos assassinos retiraram os órgãos do Paulinho enquanto ainda estava vivo, utilizando para isso uma central de transplantes clandestina, que distribuia órgãos em troca de "doações" em dinheiro que contava com uma rede de políticos influentes.
As investigações deixaram claro desde do início, a existência de crime contra a vida de uma criança, para fins obscuros. O Ministério da Saúde revelou através de auditoria, a existência de inúmeros crimes cometidos por médicos transplantistas. A Polícia Federal completou as investigações mas acovardou-se nos indiciamentos. Propôs a retirada ilegal de órgãos e se omitiu diante do homicídio. Ou será que é possível retirar órgãos ilegalmente sem que se mate uma pessoa?
Pressionados através de e-mails e sites publicados sobre o assunto, o Ministério Público Federal apresentou a denúncia de homicídio. Covardemente porém, trocaram nomes de médicos que estavam indiciados pela Polícia Federal atendendo ao clamor público do ex-deputado federal Carlos Mosconi, que chantageou José Serra no plenário da Câmara. Mosconi ameaçou votar a favor da CPI da Corrupção caso o assunto não fosse abafado.
Entra em cena o Sub-Procurador Geral da República José Roberto Santoro que alguns anos depois foi flagrado usando a instituição para orientar Carlinhos Caichoeira em um caso que arrastou o Governo Federal à lama.
Santoro fez ameaças à mim por telefone, dizendo que se eu insistisse na denúncia por homicídio dos médicos que foram protegidos, me processaria. Eu insiste, e o Ministério Público Federal me processou. Nesta época, cheguei a gravar uma conversa com a Procuradora Federal de Santo André Ryanna Pala Veras onde ela propunha: "Sozinho você não é nada. Não vai a lugar nenhum! Ou fica do nosso lado ou será condenado como eles querem."
O Processo contra mim foi assinado por oito Procuradores Federais de Belo Horizonte. Infelizmente, estes Procuradores não assinaram a denúncia contra os médicos. Apenas três fizeram isso.
Não satisfeitos, passaram a enviar ofícios para a empresa onde eu trabalhava provocando a minha demissão. Solicitaram na justiça que eu fizesse exame de sanidade mental. Eu não fiz. E para concluir, solicitaram a quebra do meu sigilo eletrônico às vesperas da instalação da CPI, desnecessariamente pois todos os e-mails sobre o assunto eram enviados com cópias para este Ministério.
Nenhum destes procedimentos foram adotados contra os médicos que mataram meu filho, pois toda o esforço para punir, foi direcionado à mim. Era uma questão de honra para eles, pois havia declarado que os Procuradores Federais de Belo Horizonte eram corruptos, uma vez que desprezaram provas para deixar assassinos impunes.
Em 2005, cinco anos depois das violações de todos os meus direitos, a juíza da 4a vara federal de Belo Horizonte, não só reconheceu que eu estava certo quanto à estranha denúncia apresentada pelos Procuradores, como determinou que fossem novamente investigados os médicos substituídos pelos Procuradores. A juíza determinou também que o Ministério Público Federal explicasse porque os médicos indiciados na CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS não foram denunciados. O fato é que até hoje, os covardes Procuradores da República de Belo Horizonte, não apresentaram à mim qualquer justificativa sobre o assunto, e acredito que não tenham explicado à justiça também.
O Brasil é um país onde tudo pode acontecer, principalmente quando temos autoridades covardes que se escondem atrás de um emprego público altamente remunerado. Em alguns casos, até propinado.
O Ministério Público Federal continua até hoje - sete anos depois - dando cobertura aos bandidos assassinos de Paulinho, e se nega a responder as denúncias que versam sobre tráfico de órgãos e que envolvem os médicos de Poços de Caldas.
A juíza federal reconheceu, o juíz estadual em São Paulo reconheceu, a CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS reconheceu e em breve, a OEA também reconhecerá. Mas o imensurável ato de covardia destes Procuradores, não lhes permite reconhecer o óbvio, até porque o óbvio reconhecido se constituiria em crime.
Será que um dia, estes Procuradores reconhecerão que ao deixar os médicos livres, permitiram que os mesmos cometessem outros oito assassinatos cujos processos estão sendo manipulados em Pouso Alegre?

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