Um blog financiado por Luis Nassif, resolveu destrinchar o caso Pavesi e mostrar que o verdadeiro monstro, esta do outro lado do balcao. As analises perfeitas deste sujeito, me deixam até constrangido em continuar com a minha luta, diante de tantos argumentos incontestaveis.
Voces ja ouviram falar das balas Van Melle recheadas de cocaina? O autor faz uma conexao destes assuntos muito interessante.
Vou reproduzir o texto na integra em branco e vou fazer meus comentarios em amarelo, como de costume. Preparem-se para a overdose de informaçoes que nunca, jamais, ninguem ousou levantar e que provam a inocencia de medicos injustamente acusados.
Caso Pavesi, médicos e monstros. Mas em qual lado do balcão?
O artigo de Luis Nassif, “A Justiça e os verdadeiramente poderosos”, de 09/03/2014, levou-me a meditar sobre o Caso Pavesi. Uma tragédia que a decisão da Justiça pode ajudar a minorar ou criar outros desgraçados.
Quanto isso é um risco inerente à justiça criminal, quanto esse risco é ampliado pelos holofotes midiáticos é o ponto de ligação entre estas minhas indagações e o texto do Nassif.
Das balas Van Melle com “cocaína” à “máfia de órgãos”.
Não é fácil ser pai. Há uns quinze ou vinte anos, meus filhos eram meninos, corria aqui por São Paulo um medo-pânico de que uma quadrilha sequestrava crianças desacompanhadas em shoppings e portas de escolas. Seria a tal quadrilha de tráfico de órgãos. A realidade não corroborava com esse medo, por exemplo, não havia casos de cadáveres de crianças encontrados com órgãos faltando. Mas o medo estava lá. Transplantes de órgãos exigem alta tecnologia, tanto para o transplante em si como para a retirada, transporte e conservação do órgão até o momento do transplante. O tempo é fator crucial. Só são feitos, portanto, por equipes muito especializadas de grandes hospitais. Exigem protocolos muito específicos de conduta ou o órgão será inutilizado. Ninguém anda por aí com uma córnea escondida na mochila como se fosse uma trouxinha de maconha. Tampouco engole um fígado embalado em um saco plástico para passar pela imigração tal qual é feito com cocaína em aeroportos internacionais. É próximo desse cenário que se encaixa o “Caso Pavesi”. Tragicamente aqui, não se trata de um boato.
Infelizmente a tecnologia contribui para desmentir o fato de que transplantes precisa de instalaçoes especializadas. Fosse isso, a Santa Casa de Poços de Caldas, jamais poderia ter realizado um transplante sequer, pois até mesmo alvara da vigilancia sanitaria nao existia. Vale lembrar que a suspensao dos transplantes se deu justamente por isso! Esta nos autos.
Diz o autor que o Caso Pavesi é proximo ao cenario das vans roubando crianças, das mochilas com corneas e pessoas que engolem figados para passar na imigraçao. Percebe-se logo de cara a tentativa deslavada em desvirtuar a historia. Paulinho nao foi vitima de sequestro para fins de trafico de orgaos. Ele foi vitima de medicos que matam pacientes nas UTIs, e que para a infelicidade dos autor, no Brasil, o assassinato de pacientes em UTIs é mais do que uma realidade. Basta ver o recente caso de Virginia Soares que dizimou mais de 300 pacientes em Santa Catarina. Ou sera que tambem tem a ver com as balas Van Melle?
O “Caso Pavesi”, nenhuma dúvida ou várias dúvidas?
Nele, em 2000, um menino acidentado é levado a Santa Casa de Poços de Caldas. Lá, para sua infelicidade, atuaria uma “máfia de tráfico de órgãos” composta pela equipe médica que o atendeu. A equipe teria simulado a morte encefálica do garoto e retirado seus órgãos. O pai percebendo que o filho teria sido, na prática, assassinado denunciou o crime, o Ministério Público entrou em cena e a máfia foi desbaratada, os médicos foram denunciados e irão agora a julgamento, inclusive o juiz do caso determinou que aguardassem julgamento presos em regime fechado.
Aqui o blogueiro demonstra que desconhece os fatos. Ele faz parte daquela torcida que inventa uma historia e tenta torna-la realidade, escondendo os fatos reais, documentados em processos. Mas como eu tenho bastante paciencia, estou aqui para colocar os pingos nos is. O menino acidentado, nao foi levado para a Santa Casa e sim para o Pedro Sanches. O pai (EU) nao percebeu nenhum assassinato. O que o pai percebeu foi a extorsao na conta do primeiro hospital (Pedro Sanches) e a denunciou. Alias, ficou comprovada a extorsao, com depoimentos dos proprios medicos. A extorsao existiu! O Pai (EU) sequer imaginou que algo pudesse estar errado com os transplantes. Tanto que providenciei placas de prata para homenagea-los. Foi o Ministerio Publico e o Ministerio da Saude que levantaram as informaçoes sobre os homicidios. Somente depois disso, passei a analisar os documentos e consegui provar que eles estavam certos.
Apesar da tragédia, a justiça está sendo feita.
Certo? Ou estaremos diante de um escabroso caso de aproveitamento midiático da tragédia, onde médicos honestos estão sofrendo há anos um linchamento moral e podem pagar com a sua liberdade por um clamoroso erro judicial?
Bom, neste ponto nao ha o que comentar. Ele revela o objetivo do texto que é inocentar assassinos. Os medicos estao sofrendo ha anos um linchamento moral. O pai? Nao! Ele esta na europa a passeio nao é mesmo?
Vejamos como foi noticiado o "Caso Pavesi" pelo O Estado de Minas em 07/02/2014:
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/02/07/interna_gerais,496140...
"Médicos condenados por retirar órgão de criança viva são presos no Sul de Minas".
"Foram presos na noite de quinta-feira dois médicos acusados de envolvimento em um esquema de tráfico de órgãos em Poços de Caldas, no Sul de Minas. Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes foram julgados no ano passado pela morte de Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, que caiu do prédio onde morava, em abril de 2000. Segundo o Ministério Público, o menino foi levado para o pronto atendimento da cidade e, além de passar por procedimentos médicos inadequados, teve os órgãos removidos para transplante por meio de um diagnóstico de morte cerebral forjado". A base para criminalização está contida nesta oração: "teve os órgãos removidos para transplante por meio de um diagnóstico de morte cerebral forjado". Isso porque os órgãos para transplante são retirados com o doador ainda "vivo", ou seja, respirando e com o coração batendo, mas tecnicamente morto - após a morte efetiva inicia-se o processo de necrose e os órgãos não podem mais ser utilizados, pelo pouco que sei. Pois bem, que autoridade atestou a falsidade dos exames que detectaram morte cerebral?
A informação que temos é "Segundo o Ministério Público...”.
"Segundo o Ministério Publico" não é informação nenhuma. Em que o Ministério Público se baseou para apresentar a denúncia, onde estão às referências aos protocolos e registros médicos, como a comunidade médica e universitária se posicionou sobre o ocorrido? Que fim foi dado aos órgãos retirados? Que hospital fez uso deles, era um hospital público ou particular, quem foi o receptor desses órgãos, qual a sua condição social?
Para responder a estas questoes, vou utilizar trechos da auditoria realizada for peritos medicos especializados do Ministerio da Saude. A auditoria foi a base para o INICIO das investigaçoes. Muitas coisas foram descobertas depois disso que sequer estao nas auditorias. A auditoria usou como base o prontuario de Paulinho e de outras vitimas, e nao manchetes de jornais. Vejamos o que eles disseram:- Os prontuários são precários, com dados insuficientes e mesmo com ausência de dados indispensáveis, como registro das avaliações médicas (evolução médica), descrição de cirurgia, resultados de exames e outros. Há incoerência de dados, inclusive entre os registros dos profissionais. No caso de PAULO VERONESI PAVESI, a análise foi realizada tendo como base as anotações da enfermagem, tal a precariedade dos registros médicos.
- Os documentos e prontuários são insuficientemente preenchidos, com freqüentes ausência de assinatura e dados e presença de rasuras. No caso de Paulo Pavesi, conforme se constata no atestado de óbito, não há registro da segunda avaliação clínica, faltando clareza quanto ao diagnóstico clínico de morte encefálica.
- No caso de transplante entre vivos não há protocolo no Ministério Público em atuação na área de residência do doador, necessário pela legislação. (art. 15 § 5 - Dec. 2268/97).
- Não houve solicitação de autorização do médico legista para a retirada dos órgãos em caso de morte não natural: No caso de Paulo Pavesi também não foi realizada a necropsia, conforme atestado de óbito e declaração da Diretora Clínica da Santa Casa de Misericórdia.
- Os documentos referentes à morte encefálica são arquivados fora do prontuário dos pacientes doadores contrariando a RES/CFM/1480/97.
- Não observou a sistemática obrigatória de comunicação/encaminhamento dos órgãos excedentes (no caso córneas) para Central de Minas Gerais, tendo as enviado para a entidade PARTICULAR (Instituto Penido Burnier) em Campinas (SP), no caso de Paulo Veronesi Pavesi.
- A notificação teria sido feita por funcionária da enfermagem - Elisa - e não por um médico assistente do caso. O aviso teria ocorrido às 13:00h de 20/04/2000, momento em que o coordenador já comparecia ao hospital, já havendo inclusive, conforme relatório, a concordância da família. OBSERVAÇÃO: Neste momento não havia sido realizado qualquer exame clínico que atestasse a morte encefálica do doador. Não há, no prontuário, qualquer anotação de comunicação médica do fato.
- Não foram localizadas as radiografias e a tomografia ou mesmo os laudos nos serviços consultados - Santa Casa, Casa de Saúde Pedro Sanches e Central de Captação -, um atribuindo ao outro a retirada.
- Não constam do prontuário do paciente o laudo radiológico evidenciando a não progressão do contraste nas artérias intracerebrais e o diagnóstico clínico de morte encefálica, estando apenas a anotação e descrição cirúrgica de retirada de múltiplos órgãos (rins) e uma amnese assim descrita "morte cerebral por trauma craniano, autorizada (?) Doação dos órgãos pela família"
Infelizmente esta auditoria foi censurada e a imprensa negou-se a divulga-la.
Outra coisa, nenhuma informação sobre as circunstâncias da queda do garoto.
Nenhuma informaçao sobre as circustancias da queda? Ele nao teve acesso aos autos? E as circustancias da queda inocentaria o que os medicos fizeram? Vejamos: Suponhamos que Paulinho tenha sido vitima de um empurrao ou qualquer coisa do genero. Esta documentado que ele chegou no Hospital vivo, falando e em Glasgow 10. O que muda as "circustancias" da queda, em relaçao ao atendimento? O blogueiro repete um mantra instalado pelos acusados, de que eu, como pai, sou o responsavel pela morte do meu filho. Segundo eles, eu deveria estar sendo julgado. Os medicos sao inocentes depois de terem administrado uma anestesia geral em uma criança excessivamente dopada, e retirado os orgaos quando ainda estava vivo conforme documentos escritos pelos proprios punhos dos assassinos. Mas eu sou responsavel por deixa-lo brincar na area de lazer do predio?? Qual a logica?
Aqui a prova tem de ser eminentemente técnica, até porque não é o caso de júri popular. Foi um juiz apreciando os autos quem deu a decisão.
http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/12/sentenca-de-medicos-...
Dados não deveriam faltar. A menos que se possa provar que as informações dos prontuários não foram realizadas pelos médicos. Aí a falta delas seria prova contra eles.
Até que enfim algo sensato! Ele tem razao. Faltam dados! Gostariamos de saber onde foi parar a tomografia realizada no atendimento de emergencia. O sumiço da prova, como diz o blogueiro, é prova contra eles. Onde esta a tomografia??? O blogueiro bem informado poderia nos mostra?
A prisão preventiva, agora é hora?
Imagino que essas informações existam, pois com tantas dúvidas, como seriam os médicos condenados?
O processo esta a sua disposiçao blogueiro. Perca um tempo e leia o processo e voce encontrara o que precisa. Se voce nao se deu o trabalho, qualquer coisa que escreva é pura especulaçao. E pelo que vejo voce tem objetivos.
Aí é que entram o tal "clamor da opinião pública", a repercussão internacional do caso e a pressão sobre a primeira instância. Logo, o prudente seria que os réus aguardassem os recursos em liberdade, mesmo que se condenados em primeira instância. Mas foram presos preventivamente.
Clamor da opiniao publica?? Depois de 13 anos de processo?? Parece que o tribunal anda meio surdo, nao é mesmo 13 anos de clamor da opiniao publica e a prisao so se deu apos 3 condenaçoes? vale lembrar: Os medicos foram condenados pela morte de Joao Domingos de Carvalho - que nao é meu filho - em 1a instancia, confirmada pela 2a instancia. Em seguida foram condenados pela morte de Paulo Veronesi Pavesi - meu filho - em 1a instancia. Quando a prisao deveria ser decretada? O que mais é necessario para deter um grupo de medicos que mata pacientes em serie? Ha outros 6 casos ainda a serem julgados.
"O pedido de prisão preventiva dos médicos foi feito pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas,...".
Prisão preventiva? Baseada em que?
Estamos falando de um caso ocorrido há 14 anos. Logo, se os médicos haviam de fugir já o teriam feito, mas não foi o caso, e houve tempo mais do que suficiente para investigações e coleta de informações, não haveria mais o que esconder ou a que testemunha coagir. Qual a justificativa para a "preventiva"?
Justificativa:
"Até o trânsito em julgado das sentenças condenatórias, muito tempo irá passar, pois recursos e mais recursos serão impetrados, dado o poderio financeiro dos réus e a infinidade de recursos à disposição (por uma legislação retrógrada, pouco afinada com os dias atuais)”, observou o magistrado.
Então, os réus são condenados porque o sistema jurídico é lento e a legislação retrógrada? O juiz monocraticamente aboliu o princípio da presunção de inocência, base do Estado Democrático de Direito, e cassou-lhes um direito constitucional? O de responder em liberdade até trânsito em julgado, o direito da ampla defesa.
Principio da presunçao de inocencia quando as provas dizem que sao culpados. Neste caso nao é principio da presunçao da inocencia e sim atestado de impunidade, que sao coisas bastante diferentes.O que leva uma pessoa a gastar tempo em um assunto que nao lhe diz respeito, sem conhecer o processo, os documentos e toda a historia, para inocentar pessoas que comprovadamente praticaram um crime. O proprio advogado da Associaçao de Medicos de Poços de Caldas reconheceu que a lei nao foi respeitada.
Trata-se de prisão preventiva ou antecipação de pena?
Um juiz justo ainda que severo ou mais um caso “barbosiano” de voluntarismo judicial?
"O processo do “Caso Pavesi” foi marcado por muita polêmica e, no ano passado, o juiz Narciso Alvarenga voltou a presidir o caso após ser cassada uma liminar, obtida pela defesa dos médicos no TJMG, e que previa sua substituição. De volta à função, há cinco meses ele iniciou o julgamento sobre a morte do menino ocorrida há mais de 12 anos e que repercutiu no mundo todo".
A resposta à pergunta formulada está nas razões que levaram o TJMG a primeiramente afastar o juiz por suspeição e depois reconduzi-lo ao caso. Não obtive tais informações. Da resposta também faz parte o julgamento do juiz a respeito de si mesmo em relação à sua capacidade de se manter isento.
As informaçoes estao disponiveis para quem quiser ve-las. Basta ter carater para procura-las e so depois de acessa-las emitir opiniao. Dizer que nao encontrou as informaçoes parece ser um meio facil de refutar a verdade. "Eu nao sei, eu nao vi!". Partindo deste principio, todos os presos sao inocentes, pois jamais vi qualquer informaçoes sobre eles. Simples nao é mesmo?
Neste ponto, o blogueiro questiona o carater do magistrado, que ao meu ver deveria tomar providencias para que ele demonstrasse onde o Juiz deixou de ser isento. Em seguida, acusa o magistrado de aplicar penas acima da prevista em legislaçao, consequentemente burlando a lei. Isto seria crime.
O Caso Pavesi se desdobrou em outros e já houve condenações dos médicos. Condenações essas que foram revistas pelo TJMG porque o juiz teria estabelecido penas acima das previstas pela legislação.
Sim meu caro blogueiro. O caso unico Pavesi seu inicio a outros 8 casos. Logo nao se trata de exclusividade do meu filho. Nao ha porque me colocar do outro lado do balcao quando estas outras 7 familias tambem foram vitimas. Como disse no começo, apenas denuncia um superfaturamento da conta do hospital, e todo o resto veio atraves de investigaçoes que nao fui o autor.
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/02/26/interna_gerais,502385/tjmg-reduz-penas-de-medicos-condenados-por-trafico-de-orgaos.shtml
E quanto aos familiares do garoto?
É extremamente sensível tratar de quem é vítima. Preferiria não. À família Pavesi a minha solidariedade de pai que já enterrou duas filhas. Muita dor, mas em situação muito menos traumática.
Ahhh.... agora sim. Sua autoridade vem do fato de ter enterrado duas filhas. Mais do que eu que enterrei um so. Sendo assim, ele pode tambem entrar no merito da familia Pavesi. Vamos ver onde ele pretende chegar!
Só o faço porque algumas lacunas de informação que não pude preencher me incomodam.
Entre elas a família do garoto. Só obtive informações sobre o pai. Estranhamente não há nenhuma referência à mãe ou aos avós. Onde estariam, o que sentiriam, teriam acompanhado o pai na trajetória que mudou sua vida após os acontecimentos? Não encontrei informações.
Onde estariam os avos de Paulinho, insensiveis a toda a tragedia, e que nao sao vistos com cartazes pelas ruas chorando a morte do neto? Que raio de vitima sao estas tao frias?
O avo materno de Paulinho faleceu vitima de cancer ha muitos anos. No inicio ele acompanhou os fatos, participando até da exumaçao. A avo materna de Paulinho recentemente sofreu um AVC e ja tem uma certa idade para vivenciar tudo isso. O avo paterno de Paulinho esta separado da familia ha mais de 25 anos, e realmente nao sei se esta interessado em saber o que fizeram ao neto. Ja a avo paterna faleceu vitima de infarto ha alguns anos. Ela tambem acompanhou o caso, participando até mesmo de algumas audiencias da CPI. Como podemos ver, a documentaçao existente do processo é duvidosa para condenar os medicos. Mas a ausencia da presença dos avos!! hummmm.... isso é muito suspeito.
Do O Estado de Minas:
"Paulo Pavesi, de 44 anos, pai do menino que teria sido vítima dos médicos, há cinco anos foi para a Itália após receber ameaças de morte no Brasil”.
A denúncia.
A família deve ter sido consultada para autorizar a doação dos órgãos. Em 2000 não vigorava mais o decreto do Ministério da Saúde de José Serra que criava a figura do "doador presumido". Foi revogado ainda em 1998. Autorizou e depois sentiu-se enganada? Que informação posterior serviu de base para terem chegado à essa conclusão?
Mais uma vez, o blogueiro demonstra que desconhece profundamente um assunto que pretende abordar. A lei presumida ainda era valida quando o meu filho morreu e foi revogada apos a sua morte - e por causa dela. Para tentar aumentar as doaçoes de orgaos, ja que a lei de doaçao presumida fora revogada, o Ministerio da Saude publicou a lei 10.211 de 23 de março de 2001, autorizando o transplante intervivos, mesmo sem parentesco sanguineo, utilizando autorizaçoes judiciais, que antes era proibido.
A familia sentiu-se enganada quando percebeu que ao atender um apelo para beneficiar pessoas carentes e necessitadas de uma suposta fila unica, na verdade beneficio pessoas que pagaram para ter uma vida melhor em detrimento de tantas outras. Nao ha maior estelionato biologico do que este.
Aqui a informação vem do G1 de 22/02/2013.
“A denúncia do hospital e da retirada dos órgãos teve início quando Pavesi [o pai] foi pagar a conta do hospital. “Eu percebi que tinha algo errado no prontuário que me mostraram. Tinha muitas rasuras e a cobrança era claramente abusiva. “Até então eu nem imaginava o que haviam feito, foi então que levei o caso ao Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos”, comentou”.
Quanto às ameaças e ao asilo.
“Fui ameaçado, intimado e humilhado”, disse o gerente de sistemas Paulo Pavesi, de 44 anos, que em 2008 precisou pedir asilo à Itália para sair de Poços de Caldas (MG) após denunciar irregularidades na retirada de órgãos do filho Paulo Veronesi Pavesi, em 2000”.
Tem algo estranho aqui. As datas. O caso é de 2000, mas só em 2008 ele sente a necessidade de pedir asilo. Pedir asilo?
Ahhh... descobriu! Por que somente depois de 8 anos pedir asilo? Talvez seja pelo mesmo motivo que o juiz em 2014 pediu reforço da segurança do forum e passou a despachar armado. Ameaças tem prazo? Vejamos como seria: Eu vou te matar entre 12/04/2002 a 24/09/2005! Seria assim?
As ameaças.
“A cidade se voltou contra mim e me apontaram como alguém que queria destruir a Santa Casa. Passei a receber e-mails e recados de todos os lados. Me denunciaram à Justiça por injúria, calúnia e difamação, até eu deixar a cidade”, contou”.
A cidade com certeza não se voltou contra ele. Mas é possível que algumas pessoas sim. Havia emails, foram feitas diligências para identificar quem fazia as ameaças?
Seria o caso de pedir proteção à Justiça. Mas asilo?
Vamos esclarecer ao desinformado, se é que isto tem alguma valia. Realmente ao usar o termo "a cidade", para aqueles que nao conseguem compreender certas expressoes, pode imaginar que 180 mil habitantes estavam me perseguindo. Mas quem mora em Poços sabe muito bem como foi e como ainda é. Carlos Henrique Marcondes, que o blogueiro parece nao conhecer, tambem achou que as ameaças nao seriam tao verdadeiras e hoje encontra-se enterrado em um cemiterio de Poços de Caldas com um tiro no ceu da boca. Em 2004, a CPI ofertou segurança mas recusei, até porque, a propria policia federal estava me processando. Diga-se de passagem, eu fui absolvido e a justiça reconheceu a perseguiçao.
O asilo.
“Após desentendimentos com o Ministério Público durante o processo de investigação do caso que ficou conhecido como a Máfia dos Órgãos, Pavesi recebeu o convite de uma Ong italiana de combate à pedofilia para apresentar o caso na Europa e em seguida pediu asilo ao país. “Eles entenderam que eu corria riscos e me apoiaram no pedido de asilo. Mas a mudança foi traumática. ...”.
Situação atual.
Do G1:
“Pedir asilo não é algo agradável. Fui enviado para um centro de asilados... Era monitorado durante 24 horas, embora tenha sido muito bem tratado. Contudo, a Itália hoje é a minha pátria. Amo o país como se estivesse nascido aqui”, disse. [Paulo Pavesi, o pai].
“Com o asilo, Pavesi ficou longe do Brasil, mas não deixou de acompanhar o caso, as investigações e posta em um blog na internet fatos referentes ao processo. Participou também do documentário italiano Human Organ Traffic (HOT), que aborda o tráfico de órgãos no mundo”.
Do O Estado de Minas:
“Hoje morando em Londres, ele acaba de lançar um livro relatando a história da suposta "Máfia dos Órgãos". A obra está à venda numa livraria eletrônica, mas também pode ser baixada gratuitamente pela internet. Nela, Pavesi relata em mais de 400 páginas sua versão de como tudo ocorreu e ainda narra as ameaças que o obrigaram a trocar o Brasil pela Europa”.
O futuro.
Do G1:
“Ele [o pai] conseguiu a cidadania italiana um ano após chegar ao país e não precisou mais do asilo. No entanto ele não pretende voltar ao Brasil, nem mesmo para acompanhar o julgamento dos quatro médicos indiciados por homicídio doloso pela retirada dos órgãos do garoto de 10 anos. “Não volto mais para o Brasil. Não vale a pena. A minha presença não vai mudar em nada o julgamento e depois de tudo que vi, não posso afirmar que haverá julgamento. Temo que o juiz não fique muito tempo no cargo, já que está afrontando os poderes da cidade”, destacou”.
Não tenho condições nem autoridade para fazer juízo de valor sobre isso, mas a dúvida persiste. E a mãe e os avós, onde estão? Qual a posição deles?
O blogueiro tem certo fascinio pela minha familia, em especial os avos, e agora tambem a mae. Mas nao vi ele perguntar dos familiares das outras vitimas. Tenho a sensaçao que isto deve ser alguma tara ou desordem psicologica do autor.
http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/02/pedi-asilo-apos-sofrer-ameacas-diz-pai-de-menino-com-orgaos-doados.html
Do risco do uso político do caso.
Não acredito que o caso esteja contaminado de viés político. Imagino que se há contaminação é de caráter midiático. Porém, isso pelo menos foi tentado.
É o caso dos dois artigos de Leandro Fortes na Carta Capital, onde ele trata por “acusado de tráfico de órgãos” ao deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB-MG), então presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e ex-assessor especial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Leandro é um craque e ao terminarmos de ler suas matérias não temos dúvidas da existência da “máfia” e de sua periculosidade. Embora não sejam exatamente “provas” o que Leandro Fortes apresente. Em relação a Carlos Mosconi no artigo “Um Feliciano piorado na Assembleia mineira” de 17/04/2013 temos o seguinte:
http://www.cartacapital.com.br/politica/um-feliciano-piorado-na-assembleia-mineira
“Médico de formação, Mosconi é idealizador da MG Sul Transplantes, ONG que servia de central clandestina de receptação e distribuição de órgãos humanos em Poços de Caldas, no sul do estado”.
O que é um “idealizador”? Não é o dono, não é o sócio, então o que é? Leandro explica: “O registro de criação da MG Sul Transplantes, em 1991, está publicado em um artigo no Jornal Brasileiro de Transplantes (volume 1, número 4), do qual os autores são o próprio Mosconi, além de ...”
Leandro já escreveu muitos artigos para jornais, é responsável pelas suas palavras, mas não pode ser responsabilizado pelo assunto do qual se trata o artigo. Pode?
Claro que não é só isso.
"Scafi era sócio de Mosconi em uma clínica da cidade". Mas se ambos são médicos, qual o problema? Leandro não vincula essa clínica ao caso, apenas cita a sociedade.
Nao ha problema nenhum em ser socio de outro medico. Porem, quando percebemos que foi criada uma central clandestina de transplantes, que gerenciava suas proprias listas de esperas e cobrava por isso, ai a coisa muda. E é desta sociedade que estamos falando. Alias, se nao é problema nenhum ser socio de Mosconi, por que entao negam a existencia da sociedade? Se nao é crime, qual o problema em ser socio?
“O nome de Mosconi apareceu na trama em 2004, durante a CPI do Tráfico de Órgãos [o Caso Pavesi acabou desdobrado em uma CPI]. Convocado pela comissão, o delegado Célio Jacinto, responsável pelas investigações da Polícia Federal, revelou a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fornecimento de um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha, por 8 mil reais. A carta, disse o delegado, foi apreendida entre os documentos de Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais”.
O artigo informa que a Carta Capital tentou ouvir Carlos Mosconi, mas não informa se buscou explicações junto ao Ministério Público Estadual de Minas Gerais sobre o sumiço da tal carta.
O sumiço da tal carta esta explicitado em uma das sentenças que condenou os medicos de Poços de Caldas. Eu nao sei se Leandro Fortes teria a obrigaçao de questionar o MP que nao se manifestou depois da sentença. Leandro Fortes, ao menos teve a disposiçao de le-la. Ao contrario do blogueiro que agora deixa claro que esta defendendo Carlos Mosconi. Nao foi somente a carta que desapareceu. Desapareceu tambem a arma do "suicidio" do administrador do hospital.
O outro artigo de Leandro Fortes sobre o caso é de 18/04/2013 para o site da Carta Capital – A dor de Paulo Pavesi, e trata basicamente do mesmo assunto.
http://www.cartacapital.com.br/politica/a-dor-de-paulo-pavesi
O que dizer de tudo isso? Que em 2000 um garoto sofreu um acidente, foi levado a Santa Casa de Poços de Calda onde veio a falecer e teve seus órgãos doados. Isso é fato.
Mas não é tudo, o Caso Pavesi envolve médicos e monstros, espero que ao final a Justiça aponte de qual lado do balcão eles estiveram.
PS.:
1 - o TJMG concedeu habeas corpus aos médicos.
Da mesma forma que o juiz mandou prender, o TJMG tem poderes para solta-los. Nao vejo nenhum problema nisso e isto se chama democracia. No futuro, o TJMG podera até mesmo absolve-los. Nada impende. Alias, tudo indica que o fara. O blogueiro esta justamente pavimentando isto.
http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/03/apos-um-mes-presos-m...
2 - não consegui encontrar na internet como fazer o download do livro. No meu caso, nenhuma novidade.
Neste exato momento ha o registro de 4.352 downloads do livro. Se o blogueiro nao é capaz de fazer um download, significa que todos sao inocentes e eu devo ser o monstro atras do balcao. Me admira que nao tenha lido sequer o livro para escrever tantas asneiras.
A pergunta que fica é: O que leva a alguem destinar tanto tempo para escrever algo em beneficio de assassinos e traficantes de orgaos, sem qualquer base de informaçao, contrariando investigaçoes e processos judiciais?
Fica aqui minha resposta.