Adailton Ramos do Nascimento, o escudeiro de Mosconi, vai depor amanha

O caso Paulinho foi todo investigado na esfera federal, pois trata-se de um caso envolvendo transplantes de orgaos (ou melhor dizendo, trafico de orgaos). Na epoca, o caso foi conduzido pelo procurador federal Adailton Ramos do Nascimento. 

Apesar dos indiciamentos da policia federal apontarem para os medicos da equipe de transplantes, entre eles, um socio do deputado Mosconi, Adailton denunciou apenas os medicos do atendimento de emergencia. 

Durante anos, tentei obter uma explicaçao para a troca, mas Adailton tem autonomia para fazer o que bem quiser sem ter de dar explicaçoes a ninguem. Foram anos em silencio total. Ou melhor, quase em silencio total. Em 2002 Adailton e mais 7 procuradores entraram na justiça federal me acusando de injuria, calunia, difamaçao e coersao no decorrer do processo. Sim, exigir respostas para a troca, foi considerado coerçao.

Em 2007, a justiça federal me absolveu reconhecendo ser estranho a troca dos nomes, mas Adailton continuou sob o manto da poder publico ignorando os fatos do caso Paulinho. Adailton nao poderia voltar atras nao é mesmo? A arrogancia de quem tem tanto poderes nas maos, nao permite que uma situaçao seja reavaliada. Assim como eu, qualquer um que questionasse, poderia ser processado pelo magnanimo procurador.

Adailton venceu a batalha! Eu precisei me refugiar em outro pais para que nao fosse acusado de ser debil mental, e trancafiado em um hospital psiquiatrico para sempre. Ele, ganhou o mais alto posto no Ministerio Publico Federal do Estado de Minas Gerais. Merecido, convenhamos, diante de tanto empenho.

No ano passado Adailton foi escalado para investigar as Denuncias de Marcos Valerio contra Lula no processo do mensalado. Uma reportagem da revista ISTO E' no entanto, revelou alguns detalhes:

Ainda que o estatuto do Ministério Público garanta autonomia plena a cada procurador, que não obedece a nenhuma hierarquia em seu trabalho, Santos Melo não estará sozinho em sua tarefa. Ele será acompanhado pelo Núcleo do Patrimônio Público e Social do Ministério Público Federal de Minas, composto por quatro procuradores. Um deles é Adailton Ramos do Nascimento, procurador-geral do Estado, que tem poderes para discutir os rumos da investigação e mesmo indicar procuradores para auxiliar no trabalho. Definido pelo deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) como um “homem ponderado,” Ramos do Nascimento já foi acusado de engavetar uma investigação sobre tráfico de órgãos, numa iniciativa que terminou por proteger um deputado tucano.

 

Carlos Mosconi e Marcus Pestana
em Lançamento de Campanha pro
doaçao de orgaos em MG.

Apos anos em silencio, Adailton esta de volta ao caso! E como nao poderia deixar de ser, sera testemunha de defesa dos medicos que participaram do assassinato de Paulinho, para fins de trafico de orgaos.

Mais uma vez, o Procurador tera a nobre missao de defender o socio de Mosconi com o mesmo empenho que tentou durante anos me jogar em uma prisao. 

Em 2004, pouco antes de se instalar a CPI em Brasilia para apurar o caso Paulinho, partiu do Ministerio Publico Federal diversos oficios a empresa onde eu trabalhava solicitando a quebra do meu sigilo eletronico. Tal pedido era completamente desnecessario, pois ao contrario da mafia, tudo o que eu escrevia nao era anonimo, como nao é até hoje, e era enviado com copia ao proprio Ministerio Publico Federal, e em especial, ao proprio Adailton. A ideia era fazer com que eu fosse demitido e quem sabe nao participasse da CPI em Brasilia. O procurador conseguiu seu objetivo em relaçao a demissao, mas eu me instalei em Brasilia o tempo necessario. O mesmo Ministerio Publico, escondeu da imprensa os outros assassinatos denunciados por eles mesmos. Muitos destes ja foram arquivados sob alegaçao de falta de provas. E faltavam provas mesmo! Nao existia por exemplo a comprovaçao da morte encefalica dos doadores de orgaos, essencial para a realizaçao de um transplante dentro da legalidade.

Nao ha em nenhum momento da investigaçao a quebra de sigilos de comunicaçao de qualquer um dos acusados. Medicos mataram o meu filho, e o procurador so estava preocupado com o que eu estava dizendo. Nao é interessante? Autonomia sem controle é isso: Tirania.

Nao me surpreendera se Adailton disser aos juizes, exibindo toneladas de e-mails meus acusando-o de corrputo, que toda a culpa do caso Paulinho foi minha e que os medicos sao as vitimas. Acho até que o procurador podera citar o caso de escola de base.

Maiores detalhes desta historia sem fim, estarao no meu livro.

Por enquanto, viva a PEC 37!