Desembargadores comprados

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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Traficantes de órgãos exploram doadores e pacientes desesperados - diz NYT

Há alguns dias, a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem sobre tráfico de órgãos. A reportagem foi originalmente escrita por Kevin Sack, e publicada no jornal “The New York Times”. O título desta matéria é “Traficantes de órgãos exploram doadores e pacientes desesperados” e pode ser lida na integra clicando aqui.

No texto não há nenhuma novidade. Este meu humilde blog vem dizendo isto há muitos anos. O transplante de órgãos tornou-se um mercado sujo e desonesto, onde médicos estão lucrando com a vida alheia, literalmente. 

Mas o que chamou a atenção foi a postura dos médicos sérios nos Estados Unidos. Quem acompanha o caso Pavesi, sabe que os Conselhos de Medicina no Brasil, estão gastando milhares de reais e pressionando diversas autoridades para que o caso seja abafado e todos os médicos absolvidos, ainda que tenham dizimado dezenas de pacientes e comercializado partes humanas contrariando as leis vigentes no país. Os Conselhos estão ignorando a lei, os princípios éticos e morais e atacando a justiça sem qualquer constrangimento.

Isto demonstra o lixo em que tornou-se o país da bandidagem. Leia a integra da nota publicada por Bruce Skyer, Chefe executivo da Fundação Nacional dos Rins, nos Estados Unidos.
A reportagem expôs a natureza insidiosa do tráfico de órgãos internacionais. É lamentável que a escassez de órgãos e à atração de lucros permitiram intermediários inescrupulosos a tirar proveito dos pacientes carentes e doadores desesperados. Também é desanimador ler que, pelo menos, dois americanos utilizaram serviços de tráfico de órgãos na Costa Rica. Isto ressalta um problema muito real: a de que, mesmo nos Estados Unidos, não podemos fornecer rins para as mais de 100 mil pessoas na lista de espera. O tráfico de órgãos é, em muitos aspectos, um resultado da nossa própria ignorância de doença renal e uma incapacidade de lidar com a crescente epidemia de doença renal crônica. A maioria dos novos casos de insuficiência renal são um resultado da pressão arterial alta ou diabetes; pacientes com mais de 60 anos e uma história familiar de insuficiência renal também aumenta o risco de uma pessoa ter a doença renal. Se devidamente selecionados e diagnosticados, a doença em seus estágios iniciais, poderíamos atrasar e impedir que muitas pessoas precisassem de um transplante. A National Kidney Foundation também acredita que pode aumentar as taxas de doação de rim, expandindo as trocas doadores pareados; garantir a segurança de emprego para aqueles que estão dispostos a doar; cobrindo todas as despesas relacionadas com a doação; e assegurar a disponibilidade de saúde, deficiência e seguro de vida para todos os dadores vivos. O primeiro passo para a luta contra traficantes de órgãos que trabalham nas sombras é brilhar uma luz sobre o problema subjacente: a doença renal e da responsabilidade de cada um de nós tem de conhecer os fatores de risco e manter os rins saudáveis.
BRUCE SKYER
Chief Executive
National Kidney Foundation

Como podemos ver, a preocupação desta fundação não é proteger este ou aquele medico, este ou aquele traficante, e muito menos negar a existência do problema. A postura é de apresentar alternativas e propostas para resolver o problema. Entre elas, a necessidade de uma medicina mais pro ativa, que possa detectar a doença precocemente, evitando o transplante de órgãos. Isto não está sendo feito no Brasil. Ao contrário! Pacientes estão sendo empurrados para o transplante, pois atualmente é o procedimento mais bem remunerado para médicos. 

De outro lado, a fundação faz as mesmas sugestões que faço há muitos anos. Garantir ao doador vivo, condições especiais de tratamento, emprego e também um seguro de vida para uma eventual falha no procedimento. Nada disso é citado como preocupação pelos Conselhos de Medicina brasileiros. Não há hoje no congresso nacional, nenhuma discussão sobre este assunto. O doador é visto como um produto descartável. Pouco importa a saúde deste doador. O que importa é aumentar a doação de órgãos para que os lucros também aumentem.

Este contraste de opiniões entre médicos estrangeiros e brasileiros, demonstra uma realidade cruel. Os Conselhos de Medicina brasileiros são podres, e estão acima das leis. Uma área tão sensível do pais deveria ser controlada pelo governo e não deixada nas mãos de marginais e bandidos mafiosos. 

Os Conselhos de Medicina brasileiros deveriam ser estatizados.

No Brasil existem médicos sérios sim. Mas eles são obrigados a seguirem as imposições destes conselhos, e muitas vezes são obrigados a ficar em silencio. Quem se manifesta corre o risco de perder o registro. Uma ditadura velada.

Os Conselhos de Medicina brasileiro possuem almas e espíritos nazistas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas tem gente que fala que o tráfico de órgãos não existe..