Desembargadores comprados

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sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Ministério Público em guerra (literalmente)

O Ministério Público, seja estadual ou federal é aquele que arquiva todas as denúncias de tráfico de órgãos. E não são poucas. Esta situação demonstra pouco caso com a vida de muitos cidadãos.

Agora mesmo eu aguardo um contato do Procurador Geral da República, após novamente ter-lhe enviado um documento de 250 páginas detalhando o esquema de assassinato de doadores que está acontecendo em leitos públicos de UTI. Me sinto um nordestino no meio do Ceará durante o verão esperando a chuva cair. Me resta a comer a terra seca, pois sei que a chuva não virá.

Na última semana, li estarrecido que um procurador mandou mator outro para que pudesse ser eleito o Procurador Geral de Justiça do Amazonas. O procurador-geral de Justiça licenciado do Amazonas, Vicente Cruz de Oliveira, foi acusado de contratar um pistoleiro para matar o procurador Mauro Campbell. Ao contrário dos criminosos comuns, o procurador Cruz estava preso em seu gabinete desde de segunda-feira (9/1) à disposição da Justiça. Ele foi solto na quinta-feira (11/1) por volta das 18h30. Não foi para uma cela com 300 pessoas. É porque lá nas celas certamente, o procurador tem muitos inimigos.

Se este procurador foi capaz de mandar matar um colega, imagine o que ele não deve ter feito contra alguns presos daquela região? É melhor mesmo que ficasse preso no próprio gabinete, com comida de primeira, ar condicionado, acesso à informações privilegiadas, e até assistência psicólgica. Eu não dúvido.

No Brasil, a inversão de papéis chega a ser mesmo uma piada de mal gosto.

O procurador que tem por ofício denunciar crimes, contratou um ex-presidiário para assassinar seu adversário na eleição que escolherá o próximo chefe do Ministério Publico do Amazonas, marcada para fevereiro próximo. Já o pistoleiro contratado cujo ofício é matar, preferiu denunciar o crime ao MP. Assim mesmo, o procurador deu andamento em seus planos e contratou outro pistoleiro.

Frustrado o plano macabro, frustrou-se também a espera da população por justiça. O advogado de defesa do procurador entrou com pedido de habeas corpus e Cruz está solto.

Uma pergunta nesta história toda ainda não está respondida. O que tem de importante o cargo de Procurador Geral de Justiça do Amazonas, que leva seus membros disputarem o cargo à tiros? Justo a Amazônia, onde o desmatamento é tão crescente e veloz?

O que é certo é que a incapacidade do Ministério Público atender aos interesses da nação, em especial na Amazônia é tão absurdo, que com a grilagem de terra existente e impune ali, é possível que países que fazem fronteira com a Amazônia sejam incluídos nos mapas brasileiros.

O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) cuja função é distribuir notas de desagravo à procuradores denunciados por omissão, já solicitou auditoria para apurar o que de fato está acontecendo.

Se quem tem o papel de nos representar perante a justiça está mandando matar colegas, eu imagino que em breve estaremos fazendo - via Ministério Público - justiça com as próprias mãos.

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