Ha muito tempo estou para escrever este texto, mas com frequencia me sinto cansado de sempre ter que escrever a mesma coisa. Mas parece que nao adianta e pelo meu filho escrevo milhoes de vezes se necessario for.
O nome de hoje é Andrea Miramontes. Vou mostrar como se faz uma reportagem distorcida. Trata-se de uma reportagem feita por Andrea Miramontes e publicada na Folha Universal, cujo titulo era "A sangue frio" (clique no titulo para ler). A reportagem, a exemplo de tantas outras, segue a linha padrao quando o assunto é o caso Paulinho: transformar um relato em algo totalmente diferente da realidade. Eles entram em contato, pedem informaçoes e depois, montam a sua propria historia. Bons tempos eram aqueles onde uma reportagem narrava uma historia. Hoje, os neo reporteres captam informaçoes e depois criam historias visando premios ou outros interesses mais mesquinhos. Afinal, uma historia como a do Paulinho é inacabada. Nao teve e nao tera um fim, pois nao interessa ao governo, a mafia e as autoridades envolvidas, levar a cabo. E a historia com final feliz, nao cabe aqui. Nao vence premios. Logo, um final inventado é tudo o que precisam.
A materia cita varias coisas interessantes ate esbarrar num primerio equivoco. Trata-se do trecho:
Alguns desses relatos, que mais parecem filme de terror, foram parar na CPI do Tráfico de Órgãos, realizada em 2004 e encerrada com um relatório de 244 páginas. Até agora, muitas das denúncias estão engavetadas por falta de provas.
Isto é apenas um pequeno sinal do que viria pela frente. Fica claro que a reporter sequer leu o relatorio final de 244 paginas. La estao descritos todos os procedimentos que caracterizam um crime e as provas estao disponiveis na secretaria da CPI. Até porque, se nao existem provas, o Ministerio Publico Federal precisa explicar porque denunciou 4 medicos pelo homicidio de Paulinho e a justiça precisa explicar porque aceitou a denuncia. Ou sera que o Ministerio Publico Federal e ajustiça fizeram tudo isso sem provas?
Alias, a informaçao de que os medicos respondem pelo homicidio do meu filho e que alguns foram ouvidos pela CPI - "fato irrelevante" - sequer foi mencionado na reportagem. Nota-se que a reporter tinha a nitida intençao de desvirtuar os fatos.
Finalmente Andrea entra de sola:
Um dos casos investigados na CPI foi o do gerente de sistemas Paulo Pavesi, de 42 anos. Hoje ele vive asilado na Itália, por medo de ameaças feitas depois que tentou provar que a morte do filho, de 10 anos, foi criminosa. De acordo com ele, os órgãos de Paulo Veronesi Pavesi, o Paulinho, foram retirados com o menino ainda vivo. O pai conta que em abril de 2000 o garoto caiu de uma altura de 10 metros e foi levado consciente a um hospital em Poços de Caldas (MG). Já internado, o estado de saúde do filho piorou e ele morreu. Segundo Pavesi, logo após a notícia algumas pessoas pediram que ele autorizasse a doação. “Estava em choque e pensei em ajudar. Não poderia imaginar o esquema de venda de órgãos”, relata. Ele desconfiou que algo estava errado meses depois, quando recebeu uma cobrança pela retirada dos órgãos. “Descobri que os órgãos tinham ido para uma central ilegal. Vi irregularidades no prontuário do meu filho, como o tipo de anestesia que ele tomou para que os órgãos fossem retirados, ao que tudo indica, com ele vivo”, diz.
O processo foi engavetado por falta de provas e Pavesi foi condenado por calúnia e difamação contra um dos médicos do hospital. Ele diz ter sido perseguido desde então. “Vim para a Itália porque denunciei um grupo mafioso de tráfico de órgãos que matou meu filho. Entrei aqui sem conhecer ninguém e trouxe documentos que comprovam minha denúncia. Depois de 2 horas de audiência numa corte, me concederam o asilo”, descreve em sua página na internet.
Vale a pena conferir o requerimento da instalaçao desta CPI:
Requer a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, com a finalidade de investigar a atuação de organizações criminosas atuantes no tráfico de órgãos humanos (documentos em anexo). No Brasil, em diversas regiões, encontramos fatos comprovados do tráfico ilegal de órgão, como por exemplo, na cidade de Poços de Caldas-MG, ocorrido em Abril de 2000, que resultou na morte de uma criança chamada Paulo Veroni Pavesi. Na cidade de Taubaté-SP, encontramos denúncias efetivadas por um médico, o Sr. Roosevelt Kalume, denunciando o tráfico realizado por seus colegas de profissão no Hospital Universitário, em Franco da Rocha –SP vários corpos foram exumados por ordem do Delegado Marco Antonio Dario, que constatou a retirada ilegal dos órgãos. São dezenas de denúncias, com envolvimento de políticos, de médicos e de instituições.Andrea insiste em dizer que o processo foi engavetado por falta de provas e que fui condenado por calunia e difamaçao contra um dos médicos do hospital. O processo foi engavetado porque o Ministerio Publico Federal quis assim, e nao por nao haver provas. O relatorio da CPI pede novas investigaçoes pela policia federal que sequer foram realizadas. Para engavetar, o Procurador Geral da Republica usou um artigo na constituiçao que fala sobre a autonomia da instituiçao. Algo como "faço o que eu quiser, e como quiser, e ninguem tem nada a ver com isso".
Quanto a minha condenaçao, de fato existe. Uma condenaçao CIVEL para indenizar o anestesista Sergio Poli que foi o responsavel por administrar anestesia geral em um cadaver, para a que ele nao sentisse a dor da retirada de orgaos. Ora, Sergio Poli negou ter administrado tal anestesico, mas na CPI foi desmentido publicamente. Tal fato pode ser lido clicando aqui. Vale lembrar que foram movidos mais de 7 processos criminais contra mim e que venci todos. Em alguns, o juiz reconhece como verdadeira as minhas denuncias e pede a açao do ministerio publico que inexplicavelmente calou-se novamente. Tudo esta documentado.
Outro fato importante e que comprova a perseguiçao, é que a condenaçao aconteceu em um Forum de Poços de Caldas, onde a mafia domina completamente. Todos os outros processos movidos em outras regioes, eu venci. E foi para Poços de Caldas que levaram o processo de homicidio do meu filho, para julgarem la. Eu e minha familia fomos proibidos de depor no processo desde o inicio. Mas isso, a Andrea nao mencionou. Deixou passar a impressao que tudo foi uma grande mentira culminando em minha condenaçao.
Simples!
Ahhh... como eu amo a Italia. Aqui a verdade tem so um peso e uma medida.
Nao sei qual a razao para a Andrea Miramontes deu este sentido ao texto. Mas quem quer saber a verdade, basta pesquisar. Tenho a disposiçao todos os documentos no blog e posso responder as mais diversas perguntas que fizerem sem qualquer problema. Ainda bem que a materia foi publicada na Folha Universal do Reino de Deus. Ja imaginou se fosse do reino do capeta?
Espero que Andrea conquiste algum premio ou promoçao com a versao dado ao fato. Ela merece!
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