Desembargadores comprados

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sábado, 30 de junho de 2012

A incrivel capacidade da medicina brasileira em lavar as maos.

Desde junho, pelo menos 8 bebes faleceram no Hospital da Mulher em Sao Gonçalo, Rio de Janeiro.

Em um pais serio, a primeira atitude seria interditar o hospital. Mas no Brasil, que nao é serio, nada muda. O hospital continuara aberto e fazendo novas vitimas. A medicina tornou-se, ou sempre foi e nunca percebi, uma ferramenta politica. Logo, politicamente falando, fechar o hospital é um problema da imagem politica dos responsaveis. Entao, para nao prejudicar as biografias, o hospital ficara aberto. 

Outra explicaçao que ja cansei de ouvir é que o Brasil padece de hospitais, e fechar mais um, so traria mais problema. Logo, é melhor que as pessoas morram com o hospital aberto, embora a matematica da morte seria a mesma.

Enquanto isto o delegado - pro ativo - esta ouvindo todos os envolvidos com o caso. Algumas dezenas de medicos, funcionarios da administraçao, pais das crianças mortas. Isto deve levar alguns meses. A policia tambem espera por alguns laudos, que como sabemos, no Brasil, pagando bem se escreve qualquer coisa. 

O que me incomoda, mas nao me espanta, é a postura do hospital pilatos:
A direção do Hospital da Mulher afirma que não existe um surto de infecção hospitalar na unidade de tratamento intensiva neo-natal. Esclarecemos ainda que a causa das morte dos bebês não foi a mesma. As crianças que vieram a falecer tinham no máximo 1,3 quilos, nasceram de forma prematura e com algum tipo de comprometimento: má formação pulmonar, obstrução intestinal, má formação óssea ou infecção, afirma a nota, ressaltando que a maternidade do Hospital da Mulher é de alto risco.
Maternidade de alto risco?

Segundo familiares dos bebes mortos, todos fizeram acompanhamento pre-natal e nenhuma anormalidade foi apontada durante a gestaçao. Por milagre (é assim que medicos atribuem as causas que desconhecem), os bebes passaram a ter todos os problemas ao nascerem!

Para que serve entao o pre-natal?

Vejam o relato do pai dos gemeos que morreram no hospital:
De acordo com Leandro, os médicos comunicaram à família que os gêmeos estavam bem e que só iriam para a UTI Neonatal para ganhar peso. Ele disse, ainda, que a equipe médica alegou que não seria necessário entubar as crianças porque os pulmões estavam funcionando bem e que ficariam internados entre 15 e 20 dias. Durante as visitas, segundo o pai, as informações eram boas. No entanto, ainda de acordo com a família, no dia 5 de junho, o recém-nascido Rian teve que ser entubado, e passou por exames de sangue, onde foi constatada uma infecção generalizada. No dia seguinte,o irmão Raone apresentou o mesmo problema. Segundo os médicos, o coração estava batendo mais devagar e os rins haviam paralisado. Raone morreu no dia 22 de junho, e o irmão, no dia 27.
Infecçao generalizada?

Ora, se estava tudo bem como os medicos disseram, de onde veio a infecçao generalizada? Qual o ambiente que poderia contaminar os bebes e leva-los a obito? A padaria, o açougue, o mercado ou a UTI pre natal?

A "biografia" protegida
Não foi culpa da minha esposa. Foi descaso desse hospital e de toda equipe. Aquilo lá é uma bagunça. O atestado de óbito dos meus filhos é uma mentira porque eles alegam morte por infecção urinária materna, mas nem liberam os documentos da minha mulher. Tentamos fazer transferência do Rian, mas não deixaram, falaram que ia parecer que eles não foram bons profissionais e agora quem está com dois filhos no caixão sou eu", completou Leandro, indignado.
Assim como o hospital nao pode ter sua imagem politica prejudicada, os medicos tambem nao. Eles afirmam que a culpa da morte dos gemeos é uma infecçao urinaria da mae, que alem de perder os filhos ainda tera de arcar com a culpa da morte dos filhos.

Sera que a infeçao urinaria desta mae seja tao forte que foi capaz tambem de matar os outros bebes?

Iimpediram a transferencia de um dos bebes para proteger a propria imagem. Isto é omissao de socorro. Isto é homicidio! A familia tinha o direito de tentar salvar a criança e nao permitiram.

E ainda tem gente que acredita que a medicina luta para salvar vidas, com transplante de orgaos.

A avo de outro bebe faz um apelo interessante porem ignorado:
Aquele hospital está com bactéria e minha nora fez todos os exames e não deram nada. Ela estava saudável, fez todo o pré-natal, teve acompanhamento médico. Quanto mais grávidas derem entrada lá, mais crianças sairão mortas. Alguém tem que fazer alguma coisa, senão as mortes nao vão parar, denunciou ela.
Ora vovo!!! O hospital garantiu que nao ha bacterias. O problema sao os brasileiros que estao fazendo filhos com defeitos, e depois reclamam!!!


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Precisamos criar o MSV - Movimento Social dos SEM VIDA

Ha alguns posts atras falei sobre a questao de excluirem o "Trafico de Orgaos" da lista de crimes hediondos no novo codigo penal. Para mim, nao foi nenhuma novidade. Ja tenho maturidade suficiente para entender o jogo que se pratica no Brasil de hoje. 

O brasileiro é contra o aborto e isto ja foi discutido e rediscutido diversas vezes. Entao vem uma comissao escolhida pelo senado e cria um novo codigo dizendo que aborto podera ser feito sim, sem qualquer problema. 

O brasileiro é contra a eutanasia e isto tambem foi discutido diversas vezes, mas a mesma comissao de "juristas" esta propondo que eutanasia seja uma pratica livre. 

Se o Brasil é um pais democratico, e uma comissao composta por 9 pessoas ignora todas as opinioes e impoe sua vontade, me parece ser mais uma ditadura nao é mesmo?

A eutanasia vai colaborar e muito para o trafico de orgaos. A eutanasia hoje ja é praticada diariamente, muitas vezes sem que a familia do paciente saiba o que esta acontecendo. Em muitos casos, a propria familia pede a abreviaçao da vida aos medicos. Em 2005, por exemplo, a apresentadora Hebe Camargo disse durante um programa de entrevistas que ela, em acordo com o medico, administraram um injeçao na mae de Hebe que morreu "feliz" e lentamente. Agora, fazendo tratamento contra um cancer, alguem poderia eutanasia-la nao? Ah sim!! A eutanasia é a morte digna... dos outros é claro!

As autoridades fingem que nao sabem. Com o aborto nao é diferente. O proprio Ministerio da Saude anunciou que quer ensinar as mulheres a abortarem para minimizar os riscos. Quem sabe nao entregam uma lista de medicos abortistas de mais credibilidade a candidata ao aborto?

Pacientes serao desligados com mais frequencia para fins de aproveitamento dos orgaos para transplantes, e serao homenageados!  Nao para transplantes da fila publica, mas aqueles das filas particulares que rendem muitos milhares de reais aos transplantistas. Talvez seja este o motivo de excluirem o "trafico de orgaos" da lista de crimes hediondos.

Mas nem tudo esta perdido!!

O mesmo codigo que aceita a eutanasia e o aborto, por sorte, esta abrindo uma brecha para que possamos reagir a tudo isso!!

Trata-se da clausula de "Terrorismo". O terrorismo passa a ser crime, mas se for praticado com propositos sociais ou reinvindicatorios, sera aceito! 

Por isso proponho a criarmos o MSV - Movimento Social dos Sem Vidas. Podemos colocar bombas em hospitais, sequestrar ministros da saude, assaltar farmacias para levantar fundos para a causa e assassinar aqueles que sejam contra nossas ideias. No passado, Dilma Roussef por exemplo fez isso e hoje é indenizada! 

Quantos nao estao faturando por terem feito isso no passado? Em nome de uma causa, hoje conhecida como mensalao e outras vigarices.

Agora com a lei dando esta abertura, precisamos agir!!
Quem vem?




segunda-feira, 25 de junho de 2012

Qual o signficado de clinicamente morto? Veja a explicaçao de um medico legista!

Quando o assunto é morte encefalica, cerebral ou clinica, seria melhor que a imprensa ficasse calada. Ela acaba expondo um grande abismo de criterios incoerentes e causa mais duvidas do que esclarecimentos. Este é o caso de Hosni Mubarak.

As agencias internacionais de noticias anunciaram que o ex-ditador Hosni Mubarak estava clinicamente morto. A imprensa mundial, que funciona atualmente como uma especie de caixa de ressonancia, passou a espalhar a noticia. Porem, minutos depois, militares do Egito desmentiram. Disseram que Mubarak estava inconsciente e respirava com a ajuda de aparelhos. Portanto vivo.

O Jornal Nacional da Rede Globo, ouviu especialistas sobre o assunto e veja que interessante o que eles disseram:

O termo "clinicamente morto" é genérico, e, por isso, pode ter significados diversos, em países diferentes. O legista da Unifesp e professor de medicina legal da USP Henrique Soares, disse que, no Brasil, estar clinicamente morto é ter morte encefálica. É a morte do córtex cerebral mais a morte do tronco cerebral. A pessoa não respira e não tem reflexos. Mas o doutor Soares observa que, em alguns países, basta a morte do córtex cerebral para determinar que o paciente está clinicamente morto.

Os advogados de Mubarak declararam que o ex-presidente sofria dificuldades respiratórias há vários dias. Nesta terça, ele teria sido submetido a um procedimento para remover um coágulo no cérebro. Precisou ser reanimado com um desfibrilador e foi removido para um hospital militar, onde está em coma.

Entenderam?

Eu explico melhor. Estar clinicamente morto, pode depender do pais em que voce esteja. Se estiver no Brasil, clinicamente morto significa morte encefalica. Ja em alguns paises, nao é bem assim.

Exemplo:

Se voce tiver a morte clinica diagnosticada no Brasil e for levado para o Egito, ressuscita!! Pois la, morte clinica nao é a mesma coisa que morte encefalica. Nos acabamos de descobrir que a morte é algo relativo. Depende muito de cada pais. E digo mais. Depende muito de certos interesses!

Um destes interesses é a obtençao de orgaos para transplante.


Caso Yoki - ultimas consideraçoes

A justiça aceitou a denuncia contra Elize Matsunaga. Até ai, tudo bem! Nao ha como nao aceitar nao é mesmo? Ela confessou ter assassinado o empresario e a reconstituiçao confirma quase toda a historia contada por ela. Diante destes argumentos, a justiça nao so deve aceitar a denuncia como tambem propor uma condenaçao a altura.

No entanto, volto a bater na mesma tecla: A justiça tambem aceitou o argumento de que o empresario estava vivo quando foi decapitado, graças a um laudo pericial em que o perito afirma que o empresario respirava durante a decapitaçao, indicando portanto que estava vivo.

O perito prestou um grande serviço a sociedade. Sua afirmaçao confirma que um doador de orgaos, com suposta morte encefalica, com o coraçao batendo e respirando, esta vivo. Logo, todo transplante de orgaos é um crime de homicidio, se o fato de respirar é sinonimo de vida. E eu concordo com ele.

Da mesma forma que o empresario foi decapitado vivo porque respirava, os orgaos dos doadores sao retirados tambem quando ainda estao vivos, ja que os mesmos respiram.






sábado, 23 de junho de 2012

Tribunal de Contas do AMAPA paga transplante particular no Sirio Libanes

Relatório do Ministério Público Federal (MPF) revela que gestores pagaram até transplantes com dinheiro público entre os anos de 2005 e 2010.

Para ler a integra da materia clique aqui


O Ministério Público Federal (MPF) também aponta como exemplo dessa “orgia orçamentária os gastos, sem justificativa, realizados pelo conselheiro aposentado Luiz Fernando Garcia. Na denúncia do MPF, Garcia recebeu no dia 19 de setembro de 2007, de uma vez, “ajuda de custo” no valor de R$ 100 mil. Valor cinco vezes e meia superior ao salário do presidente do órgão. Garcia declarou na época que os gastos eram referentes à “segurança pessoal”.

Além disso, Garcia também custeou, com recursos do TCE, o seu transplante de rim realizado no Sírio Libanês, em São Paulo, fora passagens, hospedagem para a doadora do órgão. O transplante custou R$ 73,4 mil. A hospedagem mais R$ 1,7 mil em um flat localizado a 350 metros do Sírio Libanês.

Vamos as perguntas que a imprensa nao esta interessada em fazer?

1. Qual a posiçao do Sr. Garcia na fila de espera?
2. Quem é a doadora do orgao? Tem algum grau de parentesco com o sr. Garcia?

Como se ve, no Brasil, com dinheiro voce pode fazer transplante do dia para a noite, sem respeitar a fila, e pagando por um orgao. Tudo é rapidamente arranjado, inclusive um "doador". Mas como se diz no Brasil, trafico de orgaos nao existe nao é mesmo? 



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Trafico de orgaos nao sera considerado crime hediondo

BRASÍLIA - Após sete meses de trabalho, a comissão de juristas do Senado que discute a reforma do Código Penal chegou a um consenso jurídico sobre as propostas na segunda-feira, 18, dia da reunião final. E foram tantas as sugestões de mudança que o presidente do colegiado, Gilson Dipp, disse que nenhum tabu ficou de fora. Mas será a partir de agora, com a busca do consenso político, que a quebra de tabus se tornará o verdadeiro adversário do anteprojeto.


8. Crimes hediondos

Embora tenha excluído a corrupção do rol de crimes hediondos, o colegiado acrescentou outros sete delitos ao atual rol: redução análoga à escravidão, tortura, terrorismo, financiamento ao tráfico de drogas, tráfico de pessoas, crimes contra a humanidade e racismo. Os crimes hediondos são considerados inafiançáveis e não suscetíveis de serem perdoados pela Justiça, tendo regimes de cumprimento de pena mais rigorosos que os demais crimes.

A pegadinha é a seguinte. Eles alegam que o trafico de orgaos esta ligado ao trafico de pessoas, o que nao é verdade. O trafico de orgaos hoje é feito principalmente com o assassinato de doadores em hospitais publicos e o implante destes orgaos em clinica particulares. Logo, nao ha trafico de pessoas neste caso, e sendo assim, nao sera um crime hediondo.

O lobby dos traficantes de orgaos nao é fraco!
Mais uma vez eles estao livres!

Sobre o rigor da lei

Transplantistas sempre dizem que no Brasil, o rigor da lei de transplantes impede o trafico de orgaos. Deveria impedir sim. Mas nao é o caso. Principalmente quando o Estado faz vista grossa a quem descumpre a lei.

Uma reportagem no blog de Ancelmo Gois, mostra bem o que estou dizendo. Para ler a integra clique aqui

Trafico de drogas
A lei proibe a venda de drogas nao é mesmo? 

Veja esta imagem
Os traficantes estao anunciando que a venda do crack sera "proibida" em algumas comunidades. Como se o crack ja nao fosse proibido!

Segundo a reportagem, o tráfico de drogas vai proibir a venda de crack nas favelas do Jacarezinho, Mandela e de Manguinhos. A medida, decidida pela maior facção do tráfico no Rio, ocorre dois meses depois de lançado no Rio o programa "Crack, é possível vencer" -- do governo federal.

A ordem de proibir a venda de crack partiu de chefes do tráfico, que estão presos. A informação vinha circulando pelas comunidades, mas ontem pela primeira vez apareceu o cartaz anunciando a proibição, "em breve", ao lado da cracolândia da favela Mandela, na Rua Leopoldo Bulhões, na chamada Faixa de Gaza. Os traficantes ainda têm ali cerca de dez quilos de crack. Cada pedra custa R$ 10,00. Há informações de que os criminosos temem que a Força Nacional de Segurança ocupe aquelas favelas, como ocorreu na comunidade Santo Amaro, no Catete, onde está há um mês e já apreendeu 1.513 pedras.

Perceberam? Traficantes presos foram convencidos a parar com a venda do crack para nao perder a boca. Trata-se evidentemente de um acordo entre o governo federal e os traficantes. Se o crack nao for vendido a boca continua. Como posso afirmar isso?

Simples. Basta ver a foto. Ha o comercio (que é completamente ilegal), ha o produto espalhado em embalagens laranjas na mesa, ha um cartaz de aviso aos consumidores, e uma reportagem que informa o estoque e o preço da mercadoria. 

Ora, se sabem tudo isso, por que a boca ainda esta funcionando? 
Por que ainda nao fecharam aquela boca e prenderam todos?
Por que os traficantes presos resolveram aderir a campanha do governo federal?

Aborto
Na mesma linha o governo federal vem atuando em relaçao ao aborto. Todos sabem que o aborto no Brasil é crime. Mas agora o governo esta divulgando uma cartilha para minimizar os danos das mulheres que desejam abortar, ou seja, é proibido mas se voce for aborta, faça desta forma! 

Em um pais serio, seria apologia ao crime. Mas no Brasil, a lei nao vale nada. O proprio governo federal que teria a obrigaçao de respeitar as leis, esta simplesmente as ignorando.

Sabem onde estao as clinicas de aborto e quem sao os abortistas, e nao duvido que indiquem locais onde fazer o aborto com "segurança" para quem deseja pratica-lo. 

Trafico de orgaos
No Brasil, as leis rigorosas estao ai, para nada. E é por isso que o trafico de orgaos nunca prosperou tanto. Acontece diariamente. O governo federal sabe quem sao, sabem quais sao os hospitais e clinicas que o praticam, mas acham que vale a pena tolerar. O proprio SUS tem em sua folha de pagamentos, alguns medicos que respondem por homicidio de doadores para fins de trafico de orgaos.

E é este o rigor da lei!!!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Mais uma criança salva da doaçao de orgaos


A pequena Charlotte Neve, de sete anos, havia sofrido uma hemorragia cerebral enquanto dormia.

Após duas cirurgias no cérebro, os médicos de um hospital de Leeds, na Inglaterra, davam como certa a morte da garota e avisaram para sua mãe visitar o quarto para se despedir.

De acordo com o jornal "The Telegraph", enquanto Leila Neve visitava Charlotte pela última vez, uma música da cantora Adele tocou no rádio. Ela então começou a cantar "Rolling in the Deep" e sua filha esboçou um sorriso. Dois dias depois ela já estava começando a falar, reconhecendo cores e conseguia se levantar da cama.



"É um milagre completo. Os médicos disseram-me para dizer adeus e eu pensei que ia perder minha filha. Comecei a cantar para ela porque a ama Adele e costumávamos cantar essa canção juntas", disse Leila. Após essa primeira reação, os enfermeiros incentivaram a mãe a continuar cantando para a filha.

"As enfermeiras disseram que era como se eu tivesse 'desbloqueado' ela e a partir daquele dia ela começou a ficar melhor e melhor", continuou.

Dois meses depois da hemorragia causada por um aneurisma, Charlotte está aprendendo a andar e falar e recuperou parte da visão. Ela também já voltou para a escola e a fazer aulas de dança.

Milagre heim!!! Começo a me convencer que é melhor um pajé do que uma junta medica.

Se a garota estivesse no Brasil ja estaria na lista de doadores de orgaos e teria seus orgaos retirados ainda com vida. Isto acontece com mais frequencia do que se pode imaginar. O "milagre" que se referem a cada caso como este, nada mais é que a falta de dominio sobre o assunto. A medicina esta muito longe de estar segura sobre a morte de uma pessoa.

Se a medicina desse a atençao devida aos comatosos, muitos seriam recuperados. 
O problema é: e o lucro?

Flashmob para doaçao!!! O marketing é o grande caminho.

A Secretaria de saude do estado de Goias usou o corpo de bombeiros para realizar um Flash mob para doaçao de orgaos. Até para isso eles enganam. Flash mob são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou meios de comunicação social.
No caso, a secretaria assumiu que criou o evento sem que tivesse uma reuniao organizada por email ou redes sociais, logo, passa a ser um dança coreografada com a ajuda dos bombeiros, que nada tem a ver com Flash mob. Mas sabe como é né? Marketing é marketing. 

O grande mico ficou para o comandante geral do bombeiros Carlos Helbingen Junior (foto). Desta vez, a tentativa de mentir para os doadores teria de vir de uma autoridade confiavel, e ele foi o escolhido. O corpo de bombeiros esta entre uma das poucas instituiçoes confiaveis existente no pais. 

O recado do comandante foi este: 

A doação de órgãos não oferece risco ao doador

“Em caso de doação em vida, o doador não corre o risco de desenvolver nenhuma doença em função disso, também não há a possibilidade de se “apressar“ a morte de um possível doador, uma vez que esse procedimento somente terá início após a comprovação, em laudos médicos, da morte encefálica, e com o consentimento e a autorização dos familiares. Helbingen Junior ressalta que a legislação brasileira é bastante rígida, muita segurança em relação à doação e à retirada de órgãos. 

Ai ai ai... vamos la fazer o trabalho "sujo" de falar a verdade.

- Toda e qualquer cirurgia de qualquer porte oferece riscos. A doaçao de orgaos nao é uma cirurgia simples e pode sim ter imprevistos e causar serios problemas ao doador. Ha muitos casos que relatam isso. Recentemente uma jovem morreu ao doar medula. Obviamente o caso saiu das paginas dos jornais e nunca mais falaram sobre isso. 

- Uma pessoa que doa um rim nao corre nenhum risco de desenvolver NENHUMA doença em funçao disso? Caro comandante, se é assim, se nao ha risco nenhum, por que o senhor nao doa o seu? Por que nao adotamos uma lei que obrigue a cada pessoa doar seu rim em vida para quem precisa? A realidade é outra. Existem milhares de casos em que o doador desenvolveu insuficiencia renal e precisou tambem de um transplante. Ha ainda inumeros outros casos de pacientes que faleceram apos doar orgaos em decorrencia da doaçao, que nao sao divulgados para nao atrapalhar o lucro dos transplantistas a doaçao de orgaos.

- Em um ponto eu tenho de dar o braço a torcer. Nao é possivel que um medico apresse a morte de alguem. Mas é possivel que um medico mate uma pessoa para fins de transplantes. Posso falar com base em fatos. Em 2011, 3 medicos foram condenados a 17 anos de prisao por matarem doadores de orgaos. Obviamente eles nao foram presos. Quem sabe um Flash mob chamaria a atençao para isso?

- A legislaçao brasileira é bastante rigida (o comandante repete o que esta no script, alias este argumento é muito usado pelos transplantistas). E este é outro ponto em que ele tem razao: a lei é rigorosa. A lei brasileira sobre homicidio tambem é bastante rigorosa. No entanto, sao assassinados 50 mil brasileiros todos os anos. A lei sobre roubos e furtos idem. Sao rigorosas demais a ponto de uma senhora que roubou um pote de manteiga ficar mais de um ano na cadeia. Mas mesmo assim, ela roubou.

Portanto o argumento é completamente vazio.

Imagino que o comandante ja deve ter atendido como bombeiro, dezenas de casos de incendio criminoso. Como o proprio nome diz, foi causado com intuitos criminosos. A lei tambem é bastante rigorosa nestes casos, mas nem por isso, a lei evitou o incendio. 

Que papelzinho feio comandante. Uma carreira tao brilhante, uma profissao tao bela e cheia de credibilidade, se prestar a isso. Ganhou uma verba pelo menos?

Justiça manipulada. E ainda tem gente que acredita nos tribunais brasileiros

Deu no Estadao, 19/06/2012
O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo, relatou ser alvo de ameaças de morte, disse que homicídios podem ter sido cometidos por integrantes do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira e pediu para ser tirado do caso. Em ofício encaminhado no último dia 13 ao corregedor-geral do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, Carlos Olavo, ele afirma não ter mais condições de permanecer no caso por estar em "situação de extrema exposição junto à criminalidade do Estado de Goiás". E para evitar represálias, disse que deixará o País temporariamente.
Entenderam? O Brasil nao consegue garantir a segurança de um juiz! Isto significa dizer que para ganhar um processo, basta ameaçar um juiz. Uma vez que ele nao tem a quem recorrer, sera substituido e um outro, digamos, mais simpatico aos reus, assume sem qualquer problema. 
"Minha família, em sua própria residência, foi procurada por policiais que gostariam de conversar a respeito do processo atinente à Operação Monte Carlo, em nítida ameaça velada." Lima indica que investigados pela Operação Monte Carlo podem estar relacionados a assassinatos cometidos recentemente, o que configuraria queima de arquivo. "Pelo que se tem informação, até o presente momento, há crimes de homicídio provavelmente praticados a mando de réus do processo", escreveu.
Quem consegue usar a policia para isso? So mesmo quem tem poder!

Mas atençao! Se voce for vitima (a parte fraca do processo),  aconselho a nao fazer isso. Parece que o estado brasileiro tem uma certa tendencia a inverter os papeis. Um acusado de homicidio tem acesso direto aos tribunais, desembargadores, promotores, e até mesmo juizes. Mas a vitima nao pode se aproximar deles pois causa "suspeiçao". 

Nao é dificil entender porque tem tantas brigas internas nas mais diversas instancias juridicas do pais, nao é mesmo? 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Brasil é o melhor pais do mundo. As pessoas nao querem morrer por amar tanto este pais.


Parece mesmo que as pessoas que morrem no Brasil, tem o dom de ressuscitar. Elas sao diagnosticadas mortas, mas depois voltam!! O "fenomeno" tem ocorrido com uma certa frequencia. Crianças levantam do caixao durante o proprio velorio, idosos tossem durante o enterro e aposentadas acordam durante a necropsia. 

Desta vez, quem ressuscitou foi uma senhora de 74 anos, Maria José Moreira Selvatti. A familia desta senhora percebeu uma movimentaçao estranha no SVO (Serviço de Verificaçao de Obito) em Goiania, quando foram chamadas enfermeiras pois havia uma pessoa que apresentava sinais vitais.

Como os medicos transplantistas garantem que diagnosticar a morte de uma pessoa é um procedimento seguro e sem riscos, so podemos concluir que estas pessoas estao ressuscitando!

Talvez por amor ao Brasil, ou pelo simples fato de nao exisitir corrupçao em nenhum outro plano (e brasileiro sente falta disso), os mortos estao voltando.

Como sempre, mesmo tendo a senhora apresentado sinais vitais importantes, ela foi novamente declarada morta, desta vez pelos legistas. O abandono das terapias essencias para o caso dela, foi fundamental para a sua morte. Em outras palavras, quem a matou nao foi o coraçao, ou a velhice. Foi um medico que garantiu que ela estava morta e suspendeu os cuidados que ela precisava.

Alias, isso acontece com muito frequencia em potenciais doadores de orgaos.

Se esta senhora fosse doadora de orgaos, nao consigo imaginar o quanto teria sofrido durante a retirada dos mesmos, ja que estava viva. 





Da serie propaganda enganosa...

Abaixo mais uma daquelas propagandas enganosas, que emocionam, mas sao falsas.
E eu estou aqui para explicar o por que:


A enganaçao esta na mensagem. 

O video mostra diversas pessoas importantes e que deixaram suas marcas. De fato, todos deixaram suas marcas, mas nenhum dos acima citados doaram seus orgaos. Este trabalho esta reservado para voce! 

Existem varios atores, artistas e outras coisas mais, que fazem campanha para que voce doe seus orgaos, mas nao ha um so registro de que uma pessoa famosa tenha doado os seus nao é mesmo? Voce consegue lembrar de alguem?

Por que nao incentivam a voce fazer algo importante enquanto esta vivo para deixar a sua marca?
Por que a sua marca tem de ser os seus orgaos?

Os doadores de orgaos assombram suas familias

Segundo um spot publicitario de 2007 da ABTO (Associaçao Brasileira de Transplante de Orgaos), os doadores, quando nao sao respeitados, voltam para assombrar as suas familias. Assista!




Se voce nao doar os orgaos de um ente querido e falecido, voce podera ser assombrado por ele, que arrastara objetos pedindo para que seus orgaos sejam finalmente doados.

Obviamente se trata de spot publicitario que pretende criar mais uma vez uma situaçao desconsertante e sem sentido, com o unico objetivo de criar o medo. Os argumentos, ao longo dos anos tem sido os mais diversos. Num pais onde a cultura nao é uma das virtudes, varias familias doarao os orgaos com medo de assombraçao. A familia que perdeu uma pessoa querida, nao recebe amparo psicologico do estado, mas ameaças de assombraçao. O amor nao é lindo?

Esta tatica é muito utilizado pelo mundo.
A igreja diz que se voce nao for fiel a Jesus e a seus mandamentos, pode parar no inferno. Na duvida, é melhor se comportar!

Os governos socialistas dizem que a grande ameaça é o capitalismo e os paises imperialistas. Eles sao inimigos que devem ser combatidos a qualquer preço. Mas foi o socialismo que mais matou na histora da humanidade. Na duvida, é melhor combate-los nao é mesmo?

O mundo vai acabar graças ao aquecimento global, se voce nao lutar pela reforma agraria!!!

E por ai vai!!!

A unica coisa que me assombra hoje é a impunidade dos medicos que mataram meu filho para vender os seus orgaos. Isto sim da medo! A proteçao a esta quadrilha é algo paranormal. Eles nao invisiveis e nem arrastam copos. Ao contrario! Sao vistos diariamente fazendo o que sempre fizeram: Transplantes!

Eu nao vim para a Italia com medo dos fantasmas. Eu vim com medo destas pessoas vivas que fazem qualquer coisa para continuar a ganhar com pedaços humanos e ficarem livres. A maior ameaça que tive nao veio do alem, mas de pessoas que possuem poder e dinheiro para matar e ficarem impunes, com o apoio de instituiçoes ditas serias e ilibadas.

Entao fica o meu spot:

Se voce nao doar orgaos, nao precisara arrastar copos por ai.

Vivo voce podera continuar usando o copo como sempre fez para tomar a sua cerveja e gozar os prazeres da vida!

domingo, 17 de junho de 2012

Caso Yoki. Como os transplantes podem ajudar a defesa.

Os transplantes conseguem ajudar a defesa da esposa do empresario da Yoki, caso o advogado informe-se sobre o assunto.

Segundo o perito do instituto medico legal que realizou a necropsia no corpo de Marcos Kitano Matsunaga, o empresario teria sido decapitado ainda vivo, pois estava respirando. Se assim é, o perito acaba de nos mostrar que todas as retiradas de orgaos acontecem enquanto o doador ainda esta VIVO.
Perito: Neste caso específico, recebemos parte do corpo, então algumas observações foram feitas sem alguns segmentos. Nesta análise, ele apresentou vias aéreas preenchidas com sangue, e isso só ocorre com movimento ativo do aparelho respiratório. Ele estava respirando.
Estadao: Há possibilidade de ele não ter sido decapitado vivo?
Perito: Não. Vias aéreas só são preenchidas com movimento respiratório.


Primeiro ponto: 
O perito precisa explicar o que ele considera vivo? Uma pessoa que respira esta viva?

Se o perito é capaz de dizer que o empresario estava vivo no momento em que foi decapitado, so porque respirava, entao ele tambem esta afirmando que os orgaos obtidos para fins de transplantes sao retirados de pessoas vivas, uma vez que eles possuem batimentos cardiacos e respiraçao em niveis normais. Se o perito esta correto em sua afirmaçao, todos os anos acontecem milhares de homicidios nos hospitais brasileiros. Todo doador tem os orgaos retirados enquanto ainda respiram.

Segundo ponto:
Qual o criterio para declarar uma pessoa morta? O que diz a lei?

Os transplantistas alegam que um paciente so esta morto quando o cerebro e o encefalo nao possuem mais fluxo sanguineo. Mesmo que o coraçao e a respiraçao estejam ativas, uma pessoa pode ser declarada morta. Neste caso, o perito do IML precisa provar que o empresario estaria sem fluxo sanguineo no cerebro no momento em que foi decapitado, segundo os transplantistas! 

O perito tem as imagens de uma angiografia antes da decapitaçao? Nao? Entao ele nao pode afirmar que o empresario estava vivo. Se ele o fizer, estara colocando em suspeita milhoes de doaçoes de orgaos em todo o mundo.

Conclusao
Se a justiça aceitar a opiniao do legista, para quem sabe agravar a situaçao da acusada, que ao meu ver ja é bastante grave, estara aceitando tambem que pacientes doadores de orgaos estao tendo seus orgaos retirados enquanto respiram, portanto, segundo o perito, VIVOS.

Simples assim!

A criança é o futuro de uma naçao. Entao veja o futuro que o Brasil planeja.

No ultimo ano uma grande polemica relacionada a sexualidade das crianças nas escolas, foi alvo de inumeras criticas. O Brasil precisa combater a homofobia, e nisto estou de acordo. Atualmente, nao cabe mais haver preconceito de qualquer especie. Mas induzir a criança a ser gay ultrapassa todos os limites do bom senso. O "projeto educacional" criado para acabar com a homofobia, incentivava as crianças a praticarem o homossexualismo. A seguir por este caminho, vamos ensinar as crianças a usar cocaina e maconha para combater o trafico de drogas? Acredite, nao estamos tao longe disso. Hoje as drogas ja sao uma realidade nas escolas publicas, assim como é realidade tambem a presença de armas de fogo. 

Isto explica o motivo pela qual o Brasil esta vivendo um grande aumento da violencia e do consumo de drogas. Os traficantes ja perceberam que é na infancia que se deve plantar a semente, para colher os frutos lucrativos deste comercio que faz milhares e milhares de vitimas todos os anos. 

Mas nao sao somentes os traficantes de drogas que perceberam isso. Ha outros setores da sociedade que tambem perceberam. Um destes setores é o do transplante de orgaos!

A depender do governo brasileiro, ou a falta dele, as crianças serao gays, drogadas e sem orgaos. 

A Univerdidade do Estado do Rio Grande do Norte esta desenvolvendo um trabalho sobre doaçao de orgaos no estado. Em Mossoro, por exemplo, dois estudantes da escola Escola Mater Christi, percorreram por dois anos, hospitais publicos e privados de Mossoró, todas as Unidades Básicas de Saúde do município, escolas do ensino fundamental e médio das redes estadual, municipal e particular de ensino, além de realizarem algumas "ações" no município de Areia Branca. 
"O número de pessoas na fila de espera para transplantes é extremamente desproporcional ao número de doadores e a principal causa disso é a falta de informação, de uma cultura de doação. O brasileiro ainda tem medo, tabu, dúvidas em relação a doação de órgãos, do que é a morte cerebral, e principalmente, que é possível salvar vidas e que no Brasil não existe tráfico de órgãos. O nosso papel foi difundir essas informações nas unidades de saúde e educação, principalmente, para que hoje, esses jovens sejam agentes multiplicadores, e no futuro, possam ter consciência sobre a doação de órgãos"
A afirmaçao acima é da coordenadora do projeto, Profa. Dra. Elizabeth Carrillo. Mais uma vez, trata-se de um projeto para difundir a mentira! Afirmar que no Brasil nao tem trafico de orgaos, é enganar a populaçao. Mas o Brasil de hoje faz isso muito bem nao é mesmo?

No Brasil de hoje, segundo o governo:

Nao ha corrupçao.
Nao ha mensalao.
Nao ha construtoras que distribuem propinas a politicos. 
Nao ha enriquecimento ilicito.
Nao ha fraudes em licitaçao.
Ha justiça funciona.
As instituiçoes funcionam plenamente.
A justiça é igual para todos.
Um ladrao de galinha tem o mesmo peso que um politico que rouba milhoes.
As UPPs no Rio de Janeiro acabaram com o trafico de drogas nos morros sem disparar um so tiro.
O Brasil é uma democracia!

E sao tantas outras informaçoes que poderia colocar aqui, mas o blog nao suportaria.

O que a coordenadora esta dizendo por ai, pouco me importa. A verdade no entanto esta bastante clara em varios documentos oficiais produzidos pelo proprio governo. Entre eles, destaco dois principais: 

- O TCU provou que a fila de transplantes é uma fraude completa.
- 3 Medicos foram condenados por matar pacientes vivos para fins de trafico de orgaos.

Voce deve estar se perguntando. So isso? 

Considerando que quem denuncia este tipo de crime - trafico de orgaos - é perseguido no estado democratico de direito brasileiro, eu diria que isso representa muito. Até porque, se fizer um passeio no blog, tera acesso a inumeros casos denunciados na imprensa e que desaparecem das paginas dos jornais sem nos dar qualquer resposta. Pessoas que tiveram os rins roubados existem aos montes no Brasil. E nao se trata de quadrilhas que levam pessoas para banheiras com gelo, mas sim de hospitais publicos e particulares a luz do dia.

O que me preocupa nas "açoes" promovidas por esta coordenadora sao estas:
a coordenadora da Central de Transplantes de Mossoró tem dois desafios: a realização de um transplante de rim no próximo ano e a implantação de uma disciplina de Doação de Órgãos na grade curricular das escolas públicas e privadas a princípio de Mossoró, e posteriormente, do País, com alunos a partir dos 10 anos, já que no próprio Sistema de Ensino se estuda a disciplina de Ciências e Biologia onde é abordado o corpo humano.  Assim, as crianças já cresceriam com uma consciência mais qualificada para o assunto. 
- A realizaçao de um transplante de rim no proximo ano! Isto me lembra Sucupira do seriado "O Bem Amado" em que o prefeito havia construido um cemiterio, mas nao conseguia mortos para inaugura-lo.  Odorico Paraguaçu acaba por inaugurar ele mesmo o cemiterio ao falecer. Por ironia deste blog, lembro que o prefeito, cuja morte havia sido diagnosticada com segurança, ressuscita e volta a prefeitura com todas as suas atividades normais. Até a tv ja havia se dado conta de que isso acontece nao é mesmo? Se Odorico fosse doador de orgaos, o cemiterio teria sido inaugurado de fato!

- Alerto para o segundo item: IMPLANTACAO DE UMA DISCIPLINA DE DOACAO DE ORGAOS NA GRADE CURRICULAR DAS ESCOLAS PUBLICAS E PRIVADAS.


A coordenadora quer programar o cerebro de uma criança apartir dos seus 10 anos de idade para que ela seja doadora de orgaos. Numa idade em que a criança deve ser feliz e planejar um longo futuro, ela quer que esta criança considere a morte como uma possibilidade de salvar outras vidas. Para isso, vai programa-la tambem a ignorar as informaçoes sobre trafico de orgaos. Afinal, ela afirma que isto nao existe! A ideia é tao promissora que ja a esta projetando para todo o Brasil. E como o brasileiro de hoje acha que é modelo para alguma coisa, quem sabe este programa nao se espalhe pelo mundo?

Ja pensou? De Mossoro para o mundo e quem sabe até na Disney?
Imaginem os autofalantes do parque anunciando:
Voce criança alegre e feliz, que esta na montanha russa da Disney e pode morrer a qualquer momento, lembre-se de doar os orgaos!! Na duvida, fale com o Pateta ou o Mickey mais proximo de voce. Tenha uma morte segura!

Mas.... Afinal? O programa funciona?
Sim!
Os frutos do projeto já podem ser notados no Hospital Regional Tarcísio Maia com o aumento significativo do número de captações de órgãos e tecido. Nos últimos seis meses, foram realizadas 22 captações, que foram direcionadas para pacientes em Natal, Bahia e Ceará. 
Viram? O Hospital Regional Tarcisio Maia ja teve 22 captaçoes. Mas ainda nao fizeram o tal transplante de rim, porque eles foram destinados a alguma outra cidade nao é mesmo? Alem disso, os frutos colhidos, sao provenientes de hospitais PUBLICOS e nao particulares. Parece que o programa precisa reforçar os doadores mais ricos.

Mais uma vez, o que se ve é um quadro completamente absurdo. Pessoas pobres sendo convencidas a salvar vidas doando seus orgaos, e os mesmos sendo implantados em outras localidades, sabe-se la a que preço, enquanto conterraneos na fila de espera, tambem pobres, estao morrendo.

Belo programa!!!

Agora para relaxar um pouco, relembre a cena da ressuscitaçao de Odorico Paraguaçu em "O Bem Amado". Ja naquele tempo o diagnostico de morte era uma fraude.



sábado, 16 de junho de 2012

Transplantes para todos?

O Brasil diz ter o maior serviço publico de transplantes do mundo. Eu acredito!

Quando um serviço publico é disponibilizado, deve atender a todos nao é mesmo? Veja por exemplo uma questao simples. Durante uma eleiçao o estado leva a qualquer canto do pais e até mesmo em varias partes do mundo, uma urna eletronica para que todos gozem de um dos seus direitos. Votar!

Mas quando o assunto é transplante, a coisa nao é bem assim. O investimento maior é feito nos grandes estados. Ha lugares que sequer possuem estrutura, obrigando os pacientes da fila a se deslocarem quilometros e quilometros de distancia.

No Amapa e no Tocantins nao existe transplante. As pessoas que precisam deste serviço publico sao obrigadas a se deslocarem, muitas vezes, por conta propria. 

Mas na hora de pedir para que doem orgaos, nao ha limites. Voce pode morrer em qualquer lugar que la estara uma equipe para buscar seus orgaos! Nao é lindo isso? Que ato de amor ao proximo! Ainda que morto!

Talvez seja este um dos motivos que levaram 64% das familias abordadas a negarem a doaçao de orgaos. O sistema publico de saude, cujo um de seus criadores é um grande mafioso traficante de orgaos, deveria atender a todos e em igualdade. Nao so quando morrem e doam seus orgaos, mas tambem quando precisam deles. 

Parabens aos 64% que nao aceitaram doar os orgaos de seus entes queridos. Doar orgaos é alimentar uma rede lucrativa de transplantes, muitas vezes, ineficiente. Infelizmente os casos que nao dao certo - e acredite, sao muitos - nao saem nas paginas dos jornais. Lutem para que no Brasil seja permitida o comercio legal de orgaos, pois se ha lucro, é justo que ele seja pago a familia. Atualmente o lucro - que nao é pouco - acaba nas maos de medicos inescrupulosos.

Os tranplantistas nao permitem que voce saiba a verdade! Por isso vivo hoje asilado na Italia. 
Eles querem que voce tenha a impressao que todo e qualquer transplante salva vida.

O tribunal de contas da uniao ja provou que a fila é uma fraude completa! Nao alimente esta rede.

Parabens Brasil!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

E os cadaveres continuam acordando!

Fonte: Associate Press (AP)


(AP) LUXOR, Egito - O funeral de um garçom de 28 anos de idade, no sul do Egito virou uma celebração quando acordou depois de ter sido declarado morto. Funcionários do hospital haviam declarado morto Hamdi Hafez al-Nubi, que veio da aldeia de Naga al-SimMan na província meridional de Luxor, depois que ele sofreu um ataque cardíaco enquanto trabalhava.

Sua família diz que parentes em luto o levaram para casa e, segundo a tradição islâmica, lavaram o corpo e o prepararam para a noite do enterro na sexta-feira. Um médico enviado para assinar o atestado de óbito achou estranho que o seu corpo estava quente. Em uma observação mais atenta ela descobriu que ele ainda estava vivo. Sua mãe desmaiou ao ouvir a boa notícia. Com a ajuda do médico, tanto al-Nubi e sua mãe foram despertados e logo estavam comemorando com convidados.

O que estas pessoas tem em mente??? 
Nao sabem que foram declaradas mortas? 
Por que insistem em acordar? 
Assim vao acabar destruindo a politica mundial de transplantes de orgaos!!!!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Mais um livro sobre transplantes, e mais um pouco de verdade sobre a maquina de fazer dinheiro a qualquer custo

Pela bagatela de R$ 35,00 voce pode comprar o livro "A face oculta dos transplantes" que ja esta disponivel inclusive no Mercado Livre. Lançado este ano, o livro foi escrito pelo Dr. Euclydes Marques, medico transplantista. Na sinopse do livro podemos encontrar o seguinte:
Neste livro, A Face Oculta dos Transplantes, o Dr. Euclydes Marques, que desde o começo esteve no interior do turbilhão que resultou nos transplantes no Brasil, faz um relato de deliciosa leitura dos inúmeros pequenos e grandes detalhes ao redor do acontecimento. Isso envolve desde a formação pessoal, os mestres, os obstáculos, até a integração entre os membros da equipe, que hoje têm enorme reputação internacional: além dele mesmo, Dr. Zerbini, Dr. Adib Jatene e uma enorme quantidade de professores, cirurgiões e outras pessoas que participaram em um processo coletivo que construiu cada etapa do procedimento, com esse resultado final.

Como podemos ver, Dr. Euclydes Marques ampara-se em renomados medicos transplantistas que, segundo o livro, contribuiram para os transplantes no Brasil. 

Mas ha uma historia que acredito que nao esteja no livro. Trata-se de um artigo publicado no site www.distrofiamuscular.net. No site encontrei um e-mail de contato de David Feder. O texto que vou replicar aqui pode ser lido na integra clicando aqui. Boa leitura! Vale a pena.

O artigo mostra como os transplantes tem uma relaçao estreita com o dinheiro e pouca responsabilidade na cura, muitas vezes baseado em mentiras visando o lucro facil.





Médicos tornam doença caso de polícia
Conceição Lemes

fonte: http://nominimo.ibest.com.br/

13.Jul.2002 |  24 de abril de 2002, Hospital Saint Paul, avenida Euzébio Matoso, Zona Sul da cidade de São Paulo. O fisiologista chinês radicado nos EUA Peter K. Law e os médicos paulistas Wagner Fiori, Euclydes Marques e Márcio Peres Ribeiro têm o que o jargão médico designa de procedimento agendado. O paciente é Bruno Almeida Silveira, 9 anos, de Goiânia (GO), suposto portador de distrofia muscular de Duchenne. A doença é genética, incurável e afeta apenas meninos, degenerando todos os músculos. No Brasil, existem cerca de 28 mil casos. Aos 3, 4 anos de idade, começam a ter quedas freqüentes e dificuldades para subir escadas, correr; aos 12, muitos param de andar; ao redor dos 17, a maioria morre por insuficiência respiratória ou cardíaca.

O tratamento programado para Bruno é o transplante ou transferência de mioblastos (células formadoras de músculos). Exatamente o procedimento que, em 31 de maio último, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou à União que pagasse a uma jovem de 20 anos. Também o mesmo a que vários garotos brasileiros com Duchenne foram submetidos com a promessa de que até voltariam a jogar bola. O preço cobrado inicialmente foi 150 mil dólares. Tudo foi acertado com Maria Monteiro, na verdade a repórter, identificada na primeira consulta com parte do seu nome, e suposta madrinha de Bruno, que após dura negociação, conseguiu baixar para 134 mil dólares. Os R$ 382.436,00 (câmbio de 9 julho) teriam que ser depositados até 24 de março na conta bancária da Cell Transplants Asia Limited no Hong Kong Bank, em Hong Kong, Ásia. Número do banco: 004. Conta bancária: 485-232367. A Cell Transplants pertence a Peter K. Law, chefe da equipe e presidente da Cell Therapy Research Foundation, localizada em Memphis, Tennessee, EUA.

“O transplante de 50 bilhões de mioblastos aumenta a força muscular e melhora muito a qualidade de vida das crianças com Duchenne. Uma até voltou a andar. Vale a pena tentar”, recomenda Wagner Fiori à madrinha do fictício Bruno durante consulta na Genesys Research Institute, sua clínica na região dos Jardins. Ele a divide com os sócios Euclydes Marques e Márcio Peres Ribeiro, cirurgiões do Instituto do Coração, o Incor-SP. Fiori dá o endereço de Peter Law, cujo site proclama: “mais de 230 transplantes realizados com sucesso superior a 75%!”

“O tratamento é experimental, e os resultados muito bons”, garante Tunja Jackson, diretora da Cell Therapy, em Memphis. A vice-presidente e tesoureira Tena Goodwin sustenta: “Todos os transplantados tiveram grande melhora e/ou considerável diminuição da degeneração muscular. Doutor Law acredita que Bruno terá tais benefícios. A alternativa é não fazer nada, o que achamos pior”. O próprio Peter K. Law bate o martelo diante das dúvidas em relação à competência da equipe brasileira: “Eu mesmo ou alguém aqui do meu staff pode fazer o transplante no Brasil, se isso deixar a mãe de Bruno mais tranqüila”.

Houve cinco detalhes cruciais na negociação, que consumiu uma consulta médica, 56 e-mails e vários contatos telefônicos entre a madrinha e a organização de Peter Law:

1. O fictício paciente teria 7 anos no início da transação (agosto de 2000) e 9 anos no final (abril de 2002);

2. Em nenhum momento alguém quis saber como evoluía sua doença. Os fundos e o depósito bancário eram a única preocupação;

3. A Cell Therapy abriu mão da visita obrigatória de Bruno a Memphis, onde verificaria se era ou não elegível para o tratamento. Bastou a isca: “a família já conseguiu o dinheiro”;

4. O menino foi aprovado para o transplante antes mesmo que supostos resultados de testes fossem enviados aos EUA. Foi suficiente o aceno com o depósito dos 134 mil dólares no Hong Kong Bank;

5. Peter Law marcou o transplante sem que ele ou qualquer membro da equipe brasileira tivesse visto Bruno.

Esperanças traídas

O transplante de mioblastos é ilegal nos EUA, no Canadá, na Europa e no Brasil. Em 9 de janeiro de 2002, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou parecer condenando o procedimento. “Infelizmente, não funciona para Duchenne nem para qualquer outro tipo de distrofia muscular”, adverte Mayana Zatz, professora-titular de Genética do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, USP. Além disso, é mentira que não existe tratamento a fazer. Está comprovado que a combinação de fisioterapia, corticosteróides (um tipo de antiinflamatório) e ventilação assistida retarda a evolução natural de Duchenne, aumentando, no mínimo, em 10 anos a sobrevida dos doentes; já há relatos de portadores de Duchenne com 35 anos de idade.

Não se trata, como os pais às vezes dizem, de um “ponto de vista da doutora Mayana” ou “do pessoal da USP”. A comunidade científica mundial assina embaixo. Em peso, o faz o primeiro time da área de distrofia muscular, como George Karpati, do Canadá, Terence Partridge e Victor Dubowitz, da Inglaterra, e os neurologistas brasileiros Alain Gabbai, Acary Bulle de Oliveira, Lineu César Werneck e Umbertina Reed (leia Por que é ineficaz). Não à toa a conceituada Elizabeth McNally, professora de Genética Humana da Faculdade de Medicina da Universidade de Chicago, EUA, sentencia: “Recomendar o transplante de mioblastos é dar falsas esperanças a pacientes e familiares”.

Pat Furlong, líder do Parent Project, associação americana de parentes de portadores de distrofia, e que conviveu com vários garotos transplantados, inclusive dois filhos seus, com Duchenne, já mortos, confirma: “O transplante de mioblastos não mudou nada na vida dos meninos. Quem não andava, continuou não andando. Quem não se alimentava sozinho, continuou não o conseguindo”. José Tadeu Cruz, pai de A.C., de Lages (Santa Catarina), é outra vítima e testemunha. O filho, hoje com 17 anos, foi transplantado em 1998, em São Paulo, por Peter Law. “Um picareta caça-níqueis. Embolsou 150 mil dólares do Estado por três horas de trabalho, e não fez nem deixou qualquer acompanhamento. Foi tudo para o lixo, inclusive os 20 mil dólares que gastei de passagens e hotéis”, revolta-se (leia Fracassos encobertos).

“Inegavelmente, uma infração ética gravíssima, criminosa”, vai fundo o médico Gabriel Oselka, professor de Bioética da Faculdade de Medicina da USP. Os médicos que indicam ou executam o transplante de mioblastos violam normas éticas e resoluções do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Nacional de Saúde. Entre as infrações, prescrição de método não comprovado, promoção de falsas esperanças e cobrança indevida. Em procedimento experimental, ou seja, em teste, o paciente não paga nem a consulta, em qualquer lugar do mundo. A procuradora de Estado de Santa Catarina Francis Lilian Torrecillas Silveira, desde 1997 no encalço do grupo, desfecha: “É caso de polícia”.

Informações enganosas

Em meados dos anos 90, pesquisas sérias e éticas conduzidas por quatro prestigiosos grupos de investigadores dos EUA e do Canadá já haviam provado que o transplante de mioblastos, tal como é realizado até hoje, não tem eficácia. Peter Law, já longe do meio acadêmico, prosseguiu os estudos em sua fundação particular, obtendo autorização da Food and Drug Administration, a agência que controla alimentos e remédios nos EUA. Contudo, a mesma FDA, após investigação concluída em 2000, desqualificou-o, bem como a suas pesquisas, por graves falhas e violações. Entre elas:

1. Fornecimento de informações enganosas e imprecisas à FDA.

2. Falta de notificação de reações adversas dos pacientes ao tratamento.

3. Ausência de avaliação geral dos pacientes por médico habilitado.

4. Realização de transplante sem presença de médico responsável, já quePeter Law é fisiologista (especialista na parte da ciência que estuda especialmente o funcionamento do organismo e sua composição bioquímica). Ou seja, não tem formação nem treinamento em medicina.

5. Contaminação de mioblastos (o agente terapêutico usado nos transplantes) por bactérias.

6. Exportação da terapia, ainda em pesquisa, para o Brasil e a Coréia do Sul sem solicitar ou obter autorização da FDA.

7. Comercialização da terapia experimental, cobrando ou recebendo pagamento de contatos no exterior.

Resultado: por colocar em risco a segurança e o bem-estar de pacientes em suas pesquisas, Peter Law está proibido de fazer transplantes nos EUA. Com isso, o braço brasileiro da organização se fortaleceu. “É um dos nossos principais centros”, diz Tena Goodwin. O próprio cartão de visita da clínica Genesys destaca: filiada à Cell Therapy Research Foundation. Em atividade desde 1997, médicos e advogados integram o grupo no Brasil. O cérebro, porém, continua nos EUA, incluindo a produção dos mioblastos, a partir de tecido de meninos americanos saudáveis.

Associação para o mal

Para obter os mioblastos, certas regiões musculares dos doadores são laceradas. Quando o tecido se regenera, retiram-se as células formadoras de músculos, que vão, então, para cultura e proliferação. É esse material que os médicos enxertam por meio de injeções em vários grupos musculares de pacientes. “O geneticista do doutor Law vem e prepara os mioblastos no laboratório de genética, que montei aqui ao lado”, conta Fiori. “Apenas executamos o transplante. São mais de 750 injeções.”

Não é bem assim. Em 1998, Peter Law esteve em São Paulo e ensinou a técnica a Marques, Ribeiro e Fiori. Desde então, o trio prescreve, opera e ensina o caminho para o paciente obter o tratamento não coberto por convênios. “O Estado tem que pagar mesmo. Várias crianças já ganharam na Justiça. Os pais de Bruno poderiam entrar com ação”, orienta Fiori à madrinha de Bruno.

Faz mais. Dá telefone e nome do advogado Diógenes Vargas, OAB/SC – 5.098, que impetrou algumas dessas ações e mantém relação com toda a organização. Vários fax a comprovam. Num dos fax, de 11 de agosto de 1998, Law, dos EUA, avisa Vargas que os 150 mil dólares de um transplante agendado para o final daquele mês deveriam ser depositados no Hong Kong Bank. Coincidentemente, a mesma conta indicada para o pagamento do transplante no fictício Bruno.

“Como seu afilhado é de Goiânia, e não há nenhum caso lá, a chance de ganhar na Justiça é de mais de 50%”, avalia Vargas, que já passou dias com Peter Law nos EUA. “Se fosse meu filho, tentaria. Minha parte fica em 4 a 5 mil reais. O valor é pequeno, o que me realiza é o resultado,” elogia-se. A propósito, quando fez palestras em Curitiba Law esteve sempre cercado de advogados. Quando percebiam pais ou mães aflitos, entravam em cena: “Entra, entra sim, com ação contra o seu Estado”.

O governo paga

O expediente é uma brecha da Constituição Federal de 1988. Em síntese diz: havendo no exterior tratamento não oferecido aqui e que possa beneficiar o paciente, o governo tem que arcar com o custo, já que a saúde é direito de todos, e dever de União, Estados e Municípios, ou seja, dos governos.

Em pelo menos um caso de Duchenne, em São Paulo, e oito, em Santa Catarina, a Justiça concedeu liminar e os governos desses estados foram obrigados a pagar o tratamento. Esses nove casos (sem incluir despesas para exames nos EUA) custaram aos cofres públicos quase 3,9 milhões de reais. Valor certamente aquém do que a conexão Brasil já rendeu. “Os doutores Márcio Ribeiro, Wagner Fiori e Euclydes Marques já fizeram mais de 20 transplantes”, contabiliza a tesoureira da Cell Therapy Tena Goodwin.

Explica-se:

1. Alguns famílias brasileiras abonadas custearam o tratamento de seus filhos.

2. Portadores de Duchenne de outros países têm-se submetido ao transplante no Brasil, evidenciando mudança de rota – antes, crianças de várias partes do mundo iam para os EUA. “Já operamos 14; quatro daqui e 10 da Espanha”, revela Fiori à madrinha. Em entrevista à repórter Conceição Lemes, o cirurgião Marques acrescenta: “Numa das viagens do doutor Law, dois americanos vieram também. Era a segunda transferência de um dos americaninhos.” Outro indício está no site davidmayuri.com destinado a arrecadar fundos para o tratamento do adolescente americano David Mayuri, da Flórida. Law, em carta assinada, agendara a operação para 11 de junho de 2002 (veja o documento). Local e equipe: os mesmos de Bruno .

3. Diversificação de aplicações do transplante. A prova é que, em maio último, a juíza Regina Helena Costa, da 14ª Vara Federal de São Paulo, mandou e o STF acatou a sentença que determinava à União pagar o tratamento à garota L.T.M, de 20 anos, portadora de distrofia do tipo cinturas (afeta a musculatura de pernas e braços). Na decisão, a juíza indicou como local para o procedimento o Hospital Saint Paul, o mesmo recomendado por Peter Law a Bruno. O nome da instituição é fantasia, pois não tem álvara para funcionar como hospital. É, na verdade, uma clínica que trata principalmente de cirurgia estética.

Benfeitores e estratégia

O fato é que Marques, Fiori e Ribeiro apresentam-se como solidários e devotados à ciência. E-mail repete a conhecida estratégia: “A nós não cabe nenhum pagamento; nossa participação é por interesse científico”, explica.

Fiori repisa o texto na consulta da madrinha: “Não recebemos nada. Fazemos no Brasil só para facilitar a vida das crianças”. No meio da conversa, insinua intimidade com o sonho de pais de meninos com Duchenne: “Hoje, às 7 da noite, vamos conversar com o Peter Law. Vamos ter uma reunião por telefone”. E ensina a acessar o site celltherapy.com, que divulga supostos sucessos. “Fazemos só como pesquisa. Nosso intuito é acadêmico”, enfatiza.

A afirmação, porém, falseia a realidade.

- Fiori, Marques e Ribeiro nunca submeteram qualquer projeto de pesquisa para transplante de mioblastos em casos de Duchenne ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, a Conep do Ministério da Saúde. “Como se trata de estudo com seres humanos, só poderia ter sido iniciado após nossa aprovação”, afirma o médico Willian Saad Hossne, coordenador da Conep. É o que determina a Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde. O objetivo é garantir segurança, bem-estar e dignidade do usuário, evitando que seja usado inescrupulosamente. Fere a ética quem desrespeitar esse princípio.

- Wagner Fiori cobrou R$196,00 pela consulta da madrinha de Bruno (recibo 3484, da Genesys Research Institute, CGC 00.524.677/0001-29, emitido em nome do paciente fictício). De acordo com as normas internacionais de pesquisa, nada é pago por tratamentos em teste. Até o transplante teria de ser gratuito.

- Curiosamente, Marques, Fiori e Ribeiro estão informados de que Peter Law e a Cell Therapy não têm conta bancária no Brasil, conforme e-mail assinado pelos três.

Cobaias e lucros

Na verdade, é tudo por dinheiro. A Cell Therapy Research Foundation se denomina uma organização sem fins lucrativos, que sobrevive com doações. Entre eles, forçosamente os pacientes: quem não paga os 150 mil dólares, não recebe o transplante.

Um e-mail da diretora Tunja Jackson, para agendar visita prévia de Bruno a Memphis, é um primor de mercantilismo: “Ficaremos felizes em vê-lo. Gostaríamos também de expressar a tristeza que sentimos por vocês precisarem vender suas propriedades para pagar o transplante do seu afilhado”.

Com tentáculos na Coréia do Sul, na Polônia, na Rússia e em Cingapura, a organização chegou a tentar negócios com o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Mas, alertada por especialistas brasileiros, a instituição desistiu. “É incrível como no Brasil as pessoas não se dão conta da enormidade de charlatães que existe nos EUA”, observa Alain Gabbai, professor titular de Neurologia da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp.

O planos para o Brasil, no entanto, não são modestos. Incluem a criação de uma fundação e o uso de transplante de mioblastos em pacientes com infarto do miocárdio, que anualmente atinge 300 mil brasileiros. No ano passado, Peter Law reuniu-se em São Paulo com importante cardiologista do Hospital Beneficência Portuguesa para discutir o assunto. “A área cardíaca é a que nos interessa. Tem um montão de gente”, diz Marques. “Só entramos em distrofia muscular, que não é nossa área, para pegar experiência e usar em coração.” Traduzindo, crianças com Duchenne foram usadas como cobaias para um negócio maior. Mais tarde, em entrevista, Fiori confirma: “Estamos aplicando em distrofia, mas só para aprender a tecnologia. É apenas um passo para a gente usar em miocardiopatia”.

Crueldade e descaso

Condutas antiéticas não são raras em doenças incuráveis. Sem dó nem piedade, profissionais inescrupulosos aproveitam-se do desespero de pacientes e parentes para oferecer tratamentos enganosos, e faturar. Em geral, é grande a distância entre o que falam às famílias no consultório e o que assumem oficialmente. Por isso, de propósito, a madrinha de Bruno consultou Fiori em 3 agosto de 2000 e, em outubro de 2001, voltou à carga por e-mail. A resposta (em 4 de outubro) foi assinada por ele e os sócios Marques e Ribeiro. E, agora, em 2002 (28 de janeiro, pessoalmente, e no final de março, por telefone) ouviu-o também como repórter, já após o parecer do CFM contrário ao tratamento.

O solícito médico da consulta cedeu lugar ao desmemoriado médico da entrevista. “Preço? Isso é lá com eles. A gente não sabe nem quer saber quanto custa”, afirmou na entrevista. Indagado se os meninos com Duchenne pagaram o transplante, disse: “Se eles estavam dentro da pesquisa do doutor Peter Law provavelmente os tratamentos não foram pagos”.

Mentiu. Wagner Fiori e Euclydes Marques assinam o parecer que garantiu no STJ, em maio de 2002, o transplante à jovem com distrofia de cinturas. São igualmente deles os pareceres para os transplantes dos garotos A.C., J.C.A, M.G.S, de Santa Catarina, e L. T. F. M, de Macatuba (SP). Os quatro foram transplantados em 1998 no Hospital Samaritano, em São Paulo. “Não vimos os resultados. Mas está na nossa pauta vê-los, só não sei quando”, desconversa Marques. “É um fragmento assim (o gesto indica mínimo) da minha vida.”

Cremesp e Justiça ludibriados

Até o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) foi enganado na história dos garotos transplantados no Hospital Samaritano. Marques pediu permissão para que Peter Law, que é estrangeiro, demonstrasse o procedimento aqui. Como é praxe, a entidade autorizou sem examinar o mérito, com a condição de que fossem cumpridas as determinações do CFM e do Conselho Nacional de Saúde referentes a pesquisas com humanos. Só que não era demonstração: os quatro procedimentos custaram aos cofres públicos 600 mil dólares, e Fiori, Marques e Ribeiro participaram. “Eles alegaram que a não realização poderia implicar até a morte dos garotos, e, ainda, havia autorização do Cremesp e o compromisso de cumprimento das exigências legais”, justifica o médico Jorge Amarante, da Comissão de Ética em Pesquisa do Samaritano em documento à Conep. “O hospital apenas cedeu gratuitamente instalações e materiais”.

Na ocasião, ludibriaram também juízes de Santa Catarina. De acordo com a sentença, os transplantes de A.C., J.C.A e M.G.S seriam em Memphis, nos EUA. Acabaram sendo feitos em São Paulo, no Samaritano. A Justiça Federal foi igualmente induzida a enganos. Na decisão determinando à União pagar o transplante à jovem com distrofia de cinturas, a juíza Regina Helena Costa, da 14ª Vara Federal de São Paulo, cita: 1. Dois meninos (um do Distrito Federal e um de Santa Catarina) que portariam distrofia de cinturas e teriam tido resultados favoráveis com o transplante; 2. Que a doença decorre da ausência de distrofina nos músculos; 3. Que o transplante de mioblastos não pode ser mais considerado pesquisa ou tratamento experimental; 4. Que Fiori, uma das testemunhas do processo, é professor da Faculdade de Medicina da USP.

Nada disso é verdade:

1. O garoto de Santa Catarina não tem distrofia de cinturas mas Duchenne, que é outro tipo de distrofia muscular.

2. Os músculos dos portadores de distrofia de cinturas produzem distrofina em níveis normais; o que lhes causa a doença é a falta de outras proteínas. Quem não tem distrofina é o portador de Duchenne.

3. Pesquisas sérias e éticas já comprovaram o oposto: o transplante de mioblastos não funciona em Duchenne nem em qualquer tipo de distrofia muscular.

4. Fiori, que se apresenta como cardiologista, nutrólogo, médico ortomoleculare integrante do corpo médico do Hospital Albert Einstein, nunca passou pela Faculdade de Medicina da USP, nem como aluno. Formou-se na Faculdade de Medicina de Valença, no Estado do Rio de Janeiro. Tampouco Fiori e Marques são especialistas em genética, como figura em ações que tramitaram na Justiça. Mesmo assim, assinam como peritos os pareceres favoráveis aos transplantes. Isso igualmente agride a ética, já que também prescrevem e fazem o tratamento.

“Há, no mínimo, um conflito de interesse”, aponta a procuradora Francis Torrecillas. Outro aspecto estranho nas decisões judiciais que determinaram os transplantes: em nenhuma, os verdadeiros especialistas em distrofia muscular foram sequer citados.

Intimidação, marca registrada

Em lugar de provar que renomados cientistas do mundo inteiro estão errados, Peter Law tenta silenciá-los com processos milionários. Mayana Zatz, que é presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular (Abdim), foi processada em 1996, nos EUA, e em 2000, no Brasil. Suas declarações atrapalhavam os negócios. Ele contratou um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil (com filial em Nova York), ameaçando a pesquisadora com processo civil e criminal. Exigia que parasse de condenar o método e se retratasse de declarações, especialmente as fornecidas à imprensa. Mayana não fez nem uma coisa nem outra. O próprio escritório de advocacia acabou desistindo da causa.

Mais cruel é o recurso utilizado para calar pais de meninos já submetidos ao tratamento: o aceno com novas pesquisas e a promessa de que os participantes da fase inicial seriam os primeiros beneficiados. Assim, por receio, esperança ou vergonha esses pais nem sempre assumem que foram enganados. Até por que a fraude demora 4, 5 anos para ser descoberta, já que a doença tem evolução lenta. “Não sei se melhorou alguma coisa”, diz evasiva Vera Gattai, mãe do paulistano A. G., 17 anos, transplantado nos EUA em 1997. “O doutor Law e sua equipe de Memphis acharam absurdo a cortisona e tiraram. Meu filho não a tomou mais.”

Só que:

1. Está provado que o uso de corticosteróides atrasa a evolução da distrofia muscular de Duchenne, e a maioria dos pacientes se beneficia. “Iniciada a ingestão do remédio, no momento certo, faz com que andem, em média, por mais dois anos”, salienta Lineu César Werneck, chefe do Serviço de Doenças Neuromusculares do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Isso significa independência até os 14 anos. Proibir corticosteróides, portanto, é tirar essa chance.

2. A. G. não voltou a andar após o transplante. Está sofrendo a evolução natural da doença. Já teve parada cardiorrespiratória, foi submetido à traqueostomia (abertura de um orifício na traquéia para desobstruir as vias respiratórias) e está internado há quase quatro meses por problemas respiratórios. “O único jeito de ele voltar para casa é a gente conseguir o bipap”, sonha dona Vera. Bipap é um aparelho que empurra o ar para dentro dos pulmões e mantém a criança ventilada. É a chamada ventilação assistida (leia Chegar aos 30 anos já é possível). O problema é que o equipamento custa quase 18 mil reais, dinheiro de que a família não dispõe. Gastou tudo o que tinha com advogado, intérprete, passagens e estadias para o transplante, realizado nos EUA e custeado pelo governo de Santa Catarina.

Dinheiro de volta

As procuradorias de Santa Catarina e de São Paulo, por sinal, estão tentando reaver o dinheiro dos tratamentos. “Como as famílias são pobres, o caminho será algum tipo de ação na Justiça americana”, cogita José Roberto de Moraes, subprocurador geral do Estado de São Paulo. Os quase 3,9 milhões de reais pagos a Peter Law apenas por esses dois estados poderiam comprar bipap para 270 portadores de Duchenne. Seria a garantia de chegarem à terceira década de vida. “Dez anos a mais podem significar o tempo para se achar até mesmo a cura”, ressalta Mayana Zatz. O bipap é o único recurso capaz de ajudar também a jovem com distrofia de cinturas, que ganhou na Justiça o direito ao transplante. Ela enfrenta problemas respiratórios, e o tratamento de 150 mil dólares beneficiará apenas os cofres da organização de Peter Law.

O transplante de mioblastos e os os homens que o executam estão também na mira de sindicâncias do departamento jurídico do Ministério da Saúde, da Conep e do Cremesp. A do Cremesp, aberta em 2001, tem o número 42.238/01.

Ironicamente, na sala de espera da clínica Genesys, de Fiori, Marques e Ribeiro, há sobre a mesa das secretárias uma bíblia imensa. Durante os 20 meses da apuração desta reportagem, permaneceu aberta no mesmo Salmo: Glória a Deus que recompensa os bons e castiga os pecadores. Talvez as pessoas que vendem o falso tratamento entejam à espera da legítima justiça divina.


Fracassos encobertos

13.Jul.2002 |  Em 1997, três garotos brasileiros submeteram-se ao transplante de mioblastos nos EUA. Foram os primeiros. Na seqüência, outros fizeram o mesmo, nos EUA ou aqui. O número exato é impossível saber. Os seis jovens abaixo mencionados ganharam na Justiça o direito ao tratamento, que foi pago pelos estados de São Paulo e Santa Catarina com recursos do Sistema Único de Saúde, o SUS. Sonhavam jogar futebol, correr, andar, e, segundo seus pais, estão assim:

- T.M., 20 anos, Criciúma (SC) – Praticamente, não tem pernas: quando tenta movimentá-las, caem como duas tiras de pano; virar-se na cama só com ajuda.
- J.B.G.C., 16 anos, Araranguá (SC) -- Recebe comida na boca, pois não levanta os braços. Ainda desenha e joga videogame: digita tudo com auxílio de pauzinhos.
- A.G., 17 anos, São Paulo (SP) – Está internado há quase quatro meses por problemas respiratórios; não mexe braços ou pernas. Em 2000, sofreu parada cardiorrespiratória.
- A.C., 17 anos, Lages (SC) – Não se movimenta e já tem dificudades respiratórias.
- L.T.F.M,16 anos, Macatuba, (SP) – Não anda; precisa de auxílio para sentar-se no vaso sanitário. Ainda consegue usar computador.
- M.G.S., 13 anos, Lages (SC) – Já perdeu os movimentos de braços e pernas. Até submeter-se ao transplante (tinha quase 10 anos, na época), andava. Em seguida, coincidentemente, parou.

“O doutor Wagner Fiori disse que melhoraria, mas meu filho não recuperou os movimentos”, revela a mãe, Albertina Silva. A força muscular de T. também piorou. Por ocasião do transplante, ele flexionava bem os membros inferiores. Depois, sofreu queda brusca dos movimentos. “Questionei o doutor. Peter Law sobre a perda desproporcional da deambulação (ação de caminhar), até porque sei de outros meninos que não andaram mais”, salienta o pai, Antônio Martinhago. Hermínia Cordeiro, mãe de J.B., faz coro: “A parte motora piorou; a respiratória melhorou um pouco, mas não sei se por causa do transplante ou se é por que cuido bem”. Vera Gattai, mãe de A.G., joga a toalha: “Mudar a história da doença, o transplante não mudou, não”.

Na avaliação da doutora Mayana Zatz, presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular, talvez em M.G.S, o transplante tenha acelerado a progressão da doença. Os demais, aparentemente, estão tendo evolução natural de Duchenne. Exame neurológico feito por determinação judicial em T.M., no final de 2000, confirma. O neuropediatra e perito Jorge Humberto Barbato Filho, de Santa Catarina, não constatou qualquer melhora no agora rapaz de 20 anos. Em seu laudo afirma: eventuais melhorias atribuídas ao tratamento devem-se ao uso no pós-implante de drogas imunossupressoras e fisioterapia, que podem prolongar a vida dos pacientes. Ou seja, o transplante não aumenta nem melhora a qualidade de vida, e maltrata bastante a criança: as mais de 750 injeções aplicadas em várias áreas do corpo causam dor, inchaço, feridas, entre outras reações. Ainda desgasta emocionalmente, tanto pacientes, quanto familiares. “Prefiro ir a macumbeiro do que fazer de novo”, garante o pai de A.C., José Tadeu Cruz. Dona Hermínia Cordeiro também não repetiria o transplante: “É muito sofrimento para nada”. Já se tivesse condições financeiras, Elisete Moraes, mãe de L.T.F.M., tentaria mais uma vez: “Por desencargo de consciência a gente faz tudo, tudo mesmo”.

Por que é ineficaz

13.Jul.2002 |  Coração, diafragma e demais músculos do corpo humano precisam, para se contrair, da produção de certas proteínas. A distrofina é uma fundamental: funciona como moldura para as células musculares, mantendo-as íntegras. Sua ausência, devido a problema genético, é a causa da distrofia muscular de Duchenne. Essa descoberta levou pesquisadores a testar o transplante de mioblastos. A exemplo do que acontece num gramado, esperava-se que, injetados em músculos doentes, os mioblastos iriam sobreviver, enraizar e espalhar-se pelo corpo, produzindo distrofina em quantidade suficiente. Nada disso, porém, aconteceu. Além de rejeição imunológica, o método não melhorou a força muscular e sequer o processo de degeneração do músculo foi diminuído. Quatro prestigiosos grupos de pesquisadores americanos e canadenses provaram a ineficácia do método. Entre eles, o liderado pelo professor George Karpati, do Instituto de Neurologia da Universidade de Montreal, Canadá: “O método é ineficiente em quaisquer mãos”, garante.

Incluem-se aí, claro, as do fisiologista chinês radicado nos EUA Peter K. Law. “Ele nunca apresentou resultados de longo prazo; apenas com 30 dias”, questiona o neurologista Acary Bulle de Oliveira, chefe do serviço de Doenças Neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp.

Além disso, o fisiologista recusa-se a debater e a oferecer à comunidade científica para estudos biópsias dos músculos de seus pacientes. Também não menciona em publicações nem em seu site que vários portadores de Duchenne transplantados já morreram. “Até hoje não sabemos se o tratamento influenciou a idade da morte ou a maneira pela qual morreram”, preocupa-se o professor Terence A. Partridge, chefe do grupo de Biologia Celular do Músculo do Imperial College School of Medicine, em Londres, Inglaterra. A inquietação procede, até porque Law não relatou à Food and Drug Administration (FDA) efeitos colaterais apresentados pelos pacientes ao tratamento, tais como: náusea, vômito, inchaço de glândulas parótidas, têmporas, pálpebras e pernas, feridas no local das injeções, febre, dor de garganta, aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.

Como explicar então o alegado sucesso do método? Uma das hipóteses é o diagnóstico inadequado. Uma infração detectada em um dos seus estudos pela FDA dá margem a essa suspeita: pacientes foram incluídos em pesquisas sem que os diagnósticos estivessem confirmados. Por isso, Victor Dubowitz, chefe da Unidade Neuromuscular do Imperial College School of Medicine, em Londres, insiste: “No momento, não há qualquer evidência que nos autorize a aplicar o método em pacientes com Duchenne ou qualquer outra forma de distrofia muscular”.

Chegar aos 30 anos já é possível

13.Jul.2002 |  A distrofia muscular de Duchenne compromete o diafragama (músculo fundamental à respiração localizado logo abaixo do osso esterno, no centro do tórax), e, ao redor dos 15, 16 anos, o jovem perde a capacidade de puxar ar para dentro dos pulmões. Resultado: oxigenação deficiente do organismo, dias e até semanas sem uma noite de sono, sobrecarga do coração, infecções respiratórias freqüentes e óbito. Mas esse quadro felizmente está mudando graças à ventilação assistida com o bipap. “Pela primeira vez temos um grande avanço”, informa a geneticista Mayana Zatz, presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular, Abdim.

O portador de Duchenne tem pulmões normais, e – atenção ! -- receber oxigênio puro pode ser fatal. A sua dificuldade respiratória deve-se à fraqueza do diafragma. Daí a grande importância do bipap. Semelhante à máscara de inalação, o aparelho leva ar para os pulmões, o que melhora a oxigenação e diminui a sobrecarga cardíaca. “Introduzido no momento certo, prolonga a vida e sua qualidade”, ressalta a médica Ana Lúcia Langer, uma das diretoras da Abdim.

Trocando em miúdos: aumenta a sobrevida 10 anos, no mínimo, reduzindo drasticamente as infecções respiratórias (principal causa de óbito) e as hospitalizações. Por isso, a Abdim batalha para garantir o acesso gratuito dos portadores de Duchenne ao equipamento. Em setembro de 2001 ganhou o primeiro round: o Ministério da Saúde aprovou portaria assegurando esse direito. Agora trava o segundo: fazer com que saia do papel.

O uso do aparelho não significa, segundo médicos sérios, abrir mão das seguintes medidas que ajudam a aliviar os sintomas dos portadores de Duchenne:

- Fisioterapia – deve ser constante, e iniciada o mais cedo possível.

- Corticoterapia – na maioria dos casos, os corticosteróides por via oral diminuem a velocidade de progressão da doença. Conseqüentemente, permitem que a criança ande por mais tempo. Entretanto, como tem efeitos colaterais, sua administração deve ser muito controlada.

- Cirurgia para correção dos tendões, principalmente de membros inferiores – visa a diminuir a imobilidade que a retração acarreta. Afinal, à medida que os músculos se atrofiam, há retração correspondente dos tendões e tendões retraídos deformam as articulações. Rotina na Europa e nos EUA, essa cirurgia já está sendo realizada aqui, segundo a neurologista e professora Umbertina Conti Reed, chefe do Ambulatório de Distrofia Muscular do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Ela possibilita maior participação social da crianças”, explica.

Apos ler este texto, podemos concluir que se o Dr. Euclydes Marques acaba de escrever um livro, é sinal de que todas as barbaridades foram esquecidas nao é mesmo?