Antes, os médicos se orgulhavam de "salvar" vidas. Hoje, se escondem em suas máscaras para cometer crimes. Segundo a prima do médico obstetra Juliano Garcia, "Era ilegal, mas não imoral". Protegidos pelo corporativismo da medicina, estes seres humanos especiais, podem tudo.
Juliano Garcia, segundo o Ministério Público, parece que adotou para si a identidade de Cristo. Não bastava mais apenas ajudar as crianças virem ao mundo pelos seus partos. O médico acreditou que poderia ser Cristo dando uma mãe para cada criança que nascesse no hospital, diferente da mãe biológica. Neste caso, é sabido, que Juliano estava atuando além da caridade. Seu objetivo eram os lucros obtidos com a adoção ilegal que proporcionava falsificando documentos dentro da Santa Casa de Álvares Machado, uma casa "filantrópica".
O médico já estava na "área" atuando há 5 anos. Foram inúmeras adoções ilegais, com diversos cúmplices. Dentre eles, a provodora do Hospital que além de ser sua prima, tornou-se nas últimas eleições, vereadora.
A medicina e a política estão andando junto. A parceria perfeita. Os crimes cometidos passam a ser de cunho político e ninguém é punido. Juliano Garcia por exemplo não foi preso, e responderá o processo em liberdade. A prima vereadora e ex-provedora que sabia de tudo, não perderá o cargo, e também não será presa. Assim sendo, o médico poderá manipular vítimas e testemunhas, além de dar outras versões aos documentos que o denunciaram. A impunidade está novamente mostrando a sua cara.
As enfermeiras que sabiam do esquema tinham as suas vidas ameaçadas. Um tanto contraditório para quem diz "salvar" vidas. Na verdade isto tem sido uma constante nos hospitais brasileiros. As enfermeiras que acabam por saber de todos os meandros criminosos são colocadas no paredão dos consultórios, intimadas a calarem-se para manterem seus empregos e sobretudo suas vidas.
Apesar das ameaças, uma enfermeira relatou que "o doutor chegava no hospital com a mãe biológica e a mãe adotiva. Entravam, iam para um quarto que não tinha nenhum paciente internado. Ele retornava para a recepção com o documento da mãe adotiva e pedia para fazer a internação no nome dela e poder sair a documentação do hospital poder registrar a criança no nome da mãe adotiva e não da mãe biológica."
As atividades secundárias, ilegais e divinas do médico, tomavam-lhe tanto tempo que fizeram com que ele se tornasse extremamente relapso. Em outra denúncia, Sueli Pereira denunciou o médico por ERRO MÉDICO, cujo filho morreu após o parto feito pelo ginecologista. O caso é investigado há mais de um ano e o MP decidiu apurar a denúncia.
Para completar a ficha, o médico é investigado ainda em outro inquérito pela prática de estelionato.
Vale lembrar que depois de 5 anos fazendo isso, e com tantas testemunhas, não posso acreditar que o crime não tenha sido descoberto rapidamente. O importante desta história é que ela denuncia um outro fato comum. O médico deixou de abastecer algum cúmplice, algum comparsa, algum meliante e por isso foi denunciado. As autoridades certamente já sabiam do caso, mas esperaram para agir somente após a denúncia ser formalizada - seja ela anônima ou não. Afinal, a cidade de Álvares Machado possuia em 2004 apenas 24.609 habitantes, com um índice de homicídio de 1 pessoa, 130 furtos e 16 roubos.
O que será que distraiu tanto as autoridades a ponto de somente 5 anos depois de iniciarem as adoções ilegais, tomaram uma atitude?
Brasil, um país onde tudo pode acontecer!
Um comentário:
E o medico Juliano comprou votos e virou Prefeito de Álvares Machado
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