Se voce acompanha este blog, deve ter lido o texto sobre o sumiço de um rim durante um transplante no Maranhao, ocorrido em 2006 e que so veio a tona agora (inexplicavelmente). Se nao leu, pode faze-lo clicando aqui
Osmar Medina Pestana, transplantista renomado de Sao Paulo, (onde existem listas paralelas de transplantes detectadas pelo TCU), afirmou categoricamente:
Se o rim foi implantado e foi rejeitado, ou não deu certo a cirurgia, ele não pode ser utilizado em outra pessoa.
Segundo ele, um rim implantado em uma pessoa, se retirado, nao pode mais ser implantado em outro paciente. E sendo assim, no caso de Maranhao, o rim so pode ter sido desprezado. A teoria é boa, mas nao é verdade. Medina estava apenas defendendo os medicos envolvidos.
A prova de que ele nao esta dizendo a verdade foi publicada na respeitada revista New England Journal of Medicine, e relata que é possivel sim aproveitar um rim rejeitado depois de implantado, em outro paciente.
Para ler diretamente na fonte clique aqui (Texto em Ingles)
Pela primeira vez, um rim foi transplantado em dois doentes – contando com o doador, passou pelo corpo de três pessoas. A história mostra que em alguns casos é possível voltar a transplantar um órgão. O caso vem relatado esta quinta-feira na revista New England Journal of Medicine, e ontem os três “proprietários” do rim encontraram-se todos pela primeira vez.
Ray Fearing, de 27 anos, residente em Arlington Heights, perto de Chicago, sofria de uma glomerulonefrite segmentar focal, doença caracterizada pelo desenvolvimento de tecido cicatricial na zona que filtra o sangue nos rins e que leva este órgão a entrar em falência. A irmã, Cera Fearing, de 24 anos, doou-lhe (em vida) um dos seus rins, em Junho do ano passado. No entanto, poucos dias após o transplante, os sintomas da doença reapareceram em Ray Fearing: os médicos do Hospital Northwestern Memorial, em Chicago, informaram-no de que tinham de remove-lo, caso contrário a sua vida estaria em risco.
“Em 50% dos casos, o transplante não trava a progressão da glomerulonefrite segmentar focal”, explica Lorenzo Gallon, director do programa de transplantes renais do Hospital Northwestern Memorial, citado num comunicado da sua instituição. “Quando os exames pós-cirurgia indicaram que Ray corria perigo de vida devido ao reaparecimento da doença, tivemos de remover o rim antes que se deteriorasse."
No entanto, o rim ainda era um órgão relativamente saudável e viável. "Podia ser transplantando em alguém que não tivesse glomerulonefrite segmentar focal”, acrescenta o médico, que é um dos autores do artigo publicado na revista médica norte-americana.
Duas semanas depois do primeiro transplante, o rim passou para Erwin Gomez, de 66 anos, um cirurgião na zona de Chicago cuja doença renal foi provocada pela diabetes. Não sem antes ter havido uma discussão sobre o procedimento e os seus riscos no comité de ética do hospital.
“Depois de numerosas discussões sobre este procedimento, apresentamos ao Ray a opção de doar o seu rim a alguém que estivesse na lista nacional de espera de rins, em vez de o jogar fora”, conta Lorenzo Gallon.
Tanto Ray Fearing como a irmã concordaram com o novo destino do rim. “Tinha de tirá-lo de qualquer forma, por isso não havia razão para não doa-lo”, diz Ray Fearing. “Foi uma bela surpresa. Pensava que o meu rim não prestava, porque não tinha funcionado no meu irmão. O fato de o salvarem e de ter beneficiado alguém deixa-me feliz”, acrescenta a irmã.
Entenderam???
SIM! é possivel que o rim que desapareceu durante um transplante em Maranhao esteja funcionando no corpo de outra pessoa. A informaçao de que isto é impossivel é falsa, e nao passa de uma lenda urbana. Um rim ja transplantado pode sim ser retirado e implantado em outra pessoa.
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