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terça-feira, 17 de maio de 2016

O relato de um juiz perseguido pela Máfia - Narciso de Castro

JUSTIÇA OU INJUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS?


Passaram-se meses da minha última postagem no blog. Nesse intervalo, mais de 800 views.

Ainda estou em licença, autorizada pela Junta Médica do TJMG. O diagnóstico é de estresse pós-traumático, causado, ao que tudo indica, pelos fatos que me envolveram e principalmente a minha família em Poços de Caldas. Os graves fatos já são do conhecimento da Alta Direção do Tribunal, da Corregedoria, do CNJ e até do STF.

Pretendo retornar ao trabalho após as minhas férias regulamentares, que não gostaria de suspender, mais uma vez. O tratamento inclui sessões de massoterapia, cromoterapia e aplicações de reiki, pelo menos duas vezes por semana, dentre outras prescrições agora de cunho alopata. A prática de exercícios físicos foi intensificada, visando a recuperação, depois de quatro anos de trabalho árduo, de intenso sofrimento e pouquíssimo apoio, muitas vezes, ao contrário.

Ao chegar em Uberaba, bela cidade do Triângulo Mineiro, um incidente ou “susto” como chamam os bandidos, já narrado aos queridos leitores.

No mês de fevereiro começaram as aulas das crianças. Nos primeiros dias, tudo em paz, até que no dia 17 o STF mudou a sua orientação sobre a presunção da inocência, determinando que condenados em 2a instância pudessem ser presos. No dia 25 de fevereiro, 5a-feira, os médicos condenados Celso Scaffi, Cláudio Rogério Carneiro são presos por ordem da Justiça de Poços de Caldas. João Alberto Góes e Alexandre Zincone conseguem ficam foragidos, sendo que o primeiro cumpria medida cautelar de não se ausentar e comparecer à Justiça (não há notícia que o benefício tenha sido até agora revogado). 

No dia 27 de fevereiro, sábado, notícia da morte violenta do Sargento PM Márcio, que fazia a minha escolta, que havia participado das prisões na véspera e que era uma de minhas testemunhas no processo-crime que movo contra Pupilo, diretor do presídio. Nesse mesmo dia, há a notícia do falecimento do Des. Walter Luiz, que seria um dos julgadores do Caso Pavesi, que deve estar ocorrendo neste momento.

Com tudo isso, começaram as notícias de “tias” gritando com as crianças, uma delas de 3 anos, repetindo o script de Poços de Caldas. Ontem, véspera do julgamento mencionado (se é que vai ocorrer), o mais novo chegou em casa e não queria falar nada, mudando o seu comportamento habitual. Só que, dessa vez, as coisas correrão de outra forma, já mudei de comarca uma vez por essa causa.

Por isso, acho interessante e oportuna a matéria veiculada pelo programa “Pensamento Jurídico” da AMAGIS: justiça pelas próprias mãos. A chamada atenta para as penas que poderiam chegar até 30 anos de reclusão!

Justiça com as próprias mãos, ainda pode se justificar, mas como fica quando a INJUSTIÇA é que é privada, como essas praticadas por mafiosos contra crianças indefesas? Antecedendo a data do julgamento antes previsto para o Júri Pavesi em B. Horizonte, a jornalista Jéssica Balbino do G-1 teve a residência pichada com palavra ofensiva, conforme amplamente divulgado pela mídia. Testemunhas são mortas, pessoas são intimidadas. Grampos ilegais são instalados e a intimidade das pessoas são defasadas impunemente. Isso é injustiça!

Como acredito e continuarei acreditando na Justiça, não pude deixar de ver com bons olhos quando o TJMG arquivou um PAD contra mim, por ter publicado a sentença do Caso Pavesi, esta semana. Também arquivou no mês de abril deste ano uma representação criminal aviada por Carlos Mosconi e pelo Procurador da República Adailton do Nascimento, pelo fato de tê-los citado em duas das sentenças relativas aos Casos da Máfia dos Transplantes de Órgãos. Espero que não seja uma “compensação” qualquer pelo julgamento de hoje ou pelo julgamento das exceções de suspeição que ainda devem ocorrer nesse mês de maio.

Como nem tudo são flores, prevejo que o atual Corregedor de Justiça, Des. Antônio Sérvulo, que tem família em Poços de Caldas, deve estar preparando ainda um ou dois PADs contra mim antes de deixar o cargo. Seria mais ou menos assim, arquivam-se dois, abre-se mais dois e vamos que vamos. O problema é que não tem mais como me punir. Já estou punido. Perdi minha saúde, que tento recuperar. Vou ter que ver como resolvo a questão dos covardes que teimam em perseguir a minha família.  

Um comentário:

Brunoalexsilva Alexandre Silva disse...

VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA.VERGONHA dos podres poderes do meu Brasil...