O objeto humano deste texto são os bebês anencéfalos.
Estou feliz mais uma vez, em ter apostado na vida. A medicina perdeu mais uma vez!
Eu explico. Já faz algum tempo que a medicina brasileira tenta através de resoluções com afirmações equivocadas, validar todas as formas de extermínio daqueles que supostamente não possuem chances de vida.
O Ministro da Saúde Humberto Costa, tentou dar aos médicos o poder de escolher quem seria beneficiado com um leito de UTI ou quem seria "desligado". Os argumentos eram objetivos: Pessoas idosas tem pouca chance de sobrevivência e sendo assim, precisaria dar lugar a mais necessitados. Costa - enrolado em ações judicias por fraudes na saúde, tentava na verdade economizar dinheiro. Ele preferia que idosos desocupassem leitos para salvar outras vidas, quando o correto seria aumentar o número de leitos. Tanto é verdade que tal procedimento só seria válido para UTI's públicas, já que em hospitais particulares, com ou sem chance de vida, é possível manter alguém supostamente em fase terminal vivo por muitos anos. Basta que se pague a conta!
Prova disso é a atriz NAIR BELO que já completa mais de 30 dias em coma, respirando por aparelho, com a ajuda dos cuidados particulares do Hospital Sírio-Libânes. Se estivesse em um hospital público e Humbeto Costa no Ministério, ela já estaria "desconectada".
Passado a idéia insana de Humberto Costa, veio a fabulosa idéia de aproveitar órgãos de bebês anencéfalos para transplantes. Novamente, o argumento era matar para salvar. Vários argumentos técnicos e emocionais foram utilizados.
Os argumentos técnicos afirmavam - sem medo de errar - que todo bebê anencéfalo sobrevive apenas algumas horas após o nascimento, uma vez que sem o cérebro, não há chance de vida. Já os argumento emocionais, apelavam para as mães que graças a alta tecnologia, descobriam no início da gravidez que carregavam um corpo sem cérebro. Um ônus psicológico que nenhum pai gostaria de assumir. Num primeiro momento, os médicos conseguiram. Mães que esperavam em seus ventres a chegada de um bebê anencéfalo, manifestaram o desejo de abortar e externaram seus desejos recheados com lágrimas. Tudo caminhava como os médicos desejavam, quando alguém perguntou:
- Mas para aproveitar o anencéfalo para transplantes, não seria necessário levar a gestação até o final, para que os órgãos estejam completamente formados?
A resposta foi SIM! Não é possível abortar uma gravidez para aproveitar os órgãos de um anencéfalo. Seria necessário aguardar o nascimento da criança, e em seguida o seu sacrifício. Desta forma, estava descartado o ônus psicológico, pelo menos para fins de transplantes. Faltava desqualificar as informações técnicas.
De fato a grande maioria dos bebês anencéfalos, não sobrevive por muito tempo. Porém, é sabido que são vários os níveis de anencefalia, assim como são completamente diferentes, o período de vida de cada bebê nestas condições. Sendo assim, não podemos afirmar que TODOS os anencéfalos não sobrevivam muito tempo. E podemos ir além. Alguns completam semanas de vida, alimentando-se, movimentando-se, chorando, e existindo!
Hoje Marcela de Jesus Galante Ferreira completa 27 dias de vida. Marcela nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Patrocínio Paulista. Logo após seu nascimento, Marcela foi batizada já que a previsão era a sua morte. A heroína desta vez foi a natureza que contou com a ajuda da mãe da criança. Cacilda Galante foi por várias vezes sugestionada por médicos à antecipar o aborto. Cacilda resumiu a vida em apenas uma frase:
"Os médicos nunca me davam esperança. Todas as vezes que ia ao médico saía triste. Mas era só sentir o bebê se mexendo e chutando a minha barriga que ficava feliz de novo".
O ônus psicológico era imposto à mãe pelo médico. Marcela respondia lá de dentro com um forte chute e Cacilda - atenta à vida - entendia o recado. Embora todas as apostas pela morte, os médicos foram obrigados a reconhecer a vida.
"A Marcela reage com um bebê normal", disse a médica. "
Quando alguém põe o dedo perto de sua mãozinha, ela o agarra, como qualquer bebê. Sente dor na parte que lhe falta da cabeça", repetiu a doutora.
E para a infelicidade dos apostadores, Marcela pode ter alta nos próximos dias.Um documentário recentemente exibido em um canal de tv à cabo, mostrou o caso de uma criança de poucos anos de vida, que devido a uma doença grave, precisou remover metade de seu cérebro. Tal procedimento pode ser realizado até o oitavo ano de vida, pois segundo o documentário, o cérebro é capaz de assumir, com uma única metade, as funções de todo o cérebro.Fica a lição de que enquanto há esperança, há vida. Que seja pela oração, pelo amor, pela necessidade ou por qualquer outra situação, acreditar na vida sempre valerá à pena.
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