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domingo, 27 de junho de 2010

Caso de tráfico de órgãos deve ir a júri só em 2010

Fonte: O VALE

Leia os meus comentarios no final deste texto.

Ministério Público acredita que homicídios estão comprovados; advogados contestam as acusações

Luara Leimig
Taubaté

Mais de 23 anos depois das denúncias que levaram ao indiciamento de quatro médicos de Taubaté acusados de integrar um esquema de tráfico de órgãos, familiares das vítimas ainda aguardam uma resposta da Justiça sobre o caso. 

O processo, onde os réus Mariano Fiore Junior, Pedro Henrique Masjuan Torrecilas, Rui Noronha Sacramento e Aurélio de Carvalho Monteiro respondem por quatro homicídios, está no Fórum Criminal e só deve ser julgado no primeiro semestre de 2011. 

Os crimes teriam sido cometidos em 1986. Na época, o ex-diretor da Faculdade de Medicina de Taubaté, Roosevelt de Sá Kalume, afirmou que os médicos aceleravam a morte dos pacientes que ainda não apresentavam morte cerebral para retirar seus órgãos, que seriam traficados para transplantes.  Tudo aconteceria no Hospital Santa Isabel de Clinicas, onde hoje funciona o Hospital Regional.

Dor. 


Para o porteiro Ivã Gobbo,65 anos, irmão da vítima Irani Gobbo, a ausência de uma resposta da Justiça neste caso aumenta a dor.  Na época, Irani sofreu um aneurisma cerebral e foi levado para o hospital, onde teria sido vítima dos médicos.
Depois de todas as denúncias monstruosas, para as famílias restava apenas que a Justiça fosse feita, mas lá se vão mais de 20 anos sem resposta alguma.
O inquérito instaurado para apurar o caso levou 11 anos para ser concluído.

De acordo com o delegado Roberto Martins de Barros, que comandou o caso, apesar das dificuldades encontradas para a elaboração de provas, entre elas a resistência do Conselho de Medicina em auxiliar nas investigações, o crime ficou evidente. “Os laudos da perícia foram conclusivos, apontando que não existia a morte cerebral das vítimas. Assim, os órgãos foram retirados com os pacientes ainda vivos.”

CPI.

Devido à gravidade das denúncias, que ganharam destaque nacional e internacional, o suposto caso de tráfico de órgãos de Taubaté em 2003 foi alvo de investigação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Na época, os deputados convocaram todos os envolvidos a prestar depoimentos, entre eles duas enfermeiras que teriam presenciado a retirada ilegal dos órgãos. 

Em um depoimento, a enfermeira Rita Maria Pereira revelou ter presenciado os médicos retirando os rins de um paciente que ainda se debatia na maca. 
“...O tempo todo o paciente gemia de dor, sentiu quase toda a cirurgia e ao final estava quase consciente tentando sentar-se na maca...um residente assustado com a situação perguntou o que fazer com o paciente que não parava de se debater após a retirada do rim. Na sequência, Pedro Henrique voltou a sala e falou, ‘é tão simples’, e afundou o bisturi no coração do paciente”, (trecho extraído do relatório da CPI, sobre o depoimento da enfermeira). 
Prescrição.

De acordo com o promotor responsável pelo caso, Luiz Marcelo Negrini, apesar dos crimes terem sido cometidos há mais de 20 anos e a prescrição para casos de homicídio ser de 20 anos, não há risco neste caso, já que existem andamentos no processo que provocam o rompimento da prescrição, como a pronúncia do juiz. Ainda segundo o promotor, o Ministério Pública acompanha o caso e também não tem dúvidas de que os homicídios tenham sido cometidos.

Júri. 


De acordo com o juiz responsável pelo caso, Marco Antônio Montemor, o júri popular para finalizar este processo deve ocorrer no primeiro semestre de 2011. O juiz afirmou que não existem mais andamentos nem recursos que impeçam o agendamento do júri, mas a data ainda não foi marcada e não vai ocorrer este ano por se tratar de um processo antigo e muito extenso. “São 54 volumes de processo, cada um com 200 páginas. Tudo está sendo analisado e assim que for concluído o estudo do caso a data será agendada.”

Ainda de acordo com Montemor, o júri popular deve levar vários dias.

Julgamento. 

Na ocasião, deverão ser interrogados os quatro réus, as testemunhas de acusação (somente na denúncia do Ministério Público somam 18 pessoas) e as testemunhas de defesa (cada um dos réus pode arrolar até cinco testemunhas). Em seguida, devem ter início os debates entre defesa e promotoria; só então o Conselho de Sentença irá se reunir. 
“Não é uma acusação comum ao dia a dia da Justiça. Mesmo sendo um processo muito antigo, ainda hoje denúncias como esta são incomuns. São muitos volumes, com provas tanto de acusação quanto de defesa bastante extensas e bem sustentadas e tudo isso será analisado”, disse Montemor

Meus comentarios: Muito bem! 23 anos depois, o julgamento de um caso tao explicito como o caso do meu filho, que alias, nada mais foi do que a continuaçao do que faziam em Taubaté na década de 80, sera realizado. O que importa saber é se a ABTO cujo presidente na época recebia os rins dos assassinados para vender, sera levado tambem ao tribunal.

Algumas informaçoes interessantes que poucos sabem. O neurologista Antonio Aurelio de Carvalho Monteiro, um dos acusados, foi preso em 2001 enquanto ocupava o posto de Diretor do IML de Franco da Rocha por trafico de cadaveres e de orgaos humanos. Leia aqui na FolhaOnLine. Na época, mesmo respondendo ao processo referido na matéria acima, o governador de Sao Paulo Geraldo Alckmin nao exitou em nomea-lo como Diretor do IML. Geraldo Alckmin também é medico. Mais uma vez, podemos ver as maos do PSDB envolvida com trafico de orgaos. Coincidencia?

Segundo o Ministerio Publico, o crime esta comprovado. Segundo especialistas nomeados pelo CFM tambem. Mas o proprio CFM é contra o processo e defende os acusados. Sera que o Brasil tera coragem de condenar os acusados, mesmo sabendo que eles podem revelar quem esta por tras destes crimes?

Alguem vai pedir explicaçoes para a ABTO, ou continuarao a trata-los como os "bons salvadores de vidas"?

O caso Paulinho pode ter um desfecho bem diferente. Começa pela forma como abordaram os crimes. O Ministerio Publico Federal separou as vitimas em diversos processos, diferente do caso de Taubate que foram reunidos em um so. Alem disso, o Ministerio Publico pulverizou os acusados, ou seja, do mesmo grupo, cada um responde apenas por um homicidio e nao por todos os cometidos. O grupo deveria responder por todos os homicidios cometidos. Outro fator importante é que os familiares das vitimas do caso de Poços de Caldas sequer sabem que seus entes queridos constam como vitimas de homicidio nos processos que estao sendo manipulados por Mosconi e que foram até enviados para Pouso Alegre para facilitar o controle.

Mas posso dizer depois de todos estes anos que a minha luta nao tem sido em vao. Nao fosse ter conseguido a instalaçao da CPI referida na reportagem, o caso de Taubaté acabaria como muitos outros, sem um julgamento, sem uma resposta e sem culpados e com muita gente enriquecida com venda dos orgaos. O caso voltou a tona com a CPI, com a fundamental ajuda dos deputados federais Neucimar Fraga,  hoje, prefeito de Vila Velha e Pastor Pedro Ribeiro. 

Os depoimentos colhidos durante a CPI encorajaram enfermeiras a sairem do escuro e falaram abertamente o que presenciaram. O Deputado Geraldo Tadeu (PPS-MG) que era prefeito de Poços de Caldas na época em que assassinaram meu filho, tentou desqualificar a CPI e também os depoimentos das enfermeiras como consta nas notas taquigraficas, mas ao que tudo indica, nao obteve sucesso. O processo segue. Geraldo Tadeu é parceiro politico de Mosconi e atuam juntos fervorosamente na regiao do sul de Minas.

A historia de Taubaté teve um personagem muito importante: Dr. Roosevelt  de Sa Kalume, que denunciou as praticas assassinas. Kalume escreveu um livro em 1993 narrando detalhes do ocorrido. Mas o livro foi recolhido e a editora fechada. Atualmente o livro pode ser encontrado em algumas lojas virtuais como esta (clique aqui para ver a loja).

Vale a pena ler e conhecer o envolvimento de autoridades numa historia veridica e macabra, tal qual a historia do meu filho.


Um comentário:

Paulo Pavesi disse...

Sra Cuca e sr. Gabriel.

Se voces querem discutir o assunto, entao vamos discutir no campo certo. Nao vou ficar aturando desaforos de pessoas que querem distorcer a verdade. Entao vamos aos fatos. Vou publicar um texto ou uma serie especial sobre o que foi dito na CPI e das provas colhidas que comprovam o assassinato em serie.

Se voces querem espaço para defender assassinos, criem seus proprios blogs.