Desembargadores comprados

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domingo, 5 de junho de 2011

Por onde andam os perseguidores?

A vida é uma caixinha de surpresa nao é mesmo. Ha 11 anos atras, ao denunciar que um bando de medicos associados a um politico em Minas Gerais, matavam pacientes para fins de trafico de orgaos, em um esquema de colocar a mafia no bolso, jamais imaginei que seria eu o perseguido. Abaixo  uma copia de um dos 7 processos que respondi para que eu ficasse calado. No total, 12 autoridades entre acusadores e testemunhas, assinaram uma denuncia contra mim na justiça federal, cuja açao criminal (que pedia mais de 60 anos de reclusao), eu venci. Eu os chamei de vagabundos e eles nao gostaram. Mas do que isso! Exigi que explicassem como foram retirados os nomes de 2 medicos que assinaram o prontuario, e descreveram o assassinato em detalhes, em varias partes do mesmo. O trabalho do Ministerio Publico é dar respostas a sociedade. E eles estao calados até hoje. Dai, a origem do "vagabundos". Quem nao trabalha é vagabundo. E no caso deles sao vagabundos bem remunerados.


Depois de 11 anos, o que teria acontecido aos nobres procuradores federais acima?

Nao da para saber. Até onde posso ir, percebo que a maioria virou escritor ou ganhou cargos importantes. 

Um ou outro, no entanto, apareceu em alguma enroscada. E' o caso do procurador Raimundo Candido Junior que em 2007 fou suspenso por 45 dias por atuar contra o proprio MP em processos na justiça. 45 dias é uma bençao. Ferias remuneradas. Bem diferente dos 60 anos que queriam que eu restasse em carcere privado.

Cibele Benevides tambem caiu na rede. Encontrei uma nota de retrataçao e um texto escrito pelo marido da mesma pedindo justiça para esposa. O fato é que, segundo pude entender, ela reclamou de um fotografo que tirava fotos de crianças vestidas em roupas sensuais. Ela teria pedido explicaçoes. Ora, nao cabe a ela pedir explicaçoes e sim chamar a policia. Pedofilia, se é o caso, é crime, mas nao é a procuradora que deve atuar neste caso de flagrante. Ela deveria chamar a policia. O fotografo teria a chamado de "burra".

Em uma primeira versao, ela foi acusada de abuso de autoridade. Ela moveu um processo contra Alex Gurgel, que rapidamente retratou-se e publicou a tal nota de retrataçao. Se ele tivesse insistido talvez viesse para a Italia como eu tive de fazer. 

Considerando o documento acima, nao tenho duvidas, nem mesmo sem conhecer a historia, que ela abusou de sua condiçao de procuradora. Quem faz isso uma vez, faz duzias.

E por ultimo, para finalizar este texto, gostaria de mostrar um texto de um dos procuradores que me perseguiu. O titulo é bastante sugestivo:

A arte de ficar calado, de Felipe Peixoto Braga Netto

Saber ficar calado. É uma arte. Difícil, exige esforço e experiência. Não digo ficar calado sozinho, pois aí não há muita vantagem. Se sairmos a divagar, em voz alta, as perturbações que nos vão nos pensamentos, não demora estamos divagando num hospício. Também não falo sobre ficar calado em público. Já fui mais calado em público, hoje nem tanto. Sou até, às vezes, o menos calado. (…)
Na sentença deste processo contra mim, a juiza federal reconheceu o fato "estranho" de que os nomes dos medicos nao tenham sido denunciados e pediu explicaçoes para a procuradoria geral. Mas até hoje, eles adotaram a arte de ficarem calados. Depois de 11 anos, com a vida feita num carguinho qualquer do Ministerio Publico, dificilmente eles queriam explicar o que fizeram.

Democracia é assim. Uns mandam e outros obedecem, como fez o acusado no caso da procuradora. Quem nao obedece e insiste, muda de pais.

Eles contam com um escudo protetor. Um escudo de procurador.






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