Desembargadores comprados

Desembargadores comprados

sábado, 24 de dezembro de 2011

A vida como presente de Natal

Voce é doador? Conversou com a sua familia?

Se voce quer mesmo doar os orgaos, e mora no Brasil, pode inclusive ja deixar um atestado de obito assinado e em branco para ser preenchido com qualquer coisa. Nao importa se voce tem alguma chance de vida estando em coma. Coma no Brasil é o mesmo que "Sem chance". 

Em outras partes do mundo, transplantes nao é muito diferente, mas ainda existem medicos serios.

Veja o caso do norte-americano Sam Schmid (foto), publicado no G1 (clique aqui para ler). 
Enquanto os medicos discutiam o delicado tema da doaçao de orgaos com a familia, Schimid mexeu dois dedos. Agora, ele ja consegue caminhar com a ajuda de um andador e sua voz, apesar de lerda, melhora a cada dia.
Se fosse no Brasil, transplantistas estariam comemorando um natal bem gordo, de acordo com a tabela do SUS. Em um pais serio, o doador cadaver, podera comemorar o natal. 

Ganhar a vida de presente neste dia e nao tornar-se doador, deve ser algo fantastico!


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Conselhos de Medicina assumem a existencia de trafico de orgaos

A empresa LINK Propagandas, acaba de criar sob encomenda dos Conselhos de medicina, campanha de alerta para o desaparecimento de crianças. Segundo a noticia que pode ser lida clicando aqui, os conselhos estao preocupados em conscientizar os medicos sobre o papel que devem assumir diante de um desaparecimento. 

O texto publicado no site da Link nao deixa duvidas:
A campanha faz parte das ações da Comissão de Assuntos Sociais do CFM, que tem conduzido diversas outras campanhas de utilidade pública, como o combate ao abuso sexual  e a luta contra o crack. No caso do desaparecimento de crianças, a maior preocupação dos integrantes do CFM é a ligação deste fato com organizações criminosas que atuam no tráfico de órgãos, adoções ilegais, exploração sexual infantil e tráfico de drogas.
Seria muito mais facil que os Conselhos viessem a publico condenar os medicos envolvidos com assassinatos de crianças para fins de trafico de orgaos, e cassar seus registros. Basta ver o caso de Taubate, por exemplo, em que 4 medicos foram condenados a 17 anos de prisao por este crime e mesmo assim os conselhos absolveram todos os envolvidos. Leia mais sobre o assunto aqui

Se tem alguem fazendo trafico de orgaos, este alguem tem a proteçao dos conselhos. Portanto, a propaganda deve ter um outro sentido.


Atençao transplantistas! Cuidado com o trafico de orgaos. 
Nao é mais possivel negar a existencia!
Até o CFM/CRMs estao começando a ficar preocupados.
Fiquem atentos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A bandidagem agora (e ha muito tempo) usa toga

Por que um blog sobre o assassinato de uma criança vitima de trafico de orgaos, se mete com tantos assuntos diversos? A resposta é simples. A vida é um complexo emaranhado de situaçoes que muitas vezes pensamos que nao nos afetam, mas afetam sim. Neste caso, nao fosse a justiça brasileira ser tao podre, eu nao estaria na Italia na condiçao de perseguido e refugiado. Se nao fosse a existencia de procuradores e delegados federais tao corruptos, um bando de assassinos ja estaria na cadeia. Por isso, o que chove la, molha aqui.

Ha alguns dias publiquei um texto meu enviado ao CNMP, que deveria ser o controle externo do Ministerio Publico. No texto esta explicito a forma como o CNMP age para abafar irregularidades cometidas pelo MP. Alias, o Procurador Geral de Republica é o presidente do CNMP. Logo, uma instituiçao como esta nao pode ser considerada seria. Seria o mesmo que pedir a Klu Klux Klan punir os racistas.

Hoje estou aqui para dizer que ela estava certa! A Ministra Eliana Calmon, em setembro, declarou publicamente que havia "gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga". E ela estava coberta de razoes para dizer aquilo. Sua declaraçao causou um enorme atrito dentro do judiciario. E agora, a podridao esta vazando pelos ladroes. Basta ler este artigo da Folha.

"O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, repudia insinuações irresponsáveis de que o ministro Ricardo Lewandowski teria beneficiado a si próprio ao conceder liminar que sustou investigação realizada pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra magistrados de 22 tribunais do país. Em conduta que não surpreende a quem acompanha sua exemplar vida profissional, o ministro Lewandowski agiu no estrito cumprimento de seu dever legal e no exercício de suas competências constitucionais. Inexistia e inexiste, no caso concreto, condição que justifique suspeição ou impedimento da prestação jurisdicional por parte do ministro Lewandowski.
Nos termos expressos da Constituição, a vida funcional do ministro Lewandowski e a dos demais ministros do Supremo Tribunal Federal não podem ser objeto de cogitação, de investigação ou de violação de sigilo fiscal e bancário por parte da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Se o foi, como parecem indicar covardes e anônimos "vazamentos" veiculados pela imprensa, a questão pode assumir gravidade ainda maior por constituir flagrante abuso de poder em desrespeito a mandamentos constitucionais, passível de punição na forma da lei a título de crimes."

Ah sim!! Embora a constituiçao afirme que todo cidadao é igual perante a lei, alguns sao mesmos diferentes. O supremo, que absolveu Palocci pela quebra de sigilo bancario e fiscal de um caseiro, esta com medo de que tenham sido vitimas do mesmo crime.

O que importa na noticia é poder conhecer o volume de dinheiro que se movimenta nos tribunais para pagamentos de magistrados. Se este dinheiro fosse usado de forma justa e bem distribuida, o sistema judiciario seria mais eficiente e teria condiçoes de julgar processos com mais velocidade. Enquanto Peluso recebe R$ 700 mil e Lewandowski outros tantos, ha carros de policia que nao tem gasolina para circular. 

O sistema judiciario brasileiro é podre e os unicos que estao sendo beneficiados sao juizes e magistrados. O principal, que é a justiça, esta prescrita ha muito tempo, pela morosidade destes milionarios.

E ainda o presidente do Supremo que falar em constituiçao? Onde, na constituiçao, diz que ministros do supremo possam atuar em causa propria?



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ao mestre com carinho!

Hoje eu recebi uma informaçao interessante de um colaborador de pesquisas, para o livro que estou concluindo. Aguardo ansiosamente a absolviçao de todos os envolvidos porque assim a existencia do livro tera mais sentido. E pesquisando, vez ou outra chega algo interessante nas minhas maos.

Quem nunca ouviu falar de Jose Osmar Medina Pestana? Ele é o Mister Transplante! Ex-presidente da ABTO e um dos nomes mais renomados do pais no assunto. Com frequencia e toda vez que lhe é perguntado, Medina nega a existencia de trafico de orgaos. Em 2005, ele concedeu uma entrevista dizendo que nao é so no Brasil que nao tem trafico de orgaos. E' no mundo inteiro!!
Fala-se de quadrilhas organizadas no mundo inteiro para tráfico de órgãos. Como o senhor encara isso?
Não tem tráfico de órgãos em nenhum lugar.  O que tem é o tráfico de pessoas. Você vem, alguém vem aqui e convence você a ir a algum país doar seu rim. Então é uma coisa que não faz parte do sistema nacional de transplante de nenhum país, é uma questão policial que envolve tráfico de pessoas e não tráfico de órgãos.
Assim como Medina, outra ex-presidente da ABTO (Associaçao Brasileira de Transplantes de Orgaos) - Maria Cristina Ribeiro Castro, tambem nao acredita na existencia do trafico de orgaos. E mais! Ela é totalmente contra qualquer tipo de comercio de partes humanas!

Existe tráfico de órgãos no Brasil?
Muitas pessoas acreditam em mitos deste tipo, o que contribui para a diminuição do número de doações. Até hoje, em nenhum lugar do mundo foi comprovado que existe um "mercado negro" de órgãos para transplante. Em países como a Índia são vendidos órgãos como rins. Mas lá, essa é uma operação legal e não é um mercado negro.

De fato nao é possivel comprovar nada. Vejam por exemplo o caso de Taubaté. 24 anos para ir a julgamento, e mesmo que os medicos tenham sido condenados, estao trabalhando e vivendo normalmente como se nada tivesse acontecido. E segundo o processo, os orgaos eram enviados a Emil Sabbaga, tambem ex-presidente da ABTO que os implantava em seus clientes particulares. Os orgaos eram frutos de assassinatos de doadores como ficou comprovado na justiça, mas ninguem quer saber quem os implantava. Assim sendo, nao da mesmo para comprovar nada.

A informaçao que citei no inicio deste texto, é oficial e de conhecimento publico. Sem qualquer constrangimento para nenhuma parte, diga-se de passagem.

Trata-se da composiçao do Departamento de Transplantes da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), no periodo de 2009/2010. Eis os componentes:


Coordenador: José Osmar Medina Pestana
Suplente: Marilda Mazzali
Álvaro Ianhez
Abrahão Salomão Filho
Roberto Ceratti Manfro
Maria Cristina Ribeiro Castro
Margarida Maria Dantas Dutra


Sim! Alvaro Ianhez que responde pelo homicidio do meu filho, faz parte do departamente de transplantes, coordenado por Medina e com a participaçao de Maria Cristina Ribeiro Castro. O processo de homicidio anda vagarosamente ha 12 anos. Foram 7 anos so para decidir se era uma questao estadual ou federal. Medina assim como outro ex-presidente da ABTO - Valter Duro Garcia, fazem parte do processo como testemunhas de defesa de Alvaro Ianhez que atualmente esta atuando em Manaus. O transito livre de Alvaro Ianhez entre os renomados transplantistas, parece ser um recado evidente de que ele esta muito bem protegido. E eu nunca tive duvida disso.

A SBN foi uma das primeiras a publicar artigo defendendo Alvaro Ianhez, e se negou a analisar minhas denuncias. Tiveram como base as explicaçoes do medico, desprezando auditorias e inqueritos policiais.

Tambem chegaram outras informaçoes sobre Alvaro Ianhez, que estao sendo checadas. Mas estas vao entrar diretamente para o livro.

Nao existe trafico de orgaos em nenhum lugar do mundo. Existe trafico de pessoas, que acabam perdendo os orgaos no caminho!




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Tem alguma coisa errada que nao esta certa

Impressionante!

A divisao que se encontra o pais é algo negativamente fantastico. A corrupçao toma conta do pais desde que foi descoberto por Cabral. Mas nunca havia atingido tal dimensao. O processo do mensalao esta prestes a naufragar e ninguem sera punido. A era FHC veio a tona, mas ja esta com cara de que tambem vai afundar.

A imprensa esta completamente divida. Quem fala do mensalao defende os tucanos. Quem ataca os tucanos, nao ve nenhum crime no mensalao. Neste meio ha um grupo de politicos que dominaram o pais desde 1986 (sao sempre os mesmos) com aquela historinha de que queriam implantar a democracia, e estranhamente tornaram-se putrefatos de ricos.

Voce nao encontra nenhum canal de imprensa falando das duas coisas simultaneamente. Quem defende um ataca o outro. Mas as verdades, ou seja, o mérito da questao, fica em segundo plano.

Tudo é sujeira politica. O mensalao foi uma invençao do PSDB para sujar a imagem do PT. O recente livro "A Privataria Tucana" é obra do PT para sujar a imagem dos tucanos. Todos sao inocentes. Os culpados sao aqueles que falam no assunto, seja de um lado ou do outro. E o Brasil, e os seus  cidadaos, que sao os maiores interessados, assistem a tudo apaticos e inertes, como se estivessem assistindo uma partida de tenis. Olham para um lado, depois para o outro, depois para o outro, depois para o outro, até que a bola caia e comece tudo de novo. Sem esboçar uma vaia, um grito, ou um sussurro.

O que fica claro neste jogo é mais uma vez a completa inercia das instituiçoes que teriam a obrigaçao de colocar tudo em pratos limpos. O mensalao nao sera julgado, e as denuncias da privataria nunca serao investigadas. 

Os bandidos brasileiros se tornaram mocinhos. As denuncias que surgem sempre sao obras de pessoas que nao prestam. Eles sim sao bons. Sao honestos!

O mensalao movimentou milhoes de reais e até hoje nao se sabe (ou nao querem saber) a origem deste dinheiro. A privataria denunciada em um livro contem alguns buracos que precisam ser preenchidos, mas ninguem apareceu para explicar a origem das remessas de dinheiro de paraisos fiscais para o Brasil. Ou sera que se abrirmos uma conta num paraiso fiscal, o dinheiro começa a brotar?

Em ambos os casos, a origem do dinheiro parece bastante obvia: Trata-se de dinheiro publico. Mas nao ha hoje no Brasil alguem que tenha moral, coragem ou isençao para esclarecer esta pequena duvida. Sao empresas, dolares, offshores, alugueis, compras de imoveis, transaçoes milionarias que se perdem ao longo do tempo.

O mais interessante é que os dois lados envolvidos criam um clima de oposiçao que simplesmente nao existe. Sao todos da mesma esquerda que no passado pegaram em armas e forçaram a imposiçao da ditadura. Sao eles, sempre os mesmos. 

Varios ministros ja cairam e nao se ve qualquer açao judicial para que os mesmos paguem pelos crimes que cometeram numa penitenciaria. A demissao parece ser a unica puniçao que existe no pais. 

Ah sim! Estava me esquecendo. Estamos na era do denuncismo. Aquela velha historia da teoria da conspiraçao que nao existe ou ainda aquele famoso bordao: Trata-se de mais um casa da escola de base onde pessoas honestas foram acusadas injustamente e depois tudo foi esclarecido, sem no entanto resgatar as reputaçoes. Quantas pessoas esta escola de base ja nao salvou no Brasil? 

O fato é que, a origem do dinheiro do mensalao e da privataria, o brasileiro jamais conhecera. Nao é a toa que neste momento o governo brasileiro, representado por alguem que tem o nome de "Patriota", rejeitou assinar um acordo internacional anti corrupçao.


Noticias sobre transplantes no Brasil fazem a pauta de jornais em Angola

Para ler a noticia na integra, clique aqui

Que maravilha. Os transplantistas estao atravessando os mares para falar sobre como salvam vidas e como o sistema de transplantes brasileiro é de primeira linha. Para os parametros de Angola, devem ser mesmo.
Foram lançadas, pela primeira vez no Brasil, directrizes para a manutenção adequada de órgãos de potenciais doadores mortos. O objectivo da cartilha é uniformizar os cuidados para aumentar a qualidade e a quantidade de transplantes de órgãos e diminuir as perdas da preservação incorrecta dos doadores durante a espera pela retirada dos órgãos.
Agora sim! Padronizar a forma de guardar o morto para extrair o maximo possivel. Agora a fila com certeza vai acabar. O presidente da ABTO revela qual é um dos maiores problemas para manter o morto vivo.
“Às vezes, não se sabe como manter a pressão e a temperatura em alguém que já morreu. E é diferente”, afirma Ferraz Neto. 
Sem duvida. Como manter a pressao e a temperatura em alguem que ja morreu? A resposta é simples. Basta deixa-lo vivo, afinal estes acessorios sao de fabrica.
Outros factores que impedem melhores índices de transplantes de órgãos são a falta de informações dos próprios médicos sobre morte encefálica - mais da metade das mortes cerebrais não é identificada - e o desconhecimento da população a respeito do assunto.  “Há quem acredite que morte encefálica é uma coisa inventada para se fazer transplantes. Mas o Brasil tem uma das regras mais rígidas e seguras para esse tipo de diagnóstico no mundo”, afirma Joel Andrade.
Dois dados interessantes:

1. A falta de informaçoes dos proprios medicos sobre a morte encefalica. Isso me fez lembrar um dos medicos que diz ter feito o diagnostico de morte encefalica do meu filho. Na CPI, quando perguntaram a ele se ele conhecia a resoluçao 1.480/97, ele respondeu: De cabeça assim nao. So a primeira pagina.

2.  "Ha quem acredite que morte encefalica é uma coisa inventada para se fazer transplantes". Jura? Quem disse isso?

So nao entendi até agora porque esta noticia é tao importante para a Angola.

Senado aprovado lei que visa impedir o trafico de orgaos


Agência Senado – O Senado aprovou, nesta terça-feira (13), substitutivo da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 84/2004, do hoje senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que visa impedir o comércio de órgãos. A proposta trata de autorização judicial para a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo com objetivo de transplantes e tratamentos intervivos, especificamente nos casos em que o doador não é cônjuge ou parente consanguíneo do receptor.

O substitutivo, de autoria do então senador Mão Santa, amplia as possibilidades de ação do juiz para obter esclarecimentos sobre a matéria. Pelo texto, fica estabelecido que, no caso de doação dependente de provimento judicial, o juiz, se estiver convencido de que a doação é voluntária e atende aos requisitos legais, poderá conhecer diretamente do pedido e conceder a autorização proferindo a sentença após a manifestação do Ministério Público.

O parágrafo único do artigo, porém, ressalva que se a matéria parecer ao juiz não estar suficientemente clara, este poderá nomear perito para examinar o caso e também designar audiência para esclarecer a matéria, no prazo máximo de 10 dias.

Conforme alega o relator ad hoc da matéria na CAS, o então senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), o laudo médico exigido para a petição inicial não contribui para afastar a ilegalidade do ato, pois os médicos analisariam somente questões técnicas relativas ao transplante, sem, por exemplo, atestar ausência de “interesses obscuros e ilegais na doação”. “Não se pode transferir a responsabilidade do juiz para o médico”, considerou.

Simples né?

Duas pessoas que nao se conhecem, apresentam-se perante um juiz e pedem que ele autorize a "doaçao" por amor de um orgao ainda em vida. O juiz pede o parecer do Ministerio Publico (uhauhauhauhauah) e em seguida autoriza. Mas!!!! Se restar alguma duvida (uhauhauhauhauah) o juiz pode pedir um laudo medico (UHAUAHUAHUAHUHAUHAUAHAU).

E depois de tudo estar resolvido, uma pessoa se torna doadora de orgaos para outra pessoa que nem conhece direito. Por amor!!

Agora todos nos podemos dormir tranquilo. Até o relator do projeto ja matou a charada!

O privata Serra esta bravo!


Trechos de reportagem da Folha de S.Paulo
O ex-governador José Serra, principal alvo de "A Privataria Tucana", chamou o livro de "lixo", "coleção de calúnias" e "crime organizado fingindo ser jornalismo".
Ah sim! Tudo lixo! Seria interessante mandarmos fazer uma limpeza nos tribunais, juntas comerciais, cartorios e até em registros no exterior. Estas instituiçoes estao armazenando lixo em seus arquivos. Os documentos publicados no livro - todos oficiais - sao lixos. Mas Jose Serra e seus comparsas (ou melhor seus familiares), nao conseguem dar explicaçoes a um so documento. Quem acompanha a minha historia, sabe como este politico trabalha. O proximo passo é desqualificar quem denuncia.
Ele afirmou ainda que seu autor, o jornalista Amaury Ribeiro Jr, foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito que apura a suposta montagem de um dossiê com informações sigilosas sobre tucanos durante a campanha presidencial de 2010.
Bingo!! Verdade!! Amaury esta respondendo processo. Mas isto nao invalida a existencia dos documentos que ele publicou em seu livro. Mas... Jose Serra vai comentar os documentos?
"Trata-se de uma coleção de calúnias que vem de uma pessoa indiciada pela Polícia Federal. Isso é crime organizado fingindo ser jornalismo", afirmou Serra sobre o livro, por meio de sua assessoria de imprensa. Anteontem, ao ser questionado sobre o livro em Brasília, ele disse repetidas vezes: "É lixo, lixo, lixo".
Indiciado por indiciado, seu genro e sua filha tambem estao!

Alem disso, se tudo isso é mentira, por que Jose Serra tentou impedir a distribuiçao do livro?

Eu acredito que o livro seja algo produzido por motivos politicos sim. Acredito que ha um grupo petista envolvido na publicaçao deste livro sim. Mas repito: Os documentos foram colhidos em instituiçoes oficiais do pais e sao verdadeiros. 

Nem precisa explicar muito! Basta dizer a fonte do dinheiro que sua filha e seu genro esta, ha anos, trazendo para o Brasil das ilhas virgens.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


Pois é. Infelizmente o Brasil nao é um pais serio. Se fosse, a familia Serra estaria na cadeia. Ao contrario disso, estao se divertindo em uma mansao em Trancoso. O livro nao traz somente palavras, mas traz tambem muitos documentos. O jornalista Amaury mostra com bastante simplicidade como a cupula do PSDB privatizou as estatais tornando milionarios diversos tucanos, entre eles, e principalmente Jose Serra.

A lavagem de dinheiro foi totalmente rastreada.


O primeiro lote do livro ja foi vendido e o mesmo corre o risco de se tornar um recordista de vendas. 

Jose Serra tentou, segundo Amaury, impedir a publicaçao do livro, mas nao conseguiu. Ao ser perguntado sobre o livro, o propineiro Jose Serra respondeu: Lixo! Lixo! A reporter insistiu: Mas o senhor nao vai comentar nada? E ele respondeu: Nao. O que eu poderia comentar sobre lixo. Lixo é lixo!

Lixo, é um politico como Jose Serra. 

Uma afirmaçao de Amaury no livro esclarece toda esta impunidade:
"Todo mundo sabe que os tentaculos de Serra dentro da Policia Federal e do MPF (Ministerio Publico Federal) nao se resumem ao delegado da PF Marcelo Itagiba".
Filha, genro, socio, e toda a sorte de comparsas até hoje atuam com offshores sem que qualquer organismo legal se importe com o que fazem. Isto sim é impunidade. E eu achava que proteger traficantes de orgaos seria o mais longe que Jose Serra poderia ir.

A verdade, nada mais que a verdade

O titulo do post é mais que um titulo. E' um lema que adotei para a minha historia e a cada este lema so me faz sentir que ele é por si so a sintese da verdade.

A verdade é imbativel. As mentiras podem durar muitos anos, mas um dia acabam. As verdades sao eternas e indestrutiveis.


O bom moço Jose Serra, ex-guerrilheiro, parece que esta politicamente enterrado. As pesquisas de intençao de votos para a prefeitura de Sao Paulo mostram que o indice de rejeiçao é indiscutivel. O bom moço (aquele que protege quadrilhas de traficantes de orgaos), esta vivendo um momento que me parece definitivo. Sinto muito em nao estar no Brasil so para ter o prazer de comprar este livro.

Sao 305 paginas que estou devorando para poder escrever mais sobre o assunto. O grande lance do livro, para mim, é ver que Jose Serra protegeu uma quadrilha de traficantes de orgaos cujo chefe era o braço direito de Aecio, todos do PSDB, e agora esta sendo devorado por aquilo que protegeu. Jose Serra foi chantageado por este mafioso em plenario e cedeu as chantagens. Quem tem algo a esconder, precisa sempre ceder a chantagens nao é mesmo?

Assim que acabar o livro eu vou escrever novamente. Vale a pena!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Voce ja informou a sua familia que é um doador de orgaos?

Se voce ja fez isso, é bom que conheça este documento emitido pelo Ministerio da Saude. Trata-se da Portaria GM 1.752 de 23 de setembro de 2005. 

Veja o que determina esta portaria:
Art. 1º - Determinar que todos os hospitais públicos, privados e filantrópicos com mais de 80 leitos, devem constituir a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante.
 Art. 2º - Definir que a atribuição da CIHDOTT será de a organizar a instituição hospitalar para que seja possível:
a – detectar possíveis doadores de órgãos e tecidos no hospital;
b – viabilizar o diagnóstico de morte encefálica, conforme a Resolução do Conselho Federal de Medicina sobre o tema;
c – criar rotinas para oferecer aos familiares de pacientes falecidos no hospital a possibilidade da doação de córneas e outros tecidos;
d – articular-se com a Central de Transplante do Estado respectivo (CNCDO) para organizar o processo de doação e captação de órgãos e tecidos;
e – responsabilizar-se pela educação continuada dos funcionários da instituição sobre os aspectos de doação e transplantes de órgãos e tecidos;
f – articular-se com todas as unidades de recursos diagnósticos necessários para atender aos casos de possível doação;
g – capacitar, em conjunto com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Sistema Nacional de Transplantes, os funcionários do estabelecimento hospitalar para a adequada entrevista familiar de solicitação e doação de órgãos e tecidos.
Trata-se de uma norma que obriga os hospitais com mais de 80 leitos, detectar possiveis doadores de orgaos. Ou seja, verificar entre os que estao internados, quais estao a beira da morte. O artigo 2 descreve toda uma estrutura para o sucesso da missao.

Portanto, se voce ja informou sua familia, ao ser levado para um hospital com mais de 80 leitos, seja la qual for a sua situaçao, seu nome podera estar na lista.

Converse com a sua familia. A doaçao de orgaos alimenta uma mafia organizada responsavel pela morte de muitos pacientes em leitos de UTI com a unica finalidade de obter lucros. Apoie a legalizaçao da venda de orgaos, que é a unica forma de acabar com a mafia. 

Se doar orgaos é um ato de amor, fazer as cirurgias de graça tambem deveria ser.

Transplantistas admitem: Os doadores muitas vezes estao vivos quando retiramos orgaos.


A medicina ainda vai levar muito tempo para admitir que estao matando pessoas para salvar outras, ou melhor dizendo, estao matando pessoas para obter lucros com os transplantes. Salvar vidas esta longe de ser uma dadiva da medicina. No maximo, eles conseguem prolonga-la. No final, todos vamos morrer.

O fato é que agora estao surgindo medicos transplantistas afirmando o que esta a cada dia mais evidente. Transplantistas tem a consciencia de que estao matando pessoas para obter lucro com cirurgias de transplante. 

Publicado em 03/11/2011 - Clique aqui para ler o original em ingles
Kathleen Gilbert

Exigir morte antes de doação de órgãos é desnecessário, diz especialista

TORONTO, Canadá, 1 de novembro de 2011 (Notícias Pró-Família) — Pelo fato de que os doadores de órgãos muitas vezes estão vivos quando seus órgãos são retirados, a classe médica não deveria exigir que os doadores sejam declarados mortos, mas em vez disso deveria adotar critérios morais mais “honestos” que permitam a remoção de órgãos de pacientes que estão “morrendo” ou que estão “gravemente feridos”, com consentimento apropriado, argumentaram três importantes especialistas.

Os doadores de órgãos precisam estar mortos antes da remoção de seus órgãos? 
De acordo com três especialistas, não.

Essa abordagem, dizem eles, evitaria a afirmação “pseudo-objetiva” de que um doador está “realmente morto”, o que é muitas vezes baseado em definições puramente ideológicas de morte designadas a expandir as reservas de doadores de órgãos, e permitiria que os transplantistas fossem mais honestos com o público, bem como garantiria que os doadores não sentissem dor durante o processo de remoção dos órgãos.

Esses comentários horripilantes foram feitos pelo Dr. Neil Lazar, diretor da unidade de terapia intensiva médico-cirúrgica do Hospital Geral de Toronto, pelo Dr. Maxwell J. Smith da Universidade de Toronto e por David Rodriguez-Arias da Universidade del Pais Vasco na Espanha, numa conferência de bioética nos EUA em outubro e publicada num recente documento da Revista Americana de Bioética.

Os autores declaram francamente que sob os costumes atuais, os doadores podem estar tecnicamente ainda vivos quando os órgãos são removidos — uma condição necessária para se produzir órgãos saudáveis e vivos. Por causa disso, eles dizem que o protocolo que exige a morte do doador é “perigosamente enganador”, e poderia ignorar o bem-estar do doador que pode ainda estar em condições de sofrer durante o procedimento de remoção.
“Pelo fato de que há uma suposição geral de que não dá para se machucar indivíduos mortos, a veneração da norma do doador morto é perigosamente enganadora”, escrevem eles. 
“No final das contas, o que é importante para a proteção e respeito dos potenciais doadores não é ter uma certidão de óbito assinada, mas em vez disso ter certeza de que eles não podem sofrer e garantir que a autonomia deles seja respeitada”.
Em vez da tão chamada Norma do Doador Morto (NDM), os autores propõem que os doadores sejam “protegidos de sofrer dores” (isto é, que eles recebam anestesia de modo que não sintam dor durante o processo de doação), que o consentimento informado deva ser obtido e que a sociedade seja “plenamente informada da natureza inerentemente contestável de qualquer critério de declaração de morte”.

Os médicos observam que o desenvolvimento dos critérios para a tão chamada “morte cerebral”, que é muitas vezes usada pelos médicos para declarar morte antes de uma doação de órgãos, foi uma “estratégia ideológica” com a finalidade de aumentar as reservas de doadores que se constatou tinha “falhas empíricas e teóricas”

Eles também criticam a mais recente tentativa de se criar definições novas e ainda mais vagas da morte, tal como morte circulatória, que eles argumentam equivale a simplesmente “fingir” que o paciente está morto a fim de se obter seus órgãos.

A legitimidade da “morte cerebral”, “morte cardíaca” e até mesmo “morte circulatória” — que pode ser declarada apenas 75 segundos depois da parada circulatória — como real morte tem sido um debate permanente nos comentários do público sobre a doação de órgãos. Muitos especialistas afirmam que os médicos que conhecem a doação de órgãos estão cientes de que os termos, cuja intenção é delinear um ponto inicial de provável morte, são diferentes da real morte do corpo, tornando altamente incerta a condição moral da doação de órgãos.

Enquanto isso, inúmeros casos estão surgindo de despertamentos “miraculosos” após uma morte cerebral, fornecendo o peso para os argumentos de médicos e outros que dizem que o processo de obter órgãos viáveis não só não consegue garantir que um paciente tenha morrido com certeza, mas é impossível, a menos que um corpo esteja ainda tecnicamente vivo.

O Dr. Paul Byrne, neonatologista de muita experiência, professor clínico de pediatria na Universidade de Toledo e presidente da Fundação Guardiã da Vida, disse que não está surpreso com essas recentes declarações, que ele disse meramente refletem um segredo que todo mundo da área de doação de órgãos já sabe há muito tempo.
Todos os participantes de transplantes de órgãos sabem que os doadores não estão realmente mortos”, Byrne disse para LifeSiteNews.com numa entrevista por telefone na terça-feira.
“Como é que dá para se conseguir órgãos saudáveis de um cadáver? Não dá”.

Byrne afirmou que dar medicação contra dor para doadores de órgãos é rotina. Os médicos que removem órgãos de doadores cerebralmente mortos “têm de paralisá-los de modo que eles não se mexam quando os médicos estão cortando aberturas dentro de seus corpos para remover órgãos, e quando eles os paralisam sem anestesia, o batimento cardíaco se acelera e a pressão sanguínea sobe”, observou ele. “Isso não é algo que acontece com alguém que está realmente morto”.

O neonatologista disse que pessoalmente tem estudado a teoria da “morte cerebral” desde 1975, sete anos depois do primeiro transplante de órgão vital em 1968, e descobriu que os critérios de morte estão sendo continuamente mudados para atender à demanda de órgãos frescos. A ideia de uma “norma de doador morto” só surgiu na década de 1980, disse ele, e só entrou na linguagem coloquial anos mais tarde.

“Não existe realmente nenhuma norma de doador de órgão, embora estejam tentando fazer parecer que há”, disse Byrne.
Byrne liderou uma conferência do Vaticano sobre critérios de “morte cerebral” em 2008 em que um grande grupo de especialistas internacionais, muitos dos quais são líderes mundiais em suas áreas, testificaram que é ilegítimo usar a “morte cerebral” como um critério aceito para se remover órgãos.

Os comentários dos especialistas canadenses e espanhol estão sendo criticados pela classe de doadores de órgãos, onde alguns de seus membros estão expressando preocupação com o fato de que essas declarações poderiam levar as pessoas optar por não doar seus órgãos.

“Na vasta maioria dos casos, o conceito de morte é fácil, óbvio e não realmente sujeito a nenhuma interpretação complexa. É muito claro”, o Dr. Andrew Baker, diretor medico da Rede Dom da Vida Trillium, a qual supervisiona o sistema de transplante de órgãos de Ontário, disse para o jornal National Post. “Eles estão mortos, dá para você ver isso, não há volta para nada”.

James DuBois, professor de ética de saúde da Universidade de Saint Louis, também criticou os comentários, dizendo que a eliminação da Norma do Doador Morto poderia “ter consequências negativas: uma diminuição no índice de doações de órgãos, transtorno dos membros da família do doador e criação de estresse entre funcionários médicos”.

domingo, 11 de dezembro de 2011

CNMP e a conivencia com o Trafico de Orgaos

Pouco antes de desembarcar na Italia, eu apresentei a mesma denuncia que utilizei para pedir asilo, ao Conselho Nacional do Ministerio Publico. A resposta veio quase um ano depois, arquivando a minha denuncia e desqualificando tudo o que eu representava como denunciante, como cidadao, e como alguem que tem direitos em um estado democratico. Abaixo a resposta ao arquivamento que envie ao CNMP. Vale a pena ler e perceber a conivencia desta instituiçao com traficantes de orgaos. Cada afirmaçao que fiz, teve uma prova anexada e igualmente ignorada. O texto é longo, mas vale a pena.

Com base na mesma denuncia e as provas apresentadas, o governo italiano concedeu asilo humanitario por unanimidade. Isto significa que tem algo podre no Conselho.


Conselho Nacional do Ministério Público: a síntese da canalhice contra meu filho e contra a minha família.

Eu havia decidido não responder as acusações feitas pelo conselheiro PAULO FREITAS BARATA, mas em respeito ao meu filho, mudei de idéia.

Em 27 de setembro de 2007, um e-mail enviado ao CNMP por mim como forma de protesto, foi transformado em denúncia e julgado quase um ano depois, em três de junho de 2008, sendo sumariamente arquivado. Nos e-mails que enviei, descrevo a canalhice, a conivência e a omissão do Ministério Público Federal, que há oito anos nega-se a responder perguntas fundamentais formuladas a partir de documentos colhidos pelo próprio Ministério Público Federal, durante as investigações da Polícia Federal sobre o assassinato do meu filho Paulo Veronesi Pavesi, ocorrido em 21 de abril de 2000. 

Devo lembrar também, que o secretário geral do CNMP, José Adércio Leite Sampaio é de Minas Gerais, e amigo pessoal dos procuradores que me perseguiram. Fica fácil entender como se deu a instalação deste processo, que de reclamante passei a ser, mais uma vez, o acusado.

O voto proferido pelo relator PAULO FREITAS BARATA atesta a minha opinião sobre o Ministério Público Federal e usando este voto vou destacar todos os pontos e provar, mais uma vez, a conivência e a proteção aos assassinos de uma criança de 10 anos, e a proteção ao grupo mafioso de tráfico de órgãos existente no Brasil.

Se sério fosse o Ministério Público Federal, cessaria as perseguições que vem promovendo há oito anos contra mim, e responderia as perguntas contidas em meu dossiê.

Para que se entenda o conteúdo deste texto, é preciso esclarecer alguns fatos interessantes. Ao dar início ao processo 754/2007-44, fui informado pela secretaria do CNMP que poderia acompanhar o processo on-line (veja a seguir cópia do e-mail). Ao perceber que estavam usando apenas alguns e-mails enviados, enviei uma cópia do dossiê completo, contendo cópias de documentos, relatórios e inquéritos policiais, bem como esclarecimentos sobre os procedimentos efetuados em meu filho, vindos inclusive do exterior de entidades sérias e reconhecidas mundialmente, inclusive pelo Brasil, como é o caso da ASA (Associação Americana de Anestesia). Há no voto do relator, menção a uma página do meu dossiê o que significa que ele possuía uma cópia em mãos, mas teve o seu conteúdo ignorado, conforme demonstrarei adiante.

O processo poderia ter sido julgado em 17/12/2007, mas foi adiado por diversas vezes. O primeiro adiamento se deu na data acima referida. Depois novamente adiado em 31/01/2008 sem qualquer explicação. E assim também foi adiado nos dias 25/02/2008, 26/02/2008, 10/03/2008, 31/03/2008, 07/04/2008, 28/04/2008 e 05/05/2008 sendo finalmente julgado em 19/05/2008. É muito tempo desperdiçado para a mediocridade do voto. Qualquer pessoa com o grau mínimo de instrução certamente analisaria da forma como fez o relator, porém em tempo mais rápido.

Solicitei que fosse ouvido pessoalmente no Conselho, assim como solicitei que fizéssemos uma reunião com os procuradores e delegados que participaram das investigações a fim de esclarecer as denúncias. Todos os pedidos foram negados. Para o Conselho Nacional do Ministério Público, só mesmo interessava meia dúzia de e-mails.

No Brasil, o Procurador-Geral da República pode ser denunciado ao Conselho Nacional do Ministério Público, mas é bom que se saiba que ele também ocupa o cargo de Presidente deste conselho. E sendo assim, foi ele que presidiu o julgamento deste processo. 

O resultado final decidiu pela improcedência da denúncia por unanimidade. Ao ler o voto do relator PAULO FREITAS BARATA tenho certeza que até eu mesmo votaria a favor do arquivamento.

Dois conselheiros estavam – justificadamente (ressalva o relatório) – ausentes, e o Conselheiro Diaulas Ribeiro deu-se por suspeito. Suspeito? Sim, e eu explico por que. O Procurador (e não o conselheiro) Diaulas acompanhou o caso de um menino vítima de atropelamento cujo fígado está desaparecido até hoje, sem qualquer explicação a família. O caso foi discutido na CPI do Tráfico de Órgãos. De um lado, médicos diziam ter incinerado o órgão e o Ministério da Saúde dizia ter enterrado o órgão. É verdadeiramente suspeito alguém que arquiva a denúncia desta família sem apresentar respostas satisfatórias. Até hoje não se sabe o destino deste fígado e um paciente prestes a receber este órgão, faleceu algum tempo depois. O fígado desaparecido salvaria a vida daquele paciente e não traria agonia para a família. Onde está o fígado de Marcos Henrique Cardoso?

Na CPI ficou comprovado que os médicos que participaram da retirada de órgãos de Marcos sequer possuíam credenciamento para realização de transplantes e até hoje, nenhum foi denunciado pelo Ministério Público Federal. Parece que a lei de transplantes para o Ministério Público Federal, simplesmente não existe.

Devo lembrar que o Ministério Público Federal me processou por injúria, calúnia, difamação e coação no decorrer do processo que apura o homicídio do meu filho. As penas acumuladas superavam 50 anos de condenação à prisão. Devo lembrar também, que fui absolvido. É uma pena que tal esforço contra mim não tenha sido utilizado pelo Ministério Público contra a quadrilha de médicos e políticos que matam pessoas em leitos de UTIs para comercializarem órgãos. Calar a minha boca passou a ser para o Ministério Público brasileiro, uma questão de honra, custe o que custar. E admito: eles estão vencendo, pois podem tudo sem que ninguém tenha poderes para questioná-los. Em uma democracia, nenhum poder pode ser tão intocável e corporativo como é o Ministério Público brasileiro, onde os membros ganham fortunas, em relação à média salarial do povo brasileiro, e trabalham praticamente meio período.

O processo instaurado pelo CNMP começa com um relatório escrito sobre a denúncia, que transcrevo na íntegra:


Aqui já podemos perceber a tendência do conselheiro. Minhas acusações, como ele mesmo revela no teor deste processo, são referentes à substituição de nomes no processo de homicídio e o engavetamento do relatório da CPI do Tráfico de Órgãos. Jamais acusei de inércia. Mas ao usar a palavra inércia, o conselheiro relator desvia o foco da denúncia, como se eu tivesse dito que o Ministério Público Federal nunca tivesse feito nada. Ora, sendo assim, basta que ele oficie todas as instâncias para saber o andamento de cada atividade, sem entrar no mérito principal da minha denúncia, como, por exemplo, por que nomes que estavam indiciados pela Polícia Federal foram substituídos pelo Ministério Público no ato da denúncia?




Como escrevi anteriormente, o relator confirma que minha denúncia não se trata de inércia e sim a substituição de nomes e omissão de denúncias, sem qualquer explicação transparente para este fato.


O relator revela a existência da CPI, mas cuidadosamente oculta o seu resultado que confirma as minhas denúncias.

 
 
 
 

O relator afirma que não juntei documentos que comprovem minhas acusações. Pois bem. Vejamos cópia do e-mail e o respectivo anexo (OEA Brasil.pdf) enviado ao CNMP no dia 28 de setembro de 2007, em resposta ao comunicado da instalação do processo:


Como pode o relator afirmar que não juntei nenhum documento? Isso comprova que o processo 754/2007-44 tinha a finalidade de um julgamento parcial, incompatível com um país democrático.

O processo a que me refiro no e-mail também foi sumariamente arquivado pelo Procurador-Geral da República sem que qualquer resposta do dossiê fosse respondida.




É clara a intenção do conselheiro relator em criar uma avaliação parcial dos fatos para validar – repito – a omissão, canalhice e covardia do Ministério Público Federal brasileiro. E generalizo sim, pois faz 8 anos que me dedico a buscar apenas uma resposta e recebo em troca processos criminais distorcidos pelo Ministério Público Federal propositadamente em benefício de mafiosos criminosos traficantes de órgãos.

Resta agora rebater facilmente cada ponto do voto, embora desnecessário para um Ministério Público que tem a missão de ocultar a verdade em benefício da Máfia do tráfico de órgãos.

Vamos ao voto!

Desde o início, o relator tem o cuidado de reproduzir algumas frases que constam em meu e-mail, dando destaque às mesmas sem considerar o contexto em que foram escritas. Ao ler o voto, qualquer pessoa acredita ser passível de prisão, alguém que tenha escrito tais frases, mas aqueles que leram o e-mail em sua íntegra – inclusive a justiça que me absolveu – podem entender o motivo da minha ira, muito bem justificada na minha denúncia que repito, foi ignorada pelo conselho.

É o voto:


As providências que foram tomadas eu já conheço muito bem. No entanto, não há por parte do relator uma só palavra que questione o motivo da troca de nomes dos acusados. Sendo assim, o relator considera em seu voto, que as respostas foram satisfatórias, tipicamente de um tribunal que não deseja conhecer a verdade dos fatos a fim de acobertar crimes de responsabilidade.

Em seguida, o relator – com todo o cuidado – justifica a omissão do Procurador-Geral da República por não ter tomado providências imediatas diante do relatório da CPI do Tráfico de Órgãos:


Na página 196 do relatório final da CPI, consta o seguinte:

IX – INDICIAMENTOS

Esta CPI INDICIA, nos autos deste Inquérito Parlamentar, os médicos abaixo mencionados, por terem realizado procedimentos de transplante e captação de órgãos em desacordo com as normas da Lei nº 9.434/97, encaminhando-os ao Ministério Público:

- Álvaro Ianhez – conduta típica: Art. 14 – aceitar autorização assinada apenas pelo pai da criança (quando a lei exige de ambos os genitores), liderar a Mg Sul Transplantes clandestinamente, exercer atos de captação e destinação de órgãos sem a imprescindível autorização legal, destinar córneas à Campinas, SP, desobedecendo a ordem da lista;

- Odilon Trefligio Netto – Art. 14 – atuar no transplante de córneas sem a imprescindível autorização do Ministério da Saúde;

- Celso Roberto FrassIon Scafi, Sérgio Poli Gaspar e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes – Conduta típica - Art. 14 - atuarem em captação de rins em pessoa
encaminhada por central clandestina e com autorização concedida apenas por um dos genitores do doador.

- Dr. Gustavo Abreu e Dra Sandra Fiorentini, da Clínica Penido Burnier, de Campinas, SP, que implantaram as córneas irregularmente retiradas de Paulo Pavesi – Conduta típica: Art. 16- atuar no transplante de córneas sem a imprescindível autorização do Ministério da Saúde.

- José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto – conduta típica do art. 302 do CP. – assinarem laudo de declaração de morte encefálica sem cumprir os parâmetros da Lei, propiciando a captação irregular de órgãos.


O Procurador-Geral da República afirma que “o relatório final não estabeleceu qualquer providência de iniciativa privativa do Procurador-Geral da República”. Ora, para que serve então o indiciamento de uma CPI Federal? 

Mas há uma explicação para isso, que vou relatar aqui. Trata-se de uma manobra política efetuada na votação final da CPI, extraída das notas taquigráficas e gravações produzidas pela câmara federal dos deputados sobre referida sessão.

Durante a votação do relatório final, a Deputada Federal Angela Guadagnin, médica, recentemente envolvida na comemoração pública da impunidade, exigiu que fosse incluído o seguinte texto na página 129 deste relatório:
“Esta CPI, no caso Paulo Pavesi, encaminha ao Ministério Público para que, após análise, se for o caso, proponha ação penal contra os médicos abaixo mencionados, por terem, em tese, realizado procedimento de transplante e captação de órgãos em desacordo com as normas da Lei nº 9.434/97:”
Especificamente “no caso Paulo Pavesi” o Ministério Público teria “se fosse o caso” a possibilidade de propor ação penal contra os médicos. É estranho que os médicos deputados que tinham interesse em que os colegas não fossem denunciados, tivessem o cuidado de dar flexibilidade ao Ministério Público em sua decisão. 

Tal inserção chamou a atenção do Presidente e do Relator da CPI que tiveram de aceitar tal imposição para que a CPI não terminasse sem um relatório. Tanto é que fizeram questão de manter nas páginas seguintes, os nomes dos médicos sob o título “Indiciamentos”. 

A observação inserida em relação aos assassinos do meu filho atendia a diversos interesses. O primeiro deles é que acusei formalmente o Ministério Público Federal durante a CPI, de ser conivente com esta quadrilha. Dar ao Ministério Público a possibilidade de ignorar o relatório beneficiaria a máfia dos transplantes e obviamente o próprio Ministério Público Federal.

Nota-se que não há no Brasil a isenção necessária para que autoridades sejam investigadas, ou sequer questionadas. Em um e-mail enviado pela procuradora Ana Lúcia Amaral de São Paulo ela menospreza meus esforços para a instalação da CPI e diz que de nada adiantaria uma CPI uma vez que o resultado seria enviado ao Ministério Público Federal. Logo, ela tinha razão. 



Coincidentemente, em 21 de outubro de 2006, a imprensa noticiou que Ana Lúcia Amaral estava sendo processada pelo Juiz Ali Mazloum, devido a falsas acusações. Cito aqui parte da denúncia do Juiz contra a procuradora:
A peça acusatória elaborada, subscrita e oferecida pelas rés JANICE e ANA, inusitadamente, estava embasada em “inquérito” (?) destituído de qualquer depoimento testemunhal ou interrogatório de qualquer imputado.
Tinha fulcro apenas em interceptação telefônica realizada por cerca de um ano e oito meses (não do autor, mas em telefones de outros supostos envolvidos), bem como em um “relatório de reunião com juiz federal”, apócrifo, utilizado como se fosse uma “representação” por suposto abuso de poder e ameaça contra o autor, confeccionada por um policial rodoviário poucos dias antes da formulação da denúncia (07.10.2003).
Tal notícia fez com que me tornasse solidário à procuradora, a ponto de enviar-lhe minhas considerações reproduzidas a seguir:
(...) Por isso cara procuradora ao ler a notícia acima, em consideração a generosa informação prestada a mim pela sra. há alguns anos, sinto-me no dever de retribuí-las. Para isso, faço das suas, as minhas palavras (um pouco modificada é verdade):
 "Quanto a acusar pessoas, se aquele que afirmar não tiver como provar, os que foram acusados, sentindo-se ofendidos podem requerer que o Ministério Público promova a acusação. Ao que tudo indica foi o que aconteceu com a senhora, lamentavelmente.
Sugiro que a senhora procure a defensoria pública da União, fones 3231.0866; 3231.3746; 3231.0665."
Boa Sorte!!!!!
Voltando ao voto, principal tema deste documento, temos o seguinte:





Eis a justificativa que o relator tanto almeja apurar. “(...) tenho que referidos procedimentos revelam a diligência do Ministério Público em Minas Gerais, no trato com a questão”. 

Mas por que os nomes dos acusados foram substituídos? Por que não respondem a esta pergunta tão simples? A verdade é que não há resposta para esta pergunta sem que isso gere implicações legais contra os procuradores e contra os acusados. Carlos Eduardo Venturelli Mosconi, mentor desta quadrilha e criador da central clandestina que vitimou meu filho, sequer foi ouvido como suspeito. Além disso, Mosconi era deputado federal influente do governo na época do assassinato e sócio dos nomes que foram substituídos na denúncia. Muito antes da substituição, há diversas entrevistas de Mosconi dizendo que os médicos seriam inocentados, e coincidentemente foram!

O relator continua sua obra:
 
 
 

Aqui uma nova revelação. No Brasil não há qualquer processo de tráfico de órgãos. A acusação que faço contra o Insituto Penido Burnier é simples. Em 1997 a lei 9.434/97 determinou que nenhum hospital e nenhum médico poderiam realizar transplantes (retirada e implante) de órgãos sem o devido credenciamento junto ao Ministério da Saúde para tal finalidade. O Instituto Penido Burnier, em vários documentos anexados ao processo revela que fazia tais cirurgias SEM CREDENCIAMENTO. Portanto, deveria ser processado por RETIRADA E IMPLANTE ILEGAL DE ÓRGÃOS, art. 14 e 16 da lei 9.434/97. Surpreende que o Ministério Público Federal tenha denunciado o Instituo por “crime contra a ordem tributária – deixar de fornecer ou fornecer em desacordo com a legislação nota fiscal relativa a prestação de serviço”.

A peça produzida pelo Ministério Público é tão absurda que qualquer leigo poderia afirmar que o processo seria arquivado como de fato foi. O principal crime – a venda das córneas do meu filho, comprovadas pelo dossiê – foi ignorada. O fato de realizarem transplantes sem credenciamento também foi completamente ignorado. Assim, não há no Brasil o crime de tráfico de órgãos e minhas denúncias passam a não ter validade. Por isso, o Ministério Público Federal se nega a responder as minhas perguntas, das quais, uma delas, se refere ao Instituto Penido Burnier

Não se pode ignorar a hipótese de um acordo para que o Instituto – dito como um dos mais importantes do Brasil – não fosse penalizado por vender órgãos, pois certamente seria um escândalo nacional, envolvendo nomes de políticos e médicos renomados que hoje, vendem córneas abertamente sem serem molestados. 

Basta que o Ministério Público Federal apresente portaria publicada no D.O.U. antes de 21/04/2000 (data em que meu filho foi assassinado e suas córneas foram enviadas para o Penido Burnier), credenciando o instituto e seus médicos para realizarem tais procedimentos como determina a lei. Tem?

Tanto é verdade minhas afirmações que o voto continua com a seguinte informação:




Ora, se existe um procedimento criminal que acusa retirada ilegal de órgãos praticada pelos médicos contra o meu filho, cuja denuncia foi feita pelo próprio Ministério Público Federal, por que o Instituto não foi denunciado também pelo mesmo crime uma vez que foi o instituto que recebeu as córneas do meu filho e as revendeu?
Por que não respondem?

O próximo ponto do voto é bastante curioso. 


Reparem que o relator teve o cuidado de suprimir a palavra “coercitiva”, deixando como se fosse apenas uma intimação comum. 

Eu explico o motivo: Desde 2002 passei a freqüentar delegacias como se fosse um bandido marginal, respondendo a acusações dos médicos, Ministério Público Federal e da Polícia Federal – todas abertas simultaneamente por coincidência. Em uma das intimações, que eram enviadas curiosamente para o meu local de trabalho e não para a minha residência, eu não pude atender pois estava em férias, e sendo assim, obviamente, não tive conhecimento da intimação. Só pude saber da mesma quando voltei ao trabalho e me deparei com a intimação em meio às minhas correspondências. O procurador Luiz Fernando Gaspar Costa determinou então, que eu fosse intimado coercitivamente, o que significa “a força”. Algemado se necessário fosse. 

Se o Ministério Público Federal desejasse que eu fosse ouvido, poderia ter enviado a intimação para a minha residência e não para o meu local de trabalho, causando a mim, propositadamente, um grande desconforto em relação ao meu empregador. 

Sendo assim representei contra o procurador por abuso de poder, mas mais uma vez os Procuradores que analisaram a denúncia, optaram pelo seu arquivamento. Luiz Fernando Gaspar Costa foi agraciado com um desagravo público veiculado pelo próprio Conselho Nacional do Ministério Público, onde me acusavam de fazer denúncias falsas. A procuradora responsável pelo arquivamento chegou a mencionar que não havia entendido muito bem o que o texto que escrevi, para invalidar a minha denúncia.

Voltando ao precário voto unânime do conselheiro PAULO BARATA:





Para validar os argumentos recebidos em resposta aos seus ofícios, o relator faz questão de enviá-los em letras garrafais como se estivesse gritando suas palavras. 

Mas é fácil desqualificar tais afirmações. Basta que o Ministério Público Federal explique por que, ao constatar o desvio de dinheiro público - furtado pelo então Provedor da Santa Casa onde meu filho foi assassinado -, foi elaborado um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) para que o dinheiro desviado fosse devolvido e não uma ação penal por apropriação indébita. Um processo penal poderia, inclusive, esclarecer os fatos sobre o assassinato do administrador CARLOS HENRIQUE MARCONDES, cujas mãos foram raspadas com ácido róseo (segundo perícia do inquérito policial) para que o exame residuográfico não pudesse ser realizado, a fim de prosperar (como diz o relator) a versão de suicídio com duas balas disparadas do mesmo revólver.

A justiça já reconheceu que o caso merece esclarecimento, anulando o atestado de óbito que constava suicídio. Por que o Ministério Público Federal se nega a investigar o caso? Lembro que o dossiê enviado ao Procurador-Geral da República foi arquivado e a Procuradora ELA WIECKO afirma que nada pode fazer sobre o caso do administrador baleado. Isso não é omissão? 

Ora, na cidade de Poços de Caldas, todos sabem quem foi o mandante do crime, e interessava diretamente aos médicos que ele fosse assassinado, pois ficou provado através de inquérito que ele havia grampeado os telefones do centro cirúrgico. A versão de suicídio produzida pela polícia civil de Poços de Caldas foi mais um conluio das autoridades com o grupo, assim como o documento que firmaram juntos, dispensando a necessidade de necropsias em cadáveres destinados à doação de órgãos, contrariando leis federais. 

O que foi feito neste caso?

Segue o voto.




Diante do exposto, o conselho não deve interferir?
Faz parte de algum acordo?


Sem que meu dossiê seja analisado, qualquer coisa que se diga é puramente especulação. Até mesmo este voto.

Esta afirmação patética do conselheiro pode ser facilmente esclarecida. Basta que para isso quebrem o sigilo telefônico de JOSÉ ROBERTO FIGUEIREDO SANTORO no mês de MARÇO de 2002. Mais precisamente no dia em que o Ministério Público Federal apresentou denúncia contra os médicos substituindo o nome dos sócios de MOSCONI. Não é difícil entender que telefonei ao SUB PROCURADOR SANTORO para justamente questionar o motivo da substituição dos nomes e a resposta foi que ninguém mais seria molestado neste caso. Além disso, a ameaça de me processar caso eu insistisse em saber a verdade se concretizou! Médicos, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal passaram a me processar depois do telefonema feito em 2002, conforme havia prometido SANTORO. 

Sabendo destas informações, o conselheiro isenta SANTORO de qualquer acusação que eu faça, mesmo sem quebrar seu sigilo, afirmando:


Ora, um Sub Procurador que afirma não denunciar mais ninguém e ameaça a vítima para que se cale, quer ser tratado com carinho?

Não é muito difícil entender o que aconteceu aqui, até porque quem não se lembra do flagrante que SANTORO se envolveu, quando passava informações ao acusado CARLINHOS CACHOEIRA?


É natural que o voto do relator inocente SANTORO, apesar de suas atitudes num passado recente semelhantes com o meu caso (acobertar acusados). O que importa para o Ministério Público Federal é que PAULO AIRTO PAVESI seja considerado insano, para que suas palavras não afetem uma organização lucrativa, mesmo que seja criminosa.

Alguém já me flagrou propondo acordo com bandidos?
E eu sou o louco?

Ainda sobre SANTORO, o relator afirma:



Caro relator. Para a sua infelicidade tenho em minhas mãos um vídeo onde CARLOS EDUARDO VENTURELLI MOSCONI faz chantagem contra o então Ministro da Saúde, José Serra. Nesta gravação, Mosconi ameaça o governo FHC de votar a favor da instalação da CPI da CORRUPÇÃO – temida pelo governo na época – caso as acusações contra os médicos que mataram meu filho não parassem. Tenho também em áudio, a resposta de JOSÉ SERRA, atendendo a chantagem e até elogiando os assassinos. Essa chantagem também foi publicada pela Revista CartaCapital, em 08 de março de 2002.

Porém, para que tal chantagem tivesse efeito, seria necessário que o Ministério Público Federal se calasse, ou ainda que substituísse o nome dos acusados, como de fato foi feito. Posso provar ainda através de documentos, que o procurador JOSÉ JAIRO GOMES recebeu, pessoalmente, documentos falsos dentro do gabinete do Ministro José Serra para validar diversos crimes cometidos pelos médicos e que de fato não foram denunciados, como por exemplo, a falsificação de AIH’s feitas pela Coordenadora Técnica da Santa Casa REGINA CIOFFI, e citada pelo Procurador José Jairo Gomes em uma das ações cíveis proposta em Poços de Caldas. Tudo devidamente documentado pelo próprio Ministério Público.

Neste caso, se o relator pudesse responder as perguntas do meu dossiê, ou ainda se me recebessem pessoalmente para discutir o assunto e ouvir o que tenho a dizer, não estaríamos aqui discutindo através de relatórios, e certamente os fatos estariam esclarecidos. Mas, como podemos perceber desde o início, o relator tem a missão de fazer com que tudo seja apenas um grande equívoco.

O missionário conselheiro relator continua:


O Ministério Público me acusa de ser insano, com problemas mentais, e não posso emitir minha opinião sobre o Ministério Público Federal?

Quando um procurador me ataca ou me persegue, devo entender que é o procurador que o faz ou a entidade Ministério Público? 

Sou um homem de palavra. Está de pé a oferta.



Caro relator, enquanto não me derem as respostas que peço há 8 anos, tenho o direito de avaliar o Ministério Público Federal como bem entender. O Ministério Público Federal tem o direito de me processar como o fez, e eu tenho o direito de exigir respostas como faço. A parte de vocês foi feita e fui absolvido, agora é preciso que me respondam! Simples. Mas não com relatórios montados em benefício próprio. Quero que respondam o meu dossiê.



Caro relator. Quando o Conselho publicou o desagravo em favor do procurador contra mim, não quis dizer que todo o Ministério Público Federal apoiava o procurador? Por que devo então me dirigir a uma única pessoa se são tantos envolvidos e atentos para que o caso Paulinho não seja levado a frente?

Repare que os assassinos devem estar hoje em uma praia com a família e nós estamos nos atacando. Por que esta proteção aos acusados? Respondam o meu dossiê. Por que estão dispostos a sacrificar a imagem de uma entidade em benefício de mafiosos traficantes de órgãos? Basta que respondam o meu dossiê. Se não o fazem, é porque são partes desta quadrilha.


É um direito meu! Eu quero saber o motivo da substituição dos nomes dos acusados, bem como respostas para o meu dossiê. Exceto se, o Ministério Público Federal me disser que não é obrigado a me dar respostas. Neste caso, ao menos, poderia ter certeza da ditadura que existe ainda no Brasil, muito pior do que a ditadura militar. 

Vocês podem me odiar. Podem achar que meu filho merecia ser assassinado, mas terão que me dar respostas. Se negar a responder, é conivência. Atacar-me porque insisto, é covardia. Deixar de fazer sem explicar porque, é omissão. E isso tudo em conjunto, é canalhice.


Esta afirmação é muito interessante, sobretudo pelo fato de ocultar que fui processado pelos motivos que descreve, mas absolvido.

Já o processo de ameaça de morte, gostaria muito que o processo e a acusação tivessem ido em frente. Mosconi determinou que médicos e o administrador da Santa Casa fossem à delegacia (a mesma que fez acordo para que não realizassem necropsia em doadores), e formalizassem uma denúncia contra mim por ameaça de morte. Estranhamente, CARLOS HENRIQUE MARCONDES se negou a depor contra mim. Isso significa que nunca ameacei ninguém de morte. Há no inquérito que apurou seu “suicídio” o depoimento de sua esposa que afirma que MARCONDES, na época, teria dito que eu não era tão louco como os médicos estavam querendo que eu fosse. Mesmo assim, a suposta queixa de MARCONDES foi levada adiante. Algum tempo depois, MARCONDES foi encontrado morto e os processos de ameaça de morte contra mim desapareceram! Eu gostaria muito que eles tivessem ido até o fim para descobrir como e quem matou MARCONDES. Infelizmente, o Ministério Público nada fez para que a verdade fosse descoberta. Ao contrário do que afirma o relator, estas informações estão nos autos. Basta um ofício para que seja averiguada a verdade. Será que o relator está interessado nestas informações?

Faço uma ressalva. O Promotor WAGNER IEMINI DE CARVALHO atuou brilhantemente exigindo explicações da polícia na época, e não foi atendido. Se todos fossem como IEMINI o Brasil seria muito diferente. Sua indignação está estampada no meu dossiê, nas páginas 121 e 122. Caso o senhor não tenha uma cópia poderá baixá-la pela internet do Ministério Público Federal (que eu pago para que você a tenha), ou ainda solicitar ao Procurador-Geral da República, pois certamente ele a tem.

Quanto à ameaça de morte, lembro que o procurador JOSÉ JAIRO GOMES chegou a afirmar no processo que fui absolvido, que eu seria suspeito de ter matado MARCONDES. É uma pena que além da falta de provas, a covardia não tenha levado este procurador a me denunciar por homicídio, pois seria um prazer informar quem mandou matar MARCONDES e os motivos.



Desde pequeno aprendi a respeitar para ser respeitado. Também aprendi que não merece respeito aquele que não me respeita. Respondam meu dossiê composto por documentos que vocês me forneceram e passarei a respeitá-los. 


As providências foram tomadas e fui absolvido. Aliás, fui processado mais de uma vez pelo mesmo crime. Vão me processar de novo até que eu seja preso e assassinado em uma delegacia? É isso que desejam desde o começo? Calar-me?

Respondam o meu dossiê e com isso o caso estará encerrado. Mas repito, não façam como este julgamento parcial dos fatos. Sejam honestos pelo menos uma vez nesta história.



É função do Ministério Público substituir nomes de acusados por outros sem prestar esclarecimentos? Há documentos escritos de próprio punho pelos médicos que participaram do assassinato, e não foram denunciados. É esta a função do Ministério Público? Processar quem deseja saber a verdade dos fatos?


Caro relator. Tenho detalhado o mecanismo utilizado para fraudar o SUS utilizando uma central clandestina, que foi relatado por JOSÉ JAIRO GOMES em ação civil contra algumas autoridades da saúde de Poços de Caldas. Tenho tudo documentado através de informações fornecidas pelo próprio Ministério Público Federal. Estão todos no meu dossiê. Respondam as perguntas e entenderei os motivos que levaram a omissão. O Relator está assumindo neste parágrafo, depois de dizer que tanto fizeram, que não fizeram nada. O Ministério Público pode entender o que quiser como quiser quando o caso não trouxer provas. Mas quando as provas estão sendo apresentadas e ignoradas como o relator fez neste julgamento, a denúncia necessária deixa de ser uma opção, e se torna uma obrigação constitucional.


A autonomia é uma ferramenta que deve ser utilizada com responsabilidade. Autonomia pela autonomia é ditadura. Autonomia como meio de auto-proteção é tirania. Estamos numa democracia e exijo respostas! Eu pago seu salário! É DIREITO FUNDAMENTAL SABER O QUE FIZERAM AO MEU FILHO E POR QUE NÃO FORAM DENUNCIADOS.


Caro relator, escrever este texto é cansativo diante de tantas sujeiras que tenta encobrir com mentiras frágeis. Para calar a sua boca, mais uma vez, vou reproduzir um texto publicado pelo jornal CORREIO BRAZILIENSE em 10 de dezembro de 2003, pelo jornalista ULISSES CAMPBELL, que também consta no dossiê enviado ao CNMP e que foi ignorado:

Operação abafa CPI do tráfico de órgãos na Câmara 

07h05 - Governo e representantes da área de Saúde no Congresso não querem que a Comissão Parlamentar de Inquérito, aprovada para investigar venda de rins, seja instalada. 

O governo federal movimenta-se nos bastidores para impedir que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Órgãos, já aprovada na Câmara, seja instalada. A primeira tentativa foi feita pelo ministro da Saúde, Humberto Costa. Numa audiência com o deputado Neucimar Fraga (PL-ES), autor do requerimento, o ministro disse que não é interessante para a política de doação de órgãos do governo uma investigação desse tipo agora. 

Humberto Costa disse ao Correio que as denúncias levantadas recentemente sobre doação de órgãos são graves. No entanto, sugere que elas sejam investigadas pela Polícia Federal, como já vem ocorrendo. ‘‘Uma CPI colocaria sob suspeita um modelo de transplante reconhecido internacionalmente’’, argumenta. 

A segunda tentativa de abafar a CPI partiu da Frente Parlamentar da Saúde, composta por um deputado de cada partido. Dois representantes, Rafael Guerra (PSDB-SP) e Ângela Guadagnim (PT-SP), disseram ao presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que a CPI prejudicará a doação de órgãos. 

À boca pequena, comenta-se nos corredores da Câmara que a liderança do PT está costurando para impedir que a CPI seja instalada. Esse movimento era mais evidente até a semana passada. No domingo, porém, o Fantástico, da Rede Globo, exibiu as histórias das pessoas pobres, de Pernambuco, que estavam viajando até a África do Sul para vender órgãos. ‘‘Com o impacto da reportagem, ficou constrangedor no Congresso se opor à CPI’’, disse o deputado Neucimar Fraga, autor do requerimento da instalação da comissão.  

Ano que vem 

Mas o governo não desistiu e age agora para tentar empurrar a instalação da CPI para o ano que vem, já que o recesso legislativo começa dia 15, e as comissões não podem ser instaladas nesse período. Esse movimento é mais evidente no PT, que sempre se apressou em instalar CPIs quando era oposição. Até às 19 horas de ontem, sete partidos (PSDB, PSB, PPS, PDT, PP, PTB, PL) já haviam indicado oficialmente os parlamentares que comporão a CPI do Tráfico de Órgãos. 

O PT não indicou ninguém, embora três deputados tenham se oferecido para compor a comissão — Paulo Ruben (PE), Zico Bronzeado (AC) e Ivo Acre (MG). Na liderança do PT, a versão oficial é que o partido está fazendo uma consulta interna para descobrir quais parlamentares têm o perfil da CPI. Até o fim desta semana, a liderança do partido fará as indicações. 

A pressão para não instalar a CPI também vem de outros poderes. No dia 14 de novembro, o deputado Neucimar Fraga recebeu um e-mail do procurador federal Douglas Marin dos Santos, no qual há o pedido explícito para não instalar a comissão. "Como se trata de assunto que ainda é tabu no Brasil, os resultados práticos da instalação de uma CPI, além da tradicional publicidade vazia, seriam desastrosos para quem agoniza numa sala de espera", descreveu o procurador. 

Médico preso em Recife 

A Polícia Federal prendeu ontem o médico e coronel reformado da Polícia Militar de Pernambuco José Sílvio Boudoux Silva, 54, suspeito de integrar a quadrilha internacional acusada de traficar órgãos humanos, do Brasil para a África do Sul. Silva recebeu ordem de prisão no início da tarde, após negar envolvimento no caso em depoimento na sede da PF, em Recife. 

O militar foi a 12ª pessoa a ser detida no estado por suspeita de participação no mesmo crime. A PF acredita que, em um ano, pelo menos 30 brasileiros tenham sido cooptados pelo grupo e submetidos à cirurgia em troca de quantias que variavam de R$ 18 mil a R$ 30 mil. 

Ulisses Campbell
Do Correio Braziliense 


Caro relator que está atuando neste relatório em defesa dos assassinos do meu filho e de toda uma categoria de autoridades que querem calar a minha boca. Eu fiz questão de destacar o nome de ANGELA GUADAGNIM na reportagem, já que exigiu que o relatório flexibilizasse a atuação do Procurador-Geral da República, dando a ele o poder de se omitir diante do relatório da CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS. Guadagnim não compareceu a nenhuma audiência (está nos anais da câmara), mas fez questão de estar presente na votação do relatório e inserir o texto que citei em páginas anteriores.

Não é possível um pai acreditar que toda esta movimentação seja ao acaso. Não é inteligente imaginar que alguém tenha enlouquecido e demonstrar através de informações públicas como a reportagem acima, a verdade dos fatos e ser por isso, processado. Não é possível exigir que eu mantenha qualquer tipo de respeito diante dos fatos comprovados como descrevo aqui.

O senhor mentiu ao escrever este relatório, utilizando informações que lhe interessavam. Ignorou meu dossiê e dados que venho recolhendo há 8 anos. Tenho um arsenal de provas contra o Ministério Público Federal que se nega a me ouvir e insiste em me implicar em ações judiciais, sabendo da dificuldade que um cidadão comum tem em se defender.

Meu filho hoje estaria completando 19 anos. Foi assassinado aos 10 e durante este tempo todo, não pude parar um só minuto para chorar a sua morte. Tive que usar todo o meu tempo para descobrir o que fizeram, e o que fizeram está descrito no meu dossiê. Até hoje, nenhuma autoridade conseguiu responder o dossiê e provar que eu estou errado. Os que responderam, me deram razão, inclusive das ofensas que faço a vocês. Não é raro encontrar um pai que me diga: “No seu lugar eu teria matado o médico”. Apesar da loucura que vocês insistem em me acusar, jamais fiz qualquer ato de violência. Ao contrário. Sempre usei as ferramentas legais. Apresentei 7 representações contra o Ministério Público, Polícia Federal e outros envolvidos, cujos números estão no meu dossiê e até hoje nunca me responderam.

Diante disso, o que gostariam que eu fizesse? Me calasse como quase a totalidade dos brasileiros diante das roubalheiras que estão sendo vítimas deste atual governo? 

Gostariam que eu aceitasse as provocações dos médicos que riem da minha situação, de estar sendo tratado como um débil mental depois que o Ministério Público declarou isso a imprensa, com a finalidade de que nenhuma matéria fosse publicada sobre o caso?

Prosseguindo com sua missão em me desqualificar, destaco:



A afirmação de que Procuradores enviaram ofício para a empresa onde eu trabalhava consta nos autos movidos contra mim, em São Paulo. Se o senhor tivesse o cuidado ou o interesse em saber a verdade, bastaria requisitar cópia do processo onde o MPF pede a quebra do meu sigilo eletrônico. Repare a incoerência destes fatos. O MPF me processou usando cópias dos e-mails que enviei a eles. Por que então quebraram meu sigilo eletrônico se recebiam cópias do que eu escrevia? Aliás, eu escrevia para o Ministério Público e não havia necessidade de quebra de sigilo. Porém, a quebra de sigilo ocorreu em 2003 (como consta nos autos) exatamente às vésperas da CPI que o MPF não queria que fosse instalada (conforme matéria reproduzida nas páginas anteriores).

Não é uma coincidência incrível? O MPF queria saber com quem eu falava em Brasília às vésperas da CPI? Não é muita coincidência que eu tenha sido demitido no dia da instalação da CPI? 

Caro relator. Verifique junto a empresa AGF DO BRASIL, hoje ALLIANZ na rua Luis Coelho, No. 26 se há em meu prontuário algum ofício do Ministério Público Federal quebrando meu sigilo. Faça isso antes de vomitar suas asneiras.

Quanto a minha família, eu me separei em 2004, logo após os acontecimentos narrados acima, exatamente no final da CPI, pois, abandonei tudo e participei efetivamente dos depoimentos de todos os acusados no caso do meu filho, atitude esta que deveria ter sido do Ministério Público Federal, mas que não se interessou pelo que acontecia ali. Morei em Brasília em pensões cuja quarto media 1x2 metros. Tenho fotos se quiser verificar. Tudo para obter respostas que vocês me negam até hoje.

Um grupo de advogados criminalistas em São Paulo analisou o processo depois que extrai cópias em 2007 e concluiu que existem diversas nulidades processuais que deverão ser utilizadas caso haja condenação e que certamente anularão o caso em definitivo. Segundo os especialistas, as nulidades são tão evidentes que até mesmo um estagiário poderia utilizá-las.

Se o senhor afirma que isto é mentira, poderemos juntar uma equipe de advogados para analisar o processo. Aceita? Caso o senhor não aceite, ficará claro que mais uma vez está mentindo e usando o CNMP para dar cobertura aos assassinos do meu filho.

No próximo parágrafo, há um detalhe sórdido do seu voto.




O senhor se refere a algumas páginas do meu dossiê, o que significa que o senhor teve acesso a ele, embora não conste na inicial do processo. Ao que parece, usaram apenas 4 páginas do meu dossiê ignorando outras 231, onde relaciono nomes de pessoas, que, por algum motivo, foram omissas, coniventes, e até assassinas. Se sua intenção fosse verdadeira, teria citado em seu voto outros pontos do meu documento. As provas estão no dossiê, se for citá-lo, faça-o na íntegra, e não escolha algumas partes em seu benefício, assim como estou fazendo com o seu voto.


Caro relator. Faço uma aposta com o senhor. Se alguém for punido como prevê a lei e vá para a cadeia, pelo homicídio do meu filho, eu me interno em um manicômio judicial de livre e espontânea vontade. Dos relatórios da polícia e auditoria do ministério da saúde que relatam dezenas de crimes, até agora, o único que resta é o homicídio que praticaram. Os demais, graças à ajuda do Ministério Público e toda a sua rede política, a exemplo do Instituto Penido Burnier, todos foram arquivados. Isto foi determinado em 2002, no acordo feito entre médicos, polícia federal e ministério público para que todos os crimes fossem anulados, um a um e que eu fosse considerado o criminoso da história, como bem demonstrou o seu relatório.

O senhor deve estar orgulhoso da entidade que representa neste voto, e da violência que proporcionaram a minha família. Violência psicológica e física, pois, não há como suportar esta sujeira a que estão se submetendo e me impondo sem ter problemas de saúde.

O Conselho Federal de Medicina já absolveu o principal acusado, dizendo que NENHUM CRIME de que foi acusado, é culpado. Com base nesta decisão do CFM, o governo brasileiro deu ao principal acusado um emprego em MANAUS onde conduz transplantes e clínicas de hemodiálise.  Recentemente a imprensa divulgou a denúncia de uma pesquisadora colombiana de que índios estavam sendo dizimados no Amazonas para fins de tráfico de órgãos e o governo prontamente, utilizando o Ministério Público e Polícia Federal, se prestou a desmentir as denúncias. Sobre estas acusações no Amazonas, eu não tenho qualquer prova, mas não duvido que isto esteja acontecendo, pois o aparato para dar cobertura a estes crimes é evidente neste seu relatório e detalhado em meu dossiê.

Finalizando.



Dignidade? O senhor falou dignidade? Volte algumas páginas e veja as provas que apresentei. Leia que ao contrário do que afirmou, o Ministério Público Federal pressionou o presidente da CPI para que a mesma não fosse instalada. O Ministério Público Federal é contra Paulo Pavesi em todos os níveis porque eu detalhei a forma covarde e omissa que vocês atuaram para dar cobertura aos assassinos de uma criança de 10 anos. Dignidade tem aquele que depois de 8 anos arrisca a sua vida para poder obter respostas diante de tantos poderes impenetráveis.


Qual o suporte que o senhor deseja? 
As mentiras que usou aqui para me desqualificar?


Caro relator. Seu voto é a fotografia do que vivo hoje. Estou na Itália para que não seja morto em uma esquina qualquer, pois hoje no Brasil, tudo é possível. Veja o exemplo dos familiares de Celso Daniel, que tiveram que se asilar na França após o assassinato do prefeito e de mais 7 testemunhas sem que até hoje o Ministério Público consiga responder as principais questões dos familiares. Eu estou na Itália para preservar a minha família e poder, ainda que distante, continuar cobrando uma resposta – dentro da lei – sem que leve uma bala na cabeça, ou ainda, seja levado para uma cadeia pública onde possam acabar com a minha vida, sem ver respondidas as minhas perguntas.

É bem provável que use a minha vinda para a Itália, para dizer a imprensa e a todos que estou fugindo. Caro relator, eu propus diversas vezes me encontrar com o Ministério Público e que eu fosse ouvido. O Ministério Público Federal nos excluiu até do rol de testemunhas de acusação do processo de homicídio para que os acordos pudessem seguir em frente. Não há como ficar num país onde as autoridades são levianas e se vendem por qualquer trocado, ou às vezes até mesmo por um cafuné.

Paulo Pavesi