Desembargadores comprados

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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Scotland Yard ficou indignada.

Depoimento concluido!

Até ontem, nenhum comentario por parte dos detetives havia sido feito. Nao com profundidade. Hoje eu voltei a Scotland Yard para assinar o depoimento. So entao depois de tudo assinado, eles se manifestaram. Eles nao se manifestaram antes, pois por uma questao de etica, eles nao podem demonstrar qualquer reaçao (negativa ou positiva) sobre os fatos. Como tudo ja estava formalizado, os detetives sentiram-se a vontade para dizer o que pensavam. 

Este texto tem como objetivo, mostrar um pouco da percepçao dos Britanicos diante o caso Pavesi.

O depoimento durou 2 horas, para que eu explicasse o que aconteceu e a situaçao atual. Os detetives ficaram bastante curiosos com as perguntas enviadas do Brasil, principalmente pelo assunto: Trafico de Orgaos e retirada de orgaos vitais de pacientes vivos. Embora as perguntas nao viessem com estes termos exatamente, na primeira leitura os detetives entenderam do que se tratava. 

Assim como aconteceu na Italia, os detetives ficaram chocados, com as coisas que revelei durante o depoimento, em especial, o ultimo habeas corpus concedido pela justiça. 
- "Nos nao somos capazes de compreender como a justiça de um pais é capaz de deixar nas ruas, pessoas tao perigosas". 
Mr. Alan foi alem: "Mereciam a forca".

Outro fato que os deixou bastante chocado, foi o fato do governo ignorar o assunto completamente, nao se importando com o fato de um cidadao brasileiro precisar pedir asilo, quando - segundo Mr. Alan - atitudes como a minha (denunciar crimes e exigir justiça) deveriam ser incentivadas. Eles nao compreendem como funciona o Brasil, e a inversao de valores.

Obviamente, o caso Jean Charles de Menezes nao poderia ser deixado de lado. A Policia Britanica foi acusada de ser truculenta e abusiva, ao atirar em um brasileiro que entrou correndo dentro da estaçao de metro, em um momento onde os animos estavam acirrados devido a ataques terroristas. O Governo brasileiro deu amplo apoio a familia, cujo casou virou filme. 

"Os brasileiros nao vao fazer um filme sobre o caso Pavesi?", disse Mr. Alan ironicamente. Ao ser informado que o numero de cidadaos brasileiros mortos por policiais brasileiros é muito maior do que indignou o governo Brasileiro em Londres, o detetive completou: "Ridiculous".

Foi uma surpresa tambem para os detetives, conhecer a realidade dos hospitais brasileiros, exibidos por mim atraves de reportagens e imagens publicadas pela imprensa. Eu demonstrei atraves de fatos, que o governo nao esta preocupado com a saude do pais, e que precisa com frequencia liberar leitos de UTI para atender casos mais graves. Sem leitos, pacientes sao negligenciados e acabam falecendo. Em muitos casos, tornam-se doadores de orgaos, alimentando uma rede gigantesca de transplante, cujos procedimentos sao os mais bem pagos pelo sistema de saude. 

Segundo Mr. Alan, esta situaçao deveria ser levada a ONU. 

Em relaçao aos conselhos de medicina, Mr. Alan perguntou:

"Se os conselhos protegem seus colegas, quem zela pelas boas praticas na medicina?"

Jesus, talvez - respondi. 

Mr. Alan comprometeu-se a enviar até a proxima sexta-feira o meu depoimento ao governo brasileiro, solicitando urgencia por parte das autoridades britanicas. Uma exceçao foi aberta no caso Paulinho. Eu solicitei para que o livro fosse anexado ao depoimento, uma vez que nao é possivel em 2 horas, detalhar o que se passou em 13 anos. O livro precisaria ser traduzido para o Ingles, antes de ser enviado ao Brasil, porque a Scotland Yard mantem controle de tudo o que é dito em depoimento. Mas neste caso, entendendo a gravidade do caso, o detetive solicitou que o livro fosse enviado mesmo sem traduçao, desde que uma copia ficasse em poder da Scotland Yard para futuras averiguaçoes. 

Para finalizar, Mr. Alan alfinetou sobre a Copa do Mundo de Futebol.

"Se eu for ao Brasil assistir a copa, sera que consigo voltar com meus orgaos?"

6 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Paulo,penso que o resultado do seu depoimento não podia ser melhor,como sempre eu e todo o povo brasileiro que ainda acredita na justiça,se orgulha de vc e da sua luta.Abs Cintia(Belém-PA)

Anônimo disse...

A justiça prevalecerá, com os assassinos sendo condenados!

Anônimo disse...

http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/05/justica-define-data-para-juri-popular-de-medicos-da-mafia-dos-orgaos.html

Anônimo disse...

Veja Paulo !! Ta chegando a sua hora de dar glória !! 31 de Julho vai mudar a estória da máfia . Ela acabou .. Agora vai ser um mata mata. Vão se matar entre si.. Justiça tarda mas não falha .

Anônimo disse...

Excelente Paulo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Que bom! notícias boas diante de fatos aterrorizantes!
Muita força pra vc, muito axé como dizem na Bahia, muita saúde para vc e sua família!
Você não está lutando apenas por seu filho mas pelos filhos de muita gente!
Obrigado e Parabéns!

Lia/Fpolis disse...

Se fizerem um filme sobre seu caso, Paulo, só se for fora do Brasil. Aqui? Sem chance. Desde que comecei a acompanhar o caso, em final de 2000 quando pude comprar o primeiro pc com conexão discada, que eu imaginava como seria o filme de um julgamento dos médicos, de um que só que fosse, e sempre me vinha à mente o famoso filme QB VII, baseado no livro de mesmo nome. Mr. Alan, certamente, deve conhecer. O final choca pela absolvição do 'honrado' cidadão de bem que era um médico nazista cruel na verdade. Mas, ao mesmo tempo, ao vencer o processo no qual o médico pedia indenização por danos morais, e tendo sido definido o valor do honra em um penny, a moedinha de menor valor daí, de um forma 'poética', a 'justiça' foi feita. A absolvição foi proposital para dar ganho de causa e poder arbitrar um valor, e o valor foi o mais insignificante e baixo possível, exatamente como a 'honra' do médico era: baixa e insignificante.