Desembargadores comprados

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terça-feira, 5 de maio de 2009

Por um fio, nas mãos de transplantistas


Jornal CORRIERE DELLA SERA (Itália) - 10 junho de 2008


Estavam para extrair os órgãos mas o paciente acordou: Seu coração estava parado a uma hora. Quando os cirurgiões habilitados para a extração iniciaram a operação, o homem voltou a respirar.

Paris (Le Monde) - Os cirurgiões da equipe de transplante estavam já prontos para extrair os órgãos, quando repararam que havia sinal de vida. Um episódio - revelado pelo jornal cotidiano Le Monde - inacreditável.

O protoganista deste episódio foi um francês de 45 anos, vítima de um infarto do miocárdio em um rua de Paris no início de 2008. Os paramédicos tentaram reanimá-lo no local, sem sucesso, decidindo em seguida a transportá-lo ao Hospital mais próximo, Pitiè-Salpetriere, na capital, equipado para a prática de dilatação das coronárias.

REAÇÃO À ESTÍMOLOS DOLOROSOS - Durante o trajeto, apesar das seguidas tentativas, o coração não voltou a bater, e uma vez no hospital as análises confirmaram a impossibilidade de dilatação das coronárias. Parecia então que não havia mais nada a fazer. O homem estava transformado então, uma hora e meia depois da parada cardíaca, em um potencial doador de órgãos: um doador "com parada cardíaca", sem morte encefálica mas não mais reanimável. Um veredito desmentido a tempo: quando a equipe de cirurgiões habilitada para a retirada dos órgãos estava para iniciar, realmente, o paciente começou a respirar espontâneamente, e a reagir aos estímulos dolorosos.
"AGORA FALA E CAMINHA" - "Na verdade,  existiam sinais de vida (ou sintomas), verificados equivalentes à ausência de sinais clínicos de morte" explica o relatório dos médicos da comissão ética de assistência pública hospitalar de Paris, encarregada di avaliar o caso. 

"Depois de várias semanas - continua - pontilhada por complicações graves, o paciente está caminhando e falando". Não se sabe porém, se foi informado do risco que correu. Médicos e técnicos em reanimação interpelados pela comissão explicaram que o caso em que "um paciente que todos consideraram morto sobrevive depois de prolongadas manobras de reanimação, acima do habitual, ou considerado razoável" é "excepcional, único no curso de uma carreira".  

Assim, concluem, mostra "quantas perguntas restam no campo da reanimação, da modalidade de intervento e dos critérios que permitem estabelecer um fracasso".

DOADOR "DE PARADA CARDÍACA" - A retirada de órgãos de um doador de "parada cardíaca" na França foi introduzido no início de 2007, com um programa experimental inspirado nos resultados obtidos com este método em outros países, como Espanha, USA, e Grã Bretanha. Até este momento, tiveram a permissão para realizarem mais de 60 transplantes - antes impossível - comparados com 231 mortes entre os pacientes que aguardavam órgãos compatíveis em 2007.

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