Desembargadores comprados

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Saiba como acabar com o tráfico de órgãos

A verdade deve ser sempre dita, embora derrube muitos interesses. No Brasil, o tráfico de órgãos é bastante intenso. Basicamente ele acontece em duas modalidades. 

1. Pacientes em leitos de UTI públicas (SUS), são levados à óbito e as famílias - que não sabem - são "convencidas" a doarem os órgãos sob a pena de se tornarem egoístas, se não aceitarem.

2. Pessoas desfavorecidas são convencidas de que é possível ter uma vida perfeitamente saudável apenas com um rim. Portanto, basta por o preço e fechar o negócio para que ele venda um deles. Ironicamente, o desfavorecido viverá muito bem sem um rim, para salvar alguém que com um rim só não está nada bem.

Em ambas as modalidades já foram comprovados diversos casos sem que houvesse qualquer punição para os envolvidos, e por isso,  continuarão acontecendo. Afinal existem interesses financeiros em jogo que não podem ser afrontados. Nem os interesses e nem os traficantes. É uma rede poderosa e lucrativa que conta com o apoio de organizações de transplantes, políticos, juízes, autoridades federais e obviamente médicos transplantistas.

Vamos analisar os fatos:

Cada transplante realizado pelo SUS tem um custo altíssimo para o estado e um lucro exorbitante para os transplantistas. Em uma única cirurgia, um transplante de fígado por exemplo, pode custar aos cofres públicos mais de 150 mil reais. Isto sem contar os medicamentos necessários para o resto da vida que o transplantado terá de usar, que evitam a rejeição do implante.

Convenhamos. 150 mil por uma única cirurgia? Qual o custo que um hospital ou uma equipe pode ter ao implantar um órgão em um paciente? Luz? Medicamentos? Materiais cirúrgicos? Qual? O médico Álvaro Ianhez, que matou meu filho, alegou para um de seus pacientes que os "fios" usados para sutura eram muito caros.

Os médicos transplantistas dizem que fazem este procedimento por amor ao próximo. Alguns dizem que tiram dinheiro do próprio bolso para que os pacientes possam fazer os exames pré transplantes necessários. Dizem ainda os transplantistas que este gesto de amor não pode parar nunca, e que eles devem fazer o possível para que as doações continuem. Por isso a enxurrada de propagandas de doação de órgãos, em toda a mídia nacional. Doe órgãos!!

Entenderam? Pois bem. Com base nos fatos narrados até agora, apresento uma sugestão que resolveria o problema de toda a rede de transplantes do Brasil. Leia com atenção, e você transplantista, também. Depois, deixe seu comentário, mas sem ofensas.

Para os casos em que uma pessoa é convencida a vender seus órgãos

1. Se uma pessoa é convencida a vender seu órgão para um traficante, no valor de 5 a 10 mil reais, podemos mudar este quadro, e acabar com a ilegalidade. 

O SUS paga 150mil para uma equipe fazer um transplante certo? E eles dizem que fazem por amor. Logo, destes 150mil, pagaremos então 50mil ao doador pelo órgão cedido. Tudo oficial. Nada paralelo. Com isso, acabamos com a venda de órgãos clandestina. Com outros 50mil, faremos uma espécie de previdência para pagar a ele  um plano de saúde para que de fato tenha assistência de qualidade até o final da vida. Os 50 mil restantes vão para a equipe, que certamente - por amor - não vão se importar em ganhar um pouco menos.

Para os casos onde pacientes tornam-se doadores em UTIs públicas

2. A grande soma de dinheiro para publicidade de doação de órgãos (que não é pouca), poderia ser utilizada de outra forma. Já que os assassinatos continuarão e ninguém será punido, basta então que o SUS paguer à cada família de doador, 50mil reais. É doador? Sim! leva 50mil reais. E para não quebrar o SUS, basta diminuir o dinheiro pago pelas cirurgias. Fariam filas para "doar" órgãos e nem precisaria do Drauzio mentindo na TV.

Benefícios

- Não haveria mais tráfico paralelo. 50 mil reais é um bom dinheiro para fazer a coisa legalmente. Vende quem quer, e vende para o governo, não para um traficante. A família que perdeu um ente querido certamente precisa deste dinheiro. 

- Os órgãos comprados no mercado clandestino tem um custo de 5 a 10 mil reais. Mas ao chegar nas mãos dos transplantistas que possuem clientes adequados para estes órgãos, os preços atingem os patamares dos 200 mil reais. Quem não viu o caso de Joaquim Ribeiro Filho, já absolvido, ou Athaide Patrezze que recebeu uma proposta de 50mil dolares por um rim? 

- Isso significa dizer que com a privatizão de órgãos humanos, ninguém precisaria desembolsar 200 mil, pois o governo pagaria oficialmente 50 mil e nada mais. Nivelaríamos o preço dos órgãos. E eles nunca faltariam.

Será que os médicos, por amor, aceitariam?

O que eu narrei acima, já acontece. A proposta é oficializar gratificando os doadores e seus familiares, diminuindo o lucro dos traficantes.

Tenho a impressão que apesar da imensa quantidade de doadores, os transplantes acabariam.

Um comentário:

Leticia Marques disse...

Paulo, simplesmente incrível o seu post. Amei! Me ajudou demais com uma redação. E, sobre a proposta, eu concordo com vc.