Quem acompanha os casos da Máfia do tráfico de órgãos em Poços de Caldas, certamente deve ter lido a sentença do caso 5 (leia a sentença clicando aqui). Ontem, eu estava conversando com uma médica que solicitou-me orientações sobre um fato que está acontecendo no hospital onde trabalha, e citei esta sentença como um exemplo que se encaixava perfeitamente no assunto a que estavamos discutindo. Para quem não leu, a sentença condena alguns médicos pela morte de um paciente doador de órgãos. Entre os médicos, Alessandra Angélica Queiroz Araújo, que realizava retiradas de córneas sem ter credenciamento exigido por lei.
Resolvi saber mais sobre a médica Alessandra, que acabou se livrando da justiça devido a pena estar prescrita. O fato de a justiça levar 15 anos para julgá-la, já é um bom motivo para zombar da justiça. Mas Alessandra vai além.
Em suas alegações durante o processo, Alessandra disse que foi enganada ou ainda, acreditava que estava credenciada para realizar transplantes - e de fato não estava e nunca esteve! Zombou um pouquinho mais. Para se credenciar, são exigidos diversos documentos, que Alessandra nunca forneceu. Será que ela acreditava que os documentos para seu credenciamento voaram para Brasília sozinhos e ela nem se deu conta?
Pouco provável. Se alguém se dispõe a participar de transplantes, precisa apresentar muitos documentos. Eles não se apresentam sozinhos.
Será que aprendeu a lição? Ou a impunidade faz destas pessoas, humanos mais atrevidos?
Pois bem. Livre e desempedida, a doutora está em terras distantes dos fatos do crime, e no hospital em que trabalha, deve ter sido novamente enganada ou pior, ainda hoje acredita que está credenciada. Mas segundo a minha opinião, ela está contando com a impunidade. Quem se livra uma vez, se livra duas, três, dez. Basta ver sua biografia no site do hospital onde trabalha:
Sim meus amigos! Ela declara ter experiência em transplante de córneas.
Isto é o que eu chamo de zombar da justiça. Declara que tem experiência em transplantes de córneas, ignorando o fato de nunca ter sido credenciada para tais cirurgias, conforme determina a lei. Mudam de hospital mas os hábitos continuam os mesmos. A pergunta que fica é: Se ela tem experiência em transplantes, como nunca foi credenciada? De onde vem esta experiência? Do mercado negro?
O que importa para a doutora é que ela está livre, leve e solta. E as leis? Ora as leis... que se danem.
Uma justiça como a brasileira, merece mesmo é ser zombada.
Um comentário:
Medicina super ética! O juramento de hipócrates ou hipócritas?
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