Desembargadores comprados

Desembargadores comprados

domingo, 30 de agosto de 2009

Jornalistas: Querem ganhar uns trocos com transplantes?


Quem não se lembra da reportagem da revista GALILEU, publicada em agosto, quando um "jornalista" fez uma extensa reportagem concluindo que no Brasil é mito que pessoas sejam assassinadas para fins de tráfico de órgãos. Clique aqui para ler. Omitindo fatos importantes e resultados de processos judiciais, a conclusão da reportagem tranquiliza a todos... todos os tranplantistas que traficam órgãos ou furam filas.

Pouco depois de eu ter reclamado, o jornalista me enviou um e-mail dizendo que o caso Paulinho, por exemplo, assassinado para fins de tráfico de órgãos, constava na versão original da matéria, mas foi cortado por falta de espaço.

A matéria também ignorou os 4 assassinatos de Taubaté cujo processo de homicídio dos doadores ficou 20 anos na justiça e terminou sem uma sentença.

Ignorou também as outras 8 vítimas assassinadas em Poços de Caldas, pelo mesmo grupo, para o mesmo fim, cujos processos de homicídio, depois de 7 anos, foram reiniciados em um tribunal comandado pela máfia.

Devo ressaltar que no processo que julga o homicídio de Paulinho, o presidente da ABTO Valter Duro Garcia é testemunha de defesa do principal assassino, e para ele, a revista não lhe poupou espaço.

Mas por que a imprensa faz isso?

A imprensa brasileira tem um "código de ética", não impresso em papel, onde assuntos como o suicídio e o tráfico de órgãos devem ser abordados com cuidado, e recomendam que seria melhor se fossem ignorados. No entanto, com muita frequência, os jornais divulgam notícias de transplantes bem sucedidos, eventos que incentivam a doação de órgãos, campanhas sobre doação e enfim, todo o lado romantico com grande conteúdo emocional. Enquanto a imprensa implora por doação de órgãos, o sistema de transplante desperdiça - segundo esta mesma imprensa - 70% das doações.

Mas a verdade, você não vai ler com tanta frequência. Façamos um teste:

- Você se lembra que o TCU realizou uma auditoria em 2005 e constatou que a fila de transplantes era uma farsa?

- Você se lembra de ter lido algo nos jornais como Folha de S.Paulo, ou O Estadão sobre a CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS, onde pelo menos 3 nomes de pessoas que ocuparam o cargo de presidente da ABTO tenham sido citadas por furarem a fila ou traficarem órgãos de pessoas assassinadas?

Hummm. Não né?

O jornalista que levar a fundo uma investigação, estará perdendo tempo. Ainda que comprove alguma coisa, poderá ter a sua reportagem bloqueada. E mais. Se insistir no assunto poderá perder o emprego.

Mas agora (e não sei desde quando), é possível unir o útil ao agradável. O governo Lula está fazendo escola. O negócio é comprar os jornalistas!

Se você é jornalista, ou estudante de jornalismo, pode ganhar uma graninha falando bem dos transplantes. A ABTO - maior interessada - está premiando jornalistas com dinheiro. Trata-se do PRÊMIO ABTO DE JORNALISMO.
O PRÊMIO ABTO DE JORNALISMO é um concurso jornalístico criado pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS (ABTO), com apoio institucional da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA (ABI), para premiar trabalhos veiculados na imprensa nacional relativos à Doação e Transplante de Órgãos, Células e Tecidos no Brasil.

Poderão ser inscritas no PRÊMIO ABTO DE JORNALISMO matérias divulgadas nos veículos de comunicação de jornalismo impresso, radiojornalismo, telejornalismo, e webjornalismo, editadas no Brasil e assinadas por jornalistas e estudantes de jornalismo, brasileiros ou estrangeiros residentes no país, que forem veiculadas no período de 1º de fevereiro a 31 de dezembro de 2009. As matérias/reportagens deverão ser necessariamente editadas em português.
Mas lembrem-se que não é qualquer um que pode escrever.
Para efetuar a inscrição, é obrigatória a apresentação do Registro Profissional de Jornalista (DRT). O mesmo vale para os estudantes, que devem comprovar sua condição através de documento oficial expedido pela instituição acadêmica onde realizam seu curso superior.
A idéia é encher todos os meios de comunicação com o assunto "doação de órgãos". Em todo lugar que couber uma frase, que ela seja "DOE SEUS ÓRGÃOS".

De preferência, que não sobrem espaços para falar de asilados brasileiros na Itália que denunciaram a máfia e tiveram que sair do País para continuar vivendo em paz e com segurança.

Eu gostaria de ver um dia um concurso diferente com o tema "COMO EVITAR OS TRANPLANTES ATRAVÉS DE UMA MEDICINA PREVENTIVA". Seria uma série de reportagens demonstrando que problemas pequenos de saúde que não são controlados jogam as pessoas na fila, movimentando milhões de reais todos os anos aos transplantistas. Algo em torno de 600 milhões de reais, todos os anos. Nunca as filas tiveram tão cheias.

E estes serão os prêmios:
PRÊMIO ABTO DE JORNALISMO IMPRESSO
R$ 12.000 (doze mil reais), de onde será feita a dedução de Imposto de Renda.

PRÊMIO ABTO DE RADIOJORNALISMO
R$ 4.000 (quatro mil reais), de onde será feita a dedução de Imposto de Renda.

PRÊMIO ABTO DE TELEJORNALISMO
R$ 12.000 (doze mil reais) de onde será feita a dedução de Imposto de Renda.

PRÊMIO ABTO DE WEBJORNALISMO
R$ 4.000 (quatro mil reais), de onde será feita a dedução de Imposto de Renda.

PRÊMIO ABTO DE JORNALISMO ESTUDANTIL
R$2.000 (dois mil reais), já deduzido o Imposto de Renda.

Os vencedores receberão igualmente um troféu e um certificado, e os finalistas, um certificado.

Assina o concurso Dr. Valter Duro Garcia – Presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos - RG: 5004632963 - RS / CPF: 091.081.570-49.
São Paulo, 29 de janeiro de 2009

Será que o "jornalista" da Revista GALILEU já inscreveu o seu texto? Eu acho que ele tem grandes chances. Esconder fatos reais para concluir que não há assassinatos para fins de tráfico de órgãos, realmente, é digno de prêmio. Sem contar o espaço dado a Valter Duro Garcia, criador do concurso.

Por falar em jornalismo comprado, a revista Galileu? Ainda não respondeu ao meu desafio.
Não conseguiu provar que o caso Paulinho é uma farsa.

Mas no caso deste prêmio, não faz diferença. A verdade é o que menos importa!
Boa sorte à todos.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Abdelmassih né? Sei...


É assim que as denúncias de algumas mulheres vítimas do médico estuprador foram respondidas pelo CREMESP, pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil há 15 anos atrás. Segundo a Folha de S.Paulo algumas mulheres ainda guardam documentos daquela época.

Mulher diz ter sido ignorada ao acusar Abdelmassih há 15 anos

Documentos guardados por mulheres mostram que as denúncias contra o médico Roger Abdelmassih são conhecidas por instituições como Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Ministério Público Estadual e Polícia Civil há pelo menos 15 anos, de acordo com reportagem dos jornalistas André Caramante e Rogério Pagnan, publicada na edição desta sexta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Segundo o texto, a ex-estilista Vanuzia Leite Lopes, 49, procurou as três entidades para acusar o médico, no fim de 1993. Para ela, caso sua denúncia tivesse sido investigada com rigor, o médico não teria feito novas vítimas.

Disso não resta dúvida. A omissão destes poderes proporcionaram ao médico a impunidade necessária para continuar abusando 15 anos de outras pacientes. A impunidade não só permite o criminoso continuar a cometer o crime, mas também garante ao criminoso a certeza de que não será incomodado. Ele sabia que poderiam denunciar quantas vezes quisessem pois não teria nenhuma autoridade com coragem o suficiente para encarar o estuprador.

Na minha opinião, deveria haver uma busca pelo nome das autoridades que se omitiram e dar a estas autoridades a mesma pena que for aplicada ao estuprador. Mas isso está muito longe de acontecer, embora a responsabilidade é flagrantemente destas autoridades.

Olha a prova ai:

A paciente conta que, em 1993, procurou o médico para tentar engravidar. Pagou cerca de R$ 150 mil (o dinheiro estava reservado para a compra de um apartamento na praia). Hoje, diz enfrentar graves consequências físicas e psicológicas pelo abuso que diz ter sofrido.

Abdelmassih é um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país e está preso desde o último dia 17, quando o juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público e decretou a prisão preventiva.
Sim, abdelmassih é um dos mais famosos especialistas e bla bla bla bla. Mas ele é estuprador, e neste momento é o que interessa. Ou não?
O médico foi denunciado (acusado formalmente) pela Promotoria no dia 13 de agosto sob acusação de 56 estupros. A denúncia foi feita com base em legislação que passou a vigorar no último dia 7, segundo a qual o antigo "ato libidinoso" passa a ser considerado como "estupro". Pela legislação anterior, seriam 53 atentados violentos ao pudor (atos libidinosos) e três estupros (quando há conjunção carnal).
Na última segunda-feira (24), o STF (Supremo Tribunal Federal) negou o pedido de liberdade ao médico. Antes, o mesmo pedido tinha sido negado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pela Justiça paulista.
56 estupros conhecidos. Alguém duvida que possam existir outras vítimas que não tenham coragem de vir à publico por uma questão bastante simples: vergonha?
Outro lado

O Cremesp informou ontem, por meio de seu primeiro-secretário, João Ladislau Rosa, que a entidade não pode revelar os resultados das apurações abertas contra o médico Roger Abdelmassih nos anos 1990 porque o material é protegido por sigilo.
Rosa também classificou como "inverdade" a afirmação da ex-estilista e atual estudante de direito Vanuzia Leite Lopes, que considerou "uma demonstração de corporativismo" o arquivamento da denúncia que ela apresentou na época.
Hummm.... sei... sigilo. Corporativismo é pouco. É um bando de canalhas vagabundos, protegendo um estuprador enquanto mulheres estavam sendo estupradas no consultório.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as acusações feitas por Vanuzia à Polícia Civil, em 1993, foram investigadas em um inquérito policial aberto no 5º Distrito Policial, no bairro da Aclimação (zona sul).
Certo, mas e o resultado do inquérito? Qual foi?
Já o Ministério Público informou em nota que "as investigações feitas na época não apontaram elementos para oferecimento de denúncia contra o médico Roger Abdelmassih pelo eventual delito investigado, erro médico, razão pela qual o Ministério Público requereu, naquela oportunidade, o arquivamento do inquérito policial, o que foi acatado pela Justiça".
Ah tá... não tinham elementos para oferecimento da denúncia. Reparem que ele foi investigado por "ERRO MÉDICO" e não por "ESTUPRO". Entenderam? Sim, o Ministério Público é mestre nisso. Ele muda o tipo do crime e assim não há mais condições de denunciar os acusados. Essa é uma prática já bastante conhecida.

Mas quando vamos saber o nome dos médicos do CREMESP, dos promotores e dos delegados que abafaram tudo isso, proporcionando a continuidade do crime e o enorme número de vítimas que conhecemos hoje?

Vamos abafar também?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nunca podemos esquecer o passado.


No Brasil um escândalo cobre outro. São tantos que não é possível acompanhá-los. E com isso, os que cometem os escândalos sabem que quanto mais, melhor. Os brasileiros nem se lembram do assunto que vou escrever agora, mas eu resolvi escrevê-lo depois de ver o que está acontecendo na Receita Federal. O final é o mesmo, e como já adiantou o Mantega, é tudo balela.

A mão do governo está em todas as sujeiras, mas nada acontece com estes vagabundos. Vamos aos fatos.

Em 2004 veio a público uma denúncia do médico oncologista Daniel Tabak. Ele comandava o Centro de Transplante de medula óssea (Cemo), do Instituto Nacional do Câncer (Inca), e é ainda hoje considerado um dos maiores especialistas no assunto. Segundo Tabak, a prática de loteamento político estaria sendo adotada no Inca. A denúncia criou tanto constrangimento no governo que culminou com o pedido de exoneração do então diretor-geral do hospital, Jamil Haddad. Na segunda-feira 19, foi a vez do próprio Tabak entregar sua carta de demissão.

Motivo: segundo ele, ingerência política.

Trata-se do fura fila da medula óssea. Sim! A fila era furada atendendo a pedidos de políticos. “Os pacientes ficam angustiados, e o que vou dizer? Que é preciso ter, entre as prioridades da família do doente, um parlamentar influente para ajudar?”, ironizou o médico, que entregou seu pedido de demissão acompanhado de um documento de 12 páginas no qual lista todos os problemas enfrentados pelo Cemo.

Adivinhem quem era o diretor-geral do Inca na época? Não advinharam? Pois bem, eu digo:
José Gomes Temporão, o nosso atual Ministro da Saúde.

Segundo Tabak denunciou, o próprio diretor-geral do Inca, José Gomes Temporão, estava ciente dos problemas desde outubro de 2003, mas nenhuma providência teria sido tomada. Ainda segundo reportagens realizadas na época, além de não confirmarem as denúncias, o diretor-geral do Inca, José Gomes Temporão, e o diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Arthur Chioro, ainda levantaram suspeitas sobre Tabak.

Conhecem esta manobra? Colocam em dúvida o denunciante, o desqualificam e ignoram a denúncia!

A denúncia de Tabak incluia nomes importantes do cenário político, incluindo o vice-presidente da República José Alencar:
"Em documento entregue ao Ministério da Saúde, Tabak disse ter havido pressão do vice-presidente José Alencar e de dois deputados federais. A chefia do gabinete da vice-presidência da República negou que tenha havido qualquer pedido do órgão para que beneficiar pessoas na fila de pacientes de câncer do Inca."
Como podemos ver agora nos casos recentes envolvendo o governo, tudo foi veementemente negado. Nada teria ocorrido. Até que a sindicância apurou o seguinte:
A investigação apontou ainda indícios de que clínicas particulares teriam feito transplantes de medula óssea sem conhecimento e autorização do ministério.

Isso levou Humberto Costa a solicitar ao Ministério da Justiça a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar a atuação das clínicas. "Vamos abrir a caixa-preta que era o transplante de medula óssea no Brasil. Acho que não haverá desmoralização do sistema. Pelo contrário, estamos moralizando o setor", disse.
Em um caso analisado, de uma paciente do interior de São Paulo portadora de leucemia, a comissão aponta tratamento diferenciado do coordenador do sistema de transplantes. Diogo Mendes, via e-mails, solicitou informações diretamente a Iracema Salatiel, sem passar pela direção do Inca.

Também determinou a pesquisa, em bancos internacionais de doadores, de medula compatível para a paciente, passando-a na frente de outros que estavam na fila dos exames.

Segundo Daniel Tabak, em uma reunião, Mendes chegou a citar que estava solicitando as informações por "determinação direta do presidente da República em exercício [José Alencar]". À comissão de sindicância, Mendes confirma as palavras, mas diz que foram descontextualizadas.

Mais uma vez, podemos perceber que as instituições "democráticas" estão a serviço de meia dúzia de vagabundos. Agora pergunto:

Você sabe quais foram os resultados das investigações e as punições aplicadas aos crimes cometidos?

Obviamente não sabe! Se é que houve investigações, elas foram abafadas, ignoradas e simplesmente morreram no meio de tantas outras denúncias. Mas, podemos perceber que algumas pessoas, como por exemplo, José Gomes Temporão, que blindou os envolvidos, tornou-se - coincidentemente - Ministro da Saúde!

Este é o prêmio para quem trabalha para que a impunidade se estabeleça. O Brasil funciona assim, e estamos assistindo diariamente, mais uma vez apáticos, o que acontece no Senado. A existência de tropas de choque, que antigamente agiam na escuridão, hoje, funcionam tranquilamente sob a luz do sol, diante da nossa cara, escancaradamente.

Em resumo, José Alencar solicitou furar a fila para um funcionário do Ministério da Saúde - Diogo Mendes - que atendeu prontamente, passando por cima de leis e normas, usando sistemas internacionais para beneficiar um paciente que precisa de medula. Foram denunciados. O denunciante perdeu o cargo, os denunciados ficaram impunes, e o líder da tropa de choque, hoje é Ministro da Saúde!

Com essa quadrilha tão bem ajustada, de nada adianta querer mudar. O próprio Ministro da Saúde Humberto Costa - que deixou o governo após outras denuncias e prisões na sua pasta - admitiu a existência de clínicas que faziam o transplantes sem estarem credenciadas e nada aconteceu a nenhuma delas, porque o montante que gira este sistema não é pouco, e os envolvidos são pessoas graúdas, renomadas e respeitadas como Roger Abdelmassih.

Na época, uma grande revista de circulação nacional publicou cópias dos e-mails referidos, mas estranhamente, eles não estão mais na internet. Mas é possível achar alguns fragmentos desta história pelo google.

Avete capito?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Aprenda como funciona a justiça brasileira de hoje


Assim como violaram o sigilo bancário de um caseiro, passando o extrato para que o então Ministro Palocci pudesse ameaça-lo ou desqualificá-lo, o Supremo utiliza os mesmos métodos, só que para salvá-lo. Libera a um jornalista qualquer a informação antecipada de que não aceitarão a denúncia contra Palocci. O brasileiro ficará indignado e mastigará isso por algumas semanas. Quando a decisão sair não pegará ninguém de surpresa e não causará revoltas maiores, pois todos os idiotas brasileiros já haviam se acostumado com a idéia. As frases "O Brasil é assim mesmo", ou ainda "peixe grande ninguém pesca" serão ouvidos neste dia, mas sem nenhum furor. Sem ódio. Com total apatia.

Funciona como notícia de morte. Alguém lhe diz que o paciente não está nada bem. Diz que as chances são remotas. Diz

Palocci tornou-se Ministro da Fazendo com um saco de processos nas costas. Para comandar a pasta, os processos foram todos arquivados, sem nenhuma explicação. Tudo parece ter sido um imenso engano. No Brasil é assim... Peixe grande ninguém pesca.

A Revista Veja de 5 de abril de 2006, edição 1950 revela o seguinte:
O presidente Lula consumou, na terça-feira passada, a mais significativa troca de comando em um ministério desde o início do governo. Depois de uma semana tentando esconder sua participação na operação de violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa, Antonio Palocci não resistiu à revelação dos fatos e foi demitido. Lula perdeu seu ministro da Fazenda, a quem chamou de "irmão" na cerimônia de transmissão do cargo, agora ocupado pelo economista Guido Mantega. Palocci começou a ser apeado de seu posto na tarde do dia anterior, quando o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, depôs na Polícia Federal e confessou ter dado uma ordem para acessar as contas que Francenildo tem no banco. Mattoso revelou ainda ter entregado pessoalmente o extrato do caseiro a Palocci, mas em momento algum disse que a ordem de violação tinha partido do ministro.

Muito bem! Houve a quebra de sigilo e o documento foi servido a Palocci. Ponto. Mas agora, o STF está dizendo que não há provas, até porque, tudo corre com a proteção do próprio supremo que determinou sigilo no processo. Um cidadão comum, nesta vasta e escancarada democracia não tem permissão para acessar as acusações e depoimentos que constam ali.

De uma hora para outra, o supremo invalida tudo, oculta tudo e não explica o fundamental:
1. Se estão absolvendo os acusados, quem deverá responder pela quebra do sigilo que como sabemos aconteceu?

2. Se não foi Palocci que se beneficiou disso ao receber o extrato em mãos, quem foi o beneficiado e qual a finalidade utilizada?
Se o julgamento fosse de um assassinato, e os réus fossem absolvidos, o que o Supremo faria? Diria que o assassinado não morreu?

Cabe ao brasileiro de bem, questionar no supremo quem são os violadores do sigilo e a quem serviu esta violação. Se o Supremo absolve os réus confessos, é porque deve saber quem são os verdadeiros culpados. Se não conseguirem explicar, poderiam ao menos revelar quando levaram nesta absolvição, pois que se venderam já sabemos. Basta agora colocar o preço.

Na democracia brasileira alguém pode ser condenado a toque de caixa, a vários anos de prisão por roubar um pote de manteiga para matar a fome. E nesta mesma democracia, um marginal como Palocci, após muitos e muitos anos, não será sequer molestado pela justiça. A quebra de sigilo e violação dos dados pessoais de um correntista estão liberados a partir de hoje. Roubar pote de mantega definitivamente não!

E ai de quem duvidar. Tem Ministros cheios de capangas!

É impressionante como o Brasil está repleto de canalhas por todos os lados, em todas as esferas e principalmente em todos os poderes.

domingo, 23 de agosto de 2009

Perseguição contra blogs


O Brasil é um país de merda! Democracia - como dizia um candidato a presidência - é o caralho!

Por meio ilícito alguns grupos de vagabundos desqualificados estão sabotando blogs cuja opinião e notícias desvendam a verdadeira cara do governo. DOIS EM CENA, ANTI FORO DE SÃO PAULO e PROSA E POLÍTICA são alguns dos blogs que foram sabotados.

Há algum tempo o Brasil vem injetando milhões em verbas de publicidade nos veículos "oficiais" de comunicação para que a verdade não seja divulgada. Raramente podemos ler algo na imprensa brasileira sobre o Foro de São Paulo, por exemplo. Toma lá, dá cá. Não precisa ser muito inteligente para constatar isso. Dê uma folheada nas revistas brasileiras de grande circulação e perceba a quantidade de publicidade vinda do governo, como se o governo estivesse tentando vender um produto. E de fato está. O produto chama-se socialismo com fortes tendências comunistas.

A intimidação, a sabotagem, a obstinação em não permitir que informações sejam distribuídas sem que o governo consiga controlar, é o primeiro passo para a censura, e o passo mais curto para a ditadura. Com as eleições de 2010, o governo já está estudando uma forma de fechar os blogs anti governo do PT. E já sabem que não precisam de muito esforço. Basta uma ação cautelar e todos irão abaixo.

Em 2000, fui um dos primeiros brasileiros a ter um site bloqueado pela justiça por divulgar fatos e denúncias envolvendo figuras políticas importantes e médicos renomados. Sem qualquer motivo, a liberdade de opinião foi canetada por um juizinho de merda da cidade de Poços de Caldas que trabalha para a máfia. Na época, este juíz enviou um ofício ao escritório do YAHOO Brasil exigindo a retirada do meu site do ar. O YAHOO Brasil, por sua vez, respondeu que o site estava hospedado em território Norte Americano e nada poderia fazer.

Então o juíz enviou outro ofício, AMEAÇANDO o YAHOO Brasil a tirar a página do ar sob pena de ser responsabilizado judicialmente ou ainda acusado por descumprir mandato judicial. Pois bem! juridicamente falando, se a máfia desejasse mesmo tirar a página do ar, deveria entrar na corte americana para que ela decidisse a retirada ou não, uma vez que o site estava armazenado sob jurisdição americana, mas, com a ajudazinha de um juizinho de merda, o site caiu. Obviamente o YAHOO Brasil não desejava comprar um briga que não era dela.

Vamos aproveitar os blogs, pois em um curto prazo de tempo, estaremos todos cerceados e bloqueados. Afinal, juiz de merda é o que não falta no Brasil, e tem muitos juízes vermelhinhos espalhados por ai.

Deveriamos criar uma associação de blogueiros e por via judicial fazer valer a democracia. Lutar pela liberdade de expressão e opinião que estão garantidas na constituição. Deveriamos criar um grupo forte para proteger nossas palavras e não deixar que meia dúzia de vagabundos nos perseguissem como se fossemos criminosos. Sabotagem é sujeira, e sinal de que os bloqueados estão de fato incomodando.


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Senador acorda depois de 8 anos em coma



O senador Flávio Arns finalmente conseguiu acordar do coma. Sim, ele devia estar em coma. Segundo ele, o PT rasgou a bandeira da ética. É por estas palavras que acredito que ele estava em coma. O PT já rasgou a bandeira da ética há muitos anos. É estranho que só agora o senador tenha acordado.

Onde estava Flávio Arns quando mataram Celso Daniel e outras 7 testemunhas? Ele não achou que neste episódio rasgaram a bandeira?

Onde estava Flávio Arnas quando foi descoberto o maior esquema de corrupção envolvendo o congresso, mais conhecido como MENSALÃO? Ele também não achou que rasgaram a bandeira da ética?

E os dólares na cueca?
E o asilo político a Cesare Batisti?
E os gastos com os cartões corporativo?

É... ao que tudo indica o coma era profundo, mas parece que agora ele está se recuperando.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Médicos estão acima da lei?

Do blog Dois em Cena



Qual a lógica?

Dizem que no Brasil não existe tráfico de órgãos. Médicos são profissionais de gabarito e conduta ilibada. No Brasil existem duas categorias que não se pode mexer. Médicos é uma delas. O corporativismo é gritante. E a outra é a dos advogados.

Frequentemente um ou outro membro destas categorias estão nos noticiários em uma publicidade, digamos, nada agradável. Mas assim como são expostos, também são protegidos. Alguns não conseguem manter a proteção porque a opinião pública é forte demais e o corporativismo se vê obrigado a abrir mão. Foi o caso de Eugenio Chipkevitch, condenado a 124 anos de prisão. Se a imprensa não tivesse batido forte, seria absolvido sem maiores problemas e os acusadores passariam a ser os verdadeiros bandidos.

Há alguns anos, um renomado médico carioca foi preso após ser denunciado por fazer inúmeros abortos. Os noticiários mostraram o caso, mas logo em seguida, toda a mídia se calou. Ele era renomado e o aborto no Brasil só é ilegal no papel. A sociedade tolera este tipo de crime, afinal, e justamente esta sociedade que precisa fazer aborto.

No mesmo Rio de Janeiro, outro médico foi flagrado pela câmara de um hospital no momento em que passava por uma jovem na escada do hospital que estava em trabalho de parto. Nas imagens podemos ver que o médico passa por cima da jovem com um certo sentimento de nojo, enquanto ela implorava ajuda. No dia seguinte, foi condecorado por políticos cariocas do Rio. O caso e o nome do médico sumiram, bem como o vídeo que estava postado no YouTube. Provavelmente, o abortista e o omisso estão livres, trabalhando naturalmente, fazendo aborto e saltando degraus de mulheres em parto. O corporativismo permite isso.

Para finalizar, mais um caso. Vou descrever aqui o que vem pela frente. Um grupo de pacientes sairão em apoio ao médico. As instituições CRM e CFM farão notas em apoio ao médico garantindo que ele não seria capaz de uma coisa dessas. E se não houver vídeos mostrando o abuso, e se as acusações se mantiverem apenas em testemunhos, o médico será inocentado rapidamente e seu nome será limpo como neve.

Ao mesmo tempo, a sociedade aceita abortista e traficantes de órgãos sem nenhum problema, pois como disse, são os consumidores diretos destes marginais. No Brasil, todos querem acabar com os narcotraficantes, mas ninguem quer deixar de fumar maconha e cheirar cocaina. É assim a sociedade brasileira. A sociedade não aceita abusos sexuais, mas abortista e traficantes de órgãos são sempre glorificados.

Querem uma política limpa, mas Sarney, Calheiros, Collor e Lula se reelejem sem maiores dificuldades. Isto deveria ser tema de estudo. Por que o brasileiro se subjulga tão fácil e vende a preço de bananas princípios fundamentais tão caros?

Agora, vamos ao show!! Amplo direito de defesa, os melhores advogados, todos os tipos de recursos, enfim. Vai depender mesmo é da forma como a mídia atuar.

Vale a pena ter um preview do que está por vir:



LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

A fotógrafa Monika Bartkevitch, 43, afirmou ontem ter sido agarrada e beijada pelo médico Roger Abdelmassih, 65, quando estava em tratamento há nove anos. Ela é a primeira mulher a contar sua história sem exigir anonimato.

Segundo Monika, o episódio contribuiu para o fim do seu casamento. "Estou falando não apenas por mim, mas por todas as mulheres que passaram por isso, para que se sintam encorajadas a denunciar", diz.

Monika ainda não depôs na polícia --pretende fazê-lo na próxima semana. Até ontem, 35 mulheres procuraram o Ministério Público do Estado de São Paulo dizendo-se vítimas de abusos praticados por Abdelmassih, dono da maior clínica de fertilidade do país. O médico nega todas as acusações. Leia abaixo a entrevista:

FOLHA - Por que você foi à clínica?
MONIKA BARTKEVITCH - Eu estava casada havia oito anos e o meu marido era vasectomizado. Ele tinha dois filhos de um outro casamento. Eu tinha um filho também de outra união. Queríamos uma filha e, na fertilização, poderíamos escolher o sexo. Fomos à clínica de Abdelmassih e fechamos um pacote de três inseminações. Já no primeiro dia, achei muito estranho o jeito do dr. Roger me abordar, de se despedir, e isso na frente do meu ex-marido.

FOLHA - O que aconteceu?
MONIKA - No segundo dia, fui sozinha fazer alguns exames. Na saída, o dr. Roger me deu um selinho na boca. Fiquei passada, não sabia o que fazer. Em casa, contei ao meu marido, que não acreditou. Ele disse: "A gente tem muito dinheiro lá [na clínica] e tem um objetivo, que é ter uma filha. Você é descolada, saberá se virar bem". Fui à clínica pela terceira vez. Quando o dr. Roger veio me cumprimentar, estiquei a mão. Disse que não tinha gostado da atitude dele, que estava na clínica para uma coisa sagrada, que é ter um filho. Ele me pediu desculpas, disse que eu era uma pessoa envolvente.

FOLHA - Não houve mais nada?
MONIKA - No dia em que eu fui retirar os óvulos, acordei com o dr. Roger ao meu lado, parado, com a cara em cima da minha, me olhando. Estava voltando da sedação, levei um susto e gritei. Ele se assustou, pediu calma e beijou a minha mão. Chamou um funcionário e me ofereceu um suco de maracujá. Depois, contei isso para o meu marido, que não viu nada de anormal. Três dias depois, voltei para a inseminação. Estava num quarto, de avental. O dr. Roger entrou, me pegou no colo na frente de uma enfermeira e me levou ao centro cirúrgico.

FOLHA - No colo?
MONIKA - Ele me carregou como se eu fosse um bebê. Uma funcionária ofereceu uma maca, mas ele recusou dizendo que eu era especial. Depois da inseminação, de novo, na frente das enfermeiras, ele me pegou no colo e me levou até o quarto. Pediu à enfermeira que saísse. Daí, ficou completamente alterado. Disse que era louco por mim, lambia a minha cara inteira. Eu gritava, mas ele tapava a minha boca. Ficou tentando me beijar, passava a mão por todo o meu corpo. Ele jogou o corpo para cima de mim. Eu dava socos, empurrões, gritava. Comecei a lutar, acho que isso durou uns 15 minutos, não sei, pareceu uma eternidade.

FOLHA - Como terminou?
MONIKA - Continuei gritando e ele se afastou. Briguei com a enfermeira que entrou no quarto, porque ela era mulher e sabia o que havia acontecido. Quando meu marido entrou no quarto, também não conseguia olhar para a cara dele. Porque já tinha contado o que havia acontecido, desde o começo dizia que o médico me tratava de forma estranha, que havia me beijado, e ele não acreditou. Quando saí de lá, o dr. Roger quis falar comigo, pediu que eu voltasse em três dias para saber se tinha dado certo a inseminação. Entrei em depressão, fiquei três dias fechada no meu quarto. Quando voltei à clínica, vi que não tinha engravidado. Eu estava no chão. Meu casamento acabou menos de dois meses depois.

FOLHA - Você tentou denunciar o médico à época?
MONIKA - Procurei uma equipe de TV, queria usar um microfone escondido, queria denunciá-lo, mas não deu certo. Depois, essa história me machucou muito. Separei-me do meu marido e ainda tinha de enfrentar familiares e amigos que perguntavam se eu havia dado abertura. Isso quase me deixou louca. Eu me perguntava, será que fiz algo errado? Mas agora, com todas essas mulheres falando, vi que não estava só.

FOLHA - Por que seu marido não acreditou em você?
MONIKA - Ele é do meio médico, não quis denunciar, não quis acreditar, não quis se comprometer, me deixou completamente sozinha.

Outro lado

O advogado do médico Roger Abdelmassih, Adriano Vanni, afirmou ontem considerar "fantasiosa" a história contada pela fotógrafa Monika Bartkevitch à Folha.

"Acho muito estranho uma mulher passar por tudo isso e não ter denunciado à época. Ela disse que isso aconteceu há nove anos? Então, por que não procurou a polícia? Por que não procurou o CRM [Conselho Regional de Medicina]? Bom, ela conta que o marido não a deixou denunciar, mas ela se livrou do marido, que era o obstáculo para qualquer denúncia, dois meses depois. O que a impediu, então, de denunciar o médico?", questiona o advogado Vanni.

O advogado diz que Abdelmassih nunca carregou pacientes no colo nem as molestou. Para ele, é um absurdo lançar suspeitas como essas sobre um profissional sério e muito respeitado. "O dr. Roger nunca fica sozinho com a paciente, esse não é um procedimento adotado na clínica. Ele está sempre acompanhado por uma enfermeira. Repito, o que ela contou é fantasioso", afirmou.

O advogado reclama não ter acesso à íntegra dos depoimentos nem aos nomes das mulheres que acusaram Abdelmassih à polícia e ao Ministério Público. "Sem saber quem o acusa, ou do que ele é acusado, é impossível fazer a defesa. A gente nem sabe se essas mulheres são efetivamente ex-pacientes dele. Após termos acesso integral ao inquérito policial, o dr. Roger poderá esclarecer, uma a uma, todas as acusações. Ele vai provar a sua inocência."

Nesta semana, Vanni pediu novamente à Justiça acesso ao inquérito que tramita na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo. O advogado afirma que não sabe a "verdadeira motivação" das mulheres que denunciaram Abdelmassih.

"É importante lembrar que, há um ano e meio, o dr. Roger foi vítima de uma campanha difamatória via internet. Já pedimos a abertura de uma investigação na Polícia Civil para apurar isso. Qual era o objetivo? Nós ainda não sabemos", afirma Vanni. Ele se refere a um blog que trazia denúncias contra Abdelmassih postadas com nomes falsos e que foi tirado da rede a pedido do médico.

Na primeira e única entrevista que concedeu à Folha sobre o assunto, há cerca de dois meses, Abdelmassih afirmou ser vítima de uma armação da concorrência. O especialista, que é referência na área de reprodução assistida, fez em sua clínica um terço de todos os bebês de proveta do país.

Em nota da assessoria, Abdelmassih disse negar com veemência todas as acusações e informou que até o momento não foi ouvido no inquérito policial.

Ainda segundo a assessoria, a clínica de Abdelmassih funciona normalmente e completa, neste ano, 20 anos de atividade, tendo atendido mais de 20 mil casais em busca de filhos.

Campanha difamatória. Sim, agora trata-se de uma campanha difamatória contra um médico que faz mulheres dar a luz sem ter esta possibilidade natural. Um homem tão bom, tão justo, tão seério. Por que afinal tantas pessoas resolveram denunciá-lo?

Talvez as mulheres tenham aberto uma clínica concorrente e queiram derrubá-lo numa briga comercial, ou quem sabe estão a procura de notoriedade?

Se você não leu com atenção, destaco o seguinte parágrafo da entrevista com a fotógrafa:

FOLHA - Por que seu marido não acreditou em você?
MONIKA - Ele é do meio médico, não quis denunciar, não quis acreditar, não quis se comprometer, me deixou completamente sozinha.

Entenderam? Meio médico! Não quis denunciar o colega. Pode abusar da mulher dele se for médico. Não quis se "comprometer". Isso significa em alto e bom tom corporativismo

O que o advogado não pensou é que estas mulheres sofreram e ainda sofrem todos os dias um sentimento terrível de terem sido abusadas e se sentirem impotentes diante disso. Por sorte, elas aos poucos estão fazendo valer os seus direitos e denunciando. Ainda que demore 100 anos, denunciar é preciso. Sempre.

domingo, 16 de agosto de 2009

Você quer José Serra na presidência?

Então você deseja que a corrupção, a sacanagem, a roubalheira permaneça como é hoje. Um pouco mais disfarçada, é verdade.

José Serra era o Ministro da Saúde quando meu filho foi assassinado por uma máfia de tráfico de órgãos em Poços de Caldas, Minas Gerais. Serra abriu as portas do Ministério para que o chefe da quadrilha, Carlos Mosconi (PSDB-MG) acompanhasse as auditorias pessoalmente. Foi o próprio José Serra que afirmou ter feito isso, através de um ofício elogiando os traficantes.

Depois disso, Serra e Mosconi entraram em atrito. Mas reataram. Hoje são velhos amigos, como antes.

O Brasil passa por uma fase política irremediável. O brasileiro terá de escolher entre Dilma, Ciro Gomes e Marina Silva. Em qualquer resultado, não mudará nada.

Tenho ouvido que Serra é o menos pior. Ora, se Serra é o "menos" pior e ajudou a acorbertar o assassinato de uma criança de 10 anos, credenciando um dos assassinos logo em seguida para fazer transplantes porque o chefe da máfia também era do PSDB, eu imagino como seja o pior.

O que está claro é que o Brasil não tem rumo. Não tem esperanças. Não tem uma pessoa capaz de assumir a presidência e fazer o que é preciso para os brasileiros. O Brasil não tem saída.

Jose Serra submeteu-se a chantagem, e se o fez é porque tem algo que deve ficar escondido. Vote em Serra, mas não se queixe depois dizendo que não sabia.

Durante a gestão de José Serra, os transplantes em Poços de Caldas eram pagos sem que a central fosse credenciada para isso, como determina a "rígida" lei de transplantes. E mesmo assim, os traficantes recebiam religiosamente pelas captações e transplantes realizados. Auditores afirmaram isso em depoimento a polícia federal. Descobriu-se que o Ministério da Saúde pagava até cirurgias de parto feito em homens.

Vote Serra, mas não se engane. Ele é igual ou pior ao que está ai.

Veja como Mosconi e Serra trabalhavam bem juntos clicando aqui. Obviamente, nenhum dos crimes relatados acabou em punição. Na reportagem, destaco o seguinte trecho:

Dois outros deputados na lista K, Sebastião Madeira e Carlos Mosconi, são médicos, tucanos e defendem projetos que interessam a multinacionais. Madeira é autor do projeto que isenta os preservativos da cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados, em trâmite no Congresso. Mosconi deu, em abril, parecer favorável à isenção de impostos para filtros solares. Preservativos e filtros solares são dois dos produtos mais vendidos pela Johnson&Johnson, cliente de Santos até julho. Mosconi também fez o favor de abrir as portas do Ministério da Saúde a outro cliente da APS na área médica, a importadora de remédios Meizler. “No começo do ano, intermediei uma audiência entre representantes da Meizler e o diretor de Políticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Platão Fischer”, confirmou o deputado. Os executivos da Meizler estavam trabalhando para reverter a eliminação da empresa numa concorrência pública para fornecimento de hemoderivados, como a albumina, usada para repor proteínas no sangue. Era um negócio de R$ 42 milhões. A licitação foi cancelada em março. Os dois médicos-deputados receberam a mesma pontuação na agenda do lobista: 50K para cada um. “Não sei o que significa esse negócio de K”, disse Mosconi. “Meu nome pode ter aparecido até um milhão de vezes na agenda, mas não sou corrupto”, declarou Madeira.

K = mil. Portanto Mosconi teria faturado pelo menos 50 mil. Outros registros de Mosconi foram encontrados na agenda. Na época, o projeto de regulamentação do Lobby foi proposto por Marco Maciel e colocado em votação em regime urgência pelo presidente da câmara Aécio Neves (PSDB). Mosconi hoje é braço direito de Aécio Neves. Para notícias que comprovam o que estou dizendo clique aqui.

Sinto muito pela falta de opções, mas esta é a realidade.

sábado, 15 de agosto de 2009

Lenda urbana ou verdade: Rapto em shopping


VERDADES E MENTIRAS SOBRE TRÁFICO DE ÓRGÃOS


Há muito tempo vem sendo distribuído pela internet uma história onde uma criança teria sido raptada em um shopping para fins de tráfico de órgãos. Segundo a história, a criança apareceria depois com uma larga cicatriz e sem um de seus rins.

Obviamente que esta história é falsa, e foi criada por quem deseja que a verdade não seja revelada. Certa vez, vi um comunicado de uma central de transplantes do sul do país alertando as pessoas para que não acreditassem em tudo o que se lê na internet. Eu assino em baixo. Principlamente quando o assunto é a transparência dos transplantes brasileiros. É mesmo de se duvidar.

Nenhum traficante de órgãos seria idiota o suficiente para raptar crianças ou mandar raptar crianças em um shopping center, por várias razões.

Elias David Neto, por exemplo, usou o blog de Drauzio Varela para desafiar a imprensa a localizar uma só história envolvendo o desaparecimento de crianças para fins de tráfico de órgãos. Disse o médico que:
"Nunca houve em nenhuma delegacia do país relato, notificação ou registro de alguém que tivesse sido raptado e devolvido depois sem um órgão. Fala-se muito em tráfico de órgãos. Isso não existe como não existe a possibilidade de furar o sistema de lista única. Desafio um jornalista investigativo a demonstrar que pode furá-la. Desafio-o também a tornar público o resultado de sua investigação, qualquer que seja ele".
Ele está certo! Em nenhuma delegacia brasileira, nunca foi encontrado qualquer registro de crianças que tenham desaparecido e tenham sido devolvidas com uma enorme cicatriz e sem um de seus órgãos. É fato. Como é fato também que todos os anos desaparecem no Brasil 120 mil crianças e que 30% delas, nunca mais serão vistas. Talvez o médico esteja procurando o boletim de ocorrência errado.

Devolver uma criança sem um de seus órgãos seria entregar a prova do crime. O mais fácil seria fazê-la desaparecer. Sendo mais objetivo, matá-la. E neste caso, as delegacias estão recheadas de queixas. A grande maioria dos casos sequer são investigados. Entram para o quadro acima de crianças desaparecidas que passam a contar com o trabalho maravilhoso de pessoas como Wal Ferrão (Portal Kids), já que as autoridades querem distâncias destes casos.

Não se engane ao ler este tipo de notícia.

Ao contrário do que querem que você pense, este crime é mais comum do que você pode imaginar. Mas não é feito com crianças em shoppings. O tráfico de órgãos capta suas vítimas entre as crianças de periferias pobres, muitos da região nordeste do país, cujos pais trabalham o dia todo e a deixam em casa ou até mesmo na rua. São famílias sem recursos que não podem levar o caso adiante, e não são respeitadas em delegacias. Muitas destas famílias são desestruturadas. Não possuem condições de educar seus filhos com dignidade e muitos acabam praticamente vivendo nas ruas.

O médico também desafia a imprensa a investigar e provar que a fila pode ser furada. Nem precisaria. Em 2005 o TCU provou. Em 2004, a CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS - a mesma onde Elias David Neto foi acusado de oferecer rins fora da fila - também provou. O problema é que a segunda parte do desafio foi impedida. A imprensa não pôde noticiar o que se descobriu durante a cpi e até hoje não informa que o relatório está numa gaveta do Ministério Público Federal sem qualquer ação devida tomada.

Assim fica fácil desafiar...

Reproduzo aqui um texto do Blog Mães do Brasil sobre crianças desaparecidas. Vale a pena ler porque demonstra como estes casos são tratados. O texto foi escrito em 26 de março de 2006, portanto bastante recente. Clique aqui para acessar o site.

O tráfico de órgãos é um tema que tem alarmado a população, gerado dúvidas e causado um tremendo desconforto nas autoridades. Desconforto que sem dúvida não é maior do que o das mães das meninas seqüestradas. Em janeiro, o único delegado que até então tinha investigado com imparcialidade, seriedade e competência o caso das meninas, foi afastado do comando da investigação e da DCAV, onde fazia um excelente trabalho de serviço à população. O Portal Kids recebeu em janeiro uma denúncia de que que o Dr. Leonardo Tumiati seria afastado do comando da investigação justamente por ter descoberto indícios do crime, envolvendo pessoas influentes da sociedade. A existência desses indícios não era novidade para o Portal Kids. Há dois anos recebemos denúncia apontando local e suspeito de estar envolvido neste crime bárbaro. A denúncia foi repassada às autoridades competentes que até hoje não nos deram um retorno a respeito do fato. Mantivemos sigilo da denúncia até para as mães das meninas, justamente para não causar alarme. Quando a notícia vazou na mídia, ao ser perguntada sobre a existência desses indícios, não tinha como negar.

Enquanto a polícia não apresentar o resultado desta investigação, seria leviano de minha parte afirmar que não existe tráfico de órgãos. Particularmente, acho que seria mais proveitoso se as autoridades policiais se dedicassem a apuração da denúncia com o mesmo empenho com que têm se dedicado a negar o tráfico de órgãos. Não existe melhor maneira de tranqüilizar a população do que realizar uma investigação de qualidade. Sobre os boatos que estão espalhados pela cidade,de crianças que estariam sendo seqüestradas e aparecendo abertas, qualificamos de boatos. Isso porque muita gente escreve para o Portal Kids para denunciar mas não fornecem provas e trabalhamos com provas. Claro que não queremos provar o tráfico de órgãos - tomara Deus que não passe mesmo de uma lenda urbana, mas é preciso seriedade e empenho na apuração de denúncia tão grave. A meta das Mães do Brasil, em reunião do movimento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) sempre foi a investigação de qualidade para o caso de seus filhos.
Entenderam? Delegado foi afastado quando sugeriu haver indícios de tráfico de órgãos, e principalmente em esbarrar em pessoas renomadas. A denúncia foi repassada às "autoridades" competentes, mas nunca deram retorno dos fatos.

Se desejar, me envie um e-mail contanto a lenda que leu ou ouviu e publicarei aqui sob a etiqueta "Verdades e mentiras sobre tráfico de órgãos".


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Democracia brasileira


Segundo o Wikipédia, Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual.

Ou seja, por meio de deputados e senadores, por exemplo, podemos exercer a democracia. Mas eu estava pensando. Se eu ou um cidadão qualquer entender que o presidente do Senado deve deixar o cargo, por estar envolvido com corrupção, tráfico de influência e outros crimes, ou simplesmente, por ser ineficiente, o que devemos fazer?

Devemos cobrar aqueles que elegemos para que tomem as atitudes necessárias. Pois bem, imagine um eleitor do Senador Paulo Duque, envia um e-mail cobrando que ele faça Sarney responder um processo de cassação. O que o senador faz?

Simples. Ele não faz nada e diz que está feliz com a decisão. Seu eleitor? Algum político já disse: Estou me lixando para o povo. Em outras palavras, foda-se a democracia, afinal, ignorar o povo é descaracterizar a democracia.

E quando então podemos recorrer a tal democracia?

Em regra geral, nunca. A democracia é usada somente e tão somente pelos políticos acusados de serem desonestos com o dinheiro público e outras falcatruas. Como fez Sarney. Eu tenho o direito democrático a livre e ampla defesa, pois o Brasil é um país democratico. Assim também fizeram vários personagens da bandidagem política brasileira.

Sua opinião, ou a opinião do seu grupo, não tem qualquer representatividade. Você não pode, sob nenhuma hipótese, mudar o rumo desta situação. Os deputados e senadores - que são na verdade os que detêm a democracia nas mãos - estão se lixando para o povo. A democracia pertence à eles.

Ao mesmo tempo, Polícia Federal, Ministério Público Federal, e outras autoridades que poderiam fazer valer a tal democracia, descobriram também que estão se lixando para o que você pensa, e para o que os políticos fazem. Uma mesada aqui, um cargo ali, um empreguinho para o cunhado e está tudo bem.

Diante de tudo que se descobriu no caso Renam, não há hoje, nenhuma ação judicial para que ele pague pelos laranjas que usou. Não há qualquer procedimento que ameace o cargo dele de senador. Não há qualquer autoridade o investigando ou desvendando de fato o que ele fez. Há apenas uma grande mentira que foi usada dentro do próprio senado para dizer que ele era inocente. E basta.

Não há hoje nenhuma ação judicial para investigar o presidente Lula e seu envolvimento com os narcotraficantes do foro de São Paulo. E nem haverá.

Nenhum processo foi aberto contra a Ministra Chefe da Casa Civil, quando usou informações falsas em seu currículo, embora existam em nossas leis, o crime de falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos (uma vez que este currículo foi usado dentro de instituições federais).

Portanto, devemos redefinir a palavra democracia.

Democracia é a ferramenta ideal para ladrões, bandidos e marginais que usam seus cargos políticos para enriquecimento pessoal e outras malandragens, sem que o povo possa fazer qualquer coisa para afasta-los de suas funções. Na democracia, as instituições são sólidas. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal, por exemplo, não estão preocupados com o que os políticos fazem como representantes do povo e atuam com omissão e conivência inexplicavel diante dos crimes cometidos por estes elementos. Todos são sólidos em seus postos.

Democracia é o direito de roubar sem ser importunado. É o direito de usar o sistema em seu favor sem que nenhum responsabilidade lhe caiba. É ter cartões de créditos, viajar com dólares na cueca, mentir em seus currículos sem que ninguém tome qualquer atitude. É antes de mais nada, a principal proteção contra o povo. É graças a democracia, que presidentes como Lula e Hugo Chaves estão aos poucos transformando os países que dominam, em uma grande república comunista sem que ninguém tome qualquer providência.

Democracia no Brasil é o berço da bandidagem com aval de todos tolos brasileiros.

sábado, 8 de agosto de 2009

Artur Virgilio experimenta o veneno criado pelo PSDB



"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar..."
Martin Niemöller, 1933

Assista este vídeo de Artur Virgílio, e descubra a relação com o texto acima.


Desde 2000, quando denunciei a quadrilha criada por Carlos Mosconi para traficar órgãos que funcionava em Poços de Caldas, as situações foram se invertendo. Mosconi era líder do PSDB na câmara federal em Brasília quando sua quadrilha assassinou meu filho, e pelo menos mais 8 pessoas, para venda de órgãos - além, é claro, do administrador do hospital, este último morto a tiros.

Com todas as provas de homicídio, foi impossível fazer valer a democracia e os meus direitos. Mosconi tinha e tem aliados poderosos, como tem também José Sarney. O PSDB tratou de defender Mosconi. José Serra que era o Ministro da Saúde também. Aliás, até hoje, José Serra não conseguiu - e nem tentou - explicar como o Ministério pagava transplantes realizados pela central de Mosconi que não possuia sequer um CNPJ, e muito menos autorização para funcionamento.

As leis se dissolviam a minha frente. Nada do que eu provava tinha valor. Meia palavra de Mosconi tinha peso em dobro. As acusações, uma a uma, foram abafadas, minimizadas. As que conseguiram se transformar em processo, passaram longe de Mosconi e possuiam denúncias completamente distorcidas pelo Ministério Público com o propósito de serem subitamente arquivadas.

Contra mim, quase uma dezena de processos criminais. Todas me acusavam de injúria, calúnia e difamação. Uma das denúncias, contava com a participação de 9 procuradores que fizeram questão de assina-las. Uma forma de mostrar-me que todos estavam com Mosconi.

Eu segui em frente. Fui absolvido em todos. Isso significa dizer que a justiça reconheceu que eu estava certo. Mas, isso é muito pouco quando o acusado é um Mosconi. Precisa de muito mais. Caso contrário, ou acaba como eu, asilado na Itália, ou como o administrador do hospital (suicidado com 2 tiros).

Agora vejo Artur Virgilio dizendo que ao não abrir mão do direito de denunciar Sarney, obteve como respostas ameaças de retaliações e processos. Diz ainda, que a "merecida" punição, é porque não se calou e estava levando a frente as denúncias.

Finalmente, Virgilio pergunta à Sarney:
"Será que dá para aceitar que o conselho de ética posto como ele foi posto, ele recuse todas as ações propostas contra a vossa excelência e aceite a minha, e este senado funcione normalmente, e vossa excelência se sedimente e se sente nesta cadeira, cada vez mais sólido, cada vez mais firme, cada vez mais estável. Será que dá para acreditar nisso? Será que dá para perceber que esta sim é a marcha da insensatez?"

A resposta caro Senador Artur Virgilo, é SIM. Dá para acreditar.

Dá para acreditar que no Brasil se crie uma quadrilha, se enriqueça às custas de dinheiro público ou até mesmo matando pacientes em leitos de UTIs públicas para fins de tráfico de órgãos.

Quando reclamei ao Sr., por e-mail, não obtive nenhuma resposta. O senhor não tinha perdido um filho, nem estava sendo processado, nem estava preocupado com o que acontecia quando direitos não eram respeitados. Não era com o sr.

Talvez seja a sua hora de reclamar. E pior, talvez seja tarde demais. A democracia não existe mais. Manda quem pode, foge quem tem juízo, ou morre quem fica para contestar.

Boa sorte.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Canalhas e mais canalhas

Hoje eu recebi uma mensagem do Brasil Verdade que revela coisas que venho dizendo há alguns anos. Trata-se de mais um caso de omissão (para o Brasil Verdade) e corrupção, canalhice, mão grande (na minha opinião).

Eu não tenho o link, mas vou publicá-lo no final deste texto. Vale a pena citar algumas palavras, pois é como se eu mesmo tivesse escrito. Aliás, escrevi. Escrevi e mandei para as "autoridades" que disseram que eu tinha problemas mentais. Já escrevi várias vezes, e não me canso de escrever: sou o primeiro brasileiro debil mental por força do estado. E que força. O Ministério Público não mede esforços quando o assunto é perseguir denunciantes e proteger máfias.

Voltando ao assunto principal, cito alguns parágrafos e comento depois:
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul mandou publicar, por determinação do Conselho Superior do MPE, o aviso nº 10/2009/SCSMP referente a Promoção por Aquivamento da Investigação Preliminar nº 5/2008 originária da 29ª Promotoria de Justiça. O procedimento trata de três (3) processos de desvio de combustivel praticados por figuras importantes da administração pública – policiais e até ex-Secretário de Estado. O curioso é que as razões para a promoção de arquivamento não se devem ao fato de ter sido produzidas provas de que os envolvidos não deram prejuízo aos cofres públicos ou não se locupletaram do erário. Também não se deve o arquivamento a descoberta de que os fatos não existiram ou atos improbos não existiram. A promoção por arquivamento se resume ao fato do Ministério Público ter perdido o prazo para ajuizar as devidas ações de improbidade administrativa.
Entenderam? Três processos de desvio de combustível praticados por figuras importantes da adminsitração pública, policiais e até ex-Secretário de Estado. Os processos foram arquivados porque o Ministério Público "perdeu" o prazo.

Eu só lamento que o Brasil Verdade seja tão modesto ao relatar o fato, como se pisasse em ovos. A verdade é que, quando existem pessoas ditas "importantes", a corrupção, a safadeza, a malandragem tomam conta. Os "fiscais da lei" passam a agir como "capachos do crime organizado" e tudo termina em festa.

Este parágrafo explica bem tudo o que penso, e é praticamente uma cópia do que tenho falado nos últimos 7 anos, em relação ao processo do meu filho.

Na realidade, ao se observar as ultimas incursões do MPE em procedimentos envolvendo figuras importantes metidas com desvio de dinheiro público haveremos de constatar que:
a) ou os procedimentos são inocuos (efetuados de forma a serem arquivados por falhas processuais)
b) ou os prazos são perdidos para que não haja possibilidade de combate a corrupção.

Desta forma o órgão acusador finge que está agindo com rigor; os acusados fingem que estão preocupados (reclamando de perseguição, de estarem sendo vitimas de injustiças etc.) e a população vai sendo engabelada. Porem no final tudo “acaba em pizza”, o sentimento de impunidade é fortalecido e tudo acaba bem.

É isto! É exatamente assim que os canalhas agem. São processos cujas denúncias são vazias, repleta de erros básicos que levam ao arquivamento do processo. Não se trata de incompetência. É canalhice.

O Ministério Público hoje é o maior protetor de todas as organizações criminosas existentes no país. Basta que esta organização encontre o caminho certo dentro do MP, e pronto! Basta que um político ou pessoa renomada esteja envolvida e pronto! Basta uma gorjetinha e pronto!

Semana passada a revista Galileu afirmou que existem 17 processos sobre tráfico de órgãos no Brasil. Mas não revelou os resultados. A revista evitou relatar que no Brasil não há nenhuma condenação por este tipo de crime, e não é porque não existe. Ele é amplamente praticado. Porém, os casos que chegam à justiça são pouquíssimos e o Ministério Público comete erros em todos eles fazendo com que sejam arquivados ou simplesmente percam os prazos.

Histórias como o roubo de córneas no Hospital do Tatuapé, onde até comissões eram pagas em contra-cheques para quem "roubasse" mais, segundo o Ministério Público, é apenas um caso como aqueles em que o médico amputa a perna direita, de um paciente doente da perna esquerda, por engano. Bobagem. Distração.

Alguns chamam isso de ingenuidade. Eu chamo de canalhice. O Ministério Público é hoje o principal aliado das máfias brasileiras.

Segue o texto na íntegra para quem desejar ler. Para acessar o Brasil Verdade clique aqui.
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul mandou publicar, por determinação do Conselho Superior do MPE, o aviso nº 10/2009/SCSMP referente a Promoção por Aquivamento da Investigação Preliminar nº 5/2008 originária da 29ª Promotoria de Justiça.

O procedimento trata de três (3) processos de desvio de combustivel praticados por figuras importantes da administração pública – policiais e até ex-Secretário de Estado.

O curioso é que as razões para a promoção de arquivamento não se devem ao fato de ter sido produzidas provas de que os envolvidos não deram prejuízo aos cofres públicos ou não se locupletaram do erário. Também não se deve o arquivamento a descoberta de que os fatos não existiram ou atos improbos não existiram.

A promoção por arquivamento se resume ao fato do Ministério Público ter perdido o prazo para ajuizar as devidas ações de improbidade administrativa.

As representações ao “parquet” foram efetuadas em dezembro de 2006 pelo presidente da Brasil Verdade por fatos ocorridos entre fevereiro e junho de 2002. A Lei de Improbidade Administrativa limita em cindo (5) anos o período para ajuizamento da ação competente. Durante meses os Ministério Público conservou “adormecida” as representações até que se desse a prescrição.

Se a inércia fosse praticada por algum reles servidor público os “Fiscais da Lei” agiriam imediatamente alegando prevaricação, desídia, improbidade e outros adjetivos pejorativos que a mídia se fartaria em publicar. Porem como o “esquecimento” se deu pelo próprio Ministério Público nada haverá de ser feito porque não existe procurador “peitudo” para admitir que o MPE foi indolente, preguiçoso, negligente, incompetente ...

Não bastasse fosse uma situação vexatória para uma instituição que se diz “baluarte da probidade”, esta é a sexta (6ª) vez que o Ministério Público Pantaneiro perde o prazo limite para ajuizar ações de improbidade contra Delegados de Polícia que atuam (ou atuavam) nas Diretorias da Polícia Civil. Até agora o prejuízo aos cofres públicos já ultrapassou da casa dos R$ 3.000.000,00 (tres milhões de reais) por total incapacidade do orgão Ministérial em ajuizar dentro do prazo as respectivas ações.

Coincidencia ou não, só é dada publicidade quanto as promoções por arquivamento quando o cidadão não tem mais condições de suprir a indolência do Ministério Público e interpor Ação Popular que substitua a mandriice do MP. Desta forma os que cometem atos de improbidade ficam imunes a ação do Estado e continuam exercendo funções de mando na “maquina” administrativa, rindo dos honestos e curtindo cada centavo desviado.

Na realidade, ao se observar as ultimas incursões do MPE em procedimentos envolvendo figuras importantes metidas com desvio de dinheiro público haveremos de constatar que: a) ou os procedimentos são inocuos (efetuados de forma a serem arquivados por falhas processuais) b) ou os prazos são perdidos para que não haja possibilidade de combate a corrupção.
Desta forma o órgão acusador finge que está agindo com rigor; os acusados fingem que estão preocupados (reclamando de perseguição, de estarem sendo vitimas de injustiças etc.) e a população vai sendo engabelada. Porem no final tudo “acaba em pizza”, o sentimento de impunidade é fortalecido e tudo acaba bem.

Em outros tempos diriamos que a politica atualmente implantada pelo Ministério Público sul-mato-grossense é de fazer “H”. Se aproveita da inocencia da mídia e usa descaradamente os jornalistas e reporteres como se fossem idiotas à serviço na PGJ. O objetivo seria simplesmente “aparecer” e criar uma “cortina de fumaça” que camuflace suas reais intenções. O resultado pouco importa.

Mas como estamos em época de liberdade, sendo inadmissível que o Ministério Público se acovarde ao cumprir seus deveres constitucionais (que prima por apelidar de direitos), não se pode conceber um “parquet” timido, subserviente, refem de uns poucos que continuam mandando - mesmo após terem sido desmascarados como pertencentes a grupos criminosos especializados em assaltar os cofres públicos.

Quem sabe os membros do MP estão a fazer tudo isso por ingenuidade? Quem sabe precisam ter a atenção chamada para o mal que fazem à sociedade? Quem sabe o Conselho Nacional possa vir a repor a instituição nos trilhos e exigir que ajam como o esperado de quem deveria defender os interesses da coletividade e não proteger as vantagens conseguidas irregularmente por um pequeno grupo de déspotas.

sábado, 1 de agosto de 2009

Revista Galileu: Faltou espaço - diz jornalista


Um breve resumo

Nesta semana a Revista Galileu (imagem acima) publicou matéria sobre tráfico de órgãos. Ao ler a reportagem, percebi que dados foram omitidos e outros manipulados para validar a tese do jornalista que a escreveu, de que no Brasil, o fato de pessoas serem assassinadas para esta finalidade (tráfico de órgãos) - é MITO.

Depois de apontar as falhas da reportagem, lancei um desafio para que a Revista Galileu, com todo o poder, dinheiro e facilidade de acesso à informações, prove que o caso Paulinho é uma fraude.

A revista cita a CPI do Tráfico de Órgãos mas omite os indiciamentos no relatório final, bem como o destino dado ao mesmo relatório, engavetado sem explicações pelo Procurador Geral da República. Afirmar que assassinatos de doadores é MITO, omitindo casos como o do Paulinho, é claramente distorcer a verdade, e neste caso, se o Brasil fosse um país sério, as autoridades deveriam investigar a quem interessa esta distorção e a que preço ela foi produzida. Mas como no Brasil tudo é festa e depende muito da biografia dos envolvidos, nada vai acontecer, e a revista continuará ajundando os traficantes.

Para ler a matéria e o post que gerou esta discussão, clique aqui

O texto no link acima foi enviado à revista Galileu e ao jornalista FAUSTO SALVADORI. A revista até agora não se manifestou e talvez nem se manifeste. Porém, recebi ontem a tarde uma mensagem do jornalista FAUSTO SALVADORI, que reproduzo abaixo:
Caro Paulo,
Obrigado pelo seu e-mail. Suas colocações são pertinentes e você merece uma resposta. Estou meio ocupado por esses dias, por isso vou mandar um e-mail mais longo nesse final de semana. Mas adianto que nunca me passou pela cabeça questionar a sua história; ela inclusia fazia parte do texto original que mandei para a revista, mas acabou cortada por questões de espaço.

Até breve,

Fausto Salvadori Filho
Fone +55 (11) 9xxx-xxxx
MSN fsalvadori@
http://www.botecosujo.com

Entenderam?

Assassinatos de doadores no Brasil é mito, e infelizmente tiveram que cortar o caso Paulinho por falta de espaço. É assim que se produz uma reportagem encomendada. Para uma conclusão mentirosa e falsa, basta omitir a verdade.

Basta omitir que além do Paulinho, outros 8 pacientes foram mortos para a mesma finalidade, pelo mesmo grupo, que continua atuando, agora contratado pelo governo desde 2007 para atuar pelo SUS.

Um exemplo do nível que a revista atingiu é a forma como ridicularizaram a missionária Elilda. Elilda é mulher exemplar. Se empenha em acompanhar familiares de vítimas que são sempre tratadas como lixo, ou simplesmente ignoradas pelas autoridades quando o assunto é tráfico de órgãos. Elilda tem uma enorme dificuldade em se fazer entender. Não está preparada para isso.

Cito como exemplo o trecho em que a revista zomba do fato de que Elilda teria afirmado que no caso Eloa houve assassinato. A revista ironicamente diz que "a bala na cabeça era só um detalhe". Infeliz e desinformado o "jornalista". Obviamente que a bala foi responsável pelo quadro grave da menina. Mas se alguém desconectasse os aparelhos que a mantinham viva para que os transplantes pudessem ser realizados o mais depressa possível, seria homicídio, e não uma morte causada pela bala. Se rever as reportagens, poderá reparar que a morte chegou a ser anunciada e desmentida. A comprovação não acontecia e tiverem que apressar. É fato.

Caso do Camelô

Roberto Tardelli, promotor público, é citado como investigador do caso José Heron sendo que, no Brasil, esta atividade não é de competência do Ministério Público e sim da polícia. O jornalista também talvez tenha se esquecido disso. No início Tardelli trabalhou bem até esbarrar na máfia. Dai em diante abafou o caso. Usou de todas as formas possíveis para impedir que as investigações fossem isentas e aprofundadas. Durante a exumação, um perito acompanhou o caso vindo diretamente de Brasília, confirmando que o corpo estava sem órgãos e em seguida calou-se após ser promovido. A data da promoção e a data da exumação podem ser checadas se desejarem.

A revista ainda afirma que a exumação comprovou que o cadáver estava intacto. Pois bem. O camelô chegou ao hospital após ter recebido uma canivetada na altura do coração, cuja profundidade do corte foi de 2,5 cm. Falando e consciente, foi visitado pela mãe sem que a família pudesse imaginar que ele estaria prestes a "morrer". O hospital do Tatuapé, local onde estava internado José Heron, não permitiu mais que a família o visitasse. Heron morreu 24 horas depois e seu caixão foi lacrado. A família não conseguiu identificar o corpo porque apenas o rosto era visível e estava completamente deformado. Só aceitaram o caixão como sendo José Heron porque ele tinha mais de 2m de altura o que possibilitou identificá-lo. As fotos da exumação demonstram que José Heron estava sem os braços e as pernas.

Detalhe: a mãe de José Heron, pouco antes de comunicarem sua morte, foi intensamente assediada a doar os órgãos do filho, mas não aceitou doá-los.

Não querem falar de tráfico de órgãos? Ao menos gostariamos simplesmente que explicassem como alguem que morre com uma canivetada de 2,5cm de profundidade, tem o caixão lacrado e os braços e as pernas decepadas. Mas estas respostas, o super promotor investigador Tardelli não forneceu e nem fornecerá. O Hospital do Tatuapé, diga-se de passagem, foi aquele onde um enfermeiro flagrou duas "médicas" roubando as córneas de sua avó recem falecida. Clique aqui para ler a reportagem.

São estes dados que o jornalista não obteve porque não investigou. Elilda possui fotos que revelam o momento em que um "perito" de São Paulo, raspa a região das córneas usando um facão de cozinha, agachado no chão como se estivesse defecando na roça, danificando e impossibilitando qualquer análise posterior, enquanto o corpo ainda estava ao chão do lado da sepultura.

Roberto Tardelli sabe disso, mas preferiu o caminho da "teoria da conspiração". É mais fácil desqualificar quem denuncia, do que enfrentar a máfia. Principalmente quando falta caráter e coragem por parte de promotores como Tardelli. Um capacho da máfia.

Talvez tudo isto seja mesmo uma grande lenda urbana e não uma conspiração. Uma lenda em que as autoridades acusam os denunciantes de malucos, mas não conseguem explicar os fatos. Uma lenda que me faz pedir asilo na Itália depois de ser perseguido pelo governo brasileiro, e que a imprensa não fala no assunto para não incomodar os traficantes. Uma lenda onde fatos se encaixam completamente, e são eliminados das páginas de revistas por falta de espaço. Pura lenda urbana.

A revista continua com o ironismo: "Ao ler esta reportagem, provavelmente a freira também terá certeza de que Galileu é um dos braços da máfia do tráfico de órgãos". Quanto a freira eu não sei, mas eu afirmo que sim. Omitir dados e distorcer fatos para validar uma farsa, é um ato típico do crime organizado. Galileu, por enquanto, é sim um braço midiático da máfia, como muitos outros que existem.

Espero ainda que Galileu consiga comprovar que o caso Paulinho é uma farsa. Se forem mais uma vez omissos, será apenas uma questão de descobrir o preço, pois que se venderam, eu já sei.

Para saber detalhes do caso Paulinho leia:

A história de Paulinho narrada em 2002 pela CartaCapital - A matéria mais completa e honesta já publicada sobre o caso.

Remoção de órgãos de Paulinho com anestesia geral - O Anestesista classificou Paulinho como vivo antes de administrar Etrane (anestesia inalatória). Ele mentiu para a polícia federal, para o ministério público federal, mas foi desmentido publicamente durante a CPI. Ele me processou por chama-lo de mentiroso e fui condenado a indenizá-lo, uma vez que o processo correu em Poços de Caldas, berço da máfia.

Avaliação neurológica comprova: O estado de saúde não era grave. - Documentos que constam nos autos, comprovam que Paulinho foi levado ao hospital e sua primeira avaliação neurológica não era grave como dizem os médicos para se defenderem.

Exames fraudados com ajuda de procuradores federais e ministério da saúde. - Em um esquema montado dentro do gabinete do Ministro José Serra, Carlos Mosconi - o chefe da máfia - era informado a cada passo sobre os documentos obrigatórios que não foram entregues à auditoria. Mosconi repassava a informação para os assassinos que forjavam os papéis. Depois, estes documentos eram levados ao Ministério da Saúde e entregues ao procurador José Jairo Gomes. Este último encaminhava os mesmos ao delegado da polícia federal Célio Jacinto do Santos, que anexava ao inquérito como sendo documentos "originais". Veja alguns destes documentos. Nenhum médico responde ou respondeu por falsificação de documentos.

Sem Morte Encefálica. - Foi assim que o médico e assassino Celso Roberto Frasson Scafi descreveu o estado de saúde de Paulinho, minutos antes de lhe retirar o rim. Scafi escreveu de próprio punho que Paulinho estava SEM MORTE ENCEFÁLICA, porém, como é sócio de Carlos Mosconi, seu nome foi excluído do rol de acusados. Scafi estava indiciado pela polícia federal pelo crime de retirada ilegal de órgãos, e foi inserido em uma equipe da UNICAMP (ainda quando estava indiciado) para continuar realizando transplantes em Campinas, pelo Ministério da Saúde.

Asilo Humanitário - Você não verá isto na imprensa brasileira. O caso Paulinho está proibido de ser divulgado, exceto se for para inocentar (ainda mais) os assassinos.