Desembargadores comprados

Desembargadores comprados

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Desafio a Revista Galileu.

A Revista Galileu publicada em 30/07/2009, traz uma reportagem sobre tráfico de órgãos. Como sempre, podemos ver o "jornalismo" a serviço de traficantes. Faço questão de reproduzi-la na íntegra e depois rebaterei os pontos que julgo importantes.

Vendem-se órgãos

Gente miserável com um rim em boas condições + uma legislação que não coíbe a venda de partes de corpos humanos: essa é a fórmula que viabiliza o tráfico de órgãos no mundo e, mais especificamente, no Brasil

FAUSTO SALVADORI

RÚSSIA >>> Com as condições acima, o necrotério de Lefortovo coleta órgãos que só servem para pesquisa

O estudante Roberto das Dores bem que desconfiou quando a loira de botas matadoras e seios saltitantes que ele havia acabado de conhecer sugeriu emendar a noite no motel. Mas achou que a oportunidade valia o risco. No quarto, aceitou um drinque antes de ir para a cama e, puf, tudo escureceu. Ele só voltou a si na manhã seguinte, dentro de uma banheira cheia de gelo, com cicatrizes no lugar que, outrora, recobria um de seus rins. A polícia localizaria os rins de Roberto três dias depois, guardados numa caixa de isopor ao lado do coração de Lucia, que se perdera dos pais no shopping, e dos pulmões do órfão Pedrinho, adotado por um casal de estrangeiros.

Roberto, Lucia e Pedrinho nunca existiram. Loiras - ou morenas, ou asiáticas, ou negras - apetitosas que roubam rins em motéis são tão irreais quanto traficantes de órgãos que sequestram crianças em shopping centers ou frequentam orfanatos do Terceiro Mundo. Um simples exercício de lógica mostra como essas teorias de conspiração são frágeis, mas vistosas, feito cenário de bangue-bangue.

"Transplante não é um aborto que se possa fazer numa garagem", afirma o nefrologista - especialista em rins - Valter Duro Garcia, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). "É um procedimento complexo, que dificilmente poderia dar certo fora de um centro cirúrgico com uma equipe treinada de médicos e enfermeiros." Mesmo que um bilionário acometido de insuficiência renal resolvesse montar um hospital com mão-de-obra capacitada, o roubo de órgãos continuaria a não ser a melhor opção. Não haveria como saber se o estudante sedado no motel tinha sangue compatível com o do receptor. Assaltar cadáveres como os da foto que abre esta reportagem também não seria uma alternativa viável, já que, com exceção das córneas, a maioria dos órgãos torna-se imprestável assim que o coração para de bater.

AÇOUGUE HUMANO De onde vêm e para onde vão os órgãos transplantados ilegalmente

Oculta sob lendas urbanas, a verdadeira cara do tráfico é tão espetacular quanto qualquer boato. Tome como exemplo uma investigação da Polícia Federal no Recife, realizada em dezembro de 2003. A Operação Bisturi revelou que uma quadrilha liderada por um militar israelense sobrevivente do Holocausto e um capitão reformado da Polícia Militar obteve rins de moradores da periferia da capital pernambucana. Em troca de cachês que começaram em US$ 10 mil e foram caindo até chegar a US$ 3 mil, os brasileiros iam a Durban, na África do Sul. Após uma semana de hospedagem num flat e mais alguns dias em ótimos hospitais, voltavam para o Brasil tendo deixado um de seus rins em corpos de israelenses ou norte-americanos.

Os traficantes pretendiam abandonar a rota sul-africana e fixar-se no Brasil, utilizando um hospital do Recife para a realização de transplantes clandestinos, mas acabaram presos antes de levar o plano a cabo. A conexão Recife-Durban foi destaque na CPI do Tráfico de Órgãos realizada em 2004 na Câmara dos Deputados e evidenciou que o Brasil havia entrado de corpo(s) e alma no mercado negro internacional de órgãos. Não que o País fosse um novato nessa área. Dados do projeto Organs Watch, coordenado pela antropóloga Nancy Scheper-Hughes, pesquisadora da Universidade de Berkeley, na Califórnia, revelam que o Brasil coleciona histórias de roubo de órgãos e tecidos de cadáveres desde o regime militar.

Produto legítimo da globalização, como o Google ou a Al Qaeda, o tráfico de órgãos é uma indústria que usa os corpos de pessoas pobres e saudáveis de países como Índia, China, Moldávia e Brasil como peças de reposição para ricos doentes de Israel, EUA, Europa, Japão. "Em geral, a circulação dos rins segue as rotas estabelecidas pelo capital, do sul para o norte, de corpos pobres para os ricos, de negros para brancos, de mulheres para homens ou de homens pobres para homens ricos", diz Nancy, que percorreu as principais rotas desse comércio, do Bazar de Órgãos de Mumbai, na Índia, às vielas das comunidades pernambucanas.

APARENTEMENTE PARENTE Ao falar sobre o Brasil, Nancy aponta um problema: "Há aí doadores que vendem seus órgãos para supostos parentes". Especialistas suspeitam que a lei 9.434, de 1997, que disciplina os transplantes no País, tenha provocado um boom no mercado negro de compra e venda de rins ao liberar a doação entre pessoas sem parentesco. "A lei brasileira é permissiva. Em vez de proteger, fragiliza os mais pobres", diz o médico Volnei Garrafa, coordenador da Cátedra Unesco de Bioética da Universidade de Brasília.

Em 2002, foram realizados 3.042 transplantes de rins no País. Destes, 60,8% ocorreram entre vivos, segundo dados da ABTO. Em 2008, as cirurgias com doadores mortos deram um salto, passando a responder por 54% dos 3.780 transplantes renais. Nesse ano, dos 1.747 transplantes entre vivos, 1.429 (81,8%) ocorreram entre parentes; as demais doações incluíam não-parentes, cônjuges e pessoas com parentesco não mencionado. Para Garrafa, o aumento no número de doadores vivos tem mais a ver com uma possível corrida às compras de órgãos do que com uma súbita onda de generosidade entre os brasileiros.

Segundo especialista, o tráfico segue as rotas ditadas pelo capital: do sul para o norte, dos mais pobres para os mais ricos, de negros para brancos e de mulheres para homens

Apesar das suspeitas, o número de casos investigados no Brasil é pequeno. Segundo a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, há apenas 17 processos sobre tráfico de órgãos correndo na Justiça Federal. "Esperamos que seja um crime que aconteça raramente, e não que seja raramente descoberto", afirma Mario Luiz Bonsaglia, procurador regional da República da 3ª Região (SP e MS). "A gente tem uma noção, mas não sabe a dimensão do tráfico de órgãos", diz o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior. Na secretaria, o combate ao comércio humano cabe ao Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que também investiga o tráfico de mulheres para a prostituição e o trabalho escravo. Atualmente, o núcleo está na fase de montar um banco de dados com informações da Justiça e das polícias. "O tráfico de órgãos não é uma lenda urbana. É um problema real que tem feito muitas vítimas, mas no Brasil ainda temos pouco dados sobre esse tipo de crime", afirma o coordenador Ricardo Lins.

PERFIL DE UM VENDEDOR (filipino)
>>> 29 anos >>> Homem >>> Renda familiar anual de US$ 480 >>> Sete anos de estudo
PERFIL DE UM COMPRADOR (israelense)
>>> 48 anos >>> Homem >>> Renda familiar anual de US$ 53 mil >>> Nível universitário

ÍNDIA >>> as cicatrizes pela extração de rins são comuns em Mumbai, maior exportador de órgãos do mundo

CONSPIRAÇÃO? Um sintoma de como a apuração do tráfico de órgãos engatinha no Brasil é o fato de o próprio Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e outras instâncias reconhecerem a freira Maria Elilda Santos, criadora da ONG Organ Traffic, como uma das principais referências do País sobre o tema. Elilda ficou famosa em 2003, ao denunciar supostos casos de tráfico de órgãos na cidade de Nampula, em Moçambique, onde foi missionária. Suas denúncias percorreram a imprensa mundial e viraram assunto até no Parlamento Europeu, mas nunca foram comprovadas.

Galileu passou quatro horas com Elilda, em meio a pilhas de fotos de cadáveres mutilados e outros papéis. Para ela, há uma máfia do tráfico de órgãos que mata pessoas para abastecer o mercado mundial de partes humanas e tem ramificações em praticamente todas as esferas possíveis. Segundo ela, essa máfia já tentou matá-la mais de uma vez. A mesma organização teria levado o médico Drauzio Varella a apresentar uma série de TV sobre transplantes, destinada a fazer o público acreditar que a doação de órgãos é segura. "Você é doador?", ela pergunta. Ao ouvir a resposta, recomenda: "Não deixe ninguém saber que você é doador. Nem seus amigos. Se um dia você precisar usar o pronto-socorro de um hospital, podem matar você para ficar com seus órgãos".

MITO X REALIDADE
REALIDADE >>> Turismo de transplantes >>> Roubo de órgãos (principalmente córneas) de cadáveres

MITO >>> Crianças adotadas por estrangeiros para tráfico de órgãos >>> Pessoas sequestradas e/ou mortas para remoção de órgãos

Para Elilda, não há caso de crimes com cadáveres mutilados que não tenha relação com o tráfico. Mesmo que tenham sido decapitações, como os casos que encontrou em Moçambique. "A indústria médica precisa de cérebros para seus estudos", afirma. Até mesmo Eloá, a menina assassinada pelo namorado em Santo André em outubro de 2008, teria sido mais uma vítima dessa máfia, que provocou sua morte encefálica no hospital para ficar com os órgãos (a bala na cabeça era "só" um detalhe). Aliás, morte encefálica não existe - "é tudo uma invenção da máfia". A freira aparece no livro A World Cut in Two: The Global Traffic in Organs (Um Mundo Cortado em Dois: o Tráfico Global de Órgãos), que Nancy Scheper-Hughes pretende lançar no ano que vem pela University of California Press. As histórias de Elilda estão no primeiro capítulo, que trata dos boatos. Ao narrar um encontro com a freira, Nancy conta como ficou surpresa com a ausência de documentos confiáveis.

Que o diga o promotor público Roberto Tardelli, que investigou uma das denúncias apresentadas por Elilda, sobre um camelô que teria sido assassinado pela tal máfia, interessada em ficar com seus órgãos. Quando a exumação do corpo comprovou que o cadáver estava intacto, Elilda acusou o promotor de fazer parte do esquema. "É a lógica da teoria da conspiração", afirma Tardelli. Ao ler esta reportagem, provavelmente a freira também terá certeza de que Galileu é um dos braços da máfia do tráfico de órgãos.

O que as teorias conspiratórias ignoram é a realidade de um mundo que concentra metade da riqueza em 2% da população, segundo a ONU. No livro "Rim por Rim" (Record), o jornalista Julio Ludemir narra o diálogo entre um dos "doadores" pernambucanos, Gerehmias Berlamino Azevedo Júnior, e uma delegada. Geré diz que se sacrificou para salvar os filhos da miséria. E pergunta: "Vamos dizer que a senhora tenha um filho e uma bala está vindo na direção dele. A única saída que a senhora tem para salvar a vida do seu filho é pular na frente daquela bala. A senhora pularia?". Ninguém precisa sequestrar pessoas para obter órgãos; a miséria tem a força de mil armas.

QUANTO CUSTA UM RIM (em dólares) Órgão responde por 80% desse tipo de comércio no mundo
ESTADOS UNIDOS >>> 30.000 ISRAEL >>> 20.000 PERU/TURQUIA >>> 10.000 BRASIL >>> 6.000 MOLDÁVIA/ROMÊNIA>>> 3.000 ÍNDIA/FILIPINAS >>> 1.500

MEUS COMENTARIOS

O servicinho que a revista se dispõe a fazer é baixo e deve ter sido bem pago. Devemos partir do princípio que um jornalista deve pesquisar e checar suas fontes e informações que recebe, antes de publicá-las. A menos que tenha a intenção de distorcer fatos, como vou demonstrar aqui.

FAUSTO SALVADORI, que assina a matéria, começa criando um cenário de lenda urbana. Uma pessoa é drogada durante uma balada e acorda sem os rins em uma banheira com gelo. Tal historinha foi criada e distribuída muitos anos atrás quando as primeiras denuncias sobre o assunto começaram a vir à tona. Em defesa dos traficantes e por eles mesmos, histórias absurdas e mirabolantes foram espalhadas com o intuito de desacreditar qualquer outra história que envolvesse tráfico de órgãos. Hoje, quando falamos do assunto, alguém sempre diz: Ahhh, aquela historinha do rapaz que acorda na banheira sem rim! Essa é velha. E deste ponto em diante, qualquer outra história que seja contada, será apenas mais um boato. Uma historinha. Ao criar este parágrafo a revista já aponta para a direção que vai tomar no restante da matéria.

Em seguida, para reforçar a tese, FAUSTO SALVADORI insere Valter Duro Garcia, representante da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos). Garcia para quem não sabe, é o homem que tem o objetivo de desqualificar qualquer denúncia sobre o assunto. Ele é testemunha de defesa do assassino do meu filho. Foi ele também que falou em nome da ABTO durante o caso Joaquim Ribeiro Filho. Em todas as vezes, Garcia - mesmo conhecendo os fatos - nega a existência de qualquer tipo de atividade ilícita ligada aos transplantes.

Diz Valter Duro Garcia que "É um procedimento complexo, que dificilmente poderia dar certo fora de um centro cirúrgico com uma equipe treinada de médicos e enfermeiros". É mesmo? Neste caso, Garcia deveria ler as auditorias realizadas em Poços de Caldas quando meu filho foi assassinado. Os hospitais faziam transplantes e sequer possuíam alvará da vigilância sanitária. Máquinas de hemodiálise estavam remendadas com durepoxi. O hospital não tinha a mínima condição de higiene. Mas podemos ir além. No Rio de Janeiro, clínicas particulares tinham salas alugadas para realizar cirurgias deste porte. E realizava. Isto consta em inquéritos, mas FAUSTO SALVADORI preferiu divulgar as palavras da ABTO. Isto dá mais "credibilidade" ao que se propõe a revista.

Em seguida, um velho bordão que vem sendo usado há muitos anos pelos traficantes. Segundo a revista "não haveria como saber se o estudante sedado no motel tinha sangue compatível com o do receptor". Olhem para as filas. Estão lotadas. Você encontra nestas filas milhares de pessoas desesperadas. Não importa o tecido do órgão e nem a compatibilidade sanguínea. Nesta fila certamente tem alguém poderá utilizá-lo. Basta que, depois de realizado os exames, identifique o comprador compatível que está aguardando por um órgão. Não é complicado. Tanto não é que é assim que funciona a fila real!

Este argumento pífio e vazio, só serve aos ignorantes e traficantes. Pode enganar muitos, mas não pode enganar a todos. FAUSTO SALVADORI aceitou este argumento sem rebater, afinal, era o presidente da ABTO quem disse. Em seguida, outra afirmação completamente falsa. A revista afirma que "a maioria dos órgãos torna-se imprestável assim que o coração para de bater".

Veja o quadro abaixo:

Onde:

TR: Tempo máximo para retirada após a morte encefálica do doador

TC: Tempo máximo de conservação após a parada cardíaca

Como podemos ver, um pâncreas pode durar de 12 a 24 horas depois da parada cardíaca. Um rim pode sobreviver de 24 a 48 horas após a parada cardíaca. Ou seja, há tempo suficiente para localizar um interessado nestes órgãos. Mais uma vez o "jornalista" assumiu fatos falsos como sendo verdadeiros para que sua história tivesse peso e conteúdo. Aos leigos, a matéria parece ser esclarecedora. Mas aos olhos de um crítico que preza a qualidade da informação que recebe, o texto passa a ser bastante duvidoso.

No início do texto, lembro de ter lido que um transplante só pode ser realizado em instalações complexas. Para reforçar sua afirmação, o "jornalista", ao relatar o caso de tráfico de órgãos na África do Sul, teve de dar ênfase a uma situação inusitada: "Após uma semana de hospedagem num flat e mais alguns dias em ótimos hospitais, voltavam para o Brasil tendo deixado um de seus rins em corpos de israelenses ou norte-americanos". Não foi isso que ouvi na CPI. Os hospitais não eram ótimos como o autor quer que acreditemos. As instalações na verdade eram péssimas. E mesmo assim, as retiradas eram realizadas sem qualquer problema. A palavra "ótimo" denuncia uma certa insegurança do "jornalista".

Não há em nenhum momento na reportagem, qualquer citação sobre o envolvimento de médicos brasileiros no processo de tráfico de órgãos. Será?

Vejamos:

Como um brasileiro deixava o país para doar um rim lá fora sem saber se o receptor era compatível? Eu mesmo respondo: Ele precisava fazer um exame de HLA que só pode ser feito mediante a emissão de um pedido especial de exame. Além disso, este exame só pode ser realizado por laboratório credenciado para transplantes. Ou seja, existia sim uma rede de traficantes prontos para emitir pedidos de exame e realizá-los, todos pagos pelo SUS, sem que nenhuma autoridade questionasse (nem antes e nem depois) o motivo destes procedimentos. Aliás, esta rede nunca apareceu, nunca foi citada, e o "jornalista" parece que também não teve interesse em saber quem eram. Fazer uma matéria assim é muito fácil. Mais fácil ainda é ganhar dinheiro com ela.

Em seguida o destemido herói dos transplantistas afirma que o caso Africa do Sul foi destaque na CPI de 2004. Não foi. O destaque foi o caso Paulinho que ele sequer mencionou. Aliás, ele não mencionou sequer que a CPI indiciou 9 médicos no caso Paulinho e que o relatório foi engavetado pelo Procurador Geral da República. Tal "jornalista" é muito medíocre ao "esquecer" de citar estes fatos, ou como já disse, foi muito bem pago. Ele também esqueceu de dizer que o mesmo grupo que matou Paulinho, matou outros 8 "doadores" - está no relatório da CPI que ele não leu. Esqueceu também de dizer que o administrador do hospital foi assassinado a tiros depois de grampear o centro cirúrgico. Esqueceu de dizer também que o assassino do meu filho é irmão de um ex-presidente da ABTO. Esqueceu também que este ex-presidente da ABTO também foi citado na CPI por traficar órgãos. Diante de tantos esquecimentos, duvido que o "jornalista" ainda lembre seu próprio nome.

O problema é que o jornalismo atual funciona inversamente. Primeiro cria-se a mentira. Depois, utiliza-se as informações convenientes para que o centro da reportagem torne-se algo verossímil.

A revista também cita Nancy Scheper-Hughes que explorou o Brasil na década de 80 investigando o tráfico de órgãos. Depois de concluir que aqui realmente havia tráfico de órgãos, resolveu escrever um livro, ganhar muito dinheiro e fama, e esquecer o que viu. Nancy comentou diversas vezes que sabia de médicos em Recife que afirmaram fazer o tráfico de órgãos, mas que por questões "éticas", não podia revelá-los. Nancy também denunciou que a ABTO teria feito um acordo com uma universidade para o fornecimento de fígados. Ela foi desmentida pela ABTO e nunca mais falou no assunto.

A matéria não mostra nenhum caso concreto de tráfico de órgãos. Cita a existência de 17 processos sobre o assunto, mas não informa em que situação se encontra. O "jornalista" não sabe por exemplo que o processo sobre o homicídio de pacientes em Taubaté na década de 80, que beneficiava um presidente de ABTO ficou 20 anos na justiça sem ser julgado até prescrever, sem condenar ou absolver ninguém.

FAUSTO SALVADORI desqualificou e ridicularizou Irmã Elilda, que tem sido usada pelo atual governo Lula, que a classifica como "expert" em tráfico de órgãos. Limitada, Elilda não possui provas de nenhum caso, mas vivenciou diversos. Com provas já é impossível pegar os traficantes. Sem provas, torna-se de fato algo ridículo, como deseja o atual governo. Seduzida talvez pela fama, Elilda aceitou e tem aceitado os agrados do governo para nos momentos oportunos ser desqualificada ajudando a enterrar os fatos como lendas urbanas.

Elilda tem razão em alguns pontos, mas não tem capacidade de explicar o que diz. Por isso, fez afirmações que se tornaram ridiculas. Entre elas, a de que Drauzio Varella atua em nome da máfia. Pois bem. Agora falo eu. Sim. Drauzio atua para a Máfia e tem um excelente relacionamento com ela. Sim. Drauzio é usado para dizer que tráfico de órgãos não existe. Em 2004, logo após ser denunciado por traficar órgãos, o médico Elias David Neto contou com a ajuda de Varella. No Blog de Varella, Elias afirmou que a CPI era um tremendo equívoco e que na verdade tinha o objetivo de investigar o tráfico de pessoas e não de órgãos. No mesmo texto, Elias citou um relatório supostamente produzido pelo "FBI" dizendo que tráfico de órgãos nunca existiu. Eu enviei uma carta ao FBI e recebi uma resposta desmentindo categoricamente a existência de tal relatório. Depois de insistir, a ABTO enviou-me uma cópia do tal relatório produzido na década de 90 sem nenhum ligação com o FBI por uma agência de desinformação americana.Aliás, a mesma agência que disse que nunca o exército americano realizou torturas no Iraque.

Elilda equivocadamente disse que a morte encefálica é uma criação dos traficantes. Não é. E explico superficialmente o que ela tentou mas não foi capaz. Posso explicar com detalhes, mas não neste texto. Muitos anos atrás, quando ainda não existia o transplante de órgãos, uma pessoa era considerada morta quando seu coração parava. Tempos depois, os médicos concluíram que mesmo havendo a parada cardíaca, o cérebro ainda poderia estar vivo. Então criaram a morte cerebral. Em 1968, quando Barnard realizou o primeiro assassinato de doador de órgãos, a comunidade médica entendeu que seria necessário reavaliar os critérios chegando então ao que chamamos hoje de morte encefálica, pois como o próprio nome diz, não basta o cérebro estar morto. O encéfalo também tem de estar morto para - hoje - decretar a morte de alguém. E tudo isso pode mudar daqui há alguns anos. A morte encefálica não é um consenso na medicina. E sim, foi inventada para propósitos transplantistas.

Os promotores citados na reportagem são fanfarrões. São bonequinhos nas mãos dos traficantes. Não é a toa que Joaquim Ribeiro Filho embora tenha sido pego vendendo rins, tenha respondido apenas a um processo civil de improbidade administrativa, do qual facilmente foi absolvido. Sim, existe uma máfia, não é pequena e conta com políticos, médicos renomados e autoridades corruptas - em especial o Ministério Público. Não é a toa também que a lei de transplantes determina que é o Ministério Público quem deve fiscalizar a doação entre vivos.

Lendo este reportagem, não há dúvidas. Irmã Elilda tem razão. É mesmo uma máfia, e a revista deve ter ganhado uma boa grana para ocultar tantas informações importantes e ressaltando as palavras de Valter Duro Garcia. Mas ainda há uma chance.

Desafio a revista a provar que o caso Paulino é uma lenda urbana. Se aceitarem o desafio terão de reescrever a matéria. Se não aceitarem, só posso concluir que a despreparada irmã Elilda não está tão equivocada assim.

A propósito, por que não disseram que estou sob proteção do governo italiano após ter denunciado esta máfia? Esqueceram?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Só não acontece no Brasil

A BBC Brasil noticiou uma mega operação que prendeu traficantes de órgãos nos Estados Unidos. Quando li a notícia percebi o quanto sou feliz por ser brasileiro! No Brasil isso não acontece! Sim, os médicos renomados e políticos influentes garantem que no Brasil isto não existe. Tudo é feito dentro da mais rigorosa ética.

A explicação é simples. O Brasil é um país de 1o. mundo, já os EUA é de 3o mundo. Olhe para o senado americano. São muitos escândalos que acontecem frequentemente. No Brasil, o senado nunca esteve envolvido em qualquer sujeira.

Nos EUA religiosos vendem rins. Pagam 10 mil aos que vendem partes dos seus corpos, e revendem a 160 mil. Estamos falando em dólares. No Brasil não. Tudo no Brasil é muito sério. As leis existem e são cumpridas a risca.

O Brasil é tão sério, tão sério, que você nunca encontrará qualquer político preso. Por ser um país rígido, não arriscam suas biografias em negócios escusos. Já nos EUA, existem muitos políticos encarcerados. 3o mundo é assim.

No Brasil, nem é necessária a construção de novos presídios. A criminalidade está em baixa. Atualmente quase não morre ninguém por arma de fogo. Nos EUA, sempre ouvimos que algum louco matou 10 ou 15 e depois cometeu o suicídio. No Brasil, isto não existe. Não é fácil comprar uma arma - mesmo que seja raspada - em cidades como São Paulo.

Portanto, podemos dormir tranquilos. No Brasil, tráfico de órgãos não existe. Ninguém neste momento está comprando ou vendendo órgãos. Isso é coisa de países de 3o mundo como os EUA. Como a BBC mostrou, lá tem muito disso. Aqui não. Você não ouve uma só notícia de alguém que tenha praticado este tipo de crime. A imprensa nunca notíciou nada assim. Isso é lenda urbana.

Percebemos em países de 30 mundo, como é os EUA, que quando crimes como o tráfico de órgãos são flagrados, descobre-se uma rede de políticos e pessoas importantes envolvidas. No Brasil isso jamais aconteceria. Países como o Brasil, não existe corrupção, não existe malandragem. É tudo muito sério!

Podem dormir sossegado. Tráfico de órgãos só acontece nos EUA, e países do 3o mundo. No Brasil, isso não existe!!

Entendeu?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Novo Procurador Geral da República: mais um canalha.

Antes era mais difícil atribuir a um Procurador Geral da República o título de canalha. Com o anterior eu demorei alguns anos para chegar a esta conclusão. Neste, não precisei pesquisar muito. Em seu primeiro ato, junto ao presidente da república, ele já vestiu a roupa suja que o cargo lhe fornece.

Na posse do novo procurador geral da república, o presidente da república ligado ao narcotráfico, Luis Inácio Lula da Silva, mandou o recado em alto e bom tom: "Tome cuidado com as biografias dos investigados". Em outras palavras, Lula ameaçou o procurador publicamente. "tome cuidado" é o sinônimo de "você pode se f....".

Se o novo procurador geral da república tivesse o mínimo de respeito por si mesmo, abandonaria a cerimônia e voltaria ao seu cargo anterior. Mas, como já é de domínio público, o procurador geral da república se presta a este papelzinho canalha que vem acontecendo nestes últimos anos. A resposta não poderia ser mais explícita: "a divulgação antecipada de investigações se configura como um comportamento absolutamente reprovável”.

Roberto Gurgel já deixou claro qual o seu método, que é igual a de todos os outros antecessores seus. Quando é alguém "biografado" silêncio total. Vale tudo. Abafar, mentir, falsificar provas, ajudar a ocultar crimes e por ai vai. Se é alguém que roubou uma galinha ou uma caixa de chicletes, cana e avacalhação total pela imprensa, com requintes de crueldade, tipo reconstituição do crime.

É mais um canalha a serviço da corrupção e da bandidagem. É mais um que não valhe a pena perder tempo enviando denúncias. É mais um que vai dar prioridade às "biografias" e ao que lhe convem. É mais um que talvez venha a me processar porque o chamei de canalha, enquanto aqueles que roubam, matam e vivem em companhia de narcotraficantes, continuarão sendo protegidos.

Eu poderia pedir para que ele tivesse o mínimo de integridade e desengavetasse as denúncias que fiz e o relatório da CPI do Tráfico de Órgãos que seu antecessor (outro canalha) cuidadosamente enterrou em alguma gaveta. As denúncias devem estar lá ainda, servindo talvez de tartaruguinha de areia para a porta não bater. Mas como eu mesmo disse, ele é apenas mais um canalha.

Lula ainda afirmou que se os biografados continuarem sendo alvos de investigação, o congresso poderá castrar o Ministério Público, ou seja CENSURA. Isto é típico dos melhores canalhas.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Canalhas do STJ ajudam traficantes de órgãos


A foto acima é do meu filho. Eu o fotografei durante a exumação de seus restos. É uma imagem que não precisaria estar gravada em qualquer parte do meu disco rígido, pois está detalhada em minha memória. E não vai se apagar. Está chocado? Então prepare-se para ler o que vou escrever, porque tenho certeza que você também nunca esquecerá o que estão fazendo comigo, com ele e com a minha família.

Acaba de sair a notícia. Eu recebi uma cópia graças aos alertas do google, já que a "justiça" brasileira - aquela que vende sentenças - nunca informou nada a família. Infelizmente é sobre o caso Paulinho. Trata-se da decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre a competência do julgamento dos assassinos do meu filho, morto por um grupo de 9 médicos, que contaram com o respaldo financeiro e político do Ministério da Sáude, quando o ministro era José Serra.

Segundo o Supremo Tribunal de Justiça, os assassinos que trabalhavam para o SUS devem ser julgados no tribunal estadual (no caso, em Poços de Caldas) e não pela justiça federal. Alega o STJ que Paulinho não era da esfera "federal" e sendo assim, o julgamento deve ser num tribunal comum, e de preferência, onde os traficantes dominam, como é o caso de Poços de Caldas.

A teoria do Supremo é ridícula e desprovida de caráter, como é o próprio supremo. Paulinho não era "federal", mas os assassinos eram! Agiram dentro do sistema nacional de transplantes, que sim, é FEDERAL. Os assassinos ainda deram golpes financeiros no sistema único de saúde, fraudando documentos para forjar internações de transplantados, que nunca existiram. O mesmo grupo ainda levou a morte outras 8 pessoas, além de vender órgãos em outros estados.

Enquanto o processo estava na justiça federal, contou com abaixo assinado de transplantados, depoimento de médicos renomados, políticos e toda a sorte de vagabundos em apoio aos assassinos. Nós, da família do Paulinho, fomos proibidos de participar do processo. Um grupo de amigos chegou a enviar centenas de e-mails para aquele tribunal pedindo para que eu pudesse ser testemunha, ou pelo menos que fosse ouvido, mas foram todos negados. Talvez, não tivessemos a mesma "competência" que as testemunhas de defesa.

Mas os canalhas do supremo tribunal de justiça querem que o processo seja levado para as mãos dos traficantes, em especial, o político Carlos Eduardo Venturelli Mosconi, braço direito de Aécio Neves. Mosconi hoje é o Presidente da comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e sua esposa ocupa uma secretária qualquer do atual prefeito de Poços de Caldas (pelo segundo mandato consecutivo), e por ai, podemos ver como Mosconi é influente naquela cidadezinha.

Mosconi conseguiu entre outras coisas, excluir da denúncia seus sócios que estavam indiciados no caso, e abafar o assassinato do administrador do hospital, morto pelo grupo de transplantistas após gravar conversas telefônicas do centro cirúrgico. O crime até hoje está sem solução e sem autor porque a solução deste crime atingiria o poderoso chefão. E não há qualquer autoridade em Minas Gerais (duvido que exista no Brasil) que tenha o caráter e a capacidade de desvendar este crime.

E é assim que Justiça Federal mostra as suas duas caras. Do mesmo baú (ou quem sabe da mesma conta corrente), que determinou que os assassinos do Paulinho não pudessem ser julgados por eles, saiu a competência para me processar e julgar. Na mesma esfera FEDERAL que os assassinos do meu filho não poderão ser julgados eu fui processado criminalmente por várias vezes.

O Ministério Público Federal e Polícia Federal, não pouparam esforços para tentar me condenar. Enquanto pediam uma pena de 50 anos de prisão para mim, pediam 20 anos para os assassinos do meu filho. Os crimes aos quais fui denunciado foram os de injuria, calúnia e difamação, porque afirmei que os procuradores federais JOSÉ JAIRO GOMES e ADAILTON RAMOS DO NASCIMENTO eram vagabundos, corruptos e filhos da puta. Fui absolvido. Os mesmos adjetivos eu usei para qualificar o delegado da polícia federal CÉLIO JACINTO DOS SANTOS, e também fui absolvido.

O tribunal não se recusou a me julgar, e ótimo que tenha sido assim. Quem não deve, não teme. Devem ter medo de tribunais, bandidos e assassinos. Para eles sim pode fazer diferença entre um ou outro tribunal. Pelo menos, tenho o sabor de dizer que a justiça federal reconheceu que eu estava certo. Tanto na denúncia de corrupção, quanto aos adjetivos.

A competência para julgar o caso já havia sido reconhecida em 2002. Do dia para a noite, um novo juíz assumiu o processo e determinou o envio do mesmo a comarca de Poços de Caldas. Coincidentemente isso ocorreu quando fui obrigado a deixar o país por estar sendo ameaçado, e perseguido por procuradores. Carlos Mosconi (o chefe da quadrilha), usou o site da Assembléia Legislativa de Minas Gerais para dizer que todos já estavam absolvidos, embora como podemos ver, o processo ainda está em andamento.

Mosconi publicou naquele site que os médicos haviam sido absolvidos e que os transplantes em Poços de Caldas - onde pelo menos 10 pessoas foram mortas para fins de tráfico de órgãos - deveriam recomeçar em pouco tempo. Disse ainda, que tudo não passou de um boato. Estranhamente, o Ministério Público Federal não tomou qualquer providência, mesmo sendo chamado de boateiro. Mosconi é deputado estadual e portanto a competência para que ele se explicasse seria FEDERAL. Mas deste baú (ou conta corrente), não sai competência para processa-lo. Aliás, Mosconi já escapou de diversos crimes. Inclusive o de ser o chefe desta máfia.

Foram 9 procuradores que assinaram a denúncia contra mim. Nenhum teve coragem de sequer interpelar Mosconi.

Parece que para os federais, a única competência que tinham era para acabar com a minha vida e me perseguir. Uma tentativa desesperada de calar um denunciante cheio de provas e proteger os assassinos. Um grupo de médicos do SUS que agem em associação para matar crianças, não geram a competência necessária para este tribunal?

Enquanto estes vagabundos, corruptos e filhos da puta, traçavam os planos para enterrar de vez esta história, me perseguiam enviando oficiais de justiça solicitando que eu fizesse exame de sanidade mental. Tudo para desqualificar qualquer coisa que eu dissesse. Como se eu precisasse dizer. Está tudo escrito e por eles mesmos. Voei as pressas para a Itália. Desembarquei e pedi asilo político. Levei as provas a um tribunal que depois de analisar por 15 dias toda a documentação, decidiu me asilar. Conseguiram concluir durante 2 horas de audiência, o que em 9 anos a "justiça" brasileira não é capaz, ou talvez, não tenha competência. Recebi asilo por unanimidade.

POR QUE O TRIBUNAL DE POÇOS DE CALDAS?

Eu fui processado em Poços de Caldas, São Paulo e Belo Horizonte. As ações foram ao mesmo tempo e distribuídas de tal forma que ficasse impossível de me defender em todas elas. 99% correram com a ajuda de defensores públicos. Em todos os processos fui absolvido, exceto na cidade de Poços de Caldas, onde está a "competência" para julgar os assassinos do meu filho.

O presidente da associação dos médicos de Poços de Caldas, na época do assassinato, ajudou os assassinos distribuindo panfletos pela cidade onde ressaltava a inocência dos acusados e a importância deles na região, além de pagar os honorários dos assassinos. Ao divulgar que estavam inaugurando uma nova sede daquela associação, eu cometei que aquela sede havia sido construída com dinheiro proveniente do tráfico de órgãos. A dedução é simples. Se os traficantes eram associados e pagavam a mensalidade, obviamente, a sede teria sido contruída com a ajuda deste dinheiro. É a mesmo coisa quando falamos que usuários de drogas são responsáveis pela violência crescente no país. Os usuários não matam ninguém, mas o dinheiro que eles empregam no tráfico de drogas, sim.

Por dizer isso fui condenado a indenizá-lo. Não satisfeito, ele pediu em outro processo que eu fosse preso. O mesmo tribunal me condenou à prisão como eles desejavam, mas o processo já havia prescrito.

O outro caso na justiça de Poços de Caldas contra mim é do anestesista que matou o meu filho e que mentiu para a Polícia Federal. SÉRGIO POLI GASPAR me processou por injúria, calúnia e difamação quando eu disse publicamente que ele administrou anestesia geral no meu filho, antes de retirar os órgãos. POLI também administrou um coquetel semelhante a injeção letal (PAVULON e CLORETO DE POTÁSSIO - está no prontuário e ele assumiu). O tribunal de Poços de Caldas me condenou a indenizá-lo. Dois anos depois, na CPI Federal do tráfico de órgãos, SÉRGIO POLI GASPAR foi desmentido publicamente e acusado de mentiroso, desta vez por deputados federais. Calou-se quando as provas lhe foram esfregadas na cara. Mas SÉRGIO POLI sequer foi levado a justiça pelo homicídio do meu filho. Para os procuradores vagabundos, corruptos e filhos da puta, anestesiar uma criança morta é natural, quando na verdade é uma prova fundamental que meu filho estava vivo antes da retirada dos órgãos.

Eu enviei então à justiça de Poços de Caldas, um envelope com todas as provas da mentira de POLI. O Juiz cuidadosamente, sem abrir o envelope, colocou-o dentro de outro envelope e devolveu pelo correio. Não teve sequer a curiosidade de abri-lo.

POLI também queria a minha prisão. O processo já está prescrito, mas não duvido que eu tenha sido condenado. Neste processo eu nunca fui chamado para depôr. Estranho?

A uma certa altura dos acontecimentos, Mosconi determinou que alguns médicos e o administrador da Santa Casa (onde Paulinho foi assassinado), fizessem uma denúncia contra mim alegando ameaça de morte. Certa vez eu publiquei no meu site e enviei através de e-mails, um texto dizendo que eu iria me vingar. Com este texto, fizeram várias queixas crimes, que se transformaram em processos.

Um dia, ao ser chamado pela justiça em São Paulo para explicar a "ameaça" do processo de Poços de Caldas e ocorreu o seguinte diálogo:

Juiz: - O senhor confirma ter ameaçado de morte os reclamantes?
Eu: - O senhor pode me mostrar onde está escrito "eu vou matar..."
Juiz: - Não. Aqui está escrito "Eu vou me vingar..."
Eu: - Neste caso, o sr. deve pedir a prisão do médico, pois se ele entendeu que a vingança seria matá-lo (olho por olho, dente por dente), ele acaba de assumir o homicídio.

O processo foi arquivado com a desistência do médico.

Portanto, aqui está a explicação para que o processo esteja indo para Poços de Caldas. Aquele foi o único tribunal que me impôs condenações. Em todos os outros processos que correram contra mim, fui absolvido.

O Ministério Público Federal, sabendo das influências políticas, poderia determinar que o processo continuasse na esfera estadual, porém, longe da comarca onde os traficantes têm influência. É uma possibilidade legal, mas parece que eles acreditam não ter competência. Competência só se for contra mim. Para me perseguir.

É assim que funciona o país dos canalhas, onde a justiça pende para o lado que mais lhe interessa.

A notícia pode ser lida neste link, mas a registro na íntegra aqui neste blog:

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que o caso que trata da morte de um menino para retirada de seus órgãos deve ser analisada pela Justiça estadual. O crime teria ocorrido no ano 2000, em Poços de Caldas (MG).

O processo já estava em fase adiantada na Justiça Federal, mas foi suspenso em razão de um conflito de competência.

De acordo com o relator, ministro Nilson Naves, o fato principal do caso é o assassinato, e por isso a competência é da Justiça Estadual. Ele ainda afirmou, que não há ente federal no pólo passivo.

Segundo o magistrado, o fato de a denúncia afirmar que os acusados removeram tecidos, órgãos ou partes do cadáver da vítima em desacordo com o que determina a legislação não atrai, por si só, a competência federal.

Para a 3ª Seção entendeu que a remoção dos órgãos do menino foi consequência da ação de homicídio, esta sim a ação principal.

De acordo com o STJ, o menino Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, foi internado após um acidente doméstico que lhe provocou traumatismo craniano. Ele teria sido negligenciado no atendimento hospitalar com a intenção de provocar sua morte para retirada posterior dos órgãos.

O Ministério Público afirma que sua admissão foi em hospital inadequado; houve demora no atendimento; a cirurgia craniana foi realizada por profissional sem habilitação; não houve tratamento efetivo; os exames que constaram morte encefálica foram engodo; houve abandono terapêutico.

Em agosto de 2002, o juízo federal da 4ª Vara Criminal de Belo Horizonte declarou-se competente em razão da existência de conexão entre delitos de homicídio e aquele previsto no artigo 14 da Lei 9.434/2007, a Lei dos Transplantes de Órgãos – mais especificamente “remover tecidos, órgãos e partes do cadáver” do menino em desacordo com o que determina a lei.

As defesas de dois acusados alegaram a incompetência absoluta da Justiça Federal para julgar a ação, o que foi acolhido por outro juiz que havia assumido o caso. Os autos foram remetidos para a comarca de Poços de Caldas, sendo anulados todos os atos decisórios da Justiça Federal.

O juiz estadual, por sua vez, entendeu que o crime de homicídio seria um meio para a obtenção dos órgãos, o que ensejaria a competência federal.

De acordo com o juiz estadual, teria havido prejuízo à União, pois o suposto crime teria atingido um dos serviços públicos prestados à sociedade, o Sistema Nacional de Transplantes. Daí o conflito remetido ao STJ, que reconhece o competência estadual para analisar o caso.

A canalhice não tem tamanho. E pelo visto, não tem "competência".

QUEM JULGOU O CASO?

Um breve histórico

Sexta-feira, Abril 27, 2007
OPERAÇÃO TÊMIS: NAVES & NEVES NO "JOGO"?

Ministro do STJ é citado em inquérito da Têmis. Procurador sugeriu quebra do sigilo de Nilson Naves, mas não foi atendido.

O ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), teve seu nome citado nos autos do procedimento investigatório criminal 91/06 do Ministério Público Federal que serve de base para a Operação Têmis - suposto esquema envolvendo empresários, advogados e magistrados em sentenças que teriam favorecido bingos e devedores do Fisco. Por meio de manifestação de 21 páginas, o procurador da República em São Paulo Alexandre Amaral Gavronski sugeriu, em 6 de dezembro do ano passado, a quebra do sigilo bancário de Naves relativo ao segundo semestre de 2003. No documento, o procurador pede abertura dos dados bancários da desembargadora Alda Basto, que está na mira da Operação Têmis, além da interceptação telefônica dela e do empresário José Luiz Neves Vianna. A proposta de Gavronski com relação a Nilson Naves não foi acolhida pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que não viu motivos para instauração de inquérito no Supremo Tribunal Federal, instância máxima do Judiciário perante a qual têm foro especial os ministros do STJ. O procedimento 91 é a alma da Operação Têmis, desencadeada na última sexta-feira. Foi aberto a partir de uma carta apócrifa que chegou ao MPF há 13 meses. As informações nela contidas foram esmiuçadas por Gavronski. No rastro de uma história montada a partir de “possíveis crimes contra a ordem tributária”, o procurador chegou a um caso de R$ 214 milhões - montante que a Fazenda Nacional teria sido impedida de cobrar da SAB Trading Comercial Exportadora S/A por causa de uma decisão do ministro Naves. No despacho endereçado ao procurador-geral, Gavronski revela detalhes da investigação iniciada a partir da emissão de uma nota fiscal da empresa Neves Vianna, no valor de R$ 1,78 milhão, referente a comissões por conta de compensações indevidas de crédito de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No documento, Gavronski sustenta: “Chama a atenção a mudança de posicionamento do eminente ministro (Naves) após a petição da SAB Trading. Inicialmente, em 25 de junho de 2003, deferira a suspensão (da liminar concedida por Alda Basto) para, em 14 de julho do mesmo ano, revisar seu entendimento anterior.” Na época, Naves presidia o STJ. Segundo o procurador, “a fundamentação expedida pelo ministro não convenceu o Órgão Especial da Corte Superior, que acompanhou o voto-vogal (manifestação oral) do ministro Antônio de Pádua Ribeiro para dar provimento, por maioria - vencido apenas o relator - ao agravo regimental (recurso) interposto pela União”. Gavronski destacou, ainda, que “faltam conhecimentos quanto aos entendimentos da jurisprudência do STJ para identificar se a alteração de posicionamento do ministro Nilson Naves transcorreu dentro da normalidade”. Fausto Macedo, Bruno Tavares e Rodrigo Brancatelli, O Estadão.

Quem me julga?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Burrice contra o comunismo


Os comunistas sul americanos, além de vagabundos são ignorantes, mas não são burros como a oposição. Eles não possuem estratégia e nem planos. Eles fazem tudo de qualquer forma. Usam bordões fracos como por exemplo: "A culpa é da Elite" e a oposição não sabe como combatê-los. Usam a malandragem, a pilantragem e se abastecem de dinheiro sujo, inclusive proveniente do narcotráfico. E a oposição, usa o politicamente correto, abaixando as calças para qualquer pano vermelho que encontre pela frente.

Apoiar o comunismo na América do Sul é o mesmo que apoiar o tráfico de drogas. Mas a oposição não sabe, ou não quer, discutir isso. Prefere assistir a tudo calada, sem dizer nada. Parece uma fila indiana de bois caminhando para o abate. Não dizem nada, não resmungam, não brigam, não lutam, não fazem nada. Apenas caminham.

Honduras poderia resolver este pequeno problema com muita facilidade. Mas muitas mesmo. Calaria a boca do mundo, da OEA e da ONU. Estes últimos (OEA e ONU) estão se rendendo ao comunismo inacreditavelmente. Uma doaçãozinho vermelha aqui, um facilidade ali, e assim caminha a humanidade.

A solução é simples: Basta reconduzir o presidente deposto ao cargo, como desejam os comunistas, e em seguida decretar o impeachment. Acredito que seja possível inclusive, suspender os direitos políticos deste socialista de merda por um bom tempo. Depois é só arrumar a casa e fim.

Difícil?
Para quem não pensa, é.