Desembargadores comprados

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sábado, 20 de setembro de 2008

ASILO HUMANITÁRIO CONCEDIDO!

Duas horas foi o tempo necessário para que a Commissione Territoriale del Governo in Milano, reconhecesse o que há 8 anos, o Brasil se nega a reconhecer. Depois de 8 anos denunciando a existência de tráfico de órgãos no Brasil e ser perseguido por autoridades brasileiras, a única saída foi sair do país e buscar alternativas em outro continente.

Solicitei asilo político na Itália, demonstrando ter perdido todos os direitos fundamentais, e ser perseguido pelo Ministério Público Federal. Meu pedido foi aceito e enquadrado, segundo a convenção de Genebra que versa sobre asilo político de 1951, como um caso de asilo humanitário.
Há um processo em análise de aceitação na OEA que em 23 de junho de 2008, solicitou ao Governo Brasileiro, concedendo um prazo de 2 meses, explicações sobre o caso. O Brasil é signatário dos tratados de direitos humanos da OEA e apresentei denúncia em 2007. Dia 19 de setembro fui informado pela OEA que o Brasil solicitou prorrogação do prazo para a resposta.

A imprensa brasileira não quer falar do assunto. O assassinato do meu filho e meus esforços contra a impunidade são fatos excluídos da mídia brasileira. O domínio sob a imprensa é algo assustador pois se meu caso, que causou uma CPI Federal (que quase não foi noticiada), não chega às páginas dos jornais, pode-se imaginar o que mais está sendo escondido nos casos em que as famílias não podem fazer nada. E não é preciso ir muito longe. O relatório final da CPI revela que depois de Paulinho, ocorreram outros 8 assassinatos, todos pelo mesmo grupo.

Os processos judiciais estão sendo manipulados por Carlos Mosconi, chefe desta quadrilha, que consegue fazer com que os mesmos saiam da justiça federal e desemboquem em tribunais onde possui controle político. Mosconi é praticamente braço direito do governador de Minas Gerais. Basta dizer que fui processado 7 vezes criminalmente numa ação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal e médicos envolvidos e absolvido em todos, exceto nos tribunais de Poços de Caldas onde ocorreu o crime. No entanto, os processos que me condenaram estavam prescritos, embora o juíz insistisse na condenação. Nada que um recurso não resolvesse.

Em uma das absolvições, a justiça federal reconheceu a omissão do Ministério Público Federal e solicitou explicações sobre fatos incontestáveis como por exemplo, o motivo que levou o Ministério Público Federal a não denunciar os médicos indiciados pela CPI.

O caso do meu filho acumula, nestes últimos 8 anos, dezenas de crimes cometidos que sequer foram investigados. Acumula também toda a omissão e o contorcionismo do Ministério Público Federal que tentou de todas as formas e ainda tenta, me transformar em uma pessoa com problemas mentais.

Durante a CPI, enquanto estava depondo, o MPF exigiu que eu fizesse teste de sanidade mental para desqualificar meu depoimento. Passei a ser tratado no Brasil como uma pessoa sem valor, desqualificada, e ignorada em todas as estruturas públicas. O caso passou a ser tratado com total desprezo e a vida de uma criança simplesmente foi exterminada sem deixar rastro. Pelo menos, é isso o que eles pensavam.

Nestes últimos 3 meses que estou na Itália, todo o suporte foi me oferecido. Desde alojamento, comida, assistência médica e fundamentalmente apoio. Todos que tiveram acesso a história, contada com documentos, vídeos, gravações telefônicas, relatórios de CPI e pouquíssimas reportagens publicadas ao longo destes 8 anos, ficaram estarrecidos. O trabalho da Croce Rossa Italiana (Cruz Vermelha Italiana) é algo fantástico e que nunca veremos no Brasil. Quando fui assistido pela Croce Rossa, passei a entender o que é um país cujo dinheiro público não é furtado e nem utilizado para realizações pessoais.

Não tenho ilusões de que, com o Asilo Humanitário, alguma coisa mude no Brasil, pois isto não significa nada para o Governo Brasileiro. Vão desqualificar este asilo como fazem com tudo aquilo que não podem combater. É uma estratégia nazista muito bem utilizada pelo governo brasileiro e também pelo Ministério Público Federal.

O assassinato de Paulinho vai ficar sem assassino. Os acusados foram premiados antecipadamente, antes mesmo da absolvição. Em 2007, mesmo respondendo por homicídio de uma criança de 10 anos, Álvaro Ianhez, chefe operacional desta quadrilha, obteve autorização do governo brasileiro para voltar a trabalhar com transplantes. Hoje, Ianhez atua em Manaus e recebe salário do SUS para fazer o que faz bem feito.

Ironicamente, o dinheiro que pago os impostos para ter direitos que me foram sublimandos, paga o salário do assassino do meu filho e sustenta a máfia.

O Brasil é assim. Te roubam, te matam, te estupram e você ainda paga a conta.

Eu não sou o único. Muitos brasileiros hoje devem estar sentindo na pele tudo o que eu senti. Talvez tenha sido o único a continuar em frente em busca por justiça a um preço muito alto. E o governo Lula conta com isso. Quanto mais dificuldades, maior a facilidade de calar a boca daqueles que estão sendo destruídos.

Não é difícil entender quando olhamos para o judiciário e descobrimos que um processo contra a União pode demorar de 10 a 20 anos, e no final não resultar em nada. Contra você, um processo dura no máximo 2 anos.

É isto que eles chamam de estado democrático de direito.

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