Desembargadores comprados

Desembargadores comprados

terça-feira, 7 de maio de 2013

CFM vai mudar criterios para a morte encefalica.

Muito bem! O CFM esta se movimentando para facilitar a morte de potenciais doadores.

Como nao poderia deixar de ser, a noticia foi veiculada em todos os grandes jornais, como se fosse uma conquista! E no fundo ela é! Uma conquista daqueles que precisam faturar com os transplantes, e para tanto, precisam de doadores. 

Obviamente que eu nao posso mudar o sistema, mas posso sim, fazer com que as pessoas pensem no que esta acontecendo.

Vamos aos fatos.

Realizaçao do exame por medicos especializados.

Atualmente a lei define que o diagnostico clinico deve ser realizado por pelo menos dois medicos, sendo que um deles, precisa ter o titulo de neurologista. Faz sentido nao é mesmo? Afinal o exame é neurologico. Um obstetra nao poderia realiza-lo com segurança. 

O que vai mudar?

Continuara sendo exigido a presença de dois medicos, mas nenhum deles precisa ser neurologista! Quanto mais imprecisa for a avaliaçao, melhor sera para que o paciente se torne um doador. Isto vai acelerar o processo. Eu acredito que dentro de alguns anos, qualquer enfermeira estara realizando este exame, afinal, hoje ja temos enfermeiras retirando corneas.

Intervalo entre os exames

Atualmente é exigido o intervalo de 6 horas entre cada exame clinico para adultos, e 12 horas de intervalo para crianças. 

O que vai mudar?

O tempo sera de 1 hora. Por que? 6 horas é muito tempo para a familia pensar. Alem disso, existem varios casos de pessoas que foram declaradas clinicamente mortas e que depois comprovou-se que estavam vivas.  Recentemente tivemos o caso da manicure Nayara Cristina Patracao de 24 anos que em seu primeiro teste clinico foi declarada morta. Ja com todas as terapias suspensas, a manicure começou a soltar lagrimas. A familia entao recorreu a um profissional contratado pela familia, que verificou que Nayara estava viva. 

Logo, no caso de Nayara, uma vez diagnosticada a morte pelos novos criterios, em pouco mais de uma hora ela ja estaria sem os orgaos e a familia nao teria descoberto que o diagnostico inicial foi uma fraude.

Por isso é importante reduzir o tempo para 1 hora. Assim a familia nao tera chance de analisar a situaçao ou perceber algo que atrapalhe os desejos da equipe medica. 

Mais importante ainda é lembrar um pequeno detalhe. Atualmente o CFM esta dizendo que 6 horas é muito tempo e que o ideial é apenas 1 hora. Se é assim, por que entao em 1997 definiram 6 horas? O que mudou se o organismo humano continua o mesmo?  A resposta é simples: O organismo é o mesmo, mas precisamos, como diria a dra. Virginia Soares, DESENTULHAR as UTIS e produzir orgaos para transplantes. 

Trechos da reportagem publicada em varios jornais explicam isto em detalhes:
A proposta, já apresentada à Casa Civil, pretende dar mais agilidade ao processo e, consequentemente, beneficiar o sistema de captação de órgãos para transplante. “Em grandes centros, a oferta é maior. Mas em cidades menores raros são os hospitais que têm neurologistas de plantão”, afirma o diretor do Hospital do Rim e Hipertensão, José Osmar Medina.
Entenderam? Nos hospitais de cidades menores, nao tem neurologistas de plantao! O que fazemos? Contratamos neurologistas? Nao! Excluimos os neurologistas dos exames. Qualquer um podera faze-lo para nao perder os orgaos.

O que eles fariam se pegassem a mulher transando no sofa de casa? Trocaria a mulher? Nao. Trocariam o sofa! 

Vale lembrar que esta opiniao maravilhosa é de Jose Osmar Medina, um dos renomados transplatistas brasileiros que tambem é testemunha de defesa do assassino do meu filho, que realizou o diagnostico de morte encefalica sem ter o titulo de neurologista, e ao mesmo tempo chefiava a equipe de transplantes utilizando inclusive uma central clandestina. Logo, a opinao nao poderia vir de alguem tao informado sobre o assunto.
“O Brasil é exageradamente cauteloso para identificar a morte cerebral. A ideia é adotar um padrão igualmente seguro, mais moderno e mais ágil”, afirma a médica intensivista Rosana Reis Nothen, integrante da equipe de especialistas convocada pelo CFM para fazer a revisão do protocolo.
Entenderam este depoimento? O Brasil é exageradamente estupido. Por que esperar 6 horas? Vamos ser modernos. Em 1 hora exterminamos o assunto, retiramos os orgaos e transplantamos. Isto sim é modernidade. Depois ela conclui:
Rosana avalia que as exigências atuais provocam uma lentidão desnecessária ao processo. “O paciente com morte cerebral não tem recuperação. Não há por que mantê-lo ocupando um leito de UTI, demandando tratamento de profissionais altamente especializados se nada vai fazer com que ele recupere a atividade cerebral”, avalia. Para a médica intensivista, essa demora acaba provocando problemas que transcendem a lista de espera de transplantes no Brasil. “Vagas em UTIs são reduzidas, mesmo no sistema privado de saúde. Não faz sentido manter ali um paciente que já está morto”, afirma Rosana.
Veja a argumentaçao desta senhora! O tempo para checar se uma pessoa esta morta, que é de 6 horas, causa lentidao. O paciente esta morto!

Ora, como ela pode saber se é justamente o exame realizado de 6 em 6 horas que determina isto? Ela esta dizendo que todo o diagnostico ja começa considerando que o paciente esta morto! E é este o grande equivoco deste diagnostico. Por isso em muitos casos que estao ganhando espaço nos tribunais, percebe-se que o diagnostico sequer foi realizado. Os pacientes estao sendo considerados mortos antes mesmo do exame! Isto é fato e esta senhora admite isto.

Tenho alertado aqui que a falta de UTI é um dos fatores que estao empurrando pacientes para a cova. De quebra estao lhe arrancando os orgaos! O caso de Curitiba so confirma isso. Mais uma vez, o Estado esta preferindo matar do que ampliar os leitos.

Vale lembrar tambem que Rosana Reis Nothen foi exonerada em 2001 do cargo de Coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes por causa do caso Paulinho. Apesar de todas as evidencias produzidas e documentadas na epoca, ela foi uma das defensoras dos assassinos.

Como podemos ver, esta mudança esta sendo respaldada por pessoas que conhecem bem o assunto.

O CFM esta conseguindo fazer o que talvez nem mesmo Josef Menguele teria coragem, em tempos de paz.

Ahhhh... ja estava me esquecendo deste trecho:
O CFM, por nota, informou que as regras ainda deverão ser debatidas no plenário do colegiado. Isso, no entanto, somente será feito depois que a regulamentação da lei de transplantes for alterada. “Sem uma mudança na norma, o médico poderia ser questionado na Justiça.”
 Como podemos ver a ideia nao é proteger o potencial doador e sim o potencial assassino: os medicos.

2 comentários:

liaseal disse...

No Programa "Encontro" com Fátima Bernardes, levado ao ar hoje pela manhã, o assunto e a pesquisa online foi sobre transplantes de órgãos.
Nunca vejo tal programa, é chato e meio clubinho dos amiguinhos da Fátima, bastou ver um para ver que não é sério. Hoje, como era sobre doação de órgãos, me arisquei a ver u pedacinho. Parei depois das falas do 'povo' na rua e do médico convidado que mentiu descaradamente. Ninguém ousou contestar as afirmações dele, sequer citaram a CPI ( se tudo é tão nobre e transparente par que houve uma cpi.... Para não variar, foi piegas e jornalisticamente desonesto. Já começando pelo vídeo da linda menininha que recebeu um 'coraçãozinho' novo e agradecia ao doador do 'coraçãozinho' pra ela...
Não mostraram o lado do doadores vivos que hoje estão doentes, não mostraram os transplantes fracassados, não mostraram os médicos condenados nos casos já tornados públicos, não falaram que é um grande negócio, não mostraram o lado perverso de que para um receber órgãos de cadáver, este deve ser de alguém jovem, sadio, em geral vítima de acidente ou tiro. Queria ver ela defender doação às cegas se fosse o filho dela que tivesse sido morto pela máfia dos transplantes.
Doação de pele, ossos, dentes que, em geral, não seriam polêmicos pois vindos de mortos em geral, mesmo sem aproveitamento de coração, fígado, pulmões e rins não tiveram destaque. Sequer convidaram alguém da doadora de medula óssea que morreu por erro médico, sendo ela formanda de enfermagem seguindo exemplo da tia enfermeira que a acompanhava. Não enviei questionamentos porque o ajudante dela que recebe os 'on-line' escolhe o que ler...e tb porque o cadastro da Globo exige dar número de celular o que não aceito (a Globo já perdeu duas ações pelo uso indevido de celulares cujos números apareceram até em novelas e causaram problemas sérios aos donos).
Uma luta desigual. Programa desonesto, tendencioso. Nem um médico como o Coimbra foi convidado para dar o contraponto da morte encefálica. Achei tudo nojento.

Anna Maria Gallo Rego Monteiro disse...

Liaseal, o nome completo do programa que v.nominou é "Desencontro com Alice no Pais das Falcatruas".
É de vomitar!É chapabranca. É pay-check journalism.Nao se atreveria a abordar assuntos tais como Paulinho Pavesi(10) cujo pai é exilado e Aracely(8), meu amor, cujo pai e mãe estao desaparecidos. Coincidencias entre os dois casos:
1)Presidenciáveis de diferentes eleiçoes foram apontados como partícipes destes diferentes assassinatos ocorridos em diferentes épocas. 2)Aracely nao foi justiçada, mas nem esquecida. Nao podemos permitir que o Judiciario Mineiro se omita da sua alta missao que é fazer Justiça e que a cumpra no caso de Paulinho Pavesi So, text, text,text is a MUST. V. mandou bem. Parabéns