Caros leitores deste blog. Venho humildemente me retratar em relação ao desembargador EDISON FEITAL que votou CONTRA a anulação da sentença da máfia de tráfico de órgãos.
O desembargador publicou o seguinte texto no meu canal do YouTube:
Paulo acho que você antes de agredir moralmente as pessoas poderia ler a decisão. Se fizer isso vai verificar que a decisão não foi unânime e que votei pela manutenção da sentença de primeiro grau que condenou os médicos. Entendo sua situação como pai, mas não acho justo você fora do país ficar ameaçando as pessoas. Qualquer dia e hora que você quiser o recebo em meu gabinete para uma conversa franca. Não tenho medo de ameaças e sempre votei de acordo com a minha consciência. Quanto as suas alegações de corrupção gostaria que fizesse uma representação no CNJ levando as provas que tiver para que os corruptos fossem punidos. A quase trinta anos na Magistratura Mineira nunca participei de nenhuma falcatrua. Minhas promoções sempre foram por antiguidade. Por isso suas acusações são levianas. Faça uma leitura do meu voto no acórdão e veja como decidi. Fui voto vencido. Não sou melhor nem pior do que os colegas que participaram do julgamento, mas entendi que os réus tinham que responder pelos atos segundo a Lei de Transplante de Órgãos e não no Tribunal do Júri. Mais uma vez leia o meu voto na decisão. Não apoio nenhuma máfia. Espero sua retratação quanto ao meu voto.
Caro desembargador. Eu não saio agredindo moralmente as pessoas. Só aquelas que destruiram a minha vida. Eu poderia ter lido a decisão, caso o Tribunal de Justiça Jagunços de Minas Gerais, tivesse a preocupação de me enviá-la. O que sei, eu recebo através da imprensa. Se eu tivesse lido a sentença, evidentemente não teria atacado a sua imagem. Só os assassinos e seus advogados recebem informações diretamente do TJMG. Até os foragidos souberam das decisões de habeas corpus, mesmo escondidos em "local incerto". Eu que tenho endereço fixo, não recebo nada. Por que será? Acho que as comunicações devem estar incluídas no pacote dos 500 mil reais.
Eu li seu voto e achei perfeito, não porque foi o senhor que o escreveu, mas pelo fato de ser a decisão única possível dentro deste processo.
O Sr. não entende minha situação de pai. Nem queira tentar entender. Eu perdi tudo o que tinha, precisei sair do país deixando família para trás e uma filha que não vi crescer para não morrer. Precisei pedir asilo em pleno século XXI. Vi meu filho podre num caixão durante a exumação, enquanto os médicos estavam na praia ou fazendo turismo em outros países. Fiquei praticamente preso na Itália, aguardando a decisão do asilo e espero incansalvemente por 16 anos o final deste processo. Fui à Brasília diversas vezes por conta própria para conseguir uma CPI, enquanto os assassinos comemoravam os recursos atendidos pela justiça. Sua imaginação, ainda que fosse fértil, não passaria nem perto do que é a minha situação como pai.
O que o sr. faria se um grupo de médicos induzissem seu filho ao coma e retirassem os órgãos para vender? Já pensou nisso?
O Sr. diz que não acha justo eu ficar fora do país, ameaçando as pessoas? Ora desembargador. O sr. acho justo eu ter que viver asilado por ser ameaçado sem qualquer proteção das autoridades brasileiras que recebem os assassinos do meu filho em seus gabinetes dentro do TJMG? Qual a sua balança de justiça? O que é justo para o Sr? Contra mim tudo é válido, mas quando eu revido é uma injustiça? E por falar em ameaças, qual foi a ameaça que eu fiz? Acionar o CNJ? Isso não é ameaça meu caro. É um direito meu! (será que ainda eu tenho algum direito?). Tanto não foi ameaça, que eu acionei.
O Sr. me convida para ir ao seu gabinete. Agradeço o convite. Mas quando? Como? 3 testemunhas já foram assassinadas e nenhuma investigação está em andamento. O juiz de 1a instância foi ameaçado e precisou deixar a cidade. Por falar nisso, eu não vi nenhum comentário seu sobre tais ameaças. Até o escolta do juiz foi assassinado. Foi morto um dia depois de participar da prisão dos médicos, que o TJMG tratou de soltar com muito velocidade. O Sr. acha mesmo seguro que eu pegue um avião e entre no Brasil para visitar seu gabinete?
Enquanto estou preso aqui fora, os assassinos do meu filho estão soltos. Fazendo churrasco, assistindo uma partida de futebol, e rindo da minha cara. O TJMG vem adiando o julgamento há anos para que o crime prescreva! O Sr. sabe disso! Ou será que seu conhecimento jurídico não permite perceber o que está acontecendo?
O Sr. afirma em seguida, que gostaria que eu representasse no CNJ denunciando a corrupção e apresentando provas. Caro desembargador. Seus colegas anularam a sentença de graça? Não há qualquer influência política ou financeira? O próprio CNJ diz haver indícios de ilegalidade. Eu apresentei provas de que mataram o meu filho e a sentença foi anulada. Prova serve para alguma coisa? Ou as provas servem só para beneficiá-los? Se as provas que eu apresentei do assassinato do meu filho, tão consistentes, não deram em nada, por que o Sr. acha que as provas de corrupção mudaria alguma coisa?
Caro desembargador. Admita. A sentença foi comprada. O Sr. pode não ter participado, mas qualquer idiota sabe que o que fizeram foi uma grande sujeira. Um desembargador se deu por impedido, o relator escreveu aquela asneira jurídica (vale dizer que TODOS os advogados que consultei disseram a mesma coisa) e a outra desembargadora sequer votou, acompanhando o relator sem tecer qualquer comentário, em uma matéria tão complexa.
Caro desembargador. Sinto muito em tê-lo colocado no mesmo balaio em que coloquei seus colegas vigaristas corruptos e desonestos. Verdadeiras prostitutas da justiça. Mas como eu disse, fui movido pela emoção e pela notícia incompleta do fato. Se o TJMG tivesse me informado como eu merecia, seu nome não seria citado. Há ainda um ditado biblíco que diz: "Diga-me com quem andas, e te direi quem és". Como desembargador, seria prudente comunicar ao CNJ o que o sr. está vendo acontecer.
Esta é a minha retratação. Estou convencido de que o Sr. sabia da sujeira que estava sendo armada naquele dia, embora não tenha participado. É impossível que não soubesse o que estavam planejando. De qualquer forma fica o meu pedido de desculpas.
Eu não sei como vocês conseguem dormir, sabendo que colegas estão vendendo sentenças para traficantes de órgãos. Pessoas que matam crianças para obter lucro. Isso é a psicopatia em seu grau mais profundo. Diga aos seus colegas que eles são corruptos, vagabundos e filhos da puta. E se quiserem me processar, têm o meu endereço. Vocês são donos da caneta. Me condenar seria fácil, já que são capazes de coisas piores. O TJMG não julga o mérito. Tudo depende de quanto vai ser a propina. Como eu não pago, a condenação é natural.
Eu ainda não cheguei onde quero, mas estou muito perto. Este caso vai tomar uma proporção muito maior do que vocês imaginam. É um trabalho de formiguinha, mas eu sempre atinjo os meus objetivos.
2 comentários:
Edson Feital: ou a revolta ou a cumplicidade? Como o Sr. se posiciona?
Augusto
Excelente resposta Paulo.
O portentoso "senso de Justiça" desse "desembargador justo" e bosta tem um cheiro muito, muito aproximado.
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