A foto é de Marcela de Jesus Ferreira. Ela viveu 1 ano e 8 meses de vida. Mas a vida dela poderia ter sido mais curta graças ao voraz mercado de transplantes que nao perde tempo em conseguir doadores.
Graça a uma resoluçao do Conselho Federal de Medicina, era possivel a utilizaçao de orgaos de anencefalos para transplantes. Sem mesmo uma analise previa da servidao destes orgaos, medicos especialistas tinham como meta obter os orgaos destas crianças. Porem, a natureza sabia como sempre, permitiu concluir que os transplantes de orgaos desta natureza sao ineficazes. Com isso, o Conselho Federal de Medicina decidiu revogar a resoluçao. A decisao foi tomada na reuniao plenaria do Conselho realizada em junho e foi expressa na forma da nova resoluçao 1.949/2010.
Volta a decidir pela vida dos anencefalos quem de fato tem poder para isso: a natureza.
Como argumento no passado para obter tais orgaos, foi mencionado que a mae teria o direito de interromper uma gravidez cujo o "fruto" praticamente estaria morto. Marcela acima provou que sao muitos os anencefalos que sobrevivem um grande tempo ao problema. O conselho federal de medicina teria o direito de discutir a qualidade de vida destas crianças, mas decidir por retirar os orgaos, jamais. Mas num pais cujo comercio de orgaos esta a todo vapor com o apoio de autoridades e entidades como Ministerio Publico e Conselho Nacional de Justiça, fica facil impor tais determinaçoes.
Ainda vale ressaltar que o argumento de que a mae muitas vezes nao deseja levar uma gravidez como esta adiante, era completamente enganador pois a gravidez de um doador anencefalo deveria - para tais fins - completar os 9 meses.
Agora a ultima palavra:
Para o 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital, com essa decisão o CFM adequa seu conjunto de normas às experiências obtidas e a parâmetros de caráter técnico-científico mais rigorosos, mais coerentes com os aspectos éticos e jurídicos.
Entenderam? Para criar a resoluçao que permitia o uso de anencefalos para transplantes, nao foi considerado nenhum estudo cientifico que validasse esta possibilidade. Apenas levaram em conta a fila de transplante, e o lucro obtido com tais cirurgias. Vale repetir. Depois das experiencias frustradas, o CFM diz que esta adequando "seu conjunto de normas às experiencias obtidas e a parametros de carater tecnico-cientifico mais rigorosos, mais coerentes com os aspectos éticos e juridicos"
Resumindo as palavras do CFM é o seguinte: Deu merda! vamos voltar a respeitar a lei e a ética (escassa ja nesta altura do campeonato). Vamos procurar outras fontes!
Nenhum comentário:
Postar um comentário