Desembargadores comprados

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terça-feira, 2 de abril de 2013

Des Observatorio da Imprensa - Cuidado com o que voce le.

Tem um certo poder no Brasil que é preocupante. Nao sao as instituiçoes corruptas pois estas ja fazem parte da cultura brasileira. A corrupçao, todos sabem, esta no DNA e abastece milhares de contas bancarias. O que preocupa é um outro poder. 

Ao longo dos anos, a imprensa produziu uma serie de jornalistas celebridades. Com a abertura politica e a tal democracia, nasceu o vale tudo. Neste vale tudo estao hoje estes jornalistas que utilizam seus nomes para dar força a uma historia que nem sempre é verdadeira. Muitas vezes utilizam o proprio nome para desqualificar uma verdade.

Este é o caso de Marcelo Rezende por exemplo. Em um programa da Rede Tv em que eu estava participando, ele entrou e disse que investigou trafico de orgaos durante anos e nunca encontrou nada. Sua fala foi reproduzida pelos transplantistas que diziam: "Vejam que foi o Marcele Rezende quem disse!". Ou seja, tinha um peso qualquer. Eu nao precisei de muitos anos para descobrir a mafia que Rezende nao encontrou, e nem sou jornalista. 

Alguns sites tem se empenhado nisso. Hoje vou falar sobre o site Observatorio da Imprensa. O slogan é perfeito: "Voce nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito". E nao vai mesmo. A ideia do Observatorio e desqualificar o que a imprensa (que ja nao publica fatos polemicos) oferece ao publico diariamente. 

Em 2001, o Observatorio da Imprensa cedeu espaço ao renomado (eheheheh) Luis Nassif. O texto publicado era "Os crimes do sensacionalismo". O texto dizia que os medicos que mataram Paulinho estavam sendo injustiçados pela Rede Globo, pois tudo nao passava de um grande equivoco. O texto foi publicado tambem na Folha de S.Paulo, na coluna de economia de Nassif. Sim! Eles utilizam todos os espaços que tem acesso para isso. Uma coluna de economia nao deveria falar no assassinato de uma criança, mas pagando bem...

O texto ficou tao famoso na internet que Nassif resolveu publica-lo em livro! Em seu blog, Nassif (que nasceu em Poços de Caldas onde os crimes foram cometidos), orientava seus leitores a "nao embarcarem nessa". O caso Paulinho era papo furado, garantia o jornalista. "Eu mesmo conheço os medicos." ressaltava o renomado.

Na verdade tratava-se de uma mafia cuja condenaçao so saiu agora em 2013, e que esta trabalhando para que mais uma vez tudo seja anulado. Mais de 8 pacientes foram assassinados. O administador do hospital onde os crimes aconteciam foi assassinado a tiros. Nassif, com o texto defendendo a mafia, eternizado em seu livro, vai entrar para a historia como observador da imprensa.

Pouco tempo depois da condenaçao, enviei um email ao Observatorio da Imprensa, questionando a qualidade deste "observatorio". A resposta foi que eles nao se responabilizam pelo que os outros escrevem. Hummm... deixa eu ver se entendo. A Folha de S.Paulo, o Estado, a Revista Veja e todos os outros meios sao responsaveis pelo que seus jornalistas ou colaboradores publicam. Mas o Observatorio da Imprensa que diz ser o controlodar da verdade, nao é responsavel por nada do que é publicado ali!!! Fica facil nao é mesmo?

Hoje, eles voltaram a cometer o mesmo erro. Estao defendendo a medica Virginia Soares. Estao dizendo que as instituiçoes e a imprensa levam as pessoas a cometer erros de julgamento. Como se cada brasileiro fosse um anencefalo e precisasse do Observatorio da Imprensa para ter uma opiniao. Este é o primeiro passo para se criar uma ditadura.

E advinhem qual o argumento utilizado???

SIM! A ESCOLA DE BASE!! Ja escrevi sobre isso. Agora no Brasil é regra. Bandido precisa ser inocentado? Basta alegar que é mais um caso de escola de base!! 

Leia este trecho:
Impressiona como governo, polícia e Ministério Público conseguem levar a mídia para onde desejam. E ela vai com uma docilidade de fazer inveja à mais mansa das ovelhas. Presenciamos com maior clareza esse fenômeno dos tempos modernos na cobertura do caso do Hospital Evangélico, de Curitiba (PR), onde a médica responsável pela Unidade de Terapia Intensiva, Virgínia Helena Soares, é acusada de ter abreviado a morte de algumas dezenas (o número aumenta ou diminui de acordo com a conveniência de polícia, MP e governo) de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde e assim aberto vagas para outros, assistidos pelos convênios que remuneram melhor os hospitais. A cada dia que passa o caso do Evangélico se parece mais com aquele outro, da Escola Base, em 1994, São Paulo, onde pessoas inocentes tiveram suas vidas-cidadãs praticamente destruídas pela mídia, que embarcou na versão da polícia baseada na declaração de crianças de que haviam sofrido abusos sexuais.
Acho que deveriamos cancelar os inqueritos e processos e deixar o Observatorio da Imprensa julgar. Eles funcionam como os donos da verdade, nao importando o conteudo dos processos. Eles julgam o que sai na imprensa e taxam tudo como escola de base (quando interessa obviamente).

A profundidade do texto é assustadora para quem quer sentenciar uma inocencia.
O caso tem complexidade porque o fenômeno da morte em UTIs é um assunto complicado. Com a ampliação da oferta de órgãos para transplante no Brasil, foi necessária a edição de leis severas que obrigam os hospitais e clínicas a demonstrar, com exames e evidências comprobatórias, que o doador sofreu de fato “morte encefálica” ainda que continue a respirar, ligado ou não aos aparelhos.
A ocorrência da morte encefálica, algo que pode ser identificado por médicos intensivistas, na prática significa que a pessoa não terá nenhuma chance de sobrevida. Terá vida vegetativa, se coração e pulmões continuarem em funcionamento. Nesses casos, foi totalmente destruído o que a Medicina chama de “complexo humano”.
Vamos la!!! 

Este papo de lei rigida e severa é de uma idiotice sem tamanhos. Toda lei é rigida! A lei diz que nao é permitido cometer homicidio e atualmente no Brasil, 50 mil pessoas sao assassinadas todos os anos. A lei impede homicidios? NAO!  Logo esta historia de que nao ha trafico de orgaos ou mortes em UTIs porque a lei a rigida é pura LENDA URBANA. Uma lei nao muda uma situaçao. Ela, no maximo, pune um infrator!

Segundo a lei de transplantes citada pelo autor do texto, a morte encefalica tem de ser obrigatoriamente identificada por um neurologista e nao por um intensivista. O Intensivista pode até identificar uma morte encefalica, mas nao é ele a dar a ultima palavra. Como podemos ver, o autor nao sabe do que esta falando para defender quem esta matando.

O autor DIRCEU MARTINS, nao se satisfaz facilmente e continua. Ele elenca alguns procedimentos que, segundo ele, inocenta a dra. Virgina. Vejamos:

1. Uma paciente internada na UTI do Evangélico em dezembro de 2012 acusa a médica Virgínia Helena Soares de tentar matá-la, desligando-a do respiradouro. Voltou a ser ligada ao aparelho pela “compaixão” de uma das enfermeiras. A mídia não mostra que ligar e desligar os aparelhos de pacientes é uma atividade de rotina nas UTIs. Existe até um nome para o procedimento: “desmame”. Os médicos precisam testar com frequência a capacidade dos pacientes em respirar sem os aparelhos.

Verdade! Isto é uma pratica de UTI. Mas o medico que desliga os aparelhos, nao pode se afastar do paciente. Ele precisa monitorar a situaçao e se for o caso religa-lo para que nao haja comprometimento das funçoes neurologicas devido a falta de oxigenio. Isto nao se aplica no caso de Curitiba. A medica desligava os aparelhos e deixava a sala, fato confirmado pelo autor que assinala que uma enfermeira chegou a religar um aparelho por "compaixao". Seria o mesmo que um medico abrir um paciente e deixar o centro cirurgico. Afinal, abrir pacientes durante cirurgias é normal nao é mesmo?

2. Enfermeiros denunciam a médica Virgínia Helena de mandar ministrar a determinados pacientes certas drogas que, a depender da dosagem e da combinação entre elas, pode abreviar a vida dos pacientes. A mídia fica no jogo de versões. Não ouve intensivistas de outras UTIs para saber se essa prática é ou não usual, como afirma a própria Virgínia Helena Soares. Existem também bioquímicos e farmacologistas que poderiam ratificar ou negar essas versões.

Mentira! Na reportagem do Fantastico, um intensivista de Curitiba foi ouvido e confirmou esta possibilidade. Mas o autor poderia se oferecer para que fizessem um teste com ele. Poderiam aplicar o medicamento e verificar se ele mata mesmo ou nao? Que tal?

Este autor nao é bobo! Ele quer envolver outros medicos no assunto pois sabe que o corporativismo tao conhecido na medicina brasileira, defenderia a dra. Virginia até as ultimas consequencias. Tanto que o CFM e CRM até agora nao se manifestaram e se o fizeram, tenho certeza, foram favoraveis a medica.

3. Fontes anônimas falam do “péssimo” relacionamento de Virgínia e sua equipe. Acusam-na de “espancar” funcionários. E recomendam aos jornalistas pesquisar no tribunal do trabalho de Curitiba para observar a “incrível” quantidade de ações trabalhistas contra o Hospital Evangélico devido ao relacionamento conflituoso entre Virgínia e seus funcionários. A mídia publica tais informações sem pesquisar se o Evangélico sofre mesmo essa sobrecarga de ações trabalhistas em comparação com outros hospitais da cidade do mesmo porte. Não pesquisa na polícia civil para saber se ao menos um desses “espancamentos” resultou em processo, se houve exame de corpo de delito. O destino de denúncias de maus tratos no trabalho não é a Justiça do Trabalho, e sim, a delegacia de polícia mais próxima.
Espancar funcionarios? Nao seria impossivel. Ha muitas pessoas que sofrem abuso no trabalho e nao denunciam para nao perder o emprego. Isto é fato. Ao mesmo tempo, isto nao inocenta a medica dos crimes que praticou.

Ahahahahah.... So mesmo rindo! As fontes anonomias foram ouvidas pela justiça, logo nao sao mais anonimas. Sao anonimas para o publico, mas nao para a justiça. O autor quer que sejam divulgados nomes e endereços das testemunhas? Para qual finalidade? Intimida-las? 

Quanto aos espancamentos, o autor nao achou nenhuma denuncia na policia? Talvez porque os espancados sejam os pacientes e tenham morrido. Muito provavelmente os espancamentos nao eram feitos diante de familiares. Se fossem, certamente os espancamentos seriam levados ao conhecimento das autoridades. Numa sala de UTI um medico pode fazer o que bem entende com um paciente longe dos olhos de todos. A familia nao faz ideia do que se passa ali. Na hora da visita, parece um paraiso. Os medicos fazem carinho, mostram cuidado com o paciente. Quando a luz se apaga, alguns dizem "Eu vou com ele para liberar vagas". 

Nao precisa ir muito longe nao é mesmo? 

Roger Abdelmassih abusava de suas clientes em seu consultorio. Ele sabia que por ser renomado, qualquer denuncia contra ele seria ridicularizada, como de fato foi. Uma de suas pacienets denunciou os abusos no CRM e a denuncia foi ignorada. Somente alguns anos depois o caso veio a tona com uma denuncia que ganhou espaço na midia, e tantas outras pacientes resolveram tambem denunciar. Mas para o autor deve ser tambem outro caso de escola de base.

Eugenio Chipkevitch abusava sexualmente de seus pacientes menores de idade e filmava!!! Todos eram sedados para nao perceber o que Eugenio fazia. E nenhum dos adolescentes foi a policia, sabe por que? Eles nao faziam ideia de que estavam sendo abusados. Tambem é outro caso de escola de base?

Ha outros dois topicos mas que nao desejo perder tempo. Sao tao absurdos quanto o proprio crime cometido ali. 

O autor esta convencido que ha um exercito de pessoas que desejam acabar com o hospital evangelico e condenar uma medica inocente por.... por... por que mesmo? Por que mesmo alguem faria isto? Por que um exercito de pessoas ruins querem destruir um hospital e uma medica? O que o exercito vai ganhar com isso?

Segundo o autor: "O objetivo que muito provavelmente move os personagens desse caso é a construção artificial de crimes e delitos"

Claro!! Porque existem pessoas ruins que adoram destruir a vida dos outros por nada. Por lazer. Por diversao. E estas pessoas sao tao ruins que escolhem instituiçoes e pessoas inocentes. Algumas fazem isto so para ver o nome no jornal ou na tv. Fabricam fatos, auditorias, investigaçoes, enganam a Policia, o Ministerio Publico, Juizes, e ainda instigam os familiares das vitimas a acreditarem em tudo. Lembra um bilhete de um dos pacientes implorando para tira-lo dali? Tudo falso!!! Tudo produzido para condenar inocentes. 

Que saudades da epoca do regime militar!!


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