Eu estou, a partir de hoje, inciando uma propaganda pela legalização do tráfico de órgãos. Atualmente o mercado negro é grande e forte, criando pessoas poderosas que controlam as instituições. Assim como muitas mulheres lutam pela legalização do aborto, alegando que o corpo é delas, e há posições favoráveis dentro do meio jurídico, precisamos legalizar também o tráfico de órgãos.
O que acontece hoje com a venda de órgãos?
O mercado negro de tráfico de órgãos tem sido uma fonte rentável para advogados, médicos, juízes, desembargadores, promotores e por ai vai. Quando um caso é denunciado, cria-se uma rede de corrupção para que ninguém seja punido. A família da pessoa que teve o órgão roubado, não recebe um único centavo pela venda dos órgãos. Sequer ficam sabendo que os órgãos foram vendidos. Depois de décadas de processos, todos são absolvidos e nos dá a certeza de que a impunidade é parte da cultura brasileira.
A legislação permite que qualquer um "doe" seuus órgãos, mediante o aval do Ministério Público e da Justição. Sabemos que a maioria dos pedidos tratam-se na verdade de venda de órgãos. onde o promotor e o juiz levam um percentual da transação. O dinheiro sai do bolso do receptor e vai direto para o bolso dos médicos traficantes, que se encarregam de pagar a propina para a justiça.
Se legalizarmos, a negociação passa a ser diretamente da família do doador com o receptor. Lembro que os médicos já recebem do SUS pelos transplantes, e não faz sentido levar qualquer percentual sobre o negócio. O mercado livre eliminaria a intervenção da justiça que hoje vende as autorizações para os envolvidos. O governo poderia também taxar as transações, gerando mais uma renda para o estado.
Não há riscos de pessoas pobres venderem seus órgãos?
O Brasil é um país de risco. Pessoas são assassinadas dentro de hospitais públicos para esta finalidade. Os pobres se prostituem, vendem seus filhos para pedófilos, caem no caminho das drogas, pois a vida é muita dura com eles. Se o lucro dos órgãos trouxer qualquer alívio, já um grande feito, uma vez que o Brasil não tem políticas honestas para acabar com a pobreza. Cada brasileiro deve ser dono do seu próprio corpo, como pregam inclusives juristas renomados.
E a saúde do vendedor de um rim, por exemplo?
Os médicos garantem que ficar sem um rim por motivo de doação, não acarreta qualquer problema ao doador. Além disso, o Brasil tem o SUS, um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Qualquer um que precise de tratamento pode recorrer ao SUS sem ter de desembolsar nenhum centavo.
Mas a ABTO e os médicos transplantistas são contra a legalização, por que?
A legalização faria com que médicos perdessem o lucro do mercado negro que hoje gira em torno de bilhões de reais. Com a legalização, a transação seria entre vendedor e receptor. O médico hoje é quem faz toda a negociação, inclusive pagando propinas para tribunais. A corrupção no Brasil é endêmica e não tem como ser freada. Eles são contra o comércio de órgãos pois sabem que serão excluídos.
Quais os outros benefícios, além de acabar com a corrupção?
Os médicos transplantistas estão abreviando vidas de pacientes em coma para que sirvam de fornecedores de órgãos. Eles contam com o apoio do Ministério da Saúde pois, a cada morte, um leito de UTI é liberado (O Brasil tem escassez de leitos). Ao mesmo tempo, eles entendem que quanto mais transplantes realizarem, maior é o lucro. Num país onde a impunidade é marca registrada e nada acontece com quem trafica órgãos, é um incentivo grande matar um paciente para "salvar" outro. A grande maioria dos brasileiros não faz idéia do que é feito dentro de uma UTI. Veja, por exemplo, o caso da médica Virgínia no sul do país. Ela assassinou mais de 1000 pacientes em UTI sem que ninguém desconfiasse de nada. Atualmente ela responde em liberdade e o caso está parado na justiça. Com a legalização, o médico perderia o incentivo em matar o paciente, pois nada lucraria com isso.
Mundo globalizado
Embora você não saiba, o Brasil já permite que um brasileiro compre uma córnea importada. O resultado disso é que a fila de córnea é praticamente zerada. Isso também aumentaria a vinda de estrangeiros para o Brasil para comprar órgãos, o que daria um bom crescimento em turismo e na economia. O Brasil seria mundialmente conhecido como fornecedor de partes humanas. Estaríamos a frente de todas as nações do mundo, no campo dos transplantes. Muitas vendedores sairiam da pobreza extrema.
Isto só não acontece hoje porque o sistema jurídico fatura alto com a venda de órgãos. A classe médica hoje, depende exclusivamente de transplantes já que o SUS paga uma miséria. O transplante é o procedimento mais caro pago pelo SUS.
E por enquanto? O que fazemos?
Por enquanto continua o mercado negro em ação. Aconselho você a comprar um órgão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Neste último, a chance de você ter algum problema com a justição é praticamente nulo, pois os tribunais estão todos empenhados em manter a máfia funcionando. Os Conselhos de Medicina têm feito um grande esforço para proteger traficantes. Eles possuem alta capacidade técnica (embora não existam estatísticas), farta rede de clínicas e hospitais capazes de realizar os procedimentos sem qualquer fiscalização e o mais importante: o poder público ao lado deles.
Você pode oferecer seus órgãos através de redes sociais que também não acarreta problemas. Uma vez pego, basta dizer que a transação não foi efetuada. Mas a chance de incomodá-lo com isso é praticamente nula. Aconselhe-se com um médico e ele lhe indicará o melhor caminho.
LEGALIZE JÁ!!
LEGALIZE JÁ!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário