Desembargadores comprados

Desembargadores comprados

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Restos mortais no lixo?

Voce tambem é daqueles que acha que depois da morte o corpo deve ser usado para qualquer coisa?

Muito bem! Admiro sua atitude. Seria muito bom que todos pensassem assim e principalmente respeitassem os doadores, seja de orgaos, sangue e até cadaveres, doados para universidades.

Na pratica, nao é bem assim. Familiares de doadores de orgaos sao desprezados apos os transplantes. Nao recebem nenhuma ajuda psicologica e muitas vezes nao conseguem sequer alguem para desabafar. Sao esquecidos completamente. Sao importantes naqueles 15 minutos em que sao abordados para serem convencidos de que é preciso salvar outras vidas.

A Folha de S.Paulo, mostrou hoje que nem so os doadores de orgaos sao despreziveis.

Universidades de medicina precisam de corpos para estudos. Muitas familias nao se importam em doar tais corpos, acreditando estar ajudando na formaçao de novos profissionais. O que nao esperam é depois saber que os mesmos corpos, sem qualquer respeito sao jogados em valas sem identificaçao como se fossem sacos de merda.


O que a reportagem nao disse, mas vou dizer agora, é o obvio:

Como uma universidade enterra cadaveres no quintal sem nenhuma documentaçao? Pela legislaçao, todo e qualquer cadaver precisa ser documentado e informado as autoridades competentes sobre sua sepultura. E por que uma Universidade nao cumpriria estes protocolos?

A resposta é simples. Os cadaveres foram obtidos ilegalmente, de procedencia duvidosa, e muitas vezes comprados a margem da lei. As denuncias de vendas de cadaveres sao inumeras e como sempre, nunca ninguem é processado, julgado ou condenado por isso. Parece que na medicina os fins justificam os meios, sempre!

A Universidade em questao, deveria neste momento, exibir dados que identificassem os corpos e principalmente os seus familiares. Mas isto, a imprensa sequer preocupou-se em perguntar. 

Nao resta duvida que estes cadaveres possuem procedencia ilegal. 
Mas quem se importa?

A materia ja foi rapidamente retirada das primeiras paginas dos jornais on-line.
A mafia nao brinca em serviço nao é mesmo?

Voce deve estar perguntando, que mafia? E eu explico.
Para tanto, vamos voltar no tempo e ler esta reportagem da Folha de S.Paulo cujjo link é este que esta aqui. A reportagem é de 05/12/2001 e faço questao de reproduzir a materia neste blog.


Polícia investiga venda de cadáver à universidade de SP por R$ 5 mil
da Folha Online
O Centro Universitário São Camilo comprou um cadáver do IML (Instituto Médico Legal) de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, segundo a Delegacia Seccional da cidade. A universidade teria pago R$ 5 mil pelo corpo.
O médico-legista Antônio Aurélio Monteiro, ex-diretor do IML de Franco da Rocha, foi indiciado pela Polícia Civil no dia 9 de novembro por desvio ilegal de órgãos e cadáveres de pelo menos 13 pessoas.
Ele é acusado também de emitir e assinar ofícios, sem nenhum valor jurídico, para tentar legalizar a subtração de corpos do IML.
A polícia já apreendeu cinco cadáveres em duas faculdades _uma em São João da Boa Vista (interior de SP) e outra em Itajubá (MG). Após a exumação dos corpos, a polícia descobriu que o legista retirou total ou parcialmente órgãos dos corpos.
O ex-diretor do IML afirmou que estabeleceu convênios com faculdades para exames anatomopatológicos nos órgãos.
Ele nega todas as acusações.


Muito bem! Vamos as explicaçoes. Foram muitas as reportagens sobre o assunto. Atualmente parece que desapareceram da rede.

A Universidade Sao Camilo, ficou comprovado, comprava cadaveres ilegalmente para seus estudantes de medicina. O medico legista Antonio Aurelio de Carvalho Monteiro, era o diretor do IML de Franco da Rocha, nomeado pelo governador de Sao Paulo Geraldo Alckmin. Até entao, a nomeaçao seria uma coisa banal nao é mesmo?

Seria nao fosse o fato de que Antonio Aurelio ja respondia pelo homicidio de doadores de orgaos em Taubate. Sim! Ele era um dos 4 medicos acusados de terem assassinados doadores para vender seus rins. O caso de Taubate foi julgado no ano passado e 3 medicos foram condenados a 17 anos de prisao. Menos Antonio Aurelio que faleceu poucos meses antes do julgamento, vitima de cancer no pancreas. Vale ainda ressaltar que os medicos condenados estao trabalhando normalmente, com o apoio do CFM e nao estao presos!

O governador Alckmin, nomeu Antonio Aurelio sabendo que o mesmo ja tinha antecedentes de venda de orgaos e homicidio. E me parece que ele nao foi nomeado diretor em vao. O IML de Franco da Rocha comercializava partes humanas ilegalmente sem qualquer preocupaçao e faturava alto!! Um cadaver podia custar entre 5 mil a 15 mil.

A Universidade Sao Marcos, onde foram encontrados os cadavares enterrados no seu jardim, tambem era cliente de Antonio Aurelio! Dai a reposta para que tais restos tenham sido encontrados ali. Mas o que tambem esta claro é que estes cadavares nao pertencem ao periodo de 2001 (epoca da reportagem). Isto significa dizer que o comercio continuou por longos 12 anos, sem qualquer problema! E pior... O comercio continua!

Em 2001, a Folha de S.Paulo nao relacionou Antonio Aurelio com o caso de Taubate. Estranho?

O nome do medico chegou a ser substituido. Divulgaram o nome de Antônio Aurélio de Carvalho Moreira sendo que o medico chamava-se Antonio Aurelio de Carvalho Monteiro. Desta forma, ao procurar pelo Google por exemplo, o caso de Taubate nao aparecia nos resultados de pesquisa pelo nome.

Esta é a mafia de qual tenho falado. E ela pertence a um partido politico. Esta claro?!



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