Desembargadores comprados

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domingo, 26 de abril de 2009

Ministério Público Federal e os planos de perseguição

Procuradores usaram processos para tentar calar a minha boca.

Em 2002 fui acusado de injúria, calúnia e difamação pelo Ministério Público Federal de Belo Horizonte por chama-los de corruptos. O processo foi aberto em Belo Horizonte e uma carta precatória foi enviada para São Paulo onde eu era residente, e fui intimado pelo delegado da Polícia Federal Antônio Manuel Costa a dar meu depoimento. Após algumas horas apresentando provas e depondo, o delegado negou-se a me indiciar. Segundo o delegado, era claro o crime de responsabilidade por parte de autoridades federais e do próprio governo brasileiro que pagava através do SUS extrações de órgãos ilegais com a prática de homicídio. Sendo assim, o delegado resolveu enviar ofício à 
Procuradoria Federal de São Paulo para que designassem um procurador para acompanhar os depoimentos.

Este foi o ofício enviado:

Este não foi o único ofício. Foram vários e o Ministério Público Federal nunca os respondeu. Com isso, o delegado frequentemente adiava o depoimento enviando um novo ofício. 

Cansado, por iniciativa minha, fui ao Ministério Público Federal conversar com a Procuradora Ryanna Pala Veras. Foram duas reuniões. A primeira, ela não conhecia os fatos e entreguei a ela um dossiê de aproximadamente 500 páginas. Ela me pediu uma semana para analisar os documentos. Aceitei. Na segunda reunião, fui munido de um gravador pois conheço bem a forma como estes corruptos trabalham. E acertei na mosca!

A procurador começa a conversa afirmando: "Foi homicídio!". Ela comentou que uma irmã é médica e que ao olhar os documentos confirmou a existência de homicídio. Isto foi gravado. Em seguida, ela diz que o crime que eu cometi "injuria, calúnia e difamação é bem menor que o dos médicos, mas não pode fazer nada". Ok, disse. Eu não estava ali pedindo para que o processo contra mim sumisse ou fosse engavetado como fizeram com os médicos. Apenas queria justiça na morte do meu filho. Foi então que ela revelou a intenção do Ministério Público Federal de me transformar em uma pessoa com doença mental:
"Eu acho que no caso as ameaças afasta muito e vai dar, vai dar ensejo a eles quererem dizer que o sr. tem problema mental para mim, e vai transformar tudo e jogar para o sr. a responsabilidade, o foco né, como eles querem fazer. E eu fico sem escolha porque na realidade foi um crime bem maior que foi praticado pelos médicos mas isso não impune um crime bem pequeno que é a injúria, calúnia e difamação".
Entenderam? Transformar-me em doente mental, e jogar a responsabilidade e o foco como eles querem fazer!

As ameaças que a procuradora se refere, são os e-mails que eu enviava para procuradores e deputados e que acabaram sendo usados para a criação da CPI do Tráfico de Órgãos. Não havia qualquer ameaça fisíca contra qualquer autoridade. Apenas a ameaça de levar a público todos os fatos como eles são. Até porque, se houvesse ameaça física eu poderia ser detido no ato, o que nunca aconteceu.

Ryanna alerta para o fato de eu criar com este processo, antecedentes criminais, o que significa dizer que depois dele, qualquer processo me jogaria numa cela.

A gravação está péssima e foi apresentada durante a CPI. Solicitei, através da CPI, que um perito fizesse a análise de autenticidade e a degravação mas meu pedido não foi atendido.


Alguns meses depois, o inquérito foi retirado das mãos de Antônio Manuel Costa e entregue nas mãos de outro delegado que me intimou e sem me ouvir, procedeu o indiciamento. Com requintes de ironia, o novo delegado cujo sobrenome era "Rosa", comentou:

"Não se preocupe. Lula já foi preso e hoje é presidente da república". E eu respondi:
"Eu não desejo ser presidente, mas desejo que este seja um país mais digno ainda que o  presidente da república seja um ex-presidiário".

Assim que cheguei na Itália para pedir asilo político em 2008 (6 anos depois da abertura do inquérito), soube que estava sendo procurado no Brasil por um oficial de justiça que portava um mandato para que eu realizasse um exame de sanidade mental, proposto pelo Ministério Público Federal. 

Eu pergunto: Você faria?

No processo em questão, fui absolvido e a juíza que julgou o caso admitiu na sentença que minhas denúncias eram fundamentadas, e enviou ofício para o Procurador Geral da República, que ao que tudo indica, não respondeu.

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