Apos 11 anos, as explicaçoes que eu tanto solicitei e nunca deram

A direita, Adailton Ramos do Nascimento faz
uma visita ao PSDB de Minas Gerais.

Dia 21 de agosto, o atual Procurador Geral Federal de Minas Gerais, sera ouvido no processo do Paulinho. Adailton Ramos do Nascimento foi o procurador que acompanhou o caso desde o começo e ignorou o indiciamento dos medicos que participaram da retira ilegal dos seus orgaos, denunciando medicos do Hospital Pedro Sanches. 

No total foram 8 casos de homicidio todos praticados na Santa Casa de Misericordia de Poços de Caldas. Porem, segundo Adailton, Paulinho teria sido a unica das vitimas a ser assassinado no Hospital Pedro Sanches, inocentando a equipe de transplantes.

Adailton Ramos do Nascimento atuou quase que como um padrinho da mafia. A bondade deste procurador é algo que impressiona. Ele poderia, por exemplo, ter deunciado o grupo por formaçao de quadrilha, mas entendeu que nao era necessario, embora o codigo penal seja bem explicito quanto ao tema. As provas nao faltaram.

Em 2002 Adailton decidiu me processar por injuria, calunia e difamaçao, quando o chamei de corrupto. Na açao estavam como autores 8 procuradores da republica. Adailton, Jose Jairo Gomes (procurador federal de republica) e Celio Jacinto dos Santos (delegado da policia federal) assinaram como testemunhas.

Nesta açao eu fui absolvido. A juiza Adriane Luisa Vieira Trindade, conclui assim o processo:

Nos termos do art. 40 do CPP, determino seja oficiado o Procurador Geral da República para apurar se houve alguma irregularidade no fato de que nem todos os médicos indiciados pela CPI do Tráfico de Órgãos foram denunciados pelo Ministério Público Federal, notadamente, Sérgio Poli Gaspar e Celso Roberto Frasson Scafi.

Alem desta sentença, as acusaçoes que fiz na epoca, e repito agora, demonstram que estao corretas. 

Esta sera a minha chance de ouvir pela primeira vez, o entendimento do procurador diante do fato do anestesista Sergio Poli ter classificado Paulinho como paciente com perspectiva de obito em 24 horas pouco antes de ministrar anestesia geral e pavulon, e tambem Celso Scafi ter descrito Paulinho como paciente Sem Morte Encefalica. Tais explicaçoes, embora exaustivamente solicitadas, nunca foram apresentadas. Adailton nunca precisou dar explicaçoes. Quem sabe agora?

Para quem nao sabe, confirmando o que venho dizendo ha anos, Adailton Ramos do Nascimento fara seu depoimento na condiçao de testemunha de defesa de Celso Roberto Frasson Scafi, socio de Carlos Mosconi, que tambem em depoimento disse que nao sabia de nada e nem conhecia ninguem.

Isto nao poderia ficar fora do livro!