Estamos acompanhando há mais de 2 anos a operação Lava Jato. Lenta, muitas vezes omissa, mas o pouco que faz anima a população acreditar que uma solução será dada ao problema, que é a corrupção.
Assim foi também na operação Mãos Limpas na Itália. As investigações eram fortes, prenderam pessoas, mas começou a se esticar muito e os resultados foram sumindo. A máfia tomou conta dos tribunais e tudo morreu na praia. Naquela época, a corrupção era menor do que é hoje, ou seja, a máfia tomou posse novamente das instituições.
Com o tráfico de órgãos é a mesma coisa:
Em São Paulo, no Tatuapé, duas médica foram flagradas roubando córneas de um cadáver. Elas recebiam benefícios no pagamento por cada córnea roubada. Elas foram condenadas. Passou o tempo e a justiça anulou a condenação. A máfia tomou conta dos tribunais.
Em Taubaté, um grupo de assassinos passou a retirar rins de pacientes vivos para vender à clínicas privadas em São Paulo, mais especificamente o Dr. Emil Sabbaga. Ele vendia os rins para pacientes seus. O caso levou 30 anos na justiça. Os médicos foram condenados há 17 anos de prisão e o processo encalhou no TJSP. Eles foram condenados 5 anos atrás e o processo está parado. A máfia tomou conta do TJSP.
Em Poços de Caldas, o caso mais grave comprovado no Brasil, mais de 8 pacientes tiveram os órgãos retirados quando ainda estavam vivos. Três testemunhas foram assassinadas a tiros. Um juiz que assumiu o caso em 2010 condenou todo mundo, mas o TJMG anulou as condenações e paralisou os processos. Flavio Batista Leite, desembargador mineiro, recebeu 500 mil reais para anular tudo. Os processos estão paralisados. A máfia tomou conta do TJMG.
Daqui por diante, a tendência é que o tráfico de órgão se torne maior ainda, diante da impunidade gerada nos casos acima. Principalmente porque a máfia está nos tribunais. As operações realizadas para acabar com isso foram abafadas pela máfia e hoje são praticamente a mesma coisa (Ministério Público + Tribunal de Justiça + imprensa), todos unidos pelo crime.
A Lava Jato não será diferente. Ela se arrasta e estamos vendo a máfia dominando os tribunais. O STF está praticamente no bolso dos criminosos. Nada pode ser feito contra eles e a tendência é que voltem com mais força do que já tinham, pois é isto que acontece quando há a impunidade.
A história é ciclo. Basta ver o passado para entender o futuro.
Para quebrar este ciclo, só uma atitude drástica.
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