Ontem presenciei uma discussão no Facebook, que me levou a escrever este post. Alguém iniciou a discussão sobre a venda de órgãos no Facebook, através de uma reportagem publicada pela mídia. Isto explica a ascenção rápida de humoristas como Danilo Gentilli e Rafinha Bastos. Os dois são capazes de brincar com qualquer assunto. O brasileiro em geral acredita ser um destes dois. Qualquer assunto é motivo de piada. Todos são engraçadinhos e sonham com o estrelato. Afinal, os humoristas que citei enriqueceram rapidamente, enquanto físicos e matemáticos se esforçam para chegar ao fim do mês. A seriedade não tem espaço no Brasil. O negócio e rir!!
Mas existem alguns que ainda são capazes de se indignar. São raros, mas existem.
Uma apela para a propaganda de doação de órgãos: Não é o momento de incentivar a doação de órgãos?, diz. Como se isso fosse resolver o problema do mercado negro, que hoje fatura milhões justamente com a tal "doação" de órgãos.
Um outro repete um mantra: Todo mundo deveria ter os órgãos retirados após a morte, independente da vontade! Este aí apóia o confisco de órgãos, mas jura que luta por democracia. Certamente ele ou alguém da família precisa de um órgão. Já pensou o que não faria para conseguir um?
A maioria apela para a piada: Vendo meu pênis!, diz um. O outro fala "brincando" sério: Vendo parte do meu fígado por R$ 200 mil. Ele quer fazer a vida com a desgraça do próximo. Oportunista da pior espécie. Mesmo sendo crime fazer tal proposta, ele não se intimida. No Brasil, nem mesmo quem mata crianças para este fim vai preso. Por que prenderiam quem apenas faz uma oferta no Facebook? O Brasil, como eu disse, é o país dos humoristas. O Ministério Público deve se divertir vendo estas discussões, afinal, ele não faz nada.
Outro dia li a frase: "Avisa o pessoal do tráfico de órgãos que aqui tem um coração no gelo", referindo-se a uma frustração sentimental. Piada! tudo piada! Temos de rir.
E a política? Como trata o assunto tráfico de órgãos?
Bom, a política é a maior de todas as piadas. Uma parte do Brasil é coxinha e reaça. A outra parte é esquerda caviar. Se você não faz parte de nenhuma das duas, sinto informa-lo, mas você não é cidadão brasileiro e a sua vida não tem importância nenhuma. Explico.
Ontem, num bate papo com um amigo, ele me disse: Você não acha que o seu vídeo com o Lobão afastou as pessoas?
Bom, esta é uma questão bastante profunda. A primeira vez que me encontrei com o Lobão foi no escritório de Luis Eduardo Greenhalgh. Conversamos rapidamente. Muito tempo depois, Lobão (acho que nem se lembrava do nosso primeiro encontro), me deu a oportunidade de falar sobre o caso Pavesi em seu Hangout, a pedido meu. Não foi Lobão que me procurou. Fui eu quem procurou por ele, através de um amigo comum.
Eu já fui no João Kleber. Eu nunca recuso espaço para falar de um assunto sério. Seja qual espaço for.
Lobão é coxinha, reaça, falido, dizem por ai. Bom, eu não classifico as pessoas assim. Lobão é brasileiro e como tal pode pensar o que quiser. Ele apoiou Aécio Neves e eu fui contra. Mas dai a dizer que ele não presta, tem uma distância enorme. Jogar a carreira dele no lixo por causa de suas opiniões? Não dá.
Mas vou perder o apoio da esquerda? Bom, neste caso preciso pensar qual o apoio que estou perdendo. Apesar de ter denunciado os "inimigos" da esquerda, estou asilado, sem respaldo, sem ajuda, e sem voz. Esqueci de algum apoio?
Para citar um exemplo, o video que fiz de Aécio Neves foi replicado milhares de vezes pela rede. Mas os vídeos que falam sobre o caso do meu filho, sem entrar em política, pouquíssimas. Ou seja, a esquerda, que me apoia, só apoia se eu citar os podres de Aécio e sua gang. O caso Pavesi mesmo não tem qualquer importância. O que importa é atacar o adversário. Eu não fiz o vídeo de Aécio Neves visando política. Fiz visando uma causa.
Outro dia me deparei com o seguinte comentário: Este Pavesi não é confiável. Ele fez um vídeo com o Lobão coxinha! Ahhhh entendi. Se eu atacar Aécio sou confiável, mas se eu falo com o Lobão, não sou mais. E o caso Pavesi? O que tem com isso? Nada! Mas não importa. Eu tenho que oferecer algo a eles para que possam usar contra o inimigo. Se eu fizer isso, serei bem vindo. Caso contrário serei esquecido. Em outras palavras, para ter apoio, eu preciso ser "útil" de alguma forma.
Eu denuncio uma quadrilha de médicos que matou o meu filho, e está impune porque pertence a um manda chuva do PSDB. O PSDB não é o causador da morte. A morte foi causada por médicos. O PSDB é causador da impunidade. É o PSDB que impede a punição dos assassinos. Coisas diferentes. Aliás, nenhuma autoridade brasileira tem coragem de denunciar qualquer politico do PSDB, que faz as mesmas coisas que os políticos do PT. Então por denunciar isto (caso Pavesi), perdi o apoio dos coxinhas e reaças. Mas se eu falo com o Lobão, também perco o apoio da esquerda caviar.
Pra que lado eu vou?
Eu decidi! Eu vou para a Europa onde um cidadão é cidadão, e tem os direitos respeitados, onde crime é crime independendo de quem o cometa. Onde você pode ser o que você quiser sem ser selecionado ou descartado por isso. Onde a morte de uma criança que teve os órgãos retirados com vida não deve servir de argumento político para ataque baratos, seja de que lado for.
Você não nasceu Petista ou Tucano. Você nasceu brasileiro. Os dois patidos cometeram crimes, querendo você ou não. E os crimes comentidos envolvem dinheiro seu. Mas você não percebe ou se percebe e apóia, é porque tem interesses pessoais.
Enquanto vocês discutem quem é o menos honesto, brasileiros estão morrendo sem segurança pública, sem educação, sem saúde. Nada mais se discute no país. Só se fala em petrolão, impeachment, corrupção e humor. O Brasil beira a uma crise economica jamais vista na história. Não é praga. Estou apenas falando de fatos. Basta olhar os números. Não há planejamento nem do PT e nem do PSDB. Todos estão apenas interessados no poder. Não é poder que produz os desmandos? A justiça perdeu a credibilidade. Nenhum brasileiro honesto acredita nas instituições. Nem mesmo os coxinhas e os comunistas. A delação premiada de um tem valor, de outro não. E isto acontece dos dois lados, PT e PSDB. No meio de tudo isso, ou seja, no meio do nada, o povo se diverte e ri fazendo piadinhas na internet, sobre os assuntos sérios.
E o Collor? Em 1992 caiu por causa de uma Fiat Elba. Em 2015, uma ferrari, um porsche e um lamborghini!!! Ahahahahahahahahaha não é demais!!!! E os hospitais? o quanto evoluiram nestes anos? Collor evolui! ahahahahahahahaahahahahaa... muito engraçado!!!! Estou morrendo de rir aqui.
Acho que Danilo e Rafinha acertaram na mosca.
Para dar certo no Brasil, só mesmo sendo humorista.
Um comentário:
Muito bom esse post Paulo,
No Brasil só é levado a sério pessoas desse naipe (Danilo Ingentili e Rafinha Ascos).
Você doou e vem doando toda a sua vida, para evitar que o crime horrendo de que seu filho inocente foi vítima acontece em outros lares e, infelizmente, os brasileiros parecem não se tocarem.
Grande parte da população, composta por idiotas, acredita que com a saída do PT do poder e a ascensão dos marginais do PSDB, enfim, o País irá andar pra frente. São tão imbecis, que acham que irão ter educação de qualidade, segurança, saúde sem máfias, empregos etc.
Já,cidadãos como este que vos fala, estão revoltados com toda essa patifaria, vendo um País dividido e travado, por coisas que todos esses lixos de partidos políticos fazem o Oipoque ao Chuí. Nenhum deles representam os interesses da coletividade, roubam os sonhos e a felicidade das pessoas, como foi o seu caso, onde um vigarista safado, atendendo pela alcunha bandida de Carlos Mosconi, segue impune com as bênçãos dos marginais políticos da esquerda e da direita. Isso tudo, mesmo você tendo provas robustas contra esse meliante de altíssima periculosidade.
Daí porque não tenho mais esperança no futuro da Nação, pois a vagabundagem domina em todas as instituições públicas.
Sei de sua indignação com esses palhaços sem graça, que postam esses absurdos no facebook, mas siga em frente em sua luta, pois milhões de brasileiros de bem, o admiram pela coragem e determinação com que vem enfrentando a máquina assassina do Estado (corruptos).
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