Desembargadores comprados

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Juri popular marcado. Família não foi e nem será oficialmente avisada.

O tribunal de jagunços do Estado de Minas Gerais (TJMG) anunciou à imprensa a data do julgamento do assassinato do meu filho, para o próximo dia 11 de março se não me engano. Nós não recebemos qualquer comunicado oficial, seja por obrigação constitucional, ou por consideração. A festinha será realizada em Belo Horizonte, após 15 anos de espera. 

Caso sejam condenados (o que seria um verdadeiro milagre diante das propinas que estão sendo liberadas), sairiam todos pela porta da frente, e poderão aguardar mais 5 ou 7 anos de recursos em liberdade. Mas se tudo funcionar como o previsto, sairão pela porta da frente sorrindo e comemorando a impunidade, e o assassinato de uma criança de 10 anos como se esta fosse apenas um animal de estimação.

Atualmente o Fantástico da Rede Globo tem denunciado a máfia das próteses que utiliza AIHs falsas para desviar dinheiro do SUS. Álvaro Ianhez, o principal mentor técnico desta quadrilha, já fazia isto há 15 anos. As provas e testemunhas deixaram claro que AIHs eram emitidas fraudulentamente para que Álvaro desviasse dinheiro do SUS. No TJMG e com a ajuda de Carlos Mosconi (o principal beneficiado com estes desvios), foi completamente absolvido. Ianhez também criou uma Central de Transplantes Clandestina, que seu utilizava de um laboratório clandestino para realizar exames e transplantes. O SUS pagava este esquema, que sequer possuia um CNPJ. E novamente tudo foi abafado. O bom velhinho foi absolvido de todas as acusações. 

Foram 8 casos e o nome de Ianhez, mesmo sendo o chefe formal da equipe, e citado em vários depoimentos como participante de todos os transplantes, foi relacionado apenas com o caso Pavesi. Livrou-se (não se sabe como - ou até sabemos) de acusações em outros casos. Fugiu para o Amazonas onde denuncias de tráfico de órgãos começaram a surgir, voltou para Minas, e recentemente foi eleito quase que por unanimidade a ocupar um cargo no SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia) como um prêmio por matar uma criança inocente. 

O juri foi incialmente marcado para 2010. Desde então há um esforço relatado inclusive em sentença, em que promotores, advogados, juízes, desembargadores, evitassem o julgamente a qualquer custo. Testemunhas foram assassinadas. Com muita coragem, o juiz que assumiu o caso determinou novos rumos aos processos e hoje vive perseguido pelo próprio TJMG. Em 2014 o caso deveria ir a julgamento, mas novamente a máfia conseguiu adiá-lo e levá-lo para outro cidade. Tudo está sendo meticulosamente programado para absolvição destes assassinos. O juri está sendo montado com pessoas próximas de Carlos Mosconi, ou com relações diretas com o seu partido. 

Finalmente em 2015 teremos um desfecho.  Há 15 anos, Carlos Mosconi, o chefe desta quadrilha vem dizendo a imprensa que os médicos já foram absolvidos. E continua repetindo isto a cada vez que se manifesta publicamente, com uma certeza invejável. Como se ele tivesse informações privilegiadas, e que ninguém tem. E certamente ele tem. Mosconi frequenta o TJMG como qualquer brasileiro frequenta um bar. Chama os ministros pelo apelido, abraça e dá presentes aos magistrados e desembargadores. Talvez seja por isto que em mais de 30 anos de vida pública e muita sujeira, nunca tenha enfrentado o banco dos réus. 

Transcrevo abaixo o último e-mail que enviei ao tribunal, bem como a resposta.

18 de janeiro de 2015
De: Paulo Pavesi
Para: TJMG - Fale conosco

Olá caros amigos do TJMG. Eu não gostaria de incomodar muito com este e-mail. Apenas peço informações. Eu espero ha 15 anos por um julgamento do caso do meu filho, assassinado pela mafia dos órgãos de Poços de Caldas. Parece que o caso não anda. Aliás, anda quando é para o benefício do réus. Pelo que vejo, o TJMG está esperando alguma oferta por parte da máfia para finalmente colocar o caso em julgamento. Infelizmente, asilado e vivendo uma vida muito prejudicada, eu não tenho como ofertar nada. E se tivesse não o faria, já que eu sou um imbecíl que ainda acredita que a justiça é neutra. De qualquer forma, gostaria de saber como andam as negociações, se a máfia já fez alguma oferta e se os envolvidos por parte do TJMG estão satisfeitos com tal oferta. Neste 15 anos de espera, onde até juiz já foi ameaçado, muitos crimes aconteceram em Minas e já foram julgados. O caso do meu filho morto aos 10 e que hoje estaria com 25 ainda está pendente. Por gentileza, peço ao tribunal que venda logo a sentença para que eu possa tomar as providências aqui na Europa. Sem uma decisão da justiça brasileira eu fico de mãos atadas. Vocês podem absolver, ou montar o juri como foi em Poços onde até enfermeiras da máfia faziam parte. Podem absolver os réus sem mesmo um julgamento. Só peço para que concluam logo o caso. Todos nós sabemos que a justiça no Brasil - em especial em MG - é uma questão de valores. Um grande abraço do asilo. Vocês destruiram a minha vida! Paulo Pavesi Ps. Os recursos de outros processos em que os médicos foram condenados também estão parados desde 2012. Não sei se os valores englobam estes processos, mas seria legal fazer uma pacotão único para facilitar para a máfia. Sabe como é. Está difícil vender órgãos ultimamente.

RESPOSTA

19 de janeiro de 2015
De: TJMG - Assessoria de Comunicação Institucional
Para: Paulo Pavesi 

Prezado Paulo,

Muito obrigado por contatar este canal de comunicação.
Com relação à solicitação enviada a este serviço, esclarecemos que este canal de comunicação presta informações administrativas e esclarecimentos ao cidadão sobre o papel, a estrutura e o funcionamento dos órgãos do Poder Judiciário, bem como sobre as ações e programas desenvolvidos pelo Tribunal de Justiça.

Na oportunidade, agradecemos a fineza de sua atenção e, por favor, qualquer dúvida, consulta ou sugestão referente a esta Instituição, fique à vontade em contatar-nos novamente.

Atenciosamente,
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Assessoria de Comunicação Institucional



4 comentários:

Anônimo disse...

A resposta do tj parece uma confissão.
eu, hein?

Anônimo disse...

Calma, pessoal! A resposta da Assessoria do Tribunal de Jagunços das Minas Gerais reflete um pouco do comportamento dos Juízes, Desembargadores e Ministros do imundo Judiciário Brasileiro: 99% de CANALHAS - SEM-VERGONHAS - BANDIDOS - DESALMADOS - CÍNICOS - COVARDES - MENTIROSOS e acima de tudo, RICOS COMERCIANTES DE SENTENÇAS JUDICIAIS!

BRASIL: UM PAÍS DOMINADO POR MÁFIAS!!!

Anônimo disse...

Se o juiz de poços fosse um pouco mais "esquentadinho", o corregedor-geral do TJMG, Antonio Servulo (que é de Poços de Caldas, amigo de infância de Marcos Togni (que era o pres. da Câmara de Vereadores quando Mosconi pegou 15 milhões de reais do DME), poderia ocorrer algo semelhante a isso:

http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2015/02/04/calma-gente-560225.asp

goudjoua disse...

Nossa, parece que estão lidando com uma reclamação de um serviço, um produto qualquer.
Aquele gerúndio insuportável, enrolação sem fim. Esse pessoal é nojento, tão preocupados
com seus títulos, méritos, sua togas, vaidades. E ainda não gostam quando são questionados... isso aqui é um buraco mesmo, de norte a sul.