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Luara Leimig
Taubaté
Depois de mais de 24 anos e sob pressão da Corregedoria Geral de Justiça de São Paulo, a Justiça de Taubaté marcou para às 9h do dia 17 de outubro de 2011 o júri popular que vai levar ao banco dos réus os médicos acusados de integrar um esquema de tráfico de órgãos.
Conhecido como caso Kalume, devido ao médico Roosevelt de Sá Kalume que denunciou o esquema em 1986, o processo se arrasta e desde 2009 estava aguardando somente a designação de uma data para a realização do júri popular.
De acordo com a denúncia da época, os médicos retiravam os órgãos de pacientes ainda vivos e depois provocavam a morte deles. Os órgãos seriam vendidos em um suposto esquema internacional de tráfico órgãos***.
*** Esta informaçao nao é verdadeira. Os orgaos eram enviados para o medico Emil Sabbaga que na epoca era presidente da Associaçao Brasileira de Transplantes de Orgaos (ABTO), conforme foi apurado pela CPI em 2004. Nada foi enviado para o exterior. (comentario do blog)
No inquérito policial presidido pelo delegado Roberto Martins de Barros e que durou 11 anos, foram investigadas diversas vítimas, mas ao final os laudos comprovaram o crime com pelo menos quatro pacientes.
Julgamento. Além do depoimento dos réus, da promotoria e da defesa, no júri serão interrogados 12 testemunhas de defesa e sete de acusação. Outras duas testemunhas de defesa e 9 de acusação serão ouvidas por carta precatória.
Depois de todos estes interrogatórios, e dos debates entre defesa e promotoria; um Conselho de Sentença formado por sete pessoas da sociedade civil sorteadas no dia do júri, irá então se reunir para votar pela condenação ou absolvição dos réus.
O promotor que irá atuar no júri ainda não foi definido, e será designado pela procuradoria nos próximos dias.
Devido a complexidade do caso, a quantidade de testemunhas e o tamanho do processo que já soma 54 volumes, a expectativa é que o júri dure pelo menos três dias.
CPI. Devido à gravidade das denúncias, que ganharam destaque nacional e internacional na época, o suposto caso de tráfico de órgãos de Taubaté em 2003 foi alvo de investigação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Na época, os deputados convocaram todos os envolvidos a prestar depoimentos, entre eles duas enfermeiras que teriam presenciado a retirada ilegal dos órgãos.
Em um dos depoimentos, a enfermeira Rita Maria Pereira revelou ter presenciado os médicos retirando os rins de um paciente que ainda se debatia na maca. “...O tempo todo o paciente gemia de dor, sentiu quase toda a cirurgia e ao final estava quase consciente tentando sentar-se na maca...um residente assustado com a situação perguntou o que fazer com o paciente que não parava de se debater após a retirada do rim. Na sequência, Pedro Henrique voltou a sala e falou, ‘é tão simples’, e afundou o bisturi no coração do paciente”, (trecho extraído do relatório da CPI).
Defesa diz que réus 'almejam júri'
Taubaté
Todos os médicos denunciados continuaram exercendo a medicina e aguardam o júri em liberdade.
Segundo o advogado Sérgio Badaró, advogado do médico Mariano Fiore Junior, o julgamento é um procedimento normal dentro do desenvolvimento do processo e a defesa já aguardava. “Ele sempre negou todas as acusações”, disse.
Já a defesa dos médicos Pedro Henrique Masjuan Torrecilas e Rui Noronha Sacramento está sendo feita por Romeu Goffi. De acordo com Goffi, o quarto réu, Aurélio de Carvalho Monteiro, que também era defendido por ele, faleceu recentemente. “Todos almejam o júri. A intenção é provar a inocência e acabar de uma vez com todo este desgaste”, afirmou Goffi.
Antonio Aurelio de Carvalho Monteiro faleceu em 29/05/2011, portanto poucos dias antes do agendamento do julgamento. O acusado era peça chave no julgamento pois alem do caso Taubate, tambem respondia por venda de cadaveres quando ocupava o cargo de Diretor do IML de Franco da Rocha. (comentario do blog)
ENTENDA O CASO
O caso
O caso de tráfico de órgãos envolvendo quatro médicos de Taubaté foi denunciado pelo médico Roosevelt de Sá Kalume e teria ocorrido em 1986 no antigo Hospital Santa Isabel de Clinicas, onde hoje funciona o Hospital Regional
Esquema
De acordo com a denúncia, os médicos retiravam órgãos de pacientes que ainda não apresentavam morte cerebral e depois provocavam a morte de pacientes. Os órgãos seriam traficados para transplantes, dentro de um esquema de tráfico de órgãos. Durante o inquérito policial que se arrastou por 11 anos, exames comprovaram que pelo menos 4 pacientes tiveram os órgãos retirados ainda vivos
Corregedoria
Desde 2009, o processo aguardava apenas uma data para o julgamento e a demora chamou a atenção da Corregedoria da justiça, que desde o ano passado passou a cobrar explicações da Justiça de Taubaté, e só agora a data foi definida. A expectativa é que o júri do caso que tem mais de 54 volumes de processo demore pelo menos três dias.
Uma grande piada!!!
A corregedoria de justiça teve de pressionar o tribunal para que o julgamento fosse marcado!!!
Com isso, da para se ter uma ideia de qual sera o resultado deste julgamento. Percebe-se tambem que o numero de testemunhas de defesa é maior que o numero de testemunhas de acusaçao. Talvez façam um minuto de silencio pelo medico morto.
E tem gente que ainda insiste que casos de trafico de orgaos nao existem pois o sistema é "rigido".