Desembargadores comprados

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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ninguem quer falar, mas eu falo.



Trata-se do caso da estudante Luana Neves Ribeiro que decidiu doar a medula e faleceu depois do procedimento. Fatalidades acontecem nao é mesmo? Acontecem, mas nao é tao simples assim. Alias, nao pode ser tao simples assim.
O hospital disse que o fato está sendo apurado e que um laudo com a causa da morte deve ser emitido nesta quarta-feira. De acordo com a família, uma necropsia apontou uma hemorragia não detectada por exames feitos após a colocação do tubo. 
Hemorragia nao é uma fatalidade. Pode ser um erro. Mas agora é hora do hospital limpar a barra e o caso ser abafado para que nao "atrapalhe" as doaçoes de medula. O importante é que isso tudo nao pode parar. Nem mesmo para entender o que aconteceu com Luana, punir provaveis responsaveis (implica em admitir erros), e ao menos, indenizar a familia.

Mas por que estamos preocupados com a morte dela? Veja o que diz o medico:
Há gente que morre após anestesia. Não é comum, mas pode ocorrer. Foi uma fatalidade.
Entenderam? Tem gente que morre de velhice! Acontece!
A cunhada da jovem diz que Luana fez todos os exames antes da doação e foi considerada apta. "Ela estava superfeliz de ajudar." O paciente que seria transplantado deve receber a medula de um novo doador --morador de Campinas (93 km de São Paulo)-- ainda nesta semana. De acordo com o coordenador do Redome, após a morte da jovem o paciente ficou com a saúde em risco, já que estava recebendo medicação para o transplante. "Agora, é preciso salvá-lo." 
Percebe-se a grande preocupaçao em salvar o paciente, ja que a doadora morreu. Nao ha nenhuma preocupaçao com a vida interrompida da doadora. So mesmo a do paciente. Ok! Ela esta morta, nao ha nada a fazer.

E o que mais chamou a minha atençao é que sempre ouvimos dizer que é muito dificil um doador de medula ser compativel. A chance é pequena. Mas para o paciente de Campinas, mesmo que tenha perdido uma doadora, ja tem outro disponivel.

Por que a vida do paciente é tao mais importante que a do doador?

Basta verificar o quanto ganham os medicos por cada cirurgia e entenderao por que vale tanto a vida do paciente e tao pouco a vida do doador.

Um comentário:

lialiaseal disse...

E ela era enfermeira praticamente formada! acompanhada da tia que é enfermeira há anos. A moça sabia que estava morrendo, chocando( hemorragia interna) e a tal médica não deu ouvidos. Mandaram uma doadora, filha única, da mesma área! pra um hotel em vez de ficar internada em observação, o que teria evitado a morte dela!
O mesmo erro, barberagem, fizeram com o ator Reinaldo Gianechini, implatação do cateter com perfuração de pulmão! Não morreu pq estava hospitalizado pra químio! Se fosse doador teria morrido em casa, ou num hotel decerto!

Fiz muita campanha pra doação de sangue e medula, era uma tb; Era, não sou mais...

É duro dizer, mas quem precisa de órgão( diferentemente de sangue e medula) precisa que alguém jovem, saudável morra de acidente, morte violenta. Morre um saudável pra salvar doentes. Parece nobre, mas é sinistro. Talvez, tirando casos de transplante entre vivos, renal inclusive e conheço vários, o certo seria que nos conformássemos com as doenças e que teremos um fim, todos terão! Rezar pra que alguém morra no lugar é muito egoísmo. Ainda mais nesse esquema mercantilista de transplantes. Já devem ter olheiros em todo o país vendo quem pode ser um candidato a doar fígado pro Sócrates? que é famoso, rico e médico? Quem garante que os médicos fazem de tudo pra salvar uma vida se ela pode ser usada pra salvar várias outras, como depósito de peças para reposição?

Uma coisa pela qual luto é toda consulta e procedimento médico ser gravado. O código dos direitos dos pacientes, tem de dar essa garantia. O doutor Christian Gauderer tem sido perseguido por médicos por defender essa tese, entre outras de proteção aos pacientes. Pq dão anestesia geral qdo poderiam dar peridural? ou usar hipnose em certos casos? Para que o paciente fique totalmente nas mãos deles, não saiba o que estão fazendo. Como não há testemunhas, gravações, nada...Temos o que temos.