Se voce denunciar crimes contra a fauna e flora, se torna um heroi. Mas se denunciar trafico de orgaos, se tornara um bandido perseguido. Sabe aquela historinha de "doar é ato de amor" ou ainda "voce pode salvar até 8 vidas doando seus orgaos"? Pois é! Passa a impressao de estamos falando de uma coisa nobre e séria. Mas é bem ao contrario disso. Aquele que se mete a revelar o porao, os bastidores, o verdadeiro genocidio que estao cometendo com diversas pessoas no mundo visando comercializar orgaos, precisa fugir. E rapido.
A imprensa, as autoridades, e até mesmo a sociedade que esta sendo chantageada com o slogan "Doe orgaos pois voce pode precisar um dia", fecham os olhos para o problema. Se voce denunciar que uma colmeia de abelhas esta migrando de continente por que o clima mudou, sera recebido no mundo todo para explicar sua denuncia. Mas se denunciar TRAFICO DE ORGAOS, aviso: FUJA!!!
No comando destas mafias estao governos, politicos, a industria farmaceutica que fatura bilhoes ao ano com medicamentos contra rejeiçao (ou voce pensa que é de graça?) e obviamente a mafia medica. A igreja se manifesta raramente condenando o assunto, mas na pratica, se afasta deste assunto. As religioes que no inicio rejeitavam a ideia de transplantes foram compradas e passaram a disseminar a ideia entre os fieis. Um lobby invejavel até mesmo para o filho da Erenice Guerra.
Na china, a historia nao poderia ser diferente. O denunciante, ex-policial chines, esta na europa aguardando uma resposta de pedido de asilo politico. Ela esta sendo perseguido apos denunciar que prisioneiros tinham os orgaos retirados sem autorizaçao para alimentar esta mafia.
O mundo todo se manifestou em defesa de Sakineh Mohammadi Ashtiani. Ela foi condenada a execuçao com pedradas no Ira de Ahmadinejah. Camisetas, faixas, palavras de ordens e muita midia. Todos querem salvar Sakineh.
Mas Nijiati Abuduremyiu que denunciou a mafia dos abutres travestidos de pombos da paz, ninguem quer salvar.
A doaçao de orgaos é um ato de amor, onde o medico faz a cirurgia mediante pagamento, a industria fornece todos os remedios mediante pagamento, o receptor faz a cirurgia mediante pagamento e voce, otario, é o unico entra com partes do seu corpo totalmente gratis! Que amor!
Veja a reportagem abaixo.
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem em Estrasburgo tem até terça-feira para impedir que as autoridades suíças expulsem Nijiati Abuduremyiu, o ex-policia chinês que denunciou o tráfico ilegal de órgãos na província chinesa de Xinjiang. Uma expulsão que equivale a uma condenação à morte.
Nijiati, que se encontra refugiado na Suíça desde 2009, recebeu na sexta-feira à tarde, véspera de um fim-de-semana prolongado, ordem de expulsão do Oficio Federal das Migrações (ODM). Se a ordem de expulsão vier a ser executada, o homem será enviado para Itália, onde o ex-policia “corre perigo de vida”, como confirmou ao DN o advogado suíço Philippe Currat.
De acordo com as autoridades helvéticas, o pedido de asilo é recusado para respeitar os “Acordos de Dublin”, segundo os quais os refugiados devem dirigir-se às autoridades do primeiro pais por onde transitam na Europa, neste caso a Itália. Uma “questão administrativa”, reconhece um porta-voz do ODM.
Retido no centro de refugiados de Fontainemelon, onde a policia suíça o colocou para impedir a sua fuga e assegurar a expulsão, Nijiati treme à simples ideia de ser conduzido ao aeroporto.
Antigo membro da primeira unidade especial da polícia de Urumqi, capital da província autónoma de Xinjiang – região muçulmana no noroeste da China – Nijiati Abudureyimu conduziu os condenados à morte até ao pelotão de execução entre 1993 e 1997. Depois de abandonar a polícia e sob o efeito do álcool comete uma indiscrição e revela em público os contornos do macabro negócio. Em perigo, com a ajuda de contactos que ainda mantinha, consegue um passaporte e foge para o estrangeiro.
Uma vez na Europa, é ele quem revela informações secretas sobre o tráfico de órgãos, retirados sem autorização aos condenados à morte e destinados a alimentar o lucrativo mercado organizado pelas autoridades locais.
As revelações do ex-policia concordam com os dados divulgados pelo quotidiano “China Daily”, que cita especialistas na questão e segundo os quais dois terços dos dons de órgãos na China provêm de condenados à morte.
Desde a sua passagem para a Europa, há cerca de três anos, o pai de Nijiati morreu em circunstâncias “muito estranhas” e a sua irmã – que o Departamento de Estado norte-americano colocou na lista de vítimas de violação dos direitos humanos – desapareceu sem deixar rasto. “Ela desapareceu há mais de dois meses. São represálias da polícia chinesa,” disse Nijiati a um quotidiano suíço.
“O testemunho de Nijiati é extremamente credível” indica Ethan Gutmann, porta-voz e especialista da Fundação americana de defesa das democracias, que reconhece o ex-policia como “testemunha capital”. Mais, Ethan Gutmann, não duvida que o chinês corre perigo de vida. O especialista norte-americano cita o testemunho de um médico da minoria étnica uigur que corrobora as informações do ex-policia e segunda as quais é proibido às famílias dos condenados de recuperaram os cadáveres dos mortos para esconder actos de tortura e o roubo de órgãos.
“A intervenção do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem é mais urgente do que nunca”, disse ao DN o advogado suíço Philippe Currat, sublinhando que “restam dois dias para impedir a expulsão do ex-policia para Itália”, onde vivem milhares de chineses e onde Nijiati corre perigo de vida.
Uma saga europeia de três anos
Antes da Suíça, o percurso do ex-policia chinês passou pelos Emirados Árabes Unidos onde viveu em segredo na casa de um familiar.
Em 2007, Nijiati diz-se ameaçado pelos serviços secretos chineses e abandona Dubai para se refugiar em Roma. É ai que as autoridades italianas lhe concedem um visa para o espaço Schengen.
Mais uma vez, sentindo-se em perigo na capital italiana, embarca em Setembro de 2008 para Oslo, na Noruega.
Entre Setembro de 2008 e Junho de 2009, as autoridades norueguesas fazem-no passar por diversos centros de refugiados, sem nunca lhe prestar auxílio legal. Apesar das dificuldades, o ex-policia acaba por conseguir entregar um pedido oficial de asilo.
Invocando os princípios dos Acordos de Dublin, as autoridades de Oslo decidem expulsa-lo para Itália em Junho do ano passado. Recebido em Roma pela polícia italiana, Nijiati passou então cinco meses viajando entre vários centros para refugiados. É aliás num deles que encontrou maneira de entregar o segundo pedido de asilo.
Fotografado à sua revelia por um chinês que não conhece, Nijiati entra em pânico, diz-se perseguido e foge para a Suíça a 9 de Novembro de 2009, ai entrega o terceiro pedido de asilo.
Três pedidos de asilo e nenhuma resposta.
O desfecho depende agora do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário